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CAPÍTULO IV: A REFORMA LEI 5692/71 E SEUS REFLEXOS NA EDUCAÇÃO

IV.V EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO

A reforma educacional de 1971 é alardeada para a sociedade, através do discurso de inúmeros burocratas do governo, gerando expectativas, já que sinalizava para o mercado

de trabalho com garantias de uma melhor profissionalização: Sem dúvida tratava-se de uma possibilidade revolucionária na vida escolar e social dos brasileiros. A reforma de 1971, portanto, é aplicada sobre uma realidade marcada por aspectos políticos que caracterizam o regime de exceção instalado no Brasil em 1964, que freqüentemente buscava alternativas para estabelecer a hegemonia e o consenso nacional, em torno de propostas levadas aos estudantes e a sociedade como um todo. Isso desperta para uma outra questão, que necessita de análise e diz respeito à preparação para o trabalho, procurando inseri-lo nas condições e nos desdobramentos a partir da realidade cearense.

A relação entre trabalho e educação, ao longo dos últimos anos, foi tratada pelas reformas educacionais brasileiras, como uma iniciativa a ser aplicada nas camadas mais humildes da população, como salienta Acácia Kuenzer (1985, p.82): “A preocupação entre as relações entre educação e trabalho, na perspectiva do capitalismo, é relativamente nova no Brasil. Até a década de 50, a formação profissional na escola era vista apenas como alternativa de educação para os pobres”.

Com a reforma educacional de 1971, a preparação e a orientação para o trabalho atingiriam os estudantes de uma maneira geral, sendo mais ampla a necessidade de profissionalização no 2ºgrau, envolvido, dentro da perspectiva do desenvolvimento, fortalecendo o “Projeto Nacional”. Quando se discute de certa forma, com o objetivo de fundamentar as ações do regime militar na área educacional, Valnir Chagas, como teórico do governo, o faz sem se distanciar dos pressupostos fundamentais que estão sendo citados, além de avançar na idéia, pouco comentada, de eficiência e qualidade na produção realizada dentro de um ambiente que propiciaria como resultado direto o estabelecimento da ordem.

A formação para o trabalho de acordo com Valnir Chagas, provocaria uma série de mudanças na sociedade, levando-a, conseqüentemente ao progresso. Dessa forma várias realidades que cercavam os indivíduos na sua formação, como as artes, televisão e rádio, seriam beneficiadas se estas mudanças fossem concretizadas, avançadas para os padrões da época, até certo ponto um desejo dos projetos educacionais modernos.

A exigência de um mínimo de educação popular que não se limite ao adestramento nas técnicas básicas de ler, escrever e contar é um fator essencial de progresso. Além de tornar o potencial humano da nação rapidamente mobilizável para o crescimento econômico e a segurança, cria nos indivíduos um senso mais agudo de “disciplina, eficiência, ordem e precisão”; melhora a produtividade; eleva o quadro geral de higiene e saúde pública aumenta a fiscalização indireta do consumo, aperfeiçoamento por esta forma a qualidade da produção, faz crescer a clientela indispensável ao incremento das ciências, das letras e das artes; eleva, em conseqüência, o nível da “produção cultural”, sobretudo em áreas que disso tanto carecem, como o rádio e a televisão; prepara ao uso inteligente das horas de lazer que tendem a ampliar-se; e sim por diante.(CHAGAS, 1984, p.108).

A preparação de estudantes para o mercado de trabalho pode ser visto por vários aspectos. No entanto, não se pode negar a possibilidade de que medidas nesse sentido tenham sido tomadas para artificializar a realidade, envolvendo nesse processo, as eventuais conquistas governamentais na área de educação. Propiciar a efetivação no mercado de trabalho de profissionais sem a qualificação devida, em função de uma estrutura educacional, mostrada aqui em várias oportunidades, em dificuldades, ao que nos parece é uma atitude paradoxal do governo e de seus representantes. O capital cultural e econômico estão envolvidos nesse contexto. O fator novo seria o controle de ambos pelo estado, através de uma realidade que envolvia uma reforma educacional, como instrumento de concretização desse desejo, interferindo na profissionalização e no desenvolvimento.

