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Planos de Ação Estratégica

N. º de ações º de formandos

2.2 Implementação dos Planos de Ação Estratégica pelas Escolas

2.2.2 Eficácia das medidas do Plano de Ação Estratégica

O PNPSE assumiu como uma das suas linhas motrizes de intervenção a necessidade de apoiar as Escolas numa ação sistémica e dinâmica de diagnóstico, intervenção, avaliação e retroalimentação do processo decisório com base em evidências. O II Ciclo de Seminários Regionais teve como objetivo, entre outros que adiante se descreverão, o de impulsionar as organizações escolares neste sentido. Consequentemente, todas as escolas foram estimuladas a darem testemunho da sua prática pedagógica e/ou organizacional mais eficaz para a promoção do sucesso escolar, prática essa inserida nas medidas adotadas no seu PAE e, cuja eficácia pudesse ser documentada através de evidências.

Para efeitos de análise da eficácia das medidas PAEki passou a considerar-se a distribuição territorial de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) abrangendo, deste modo a AML e restante território de Lisboa e Vale do Tejo. A categorização das medidas do PAE, a que aludimos na figura 9, foi alvo de reagrupamento, para maior facilidade de classificação dos testemunhos das escolas, em apenas seis categorias, a saber, medidas: i) organizacionais (que incluem as medidas anteriormente denominadas por “Flexibilidade Organizacional e Pedagógica”); ii) pedagógico- didáticas (quando se referem a medidas de âmbito de sala de aula, agregando as medidas anteriormente denominadas por “Ambientes Digitais” e “Avaliação”); iii) de regulação colaborativa (que incluem as medidas anteriormente denominadas por “Supervisão e Observação Interpares” e “Transversalidade e Articulação Curricular”); iv) sociocomportamentais (que integram as medidas anteriormente denominadas por “Equipas Multidisciplinares Integradas”, “Apoio Tutorial Específico” e “Envolvimento e Educação Parental”); v) curriculares (quando se referem a medidas de âmbito disciplinar, que incluem as medidas anteriormente designadas por “Flexibilidade Curricular e Metodológica” e “Enriquecimento e Reforço Curricular”); optou-se, ainda, pela manutenção da categoria vi) “Outras medidas” que incluem sobretudo intervenções no pré-escolar e medidas de auscultação de alunos para tomadas de decisão.

Figura 11. Medidas dos planos de ação estratégica, por região (N=2913)

Fonte: PNPSE No universo das 2913 medidas, definidas pelas Escolas como essenciais para a promoção do sucesso escolar, constata-se que em todas as regiões as medidas de natureza curricular tiveram uma maior expressão relativa apresentando-se, em conjunto com as medidas organizacionais, como as mais escolhidas e aparecendo esta conjugação como maioritária no Alentejo e no Algarve. Com cerca de 30% de intervenções, as medidas relacionadas com a regulação colaborativa e pedagógico-didáticas aparecem como o segundo conjunto de práticas preferidas para promover o sucesso escolar. Medidas com características sociocomportamentais surgem em último lugar, representando entre 10% a 14% do total de intervenções escolhidas. Constata- se, deste modo, alguma convergência no que respeita à importância dada em todas as regiões à hierarquização na adoção de medidas promotoras de sucesso

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escolar que, em todos os casos seguiram um alinhamento através do qual se revela uma preferência de medidas curriculares e pedagógicas seguidas de medidas de caráter pedagógico-didáticas, de regulação colaborativa e, por fim, de natureza sociocomportamentais.

Figura 12. Medidas dos PAE, por região, consideradas pelos Escolas como as mais eficazes (N=519)

Fonte: PNPSE A análise da figura 12 revela que quando desafiadas a escolher a medida mais eficaz com base em evidência a escolha recai, mais uma vez, sobre as medidas organizacionais e curriculares oscilando o conjunto destas medidas entre 57% (na região Norte) e 75% (no Alentejo).

Representando cerca de um terço das medidas eficazes os projetos de natureza organizacional englobam as coadjuvações (por vezes denominadas como trabalho colaborativo em sala de aula), os grupos temporários de homogeneidade relativa (GTHR) e os centros para apoio educativo para melhor gestão do apoio pedagógico diferenciado.

Perto de alcançarem, também, um terço das medidas evidenciadas como mais eficazes as ações de natureza curricular mencionadas integram atividades como a intervenção precoce ao nível do Português, das áreas curriculares de Matemática e ciências experimentais. Assinalam- se ainda, como exemplo de medidas curriculares listadas como mais eficazes, intervenções relacionadas com a pedagogia diferenciada, estratégias inovadoras, métodos alternativos de iniciação à leitura e escrita e educação para o empreendedorismo.

As medidas de natureza pedagógico-didática surgem em terceiro lugar de prioridade como as mais eficazes. Nestas medidas inserem-se questões relativas à avaliação das aprendizagens, tais como, a realização de testes em comum, diversificação de instrumentos para avaliação das aprendizagens e aperfeiçoamento de mecanismos de monitorização para maior envolvimento dos alunos nos processos de avaliação. As medidas pedagógico-didáticas abarcam ainda o uso de recursos digitais em sala de aula, nomeadamente o uso de tablet, a criação de Salas do Futuro, Laboratórios de Aprendizagem (funcionando como salas multidisciplinares) e estratégias variadas recorrendo a recursos das Tecnologias de Informação e Comunicação. Saliente-se o facto de o Algarve ser a única zona do país que não menciona intervenções nesta tipologia, provavelmente, por saber não poder contar com os recursos dos Municípios e da CIM dado não terem sido candidatadas medidas de combate ao insucesso escolar, no âmbito do CRESC Algarve.

