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Eficiência Energética em Edifícios

2. Capítulo 2 – Materiais de Isolamento Térmico

2.3. Eficiência Energética em Edifícios

2.3.1. Consumo energético

O simbólico gesto de ligar uma televisão, um computador, fazer um jantar, utilizar o carro, tomar banho, entre outros atos comuns do nosso dia-a-dia, significa que estamos a utilizar energia. Então rapidamente se chega à conclusão que a energia é um bem essencial na nossa vida quotidiana.

A energia chega-nos após ter ocorrido um longo processo de transformação. Nesse processo, parte dessa energia é desperdiçada e a que chega ao consumidor nem sempre é devidamente aproveitada.

A maior parte da energia usada provém de combustíveis fósseis como o carvão, o gás ou o petróleo. As reservas destas matérias-primas têm vindo a diminuir de forma crescente. A sua utilização excessiva aumenta a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, provocando o fenómeno de efeito de estufa, e que é prejudicial em termos ambientais.

Segundo EDP [4], cerca de 85% da energia que consumimos é importada e de origem fóssil, assim, Portugal só produz 15% de energia, o que o torna num dos países mais dependentes de energias fósseis importadas, causando uma instabilidade na economia Portuguesa.

Assim sendo, a utilização pouco eficiente da energia pode comprometer o nosso estilo de vida e o nosso futuro. Por isso, é necessário encontrar novas soluções para o uso eficiente da energia.

Após uma análise do Inquérito ao Consumo de Energia realizado no Setor Doméstico em 2010 (ICESD 2010) [5] verifica-se que o setor doméstico é o terceiro maior consumidor de energia. Porém, este setor tem sofrido grandes alterações. Umas delas é o exemplo da lenha que até 2002 predominava como a fonte de energia mais consumida, dando lugar à eletricidade que passou a dominar a partir de 2003. Este aumento está associado ao alargamento do conforto térmico e ao crescimento do número de equipamentos elétricos disponíveis nas habitações. Um dado curioso é que 99,9% dos alojamentos estudados utiliza a eletricidade como a principal e a mais comum fonte de energia no setor doméstico. Esta realidade é justificada pelo facto da maioria dos equipamentos serem elétricos.

Capítulo 2 - Materiais de Isolamento Térmico

Foi também demonstrado no ICESD 2010 [5] que 78,3% do total de alojamentos que compõem o universo deste inquérito, utilizaram equipamentos para aquecimento do ambiente, e que o principal equipamento utilizado é o aquecedor elétrico, com uma incidência de 61,2%.

Este valor traduz-se num consumo significativo de energia, principalmente na fatura dos consumidores.

2.3.2. Eficiência Energética

Verifica-se que o aumento do conforto habitacional provoca um aumento do consumo de energia.

Para combater este gasto, foi criado um conjunto de ações e medidas com o objetivo de efetuar uma utilização mais racional da energia. Medidas essas, tal como por exemplo, a utilização de menos energia para produzir o mesmo, produzir mais com a mesma energia e inovar nos processos e nos produtos para produzir mais e melhor com menos utilização de energia [6].

Sendo que a preocupação com a qualidade de vida aumenta, bem como a melhoria e preservação do meio ambiente, surge assim o conceito de sustentabilidade no final da década de 80 através do relatório de Brundtland, definindo desenvolvimento sustentável como uma garantia de atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras atenderem também às suas [7].

Pode-se assim dizer que a eficiência energética corresponde à redução do consumo de energia, sem corresponder implicitamente à diminuição do conforto e da qualidade de vida, protegendo assim o meio ambiente e promovendo a sustentabilidade do fornecimento de energia [8].

Sendo o setor da construção, um dos principais responsáveis da exploração dos recursos naturais e da utilização da energia, torna-se portanto imprescindível arranjar soluções que contrariem esta realidade. Uma das principais políticas implementadas é a construção sustentável, podendo ser interpretada como sendo o desenvolvimento de novos materiais, capazes de satisfazer as necessidades da indústria da construção, de uma forma sustentável.

Capítulo 2 – Materiais de Isolamento Térmico

Passa pela produção de materiais obtidos através de resíduos, a partir de fontes renováveis, materiais mais duráveis, recicláveis e de baixo consumo energético [9].

Sendo assim, uma das principais preocupações dos projetistas aquando da construção de edifícios é a eficiência energética que os mesmos irão apresentar ao longo do seu tempo de vida útil, tendo em conta que o grave problema de Portugal é ser altamente dependente energeticamente do exterior [1].

Já que o setor da construção civil é um dos principais responsáveis pelo consumo de energia, surge o Decreto-Lei 118/2013 de 20 de Agosto que estabelece os requisitos de desempenho térmico e energético, assim como a metodologia de caracterização do desempenho dos edifícios. Visa assegurar e promover a melhoria do desempenho energético dos edifícios através do Sistema Certificação Energética dos Edifícios (SCE) que integra o Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios de Habitação (REH) [10].

Neste contexto, o RCCTE foi o primeiro instrumento legal a ser aplicado em Portugal. Foi aprovado pelo Decreto-Lei nº40/90, de 6 de Fevereiro impondo requisitos ao projeto de novos edifícios e de grandes remodelações por forma a salvaguardar a satisfação das condições de conforto térmico nesses edifícios sem necessidades excessivas de energia quer no Inverno quer no Verão. A imposição desta legislação veio constituir um marco significativo na melhoria da qualidade da construção em Portugal. Assim é possível verificar que os consumidores podem beneficiar de melhores condições de conforto a custos mais reduzidos [11]. No atual enquadramento regulamentar, os edifícios de habitação são abrangidos pelo Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios de Habitação (REH), pela Portaria nº349-B/2013 [10].

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