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Educação permanente: uma necessidade para a enfermeira de centro cirúrgico frente às novas tecnologias

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.5 Educação permanente: uma necessidade para a enfermeira de centro cirúrgico frente às novas tecnologias

As mudanças socioeconômicas forçaram uma grande transformação no estilo de vida e nas concepções sociais enfatizando, assim, o entendimento de que o homem é um ser incompleto e que existe a necessidade de sempre aprender mais. As transformações tecnológicas no mundo contemporâneo têm estimulado o desenvolvimento da educação continuada, no sentido de se rever, atualizar e aumentar conhecimentos e habilidades dos profissionais.

Para os profissionais de enfermagem que atuam em centro cirúrgico, frente ao crescente avanço do conhecimento, faz-se necessária a atualização científica constante visando o aprimoramento desses, em prol do paciente. Para crescer profissionalmente, a enfermeira deve preparar-se para o futuro, será prudente que introduza o aprendizado contínuo em sua vida. Essa concepção incorporada à vida da enfermeira implicará um novo agir profissional e a impedirá de sentir-se excluída do processo de mudanças e de ser desconhecedora, das novas tecnologias.

Como se vê neste estudo, a educação permanente é concebida como educação continuada que é entendida da mesma forma que Lowe, citado por Destro (1995 p. 25), como “toda e qualquer atividade que tem por objetivo provocar uma mudança de atitudes e/ou comportamento a partir da aquisição de novos conhecimentos, conceitos e atitudes”.

Destro (1995, p. 25) reporta que na conferência de Elsinor, a educação continuada foi focalizada como educação de adultos, isto é, “um tipo de educação cursada voluntariamente pelos adultos, com o objetivo de alcançar um desenvolvimento pessoal e profissional”.

Leite e Pereira (1991) assinalam que a Organização Mundial de Saúde (OMS) conceitua “educação contínua como um processo que inclui as experiências posteriores ao adestramento inicial, que ajudam o pessoal a aprender competências importantes para o seu trabalho”.

As autoras reportam a opinião da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) que considera e educação contínua como “um processo permanente que se inicia após a formação básica e está destinada a atualizar e melhorar a capacidade de

uma pessoa ou grupo, frente às evoluções técnico-científicas e as necessidades sociais” Leite e Pereira (1991, p. 149).

Tantas definições de educação continuada levam a pensar que, uma vez que a sociedade torna-se sempre mais dependente do conhecimento, é necessário questionar e mudar certos pressupostos que fundamentam a educação atual.

Para Valente (2001), a aprendizagem é uma atividade contínua, que se inicia nos primeiros minutos da vida, estende-se ao longo dela. O conceito de aprendizagem não é, portanto, restrito ao período escolar, inicia-se na infância e percorre por toda a vida.

Segundo Silva (1989), a continuidade da educação tem dois aspectos importantes. O primeiro é o de que, como os desafios, as tarefas que a sociedade requer do homem durante a sua vida vão se modificando no conteúdo e no significado, isso gera, no indivíduo, a necessidade de desenvolver outras capacidades de ação e de trabalho; o segundo aspecto é o de que existe um interesse de aproveitar, para fins coletivos, a força de trabalho de cada um dos membros de um grupo, e a alteração do grau de desenvolvimento do trabalho implica a necessidade de mais educação para esses membros. Assim, podemos rematar que, onde há sociedade, há educação; prontamente ela é continuada.

Como estratégia para que ocorra a educação e desenvolvimento do trabalhador, é importante a educação no local de trabalho, facilitando, assim, a transformação do potencial do empregado em comportamentos objetivos, além de oferecer condições para que esse interprete e utilize a realidade que o cerca.

Nas instituições de saúde, os serviços de enfermagem, parte integrante das organizações, vêm compreendendo a necessidade de promover oportunidades de ensino para seu pessoal, no sentido de melhorar a prática da enfermagem.

Oguisso (2000) ressalta a importância da atualização dos conhecimentos técnicos, científicos e culturais, considera ser o sinônimo de desenvolvimento profissional.

Para Kurcgant (1991), o ponto de partida, para que a educação do pessoal de enfermagem se torne efetiva, é a enfermagem ter, na filosofia, a crença no valor da educação como um meio de crescimento de seus funcionários, contribuindo para a melhoria da assistência à clientela.

A educação deve ser entendida, pois, como um princípio amplo que percorre toda a vida do indivíduo, garantindo o acesso ao conhecimento, propiciando o desenvolvimento profissional e promovendo a melhoria da qualidade da assistência.

Na enfermagem de centro cirúrgico, a educação continuada é uma ferramenta importante, a fim de inserir o profissional no cenário de mudanças. Portanto, se a enfermeira não busca espaço para a criatividade ou não enfrenta desafios para melhorar a qualidade de sua gerência, corre o risco da estagnação.

Considera-se importante essa prática para o aperfeiçoamento profissional e a satisfação pessoal, pela qual a enfermeira conquista cada vez mais espaço, com assistência qualitativa, humanismo no atendimento e reconhecimento profissional almejados por toda a equipe de enfermagem que assume com responsabilidade a profissão.

Para Oguisso (2000, p. 25), “é inegável que esse aperfeiçoamento trará benefícios diretos para a assistência ao paciente, família, e indiretamente, para toda a equipe de enfermagem e a instituição”.

Ademais, a educação continuada é uma necessidade para a enfermeira de centro cirúrgico, no desenvolvimento de sua postura crítica, autoavaliação, autoformação, autogestão, promovendo, assim, os ajustes necessários no sentido de trabalhar as diferenças existentes na equipe de enfermagem, na transmissão de saberes e do saber-fazer in locus, continuamente, traduzindo-se numa prática social que mobiliza todas as possibilidades e saberes dos atores sociais envolvidos.

Este novo agir profissional da enfermeira de centro cirúrgico a levará a desenvolver a competência continuada, por meio da cooperação, participação, responsabilidade, capacidade decisória e de intervenção.

3.6 A enfermeira na gerência de centro cirúrgico: a prática da humanização e