As escolas estão organizadas não apenas para ensinar o “conhecimento referente a quê, como para quê”, exigido pela nossa sociedade, mas estão organizadas também de uma forma tal que elas, ao final de contas, auxiliam na produção do conhecimento técnico/ administrativo necessário, entre outras coisas, para expandir mercados, controlar a produção, o trabalho e as pessoas, produzir a pesquisa básica e aplicada exigida pela indústria e criar necessidades “artificiais” generalizadas entre a população. Este conhecimento técnico/admistrativo é possível de ser acumulado. Ele age como uma forma de capital econômico, este capital cultural tende a ser controlado e a servir aos interesses das classes mais poderosas da sociedade. Os capitais cultural e econômico estão inextricavelmente vinculados.(APPLE, 2002, p.37).

O Estado vai efetivando suas políticas de controle sobre a sociedade. Entretanto, a reforma educacional deveria ser reflexo da conjuntura econômica e política, a partir de interesses de setores específicos da sociedade, em especial a dirigente, ligada aos grandes grupos econômicos à espera que o governo propiciasse naquele momento não só acumulação de riqueza, mas exercesse um controle efetivo sobre os movimentos de

contestação do regime militar. A idéia de realizar mudanças no sistema educacional brasileiro dando-lhe uma conotação destinada a formação de estudantes devidamente profissionalizados se configura como uma da mais importantes marcas da reforma de 1971.

Pelo parecer 339/72 as profissões especificadas deveriam compor o repertório ofertado aos estudantes, regulamentados pelos Conselhos Estaduais de Educação. Estando entre as profissões: a) Área Econômica primária: Agricultura, Pesca, Criação de Animais, Produtos Agrícolas e Animais, Mecanização Agrícola, Economia doméstica Rural, etc.b) Área Econômica Secundária: Organização Industrial, Economia Industrial, Mecânica, Metalurgia e Siderurgia, Mineração, Madeira, Artes Gráficas, Cerâmica, Couro Plástico, Tecelagem, Eletricidade, Eletrônica, Construção Civil, Química, Alimentação, Vestuário, etc.c) Área Econômica Terciária: Comércio, Administração, Contabilidade, Turismo, Hotelaria, Publicidade, Bancos e Valores, Transportes, Comunicação, Administração Doméstica, Habitação e Decoração, Enfermagem, Puericultura, vestuário, Estética Corporal, Higiene e Saúde, Datilografia, Estenografia, Taquigrafia. (ROMANELLI, 1990, p.245).

O apoio às mudanças na educação por parte dos grandes conglomerados econômicos, como foi discutido, não vai se restringir apenas às realizadas através de entidades específicas, esse apoio à repressão e, indiretamente, à ditadura é efetivo, ocorrendo inclusive com ajuda material para o sucesso da repressão.

Na Federação das Indústrias de São Paulo, convidavam-se empresários para as reuniões em cujo término se passava o quepe. A Ford e a Volkswagem forneciam os carros, a Ultragás emprestava caminhões, a Supergel abastecia a carceragem da rua Tutóia com refeições congelados. Segundo Paulo Egydio Martins, em 1974 assumiria o governo de São Paulo, “àquela época”, levando-se em conta o clima, pode-se afirmar que todos os grandes grupos comerciais e industriais do estado contribuíram para o início da Obam.(GASPARI, 2002, p.62).

A sutileza com que o Estado gradualmente estabelece mecanismos de acumulação tem em contrapartida a legitimação desejada no campo político frente à população, uma vez que as ações de profissionalização dos estudantes de 2ºgrau e a conseqüente ênfase dada a esse aspecto, propiciariam ao governo o atendimento às demandas por educação advindas principalmente, da classe média. Para Freitag (1986, p. 95); “A profissionalização com terminalidade significa que estudantes do ensino médio podem e devem sair da escola e ingressar diretamente no mercado de trabalho, assumindo ocupações técnicas”.

A questão da profissionalização, para ilustrar ainda mais esse trabalho, e sua relação com a escola, constituem, na realidade, um fato relevante e, até de certa forma

sempre tratado com preocupação pelos diversos intelectuais ligados a esse tipo de discussão. Assim para Germano (2000, p.81): “[...] na política educacional, é a manutenção da estrutura da desigualdade social, na medida que procura estabelecer uma relação direta e indiretamente interessada coma produção capitalista.”. Já na concepção de Antônio Cunha e Moacyr Góes (1985, p.69):

A esperança dos promotores dessa política é que grandes empresas, os principais beneficiários e agentes do “milagre econômico”, fossem abrir as portas de seus departamentos de pessoal para técnicos que iriam sair das fornadas das escolas de 2º grau convertidas à pedagogia profissionalizante.

