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O quarto elemento, portanto, é a economia na profissão do arquiteto. Dados da consultoria Cushman Wakefield – Brasil, coletados nas sete maiores cidades do mundo, apontam que os arquitetos paulistanos estão entre os que têm remuneração mais baixa, melhor apenas do que a dos profissionais da cidade de Shangai, na China. O levantamento demonstra que os profissionais paulistanos com mais de sete anos de profissão ganham, em média, salários de 1.754 dólares, enquanto em Shangai a remuneração média é de 1.449 dólares. Em Buenos Aires, a média do salário de um arquiteto supera a do profissional brasileiro em mais de 100 dólares e atinge 1.892 dólares (SYMANSKI, 2003).

Pela mesma pesquisa, a liderança no que diz respeito a salários no mundo está com a cidade de Hong Kong, onde os ganhos médios de um profissional com mais de sete anos de atuação estão por volta de 7.726 dólares. Em Londres, que ocupa o segundo lugar de melhor remuneração,

os vencimentos dos profissionais estão, em média, em 4.600 dólares. Em Nova York, com o terceiro lugar no ranking dos melhores salários, os profissionais ganham, em média, 3.189 dólares (CONSIGLIO NAZIONALE DEGLI ARCHITETTI, PIANIFICATORI, PAESAGGISTI E CONSERVATORI, 2008).

Hoje, deslumbra-se um novo crescimento imobiliário no Brasil e no mundo. A construção civil está em destaque novamente e, por consequência, espera-se um aumento considerável de projetos. Os escritórios de arquitetura, que estão no momento com capacidade produtiva para poucos projetos, mobilizam-se para fazer com que suas estruturas cresçam a fim de absorverem esse mercado promissor que está chegando. A ideia é profissionalizar ainda mais os escritórios com o objetivo de melhorar a oferta de qualidade para corresponder à demanda.

Como usualmente ocorre em uma análise comparativa em âmbito internacional, o posicionamento da estrutura da oferta de serviços de arquitetura no mundo é uma questão complexa. Requer bastante atenção não só no que diz respeito à coleta de dados de base, mas também no tocante à avaliação. Os problemas que precisam ser enfrentados são aqueles relativos aos diferentes tratamentos da informação estatística, às diferentes formas de definição das atividades assim como às diferentes possibilidades de discordância dos dados.

Em todos os casos, a imagem comparativa que surge, nos limites da fonte disponível, constitui um ponto de vista especialmente útil para compreender o tema de estudo. O Eurostat, principal fonte estatística em âmbito europeu, utiliza o sistema de classificação da Associação Nacional das Faculdades e dos Empregadores (NACE), fornecendo dados que estão inseridos no sistema de oferta de profissionais empreendedores que existe no campo profissional da arquitetura aos da atividade de engenharia e de outras atividades técnicas em 76 países que servem de amostragem (NATIONAL ASSOCIATION OF COLLEGES AND EMPLOYERS, 2009).

Esses elementos estão relacionados com a atividade classificada na NACE. Com isso, o resultado no campo de atividades é muito mais amplo quando examinado em primeiro lugar, pois o resultado mostra os aspectos das profissões técnicas e de conhecimento técnico em que o arquiteto exerce um papel importante. Em todos os casos, essa primeira análise do posicionamento mostrou, com a pesquisa feita na Europa em 2005 com 900 mil empresas que atuam no campo da arquitetura, engenharia e outras atividades técnicas, que estas empregam mais de 2,6 milhões de pessoas, um volume de negócios anual geral de 245 bilhões de euros (Tabela 3).

Tabela 3 - Volume de negócios, empregados, número de empresas do setor, atividades de

Fonte: elaborado pelo CRESME com base nos dados do Eurostat (*) Reino Unido, República Tcheca, Grécia 2004

O CRESME apresenta como resultado os aspectos das profissões técnicas e de conhecimento técnico nas quais o arquiteto aparece na liderança. Em todos os casos, essa primeira análise do posicionamento mostra a pesquisa feita na Europa, na África, na Ásia e nas Américas em 2008 com 90 mil empresas que atuam no campo da arquitetura, da engenharia e em outras atividades técnicas e que empregam mais de 2,6 milhões de pessoas, gerando um faturamento anual geral de 245 bilhões de euros (FARRANDO, 2002; CONSIGLIO NAZIONALE DEGLI ARCHITETTI, PIANIFICATORI, PAESAGGISTI E CONSERVATORI, 2008).

O número, o tamanho e o faturamento das empresas variam significativamente de país para país e representam um mundo no qual o panorama do mercado de projeto é profundamente diversificado. No entanto, nesse primeiro e amplo posicionamento, várias características interessantes podem ser observadas. A Itália é a nação com o maior número de unidades operacionais e com empresas com o menor tamanho médio quanto ao total de empregados. Existem cerca de 253 mil empresas atuando no campo de projeto e em atividades técnicas, o que corresponde a 33,6% do total da Europa em 2005 (FARRANDO, 2002).

A Itália é seguida à distância pela Espanha com 100 mil empresas, a Alemanha possui 91 mil, a França, 80 mil, e o Reino Unido tem apenas 58 mil. Esse resultado europeu mostra um dado importante para análise posterior, pois a Itália aparece com maior número de arquitetos no mundo e ocupa a primeira posição na Europa, enquanto a Espanha, com número de

profissionais bem inferior, encontra-se em segundo lugar na Europa, à frente de Alemanha, França e Reino Unido, podendo-se inferir que isso ocorre pela presença do cooperativismo de crédito mútuo para arquitetos (FARRANDO, 2002; CONSIGLIO NAZIONALE DEGLI ARCHITETTI, PIANIFICATORI, PAESAGGISTI E CONSERVATORI, 2008).

Nas Américas, a Federación Panamericana de Asociaciones de Arquitectos (FPPA) e os Conselhos Regionais dos países-membros são os informantes mais confiáveis, assim como os dados fornecidos anualmente pelas declarações junto à Receita Federal no caso do Brasil, como pode ser visto no próximo capítulo.

3 DESEMPENHO ECONÔMICO DA ARQUITETURA MUNDIAL E NACIONAL