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EFEITOS CAUSADOS POR ERROS DE INSTALAÇÃO

2.3. ANEMOMETRIA PARA DETERMINAÇÃO DE POTENCIAL EÓLICO

2.3.1. BOAS PRÁTICAS DE INSTALAÇÃO DE TORRES DE MEDIÇÃO

2.3.1.4. EFEITOS CAUSADOS POR ERROS DE INSTALAÇÃO

Vários problemas podem ser reportados em função de critérios errados no projeto da torre anemométrica. Dentre alguns exemplos de problemas relacionados a esses problemas, se pode citar: anemômetros mal especificados, anemômetros não calibrados, suportes com dimensões erradas, efeito de sobra causado por sensor instalado em posição oposta, presença de obstáculos localizados em pontos muito próximos as torres de medição, localização errada

dos suportes dos sensores em relação à direção preferencial do vento entre outras (AMMONIT, 2000).

As figuras 29 e 30 apresentam um setup de montagem e os efeitos nos dados de vento, respectivamente, onde o suporte não apresenta altura suficiente para livrar o anemômetro do efeito causado no fluxo de vento (RISO, 2010).

FIGURA 29. Indicação errada de suporte para instalação de anemômetro.

FIGURA 30. Efeito nos dados por interferência de suporte

A figura 31 apresenta um setup de montagem de acordo com a norma e a Figura 32 apresenta o resultado indicando que não há efeito nos dados de vento (RISO, 2010).

FIGURA 31. Indicação correta de suporte para instalação de anemômetro.

FIGURA 32. Efeito nos dados por sem interferência de suporte.

Outros efeitos podem estar relacionados à instalação do suporte em regiões ao redor da torre onde há desvio expressivo do fluxo de vento. Por meio da análise da Figura 10, que

treliçada, foi possível determinar que para torres treliçadas, os suportes devem estar preferencialmente a 90° em relação à direção preferencial do vento, enquanto a tubular preferencialmente deve estar a 45°.

Um dos problemas relacionados à instalação de torres está relacionado ao efeito de sombra provocado por sensores instalados em posições diametralmente opostas. A Figura 33 apresenta um esquema de uma torre treliçada de seção triangular com suporte de aproximadamente 1,2 m, tendo essa torre dois anemômetros de copos distantes aproximadamente de 2,5 m nos suportes. A Figura 34 apresenta o efeito de sombra causado por esse tipo de instalação quando a direção do vento apresenta-se em diferentes ângulos (PETERSEN, 1998).

FIGURA 33. Esquema de torre treliçada com suportes instalados diametralmente opostos.

O resultado plotado na Figura 34 refere-se à razão entre os dados dos dois anemômetros instalados, o que indica que nos ângulos de maior efeito, um anemômetro terá seu resultado da relação incrementado enquanto do outra diminuída.

Outros problemas podem ser observados por meio da análise dos dados de vento plotados, e não são necessariamente motivados pela instalação, mas sim por problemas no próprio sensor, problemas causados por descargas atmosféricas provocando queima de sensores e alterações de offset ou slope dos sensores entre outros. As figuras 35 a 38 apresentam gráficos com dados de vento plotados indicando problemas relacionados à: valores fora da faixa esperada de dados, alterações de offset, dados zerados e dados de vento congelados.

FIGURA 35. Dado de vento com valor fora da faixa de medição esperada.

FIGURA 36. Dado de vento com alteração de offset.

FIGURA 37. Dado de vento com valores zerados. FIGURA 38. Dado de vento com valores

congelados.

Na figura 35 observa-se que no início do mês 08, um valor de velocidade do vento indica um valor de aproximadamente 100 m/s, totalmente fora dos valores esperados para a série apresentada. Na figura 36, onde o dado plotado é da direção do vento, observa-se que até o

mês 15 a média apresentava-se em torno de 100°. Após um período sem dados, os novos registros apresentam média alterada para 150° caracterizando uma mudança brusca nos valores de direção. A Figura 37 apresenta valores de velocidade do vento com dados zerados por um longo período do mês 08 também não representando uma característica para a séria que se apresenta, onde as médias de vento estão em torno de 9 m/s. A Figura 38 mostra dados de direção onde os valores encontram-se congelados por um longo período, não configurando um comportamento natural do vento.

Nesses casos a recomendação é a retirada desses dados da séria para que não provoquem desvios na análise final dos dados de medição.

Outros problemas em relação à medição podem ser causados por:

o Problemas de vandalismo – É bastante comum, em zonas mais remotas o roubo de componentes da torre como painéis solares e baterias. No entanto também são reportados problemas relacionados a puro vandalismo como apedrejamento de painéis solares, quebra de sensores e num caso extremo, o roubo da própria torre; o Conexões - Apresenta-se com freqüência em áreas litorâneas. É conseqüência da

oxidação das conexões provocando isolamento e mudança no sinal medido;

o Baterias e painel solar - A perda da capacidade da carga de baterias é conhecida e dessa forma é recomendada a troca das baterias com certa freqüência ou quando houver necessidade, além de problemas relacionados ao mau funcionamento do painel solar com perda de geração;

o Intervenção por equipe com pouca experiência; o Problemas de comunicação;

o Outros.

Mesmo que várias análises sejam feitas e reportadas na descrição de problemas de medição, ainda assim é possível se deparar com algo inusitado que somente numa visita ao local da torre poderia revelar. A Figura 39 apresenta o topo de uma torre onde estão instalados um anemômetro de topo, uma biruta e o sistema de proteção contra descargas atmosféricas. A visita a essa torre foi motivada por ter sido observado que os dados de direção do vento apresentam período onde os dados ficavam congelados por longos períodos ao longo do dia. Durante a visita foi observado que a causa estava relacionada aos pássaros do local que usavam a estrutura da torre como ponto de descanso.

FIGURA 39. Medidor de direção com dado alterado por pássaro.

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