Para Romanelli, um dos clássicos estudos no campo das políticas educacionais:

A necessidade de se adequar o modelo de instituição escolar ao modelo de expansão econômica chocava-se, em parte, com as soluções de ordem política apresentadas pelo Governo. Os objetivos deste, quanto à reorganização do ensino médio visavam desviar a demanda social de educação superior e lançar na força de trabalho boa parcela do contingente que procurava esse nível de ensino.(1990, p.253).

A idéia de levar a formação profissional para áreas técnicas é vista por Kuenzer (1985, p.85) como:

Uma das conseqüências da manipulação das áreas de trabalho semiqualificado no capitalismo contemporâneo é o surgimento de uma espécie de “segundo exército de reserva” – não apenas na indústria mais em todos os setores modernos da economia – formado por pessoas com certo grau de educação, que não possuem especialização definida, mas que são capazes de compreender as normas de funcionamento das grandes organizações e de adquirir rápida e facilmente os requisitos necessários ao trabalho semiqualificado.

Com isso a questão da profissionalização torna-se um tema relevante nas discussões que envolvem a reforma analisada. Mas antes de compreendermos a questão dos efeitos dessa medida a partir da realidade cearense, devemos compreender algumas imperfeições encontradas no momento de sua implementação, em nível local, comprometendo ainda mais a profissionalização, como era o desejo dos reformadores.

A demora na regulamentação desse instrumento legal na educação cearense resultou em uma das diversas dificuldades encontradas para sua aplicação. Somente em

1974, as resoluções estaduais começam a ser concretizadas, revelando que a tão divulgada revolução na educação, não deixava o plano dos discursos de uma forma tão rápida como se divulgava. A reforma instituída pela lei 5692/71 levou aproximadamente três anos para ter seus mecanismos legais adaptados a nossa realidade, impedindo que as mudanças divulgadas fossem realizadas em tempo hábil. Isso nos levando a afirmar que a precipitação na criação de uma reforma tão ampla, pegou as estruturas administrativas até certo ponto de surpresa, tornando-a ainda mais inviável ainda sua adoção de imediato.

[...] agora que houve demora na aplicação, houve, uma certa indisponibilidade com a lei basta te dizer que a lei no conselho de educação é de 73 e a lei 65/73 é que saiu no diário oficial de 22 de janeiro de 74 que fixa algumas normas para implantação do sistema instituído pela lei federal número 5692 de 11 de agosto de 71. Quer dizer, a lei de 71 o conselho só baixou normas em 74, quer dizer a aplicabilidade da lei demorou a ser feita, justamente porque ela foi tão assim lançada precipitadamente que os responsáveis na organização pela sua aplicação demoraram um pouco a aplicar o seu sistema, para que o pessoal ficasse logo preparado em receber os dispositivos legais (JORGELITO CALS DE OLIVEIRA).

A habilitação profissional seria um dos primeiros passos para a tão divulgada conquista da possibilidade de entrada no mercado de trabalho dos estudantes de 2º grau. As determinações do governo chegavam aos diversos estados de forma imperativa, colocando- o em contradição, mais uma vez, em função da idéia divulgada pelo governo de que essa reforma foi amplamente discutida, permitindo que as diversas instituições educacionais públicas ou privadas, ou outras entidades de classe, sequer tivessem tempo de organizar a preparação para adoção das diversas medidas impostas.

Creio que a intenção foi boa, mas os que iam realizar o que era programado é que não estavam preparados para receber aquela mudança no currículo. Então, por isso que eu disse, eu não sei, é só Deus sabe como foi essa formação, porque foi feita quase que de improviso não é? Os colégios não estavam preparados e muito menos os professores. Muito menos os professores. De tal modo que ela não surtiu efeito, essa, essa imposição de habilitação não surtiu efeito, tanto que foi revogada pela 7044 que é de outubro de 82, deixando a critério do colégio adotar ou não a habilitação.(JORGELITO CALS DE OLIVEIRA)

O projeto de qualificação da mão-de-obra dentro dos estabelecimentos educacionais ficou seriamente comprometido:

Profissionalização não foi implantada efetivamente na maioria das escolas da rede pública – notadamente as estaduais e municipais – por falta de recursos tendo sido simplesmente descartada pela rede privada devido ao elevado custo.”(GERMANO, 2000, p.187).

