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Educação de Adultos Evolução histórica da Educação e Formação de Adultos

CAPÍTULO 1 – A EDUCAÇÃO ACONTECE EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS

1.5. A Evolução Nacional

1.5.1. Educação de Adultos Evolução histórica da Educação e Formação de Adultos

O Ministério da Educação (ME) considera que toda a pessoa com mais de 15 anos de idade tem direito ao acesso de oportunidades de formação escolar e profissional, oferecidas pelas modalidades especiais de educação escolar. O Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (MTSS), através do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), repartiu durante muito tempo a sua oferta de formação por dois grupos etários: o dos “jovens até aos 25 anos” e o dos “adultos maiores de 25 anos”. (CNE, s/d)

Hoje, a expressão educação e formação de adultos só pode ser entendida no quadro do conceito de Aprendizagem ao Longo da Vida, que coloca a tónica na dimensão temporal da aprendizagem e do conceito de aprendizagem em todos os domínios da vida, que acentua a diversidade de espaços, contextos e situações em que acontece a aprendizagem.

A complementaridade e articulação das expressões “aprendizagem de adultos” e “educação e formação de adultos” não deixam, no entanto, de se referir a processos distintos. Enquanto a primeira aborda, essencialmente, o processo de aprendizagem na perspectiva do sujeito, do aprendente, a última situa-se mais no campo da oferta, das respostas, das oportunidades de aprendizagem.

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Quadro 10 - O desenvolvimento histórico da educação e formação de adultos em Portugal,

apresentado pelo CNE

Marcos Históricos das intervenções tuteladas pelos ministérios da Educação e do Trabalho e Segurança Social

1992 1993

- Criação do Fundo de Desenvolvimento da Mão-de-Obra (1962), do Instituto de Formação Profissional Acelerada e do 1º Centro de Formação Profissional Acelerada ou Formação Profissional de Adultos (1963), com o objectivo de qualificar trabalhadores num curto espaço de tempo, desde que tivessem mais de 18 anos e soubessem ler, escrever e contar.

1971

- No âmbito da reestruturação do ME, é criada a Direcção-Geral de Educação Permanente (1971), que promove actividades de alfabetização e cursos supletivos de ensino primário para adultos, com programas e métodos diferentes dos do ensino regular, criando igualmente uma rede de bibliotecas fixas e itinerantes, como forma de promover a leitura.

1976

- Em 1976, na Assembleia da República, é aprovado o Plano Nacional de Alfabetização e Educação de Base de Adultos (PNAEBA), com vigência prevista para a década de 1980-1990. Esta medida retoma a centralidade do Estado no domínio da educação de adultos, embora mantendo uma perspectiva abrangente e global de articulação com outras entidades públicas e privadas e com o desenvolvimento local.

- Reconhecimento das Associações de Educação Popular como interlocutores da Administração Central para a Educação de Adultos (1976)

1979

- Criação da Direcção-Geral de Educação de Adultos (1979), em substituição da DGEP, e início da implantação de redes de coordenações distritais e concelhias de Educação de Adultos, integradas nos serviços descentrados das Direcções Regionais de Educação.

- Criação do IEFP, Instituto do Emprego e Formação Profissional (1979), no quadro do Ministério do Trabalho.

1980 1985

- Início de uma articulação sistemática (assinatura de protocolos e promulgação de despachos) entre Educação e Trabalho (1980-1985), estreando-se, em regime experimental, três cursos de ensino recorrente no local de trabalho.

- Em 1985, procede-se à reestruturação do IEFP, descentralizando a sua intervenção através dos Centros de Emprego e dos Centros de Formação Profissional e passando a ser uma instituição tripartida com representação da Administração, das confederações patronais e sindicais.

- A aprovação da Lei da Formação em Cooperação (1985) permite um aumento do envolvimento de empresas e outras entidades na formação profissional contínua.

1986 - Em 1986, é promulgada a Lei de Bases do Sistema Educativo que não contempla a perspectiva ampla e plurifacetada da educação de adultos, presente no PNAEBA.

1989 1993

- As ajudas comunitárias de pré-adesão e o Subprograma para a Educação de Adultos do PRODEP I, permitem a avaliação de projectos regionais integrados articulados com actividades de educação popular, alfabetização e educação de base com actividades pré-profissionais e/ou reciclagem e, ainda, promover cursos de formação para Agentes de Desenvolvimento e Animadores de Bibliotecas. Introduz-se uma componente de formação profissional na formação de base de adultos, permitindo uma certificação escolar de 1º e 2º ciclos e o nível I de qualificação profissional (1989-1993).

