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5. Caso de Estudo

5.3 Dossier do SGA da FCT

O Dossier do SGA consiste num conjunto de documentos de suporte à implementação de um SGA no campus e na Faculdade19. Este Dossier, elaborado na sequência do LA 2000 e entregue à Direcção da FCT-UNL em Janeiro de 2001,

fornece directrizes de gestão ambiental genéricas para o campus (Carta Verde e Regulamento de Ecogestão) e específicas para a FCT (Política de Ambiente, Planos e Programas de Acção Ambiental)19.

Na Carta de Princípios do campus da FCT (Carta Verde) constam os grandes princípios ambientais que todas as entidades instaladas no campus devem seguir. Este documento pretende, não só dar continuidade à Política de Ambiente da Reitoria da UNL, como também instituir o arranque do SGA do campus19. Seguidamente, enunciam-se os Princípios de Ambiente que constam na Carta Verde, cujos signatários são a FCT, o Madan Park, a Reitoria da UNL e os SAS- UNL.

Grupo I – Princípios de Desenvolvimento e Disseminação de Conhecimento Ambiental

1. Princípio da Educação Ambiental – inserir progressivamente a componente ambiental nos diferentes cursos e participar, sempre que possível, em iniciativas de educação ambiental;

2. Princípio da Formação Ambiental – apoiar acções periódicas de formação ambiental, dentro e fora da universidade;

3. Princípio da Investigação na Área do Ambiente – apoiar projectos de investigação interdisciplinar na área do ambiente, com o objectivo de suprimir lacunas na literatura existente e preparar material didáctico para estudantes, profissionais, decisores e público em geral.

Grupo II – Princípios de Melhoria Contínua do Desempenho Ambiental

4. Princípio do Compromisso Institucional – estabelecer um compromisso real no sentido de desenvolver, implementar e monitorizar o SGA da FCT, começando pelo mais alto nível da gestão do campus e, posteriormente e de forma progressiva, envolvendo todos os agentes relevantes;

5. Princípio da Conformidade e Certificação Ambiental – atender aos critérios e indicadores que visem a conformidade do desempenho ambiental da FCT com a legislação ambiental, os códigos de prática estabelecidos assim como os requisitos de certificação ambiental; a longo prazo, a certificação de

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45 qualidade ambiental (ISO/EMAS) recorrendo às entidades credenciadas para o efeito;

6. Princípio da Gestão Optimizada – integrar progressivamente a ecogestão nas actividades de gestão da instituição, trabalhar na melhoria do desempenho ambiental e da sustentabilidade económica, privilegiando uma atitude preventiva;

7. Princípio da Avaliação Contínua – monitorizar e avaliar o desempenho ambiental do campus da FCT de forma regular e fundamentada, através da definição de critérios e indicadores de qualidade ambiental, do estabelecimento de objectivos, metas e medidas organizados em Planos e Programas de ambiente, e da realização de auditorias ao SGA.

Grupo III – Princípios de Promoção do Desenvolvimento Sustentável

8. Princípio do Compromisso com a Agenda 21 – subscrever os princípios da Agenda 21 e adoptar o desenvolvimento sustentável como orientação importante das suas acções;

9. Princípio das Redes de Trabalho e Parcerias – promoção de redes de trabalho entre peritos em ambiente e parceiros de diferentes sectores da sociedade, desenvolvendo estratégias e planos de acção concertados, a nível internacional, nacional, regional e, prioritariamente, local;

10. Princípio da Promoção de Comportamentos Sustentáveis – promover e beneficiar comportamentos de sustentabilidade no campus, identificando “atitudes ambientalmente responsáveis no campus da FCT”, apoiando carreiras ambientalmente responsáveis e contribuindo para programas que proporcionem a transferência de tecnologias inovadoras e métodos de gestão avançados para a sociedade.

O Regulamento de Gestão Ambiental (RGA) constitui o documento mais importante do SGA, tendo por objectivo regular a actuação dos principais intervenientes na gestão ambiental do campus19. Este documento encontra-se estruturado em oito capítulos:

Capítulo I – Definições

Capítulo II – Sistema de Gestão Ambiental do Campus da FCT Capítulo III – Caracterização do Estado Ambiental

Capítulo IV – Avaliação do Desempenho Ambiental Capítulo V – Agentes do SGA

Capítulo VI – Documentação Relevante para o SGA Capítulo VII – Instrumentos do SGA

Capítulo VIII – Disposições Finais e Transitórias

Uma vez que se trata de um instrumento regulatório, este documento requer uma análise por parte de um jurista19. Uma vez aprovado, o RGA possui um período de transição durante o qual os participantes são informados do SGA e do seu papel na implementação do mesmo, e que serve também à fixação de disposições regulamentares complementares19.