No Ceará a questão da educação e as imposições feitas pelo regime militar para a adoção de um ensino de 2º grau voltado para a formação de profissionais para o mercado de trabalho, no advento da reforma de 1971, é tratada através das impressões de dois dirigentes, das principais instituições que naquele instante representavam o comércio local e as indústrias, o CDL118 (Clube dos Dirigentes Lojistas) e a FIEC119 (Federação das Industrias do Estado do Ceará), para onde convergiriam boa parte dos estudantes, escolha apoiada nos diversos cursos técnicos indicados pela reforma, que estavam diretamente ligados a estes dois grandes segmentos da economia local.

A opinião de um representante de setores classistas ligados à economia cearense é fundamental para se analisar o contexto histórico vivenciado pela sociedade cearense quando da vigência da reforma educacional de 1971, estando personalidade supracitada

118 “O CDL foi fundado em 1959 o Clube de Diretores Lojistas, tendo o primeiro presidente, o empresário

Rubens Lima Barros, é uma entidade de classe sem fins lucrativos, reconhecida como de utilidade pública através da Lei Municipal nº3248, 28 de Julho de 1966. Em 1995, através de um movimento encampado pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, passou a ser chamada de Câmara dos Dirigentes Logistas. A Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas do Ceará-FCDL, foi fundada em 05 de Dezembro de 1972. Em uma entidade Civil sem fins lucrativos, com sede e foro na cidade de Fortaleza, constituída pelas Câmaras dos Dirigentes Lojistas do Ceará.” (SITE DA FCDL) (grifo meu)

119A criação da Federação das Industrias do Estado do Ceará, FIEC, era um desejo e uma necessidade

vislumbrada desde o início da década de 1940 pelos industriais do Estado. No entanto, para que fosse concretizado o anseio da classe industrial era necessário que 5 (cinco sindicatos) tomassem parte e assinassem os estatutos sociais da entidade a ser formada e o requerimento a ser dirigido ao Delegado Regional do Trabalho, segundo a legislação sindical em vigor na época.Os cinco sindicatos que contribuíram para a criação da FIEC foram:Sindicato da Industria de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado do Ceará; Sindicato da Construção Civil de Fortaleza; Sindicato da Industria de Calcados de Fortaleza; Sindicato da Industria de Topografia de Fortaleza e Sindicato de Alfaiataria e Confecção de Roupas para Homens de Fortaleza.Finalmente no dia 12 de maio de 1950, foi expedida a carta de reconhecimento da Federação das Industrias do Estado do Ceará, pelo Ministério do Trabalho. Na ocasião ficou a Federação das Industrias do Estado do Ceará – FIEC, integrada por cinco diretores: Presidente – Waldir Diogo de Siqueira; Vice - Presidente – Pergentino Maia; 1º Secretário - Thomaz Pompeu de Souza Brasil Netto; 2º Secretário – Francisco de Assis Philomeno Gomes; Tesoureiro – José Teófilo Gurgel. Em seus 50 anos de existência a Federação das Indústrias do Estado do Ceará – FIEC elegeu oito presidentes: Waldir Diogo de Siqueira – 1950 a 1962; Thomaz Pompeu de Sousa Brasil Netto – 1962 a 1970; José Raimundo Gondim 1967 – 1970; Francisco José Andrade de Silveira 1971 a 1977; José Flávio Costa Lima 1977 a 1986; Luiz Esteves Neto 1986 – 1992; Fernando Cirino Gurgel 1992-1999 e Jorge Parente 1999 -2006. Teve sua sede inicialmente instalada no 3º Andar do Edifício Jangada, à rua Major Facundo nº 253, local onde funcionavam conjuntamente os cinco sindicatos que possibilitaram a criação da entidade cearense.” (SITE DA FIEC) (grifo meu)

pouco envolvida diretamente com as questões burocráticas da área educacional. A educação cearense na visão de Gervásio Pegado120 era elitista, com restrições na oferta de vagas para a escola pública, sinal sem condições, sequer de oferecer escolas em quantidade suficiente para atender a demanda.

Na década de 70 a educação no Ceará era considerada de boa qualidade, apenas era um pouco elitizada e o grande problema da educação ainda persiste de certa forma. Naquele tempo muito mais, era de que a minoria tinha acesso a educação e a grande maioria ficava excluída da educação, porque não só os colégios particulares eram poucos, mas os colégios públicos, escolas públicas também eram muito poucas.(GERVÁSIO PEGADO).

