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R ECOLHA E TRANSPORTE DE RESÍDUOS POR OPERADOR LICENCIADO DE RESÍDUOS

específicos

3) Resíduos Perigosos:

3.7 R ECOLHA E TRANSPORTE DE RESÍDUOS POR OPERADOR LICENCIADO DE RESÍDUOS

De acordo com a Portaria 335/97, a recolha e o transporte de resíduos dentro do território nacional pode ser realizado por:

 Produtor dos resíduos;

 O destinatário dos resíduos devidamente licenciado; e

 As empresas licenciadas para o transporte rodoviário de mercadorias por conta de outrem.

O produtor de resíduos pode proceder ao seu transporte, independentemente da quantidade transportada, desde que este seja efectuado em condições ambientalmente adequadas, de modo a evitar a sua dispersão ou derrame.

A recolha dos RU, geralmente, é realizada pelas empresas municipais, multimunicipais ou intermunicipais existentes em Portugal.

A recolha dos resíduos industriais, perigosos e não perigosos, normalmente, é efectuada por empresas privadas licenciadas, podendo ser instalações de armazenamento temporário ou instalações de valorização/eliminação de resíduos. A Figura 3.3 apresenta exemplos de recolhas realizadas na obra do caso de estudo.

O seu transporte é acompanhado por uma guia de acompanhamento de resíduos – Modelo A (Portaria n.º 335/1997, de 16 de Maio) ou guia de acompanhamento de RCD (Portaria n.º 417/2008, de 11 de Junho) consoante o tipo de resíduo.

3.8 D

ESTINO FINAL DE RESÍDUOS

As operações de gestão de resíduos são discriminadas em função do destino a dar aos resíduos. Estas operações estão harmonizadas e encontram-se publicadas na Portaria n.º 209/2004, de 5 de Setembro, entretanto alteradas pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho. Estas operações dividem-se em dois grupos distintos: Operações de valorização de resíduos (RXX) e Operações de eliminação de resíduos (DXX).

A Tabela 3.2 apresenta todas as operações de gestão de resíduos constantes da referida Portaria devendo a mesma constar nas guias de acompanhamento de resíduos.

Tabela 3.2 - Operações de gestão de resíduos (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março)

Operações de Eliminação Operações de Valorização

D01 Depósito no solo, em profundidade ou

superfície (p.e., em aterros, etc.) R01

Utilização principal como combustível ou outros meios de produção de energia

D02

Tratamento no solo (p.e., biodegradação de efluentes líquidos ou de lamas de depuração nos solos, etc.)

R02 Recuperação/regeneração de solventes

D03

Injecção em profundidade (p.e., injecção de resíduos por bombagem em poços, cúpulas salinas ou depósitos naturais, etc.)

R03

Reciclagem/recuperação de substâncias orgânicas não utilizadas como solventes

(incluindo digestão anaeróbia e ou compostagem e outros processos de transformação biológica)

D04

Lagunagem (p.e., descarga de resíduos líquidos ou de lamas de depuração em poços, lagos naturais ou artificiais, etc.)

R04 Reciclagem/recuperação de metais e compostos metálicos

D05

Depósitos subterrâneos especialmente concebidos (p.e., deposição em

alinhamentos de células que são seladas e isoladas umas das outras e do ambiente, etc.)

R05 Reciclagem/recuperação de outros materiais inorgânicos

D06 Descarga para massas de água, com

excepção dos mares e dos oceanos R06 Regeneração de ácidos ou de bases D07 Descargas para os mares e ou oceanos,

incluindo inserção nos fundos marinhos R07

Valorização de componentes utilizados na redução da poluição

D08

Tratamento biológico não especificado em qualquer outra parte do presente anexo que produza compostos ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer das operações enumeradas de D01 a D12

Operações de Eliminação Operações de Valorização

D09

Tratamento físico-químico não

especificado em qualquer outra parte do presente anexo que produza compostos ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer das operações enumeradas de D01 a D12 (p.e., evaporação, secagem, calcinação, etc.)

R09 Refinação de óleos e outras reutilizações de óleos

D10 Incineração em terra R10 Tratamento do solo para benefício agrícola ou melhoramento ambiental

D11 Incineração no mar R11 Utilização de resíduos obtidos a partir de qualquer das operações enumeradas de R01 a R10

D12

Armazenamento permanente (p.e., armazenamento de contentores numa mina, etc.)

R12 Troca de resíduos com vista a submetê-los a uma das operações enumeradas de R01 a R11

D13 Mistura anterior a execução de uma das

operações enumeradas de D01 a D12 R13

Armazenamento de resíduos destinados a uma das operações enumeradas de R01 a R12 (com exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde os resíduos foram

produzidos) D14 Reembalagem anterior a uma das

operações enumeradas de D01 a D13

D15

Armazenamento antes de uma das operações enumeradas de D01 a D14 (com exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde os resíduos foram produzidos)

Actualmente, Portugal já se encontra dotado de uma rede de operadores licenciados para a gestão de resíduos e de um conjunto de entidades gestoras de fluxos específicos que orientam as respectivas actividades para a maximização da reciclagem e da valorização, tendo vindo a assistir-se a um reforço substancial da capacidade nacional de valorização material, orgânica e energética de resíduos.

Neste sentido, entende-se que o desenvolvimento do sector não será certamente alheio às reformas que têm vindo a ser introduzidas ao nível do quadro legal aplicável, nomeadamente através do regime geral da gestão dos resíduos, aprovado pelo Decreto- Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, que cria instrumentos estruturantes e inovadores de incentivo à reciclagem e valorização, com destaque para a taxa de gestão de resíduos, e

do regime jurídico da gestão de resíduos de construção e demolição aprovado pelo Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de Março, que concretiza a política de prevenção e valorização para este fluxo, condicionando de forma significativa a sua deposição em aterro (www.apambiente.pt).

Não obstante o manifesto esforço de adaptação do sector a elevados padrões de exigência ambiental, importa dar continuidade à política de promoção da reciclagem e valorização, tendo em vista o cumprimento da Directiva n.º 2008/98/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Novembro, relativa aos resíduos, que fixa metas de reciclagem particularmente exigentes, designadamente para resíduos urbanos e de construção e demolição (www.apambiente.pt).

O destino final dos resíduos em obra, geralmente é efectuado para operador licenciado de resíduos, sendo que a maioria dos operadores licenciados toma como destino final as operações D15 ou R13. Deste modo, é impossível para o produtor saber qual o exacto destino final dos resíduos encaminhados. Sabendo-se apenas que estes serão eliminados ou valorizados.