O Plano de Política de Ambiente (PPA) do campus da FCT, consiste numa proposta formal da política a ser seguida por todos os órgãos de gestão, sectores departamentais e serviços da FCT19. Este documento estabelece as prioridades da instituição em matéria de ambiente, partindo dos Princípios da Carta Verde do campus e desenvolvendo-os em objectivos, metas e estratégias de acção, mobilizando os recursos necessários, bem como mecanismos de controlo19. Foram estabelecidos dez objectivos, como a seguir se transcreve (Centro de Excelência para o Ambiente, 2000):

• Objectivo 1 – Assumir a educação ambiental como uma das prioridades da FCT enquanto instituição superior de ensino público com tradição na área das ciências e engenharias do ambiente;

• Objectivo 2 – Garantir formação ambiental contínua a diferentes grupos alvo, internos e externos à FCT;

• Objectivo 3 – Incentivar a Investigação na Área do Ambiente;

• Objectivo 4 – Assegurar o compromisso institucional das entidades que coexistem no campus da FCT (Reitoria da UNL, FCT, SAS da UNL e Madan Park) para com a melhoria contínua do seu desempenho ambiental;

• Objectivo 5 – Agir em conformidade com a legislação ambiental e os códigos de prática estabelecidos e assumir, num horizonte de 3 a 5 anos, a meta da certificação ambiental;

• Objectivo 6 – Integrar a ecogestão nas actividades de gestão das unidades do campus da FCT e trabalhar as oportunidades de melhoria do desempenho ambiental e da sustentabilidade económica;

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47 • Objectivo 7 – Estabelecer procedimentos para permitir à FCT monitorizar e avaliar o seu desempenho ambiental, de um modo regular e fundamentado, fazendo as revisões necessárias para melhorá-lo continuamente;

• Objectivo 8 – Subscrever os princípios da Agenda 21 e assumir o desenvolvimento sustentável como prioridade de gestão e orientação estratégica da instituição;

• Objectivo 9 – Promover redes de trabalho entre peritos em matérias do ambiente e parceiros dos diferentes sectores da sociedade, de modo a desenhar e implementar estratégias e planos de acção concertados;

• Objectivo 10 – Apoiar os utentes da FCT que pretendam seguir carreiras ambientalmente responsáveis, bem como contribuir para programas que visem a transferência de tecnologias inovadoras e métodos de gestão avançados para a sociedade.

Foram delineadas estratégias que permitam alcançar cada um dos objectivos propostos e foram identificados os respectivos agentes e instrumentos envolvidos. Para o desenvolvimento do PPA da FCT, o Gabinete de Planeamento Físico e de Gestão Ambiental do campus (GPFGA) baseou-se em diversas declarações ambientais, na série de normas ISO 14000 sobre Gestão Ambiental, na legislação nacional e comunitária, em exemplos de outras universidades, na Carta de Princípios do campus da FCT (Carta Verde) e no Regulamento de Ambiente do campus da FCT (Centro de Excelência para o Ambiente, 2000).

Os Planos de Acção Ambiental da FCT estabelecem os objectivos e metas que a FCT deve atingir nos domínios ambientais prioritários a curto prazo19. Com base nestes planos, cada decisor pode analisar a sua situação (que metas a sua unidade terá que atingir), definir prioridades, mobilizar os seus recursos, desenvolver mecanismos de comunicação e controlo (a fim de identificar falhas e corrigi-las) e, finalmente, elaborar um relatório que apresente os resultados obtido19. O Campus Verde considerou como prioritários os seguintes Planos de Acção Ambiental:

• “SGA – apoio à implementação” • “Gestão de RSU – recolha selectiva” • “Sensibilização ambiental – campanhas”

• “FCT – mercado de produtos e serviços verdes” • “Consumo de água – projecto de rega para o campus”

Os Programas Ambientais designam objectivos e metas relativos a domínios ambientais específicos (ar, água, energia, resíduos). Desenvolvidos consoante as prioridades, estes Programas são essenciais, quer na percepção da evolução da situação ambiental da FCT, quer na definição de cenários para o futuro. Com base no LA 2000, o Campus Verde considera prioritários os domínios da energia, resíduos e segurança19.