A Reforma Educacional aludida ao que parece não foi devidamente analisada, discutida ou mesmo aprofundada com os diversos segmentos da sociedade civil organizada, sem que para isto se descarte sua importância, se esta tivesse sido aplicada devidamente. A profissionalização se dava através do SENAC e SENAI, que contempla as análises feitas, de que a política de formação técnica para os diversos setores da economia não apresentaram sinais claros de concretização.

Na época tive conhecimento da lei, sem dúvida nenhuma isso deve ter sido uma lei muito interessante e que se cumprida teria um resultado muito bom, muito positivo mais em geral as nossas leis são, são muito boas, são muito, são (dúvida) essa quantidade enorme, mas no geral não são cumpridas. No que eu tenho conhecimento era das escolas profissionais né que existiam na época que a pessoa que saia do ensino fundamental que pegava a escola profissional e eram três as escolas a escola do SENAC, a escola do SENAI e a escola profissional propriamente dita da Treze de Maio que era uma escola muito boa e nelas saíram muitas gente preparada pra ter acesso ao emprego, com certeza. (GERVÁSIO PEGADO)

Na concepção de Francisco José Carneiro121, um dos dirigentes da representação classista ligada ao setor industrial, a ditadura militar exercia o controle sobre as grandes

120 “Um Líder classista por excelência Gervásio Braga Pegado nasceu na cidade de Cajazeiras, município

paraibano, no dia 17 de Outubro de 1922. Iniciou suas atividades comerciais com um pequeno escritório de representações patrocinado por um cunhado de Edson Braga, Dr. José Bandeira com a denominação de Agência Neudson LTDA., de produtos farmacêuticos. Desde cedo, a partir de 1969, se dedicou as causas classistas e juntamente com vários companheiros do comércio como: Clóvis Rolim, Petrônio Andrade, José Afonso Sancho, Romeu Aldguari Rubens Lima Barros, Expedito Leite, Gustavo Silva, Edgar Damasceno entre outros fundaram um Clube de Diretores Lojistas de Fortaleza. Participou ativamente da fundação de várias outras CDL´s, inclusive da Federação em 1972. Foi presidente da CDL-Fortaleza e diretor da Federação, quando difundiu o movimento lojista no interior do estado. Hoje está presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará com mandato 2003-2005”. (FCDL) (grifo meu)

termas e questões nacionais: “Bom, os aspectos políticos nós estávamos ainda sobre os efeitos do governo ditatorial e que grande parte das relações eram controladas por esse governo.”

No que diz respeito à educação, tema enfocado neste trabalho, e direcionado com o objetivo de compreender como a reforma de 1971 foi sendo gradualmente incorporada a estrutura educacional local, Francisco José Carneiro salienta que havia a preocupação de sua entidade com o tema, admitindo que decisões concretas foram tomadas, no sentido de preparar a mão-de-obra cearense para o trabalho, sem que para isto fossem aplicados recursos no sistema educacional público, valendo-se de escolas especiais para essa finalidade.

Antes de mais nada eu quero disser que a, que as federações pelo menos a federação da indústria, é, sempre se empenharam em, promover a educação, tanto a educação como o lazer dos seus usuários. Assim que o SESI na Federação, nós tínhamos o SESI que trabalhava na parte social esse aí mantinha as escolas de 1º grau e o lazer e tínhamos o SENAI, o SENAI que já vinha desde o tempo da fundação das federações por cerca de 1950 por aí. Então no ano de 1970 já ouve realmente uma maior intensidade nesse esforço, porque o SENAI nessa época, construí o SENAI da Barra do Ceará muito grande uma escola de crédito para profissionalizante e o SENAI de Juazeiro que seria na região de Grato, Juazeiro e Barbalha e nós sempre procurarmos colaborar com o governo no sentido de auxiliar no desenvolvimento educacional do povo.

Francisco José Carneiro reafirma ainda o que já vem sendo exposto, a reforma de 1971 sequer foi discutida por diversos segmentos da sociedade, principalmente por aqueles que seriam os maiores beneficiados com essas medidas, no caso, o setor industrial: “Não, ela não foram discutida, essas reformas vinham, vamos dizer assim, de“goela abaixo”. Mas reconhece que qualquer iniciativa no sentido de ampliar a qualificação é bem vinda, não tendo condições de afirmar os resultados imediatos da lei 5692/71 no que se refere à mão- de-obra cearense: “Sem dúvida qualquer educação promove uma melhoria e não resta

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