Medidas com caráter de regulação colaborativa evidenciam-se como as mais eficazes, a seguir às didático-pedagógicas. Para além da supervisão e observação entre pares (visando o desenvolvimento profissional através da reflexão sobre as práticas), destacam-se os procedimentos de transversalidade e articulação curricular onde se incluem: o trabalho colaborativo entre ciclos, o reajustamento do currículo para integração plena dos alunos com Necessidades Educativas Especiais na dinâmica escolar, a

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articulação vertical no interior da disciplina, a planificação de forma colaborativa e reflexiva, a promoção da transdisciplinaridade e o aprofundamento do trabalho colaborativo dentro da sala de aula através de coadjuvações ou GTHR.

Por fim, é referida a eficácia verificada das medidas sociocomportamentais apresentando estas maior expressão nas regiões do Algarve e do Centro sendo residuais no Alentejo. Destacam-se nestas atividades a mediação de conflitos, a criação ou aprofundamento do trabalho realizado pelos gabinetes de apoio ao aluno e à família e ações para reforçar dinâmicas de envolvimento parental.

Figura 13. Evidências das medidas consideradas pelas Escolas como mais eficazes nos PAE, por região

e categoria de indicadores (N=519)

Fonte: PNPSE

Figura 14. Evidências das medidas consideradas pelas Escolas como mais eficazes nos PAE, por região,

suportadas em indicadores de resultados (N=519)

Fonte: PNPSE A escolha da medida mais eficaz baseada em evidências educativas induziu as Escolas à reflexão sobre o tipo de indicadores demonstrativos das práticas mencionadas. A figura 13 revela que a larga maioria escolheu evidências baseadas em indicadores de resultado. Do cruzamento com a figura 14 emerge a informação de que estes indicadores de resultado são suportados, sobretudo, por dados recolhidos na avaliação interna e na avaliação de progresso dos processos de aprendizagem surgindo, posteriormente, os resultados das avaliações externas.

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Figura 15. Evidências das medidas consideradas pelas Escolas como mais eficazes nos PAE, por região

suportadas em fontes documentais (N=519)

Fonte: PNPSE As evidências sustentadas em fontes documentais tiveram uma expressão relativa entre 17% e 36% na escolha das medidas mais eficazes (figura 13). A observação da figura 15 mostra- nos que as escolas das regiões do Algarve, Alentejo e Norte escolheram, em larga maioria, as atas e os relatórios/memorandos como indicadores das fontes documentais que firmam as evidências recolhidas. As regiões do Centro e de Lisboa e Vale do Tejo apontam as grelhas de observação e os dados de perceção (recolhas realizadas, nomeadamente, através de inquéritos/questionários) como os indicadores documentais em que escoram as evidências das práticas eficazes.

Figura 16. Evidências das medidas consideradas pelas Escolas como mais eficazes nos PAE, por região,

suportadas em indicadores de realização (N=519)

Fonte: PNPSE

Entre 5% a 16% das práticas mais eficazes foram apoiadas em evidências de realização como constatado na figura 13. Verifica-se uma enorme heterogeneidade, por região, na escolha dos indicadores que asseguram este tipo de evidências como se infere a partir da figura 16. O Algarve sustenta metade das evidências de realização com indicadores relativos ao número de ocorrências e a outra metade com indicadores relacionados à participação em atividades e número de atividades realizadas. Destaca-se, nesta região, o facto de ser a única em que o número de atividades experimentais como evidência de realização não tem qualquer expressão. O Alentejo apresenta dados relativos semelhantes em indicadores de utilização de espaços e materiais, participação em atividades, número de atividades realizadas e número de atividades experimentais. A região de Lisboa e Vale do Tejo lista o número

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de reuniões e o número de ocorrências como os indicadores claramente maioritários que apoiam as evidências de realização. A região Norte elenca a participação em atividades e o número de atividades realizadas como os seus indicadores maioritários. Já a região do Centro se caracteriza por uma dispersão por quase todos os indicadores com algum destaque para o indicador relacionado com o número de reuniões realizadas.

Verifica-se, ainda, que o indicador de realização menos pautado na figura 16 é o referente ao número de observações interpares, sendo mesmo inexistente no Algarve e na região Centro. Tendo em conta que as medidas de regulação colaborativa foram escolhidas de 10% a 14% como as mais eficazes em todas as regiões (figura 13), poderá este dado indiciar que o número de observações de aulas para supervisão e observação entre pares não foi devidamente registado pelas Escolas ou então que a transversalidade e articulação curricular se sobrepôs como prática mais eficaz nas atividades categorizadas como medidas de regulação colaborativa.

O histórico que antecede a conceção dos PAE até ao momento da sua implementação e monitorização, encontra-se ilustrado em uma timeline, disponível em http://pnpse.min-educ.pt/node/63.

Capítulo III

Planos Integrados e