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Efeito Parental no envolvimento da escolaridade dos educandos e Papel do Diretor de

3. Análise e Discussão dos Resultados

3.4 Efeito Parental no envolvimento da escolaridade dos educandos e Papel do Diretor de

Vários investigadores (Sá, 1997; Marques, 2002; Zenhas, 2006; Boavista, 2010), atribuem ao DT uma posição privilegiada na organização escolar, na dinâmica da própria escola e da sociedade. De entre várias competências, efetuar a ligação escola-família e envolver a família na escolaridade dos educandos são consideradas como relevantes (Boavista, 2010; Zenhas, 2006; Sá 1997). Também já vimos que cada DT pode ter a sua própria forma de desempenhar o seu papel principalmente no que se refere à relação com os EE assim, desenvolvemos a análise apresentada ao longo do trabalho no sentido de responder à questão: existe uma relação entre os perfis de envolvimento dos EE e a forma como o DT executa o cargo?

Desta forma, confrontamos, agora, o perfil de envolvimento dos EE de cada turma com o “perfil” do DT, relativamente à maneira como este desempenhou o cargo e se relacionou com as famílias dos alunos, com o objetivo de verificar como se articulam.

Quadro 30 – Perfil de envolvimento dos EE e papel do DT

Turma Perfil de envolvimento dos EE Desempenho do DT

1

Encarregados de Educação consideram acompanhar, apoiar e controlar os educandos no que se refere a assuntos escolares, em casa. Estes comparecem às reuniões, nas quais recebem informação sobre o desempenho dos educandos e através das quais é que têm conhecimento de faltas de TPC e dos resultados das fichas de avaliação. Estes EE delegam nos educandos a responsabilidade de controlarem o próprio estudo e a realização dos TPC.

DT que sensibilizava os EE para a importância do acompanhamento e controlo da escolaridade, contactando-os apenas quando necessário.

2

Encarregados de Educação consideram acompanhar, apoiar e controlar os educandos no que se refere a assuntos escolares, em casa. Estes comparecem às reuniões, nas quais recebem informação sobre o desempenho dos educandos e através das quais é que têm conhecimento de faltas de TPC e dos resultados das fichas de avaliação. Estes EE delegam nos educandos a responsabilidade de controlarem o próprio estudo e a realização dos TPC.

DT que sensibilizava os EE para a importância do acompanhamento escolaridade, contactando-os apenas quando necessário, deixando para eles a tomada de iniciativa quanto ao controlo do estudo e dos TPC, entre outros.

3

Encarregados de Educação que consideram acompanhar, em casa, algumas vezes os educandos no que se refere a assuntos escolares. Sendo, no entanto, assíduos às reuniões de entrega de avaliação.

DT que sensibilizava os EE para a importância do acompanhamento e controlo da escolaridade, mantendo contacto com eles de forma a responsabilizá-los.

4

Encarregados de Educação que não apoiam frequentemente os educandos no estudo e realização de TPC e outros trabalhos, mas que contudo, os acompanham e controlam frequentemente no que se refere ao seu desempenho escolar quer em casa, quer a partir da escola.

DT que estava a par do interesse, controlo e acompanhamento da escolaridade dos educandos manifestados pelos EE e que os apoiavam, contactando-os apenas quando necessário.

5

Encarregados de Educação que apoiam, acompanham e controlam frequentemente o desempenho escolar dos educandos, quer em casa, quer a partir da escola.

DT que estava a par do interesse, controlo e acompanhamento da escolaridade dos educandos manifestados pelos EE e que reforçavam constantemente esse acompanhamento estando ainda frequentemente em contacto com eles.

6

Encarregados de Educação consideram acompanhar, apoiar e controlar os educandos no que se refere a assuntos escolares, em casa. Estes comparecem às reuniões, nas quais recebem informação sobre o desempenho dos educandos e através das quais é que têm conhecimento de faltas de TPC e dos resultados das fichas de avaliação. Estes EE delegam nos educandos a responsabilidade de controlarem o próprio estudo e a realização dos TPC.

DT que sensibilizava os EE para a importância do acompanhamento e controlo da escolaridade, contactando-os apenas quando necessário.

Ao analisar quadro 30, pudemos identificar semelhanças e diferenças relativamente à forma de atuar do DT e o perfil de envolvimento dos EE da turma. Assim, verificámos que, de uma forma global, temos turmas nas quais os EE consideraram acompanhar os educandos nos assuntos escolares algumas vezes e DT que os sensibilizaram para esse acompanhamento e envolvimento, nomeadamente as turmas 1,2,3 e 6. As turmas 4 e 5 são as que se destacam por um envolvimento mais frequente (de acordo com os dados dos EE e DT analisados anteriormente), havendo, no entanto, diferenças quanto à atuação dos DT. O DT4 sabe que os EE se envolvem, contudo limita-se a acompanhar esse envolvimento, neste caso falamos em “limita-se” ao compararmos com o DT5 que para além de acompanhar o envolvimento parental, tenta ele próprio envolver ainda mais os EE.

Esta análise remete-nos para Diogo (2002) que indica três tipos diferentes de envolvimento parental que são visíveis de, certa forma, nos perfis por nós identificados, nomeadamente as turmas 1, 2, 3,e 6 apresentam características dos tipos de envolvimento dois e três da autora, enquanto que as turmas 4 e 5 apresentam características do tipo de envolvimento um.

Relativamente à visão que alguns DTs têm dos EE, podemos ver que traduz uma concepção apontada nas Tipologias de Pais de Stoer e Cortesão (2005). A perspetiva dos DT 4 e 5 abrange o conceito de “pai colaborador”, quanto ao DT6, a perspetiva deste enquadra os respetivos EE na tipologia de “pai indiferente/pai hostil”. Contudo, no que se refere aos EE das turmas 1, 2 e 3, não encontramos correspondência direta na tipologia referida, uma vez que não são “pais colaboradores” ou “pais parceiros”, pois não mantêm uma relação próxima com a escola, porém apesar de terem pouco contacto com a escola, os DT não os viam como indisponíveis, ao invés disso, quando convocados compareciam na escola e a maior parte lia as informações transmitidas na caderneta, o que não os identifica como “pais indiferentes/pais

Capítulo IV

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