- Com o Fundo Social Europeu (FSE), aumentou-se exponencialmente a formação profissional oferecida não só pelo IEFP, como também por outros organismos públicos no âmbito da Agricultura e Pescas, da Indústria, do Turismo, da Administração Pública e da Saúde.

- A Lei-quadro da Educação de Adultos consagra o ensino recorrente de adultos e a educação extra-escolar como as suas duas vertentes primordiais (1991).

1994 1999

- Com o PRODEP II, perde-se a visão mais global de educação de adultos, restringindo-se os apoios quase exclusivamente ao ensino recorrente (1994-1999).

- Em 1996, cria-se a Comissão Nacional para o Ano da Educação e Formação ao Longo da Vida e é apresentada a Magna Carta sobre Educação e Formação ao Longo da Vida (1997), na sequência de orientações estratégicas internacionais (CEE e OCDE) que colocam estas temáticas no centro dos debates.

46 - O Plano Nacional de Emprego (1998) constitui o primeiro suporte legal para os actuais desenvolvimentos da Educação e Formação de Adultos, sendo que no Pilar I “Melhorar a empregabilidade” se refere o lançamento do “Programa da Sociedade Saber+”, que visa a educação e formação de adultos ao longo da vida. Criam-se Programas de Educação/Formação e Socioprofissionais, destinados a jovens e adultos sem a escolaridade obrigatória, com vista à obtenção de uma dupla certificação. Constitui-se o Grupo de Missão para o Desenvolvimento da Educação e Formação de adultos.

1999 2000

- Em 1999, é criada a Agência Nacional de Educação e Formação de Adultos (ANEFA), tutelada pelo ME e MTSS, que publica o Referencial de Competências-chave para a Educação Básica de Adultos (2000); constrói o Sistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC); concebe os Cursos de Educação e Formação de Adultos de nível básico, com dupla certificação escolar (1º, 2º e 3º ciclos) e profissional (níveis I e II) – (2000), com financiamento do POEFDS; cria os primeiros Centros RVCC (2000) com financiamento do PRODEP III e as Acções S@ber+, acções de formação de curta duração, com financiamento do POEFDS e PRODEP III.

2002 - Em 2002, é extinta a ANEFA e criada a Direcção Geral de Formação Vocacional, tutelada exclusivamente pelo Ministério da Educação.

2005

- A criação da Iniciativa Novas Oportunidades, em 2005, marca uma viragem na prioridade política atribuída às questões da qualificação dos portugueses, visando, entre outros objectivos, elevar a “formação de base da população activa, gerar as competências necessárias ao desenvolvimento pessoal e à modernização da economia, bem como possibilitar a progressão escolar e profissional dos cidadãos”.

2006 - Em 2006, é publicado o Referencial de Competências-chave para a Educação e Formação de adultos, de nível secundário.

2007

- A criação da Agência Nacional para a Qualificação (ANQ), em 2007, reafirma a importância da existência de um organismo com tutela conjunta do MTSS e do ME, aprovando-se, de acordo com os parceiros sociais, a Reforma da Formação Profissional e o Sistema Nacional de Qualificações. São criados os Cursos de Educação e Formação de Adultos de nível secundário e as Ofertas Modulares de Formação, com financiamento do POEFDS/POPH que integram o Catálogo Nacional de Qualificações.

2008 2010

- Em 2008, dá-se início ao alargamento e diversificação da rede de Centros RVCC, passando a designar-se Centros Novas Oportunidades. O número de Centros RVCC passa de 270, em 2006, para 454 Centros Novas Oportunidades em funcionamento, em 2010. Estes Centros têm financiamento PRODEP/POPH.

2011 2012

- Em 2012, surge a Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, I.P. (ANQEP,I.P.) é um instituto público integrado na administração indirecta do Estado, sob a tutela dos Ministérios da Economia e do Emprego e da Educação e Ciência, em articulação com o Ministério da Solidariedade Social, visa, melhorar a relevância e a qualidade da educação e da formação profissional de dupla certificação destinada a jovens e adultos.

Fonte: Elaboração própria

1.5.2. Metas e objectivos para os próximos anos, ao nível da Educação e