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3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

3.3 Eficiência Energética no Brasil

Atualmente no Brasil é possível selecionar inúmeras iniciativas em EE, elas podem ser do setor privado ou de instituições públicas. Abaixo tem-se 15 das mais importantes dessas iniciativas (Estudo de Eficiência Energética, 2019).

Tabela 1 - Lista de Iniciativas de Eficiência Energética 1 Agenda Ambiental na Administração Pública - A3P

2 Transformação do Mercado de Eficiência Energética no Brasil - Projeto 3E 3 Projeto Brasil-Alemanha de Fomento ao Aproveit. Energ. de Biogás no Brasil (PROBIOGÁS) 4 Projeto de Eficiência Energética em Sistemas de Abastecimento de Água (ProEESA) 5 Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS)

6 Programa Desenvolvimento Produtivo 7 Programa Brasil Mais Produtivo (B+P) 8 Programa Inovar-Auto

9 Programa Sistemas de Propulsão Eficiente – PROMOB-e 10 Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) – Inmetro 11 Sistema Esplanada Sustentável (SIsPES)

12 Central de Compras e Contratações (CENTRAL) 13 Planos de Gestão de Logística Sustentável (PLS)

14 Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública (CISAP) 15 EE: recomendações de ações de CT&I em segmentos da ind. Selec. - Celulose e Papel

3.3.1 Lei de eficiência energética

A Lei nº 9991, de 24 de Julho de 2000 dispõe sobre a realização de investimentos em pesquisa e desenvolvimento e eficiência energética por parte das empresas concessionarias, permissionárias e autorizadas do setor de energia elétrica. A Lei nº 9991, de 24 de Julho de 2000 foi regulamentada pelo Decreto nº 3867, de 16/07/2001.

A Lei nº 9991/2000 decretou que as concessionárias e permissionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica são obrigadas a aplicar, anualmente, o montante de, no mínimo, setenta e cinco centésimos por cento de sua receita operacional líquida em pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico e, no mínimo, vinte e cinco centésimos por cento em programas de eficiência energética no uso final.

Em resumo, a Lei nº 9991/2000 impôs valores mínimos de investimentos que devem ser feitos por empresas de diversos setores relacionados à energia elétrica, em pesquisa e desenvolvimento.

Entretanto, as alterações que foram introduzidas pela Lei de eficiência energética criaram demandas, exigindo estrutura e conhecimento que as empresas do setor elétrico não possuíam, devido ao histórico reduzido de desenvolvimento de pesquisas em P&D no Brasil. Poucas empresas possuíam tradição de investimento em P&D antes da lei.

3.3.2 Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica

A preocupação com as fontes energéticas no Brasil não começou nos últimos anos, essa preocupação já tem mais de 40 anos, ela surgiu com os choques do petróleo em 1973-74 e 1979-1981. Com relação a energia elétrica, em 1985 foi criado o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), inicialmente sua atuação esteve mais voltada para a publicação e distribuição de manuais destinados à conservação de energia elétrica, ou seja, voltada para a conscientização geral. Além da conscientização também houve algumas adequações de legislação e normas técnicas, porém apenas a partir de 1990 o PROCEL iniciou projetos de demonstração e cursos técnicos.

Após mais de 30 anos de programa é notório o quão importante se tornou o PROCEL para o desenvolvimento de novas tecnologias, mais eficientes e com preços atrativos. Uma iniciativa que é fundamental para que essa modernização tecnológica tenha mais visibilidade é o programa de etiquetagem e prêmios.

O programa do Selo Procel de Economia de Energia ou simplesmente Selo Procel foi instituído pelo Decreto Presidencial de 08 de dezembro de 1993. Este programa tem como intuito direcionar os consumidores aos produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria. Com esse direcionamento também é estimulado a criação, fabricação e comercialização de produtos mais eficientes, assim como as tecnologias que possibilitam essa maior eficiência.

Figura 10 - Selo Procel

Fonte: Site Procelinfo, 2019

3.3.3 Projeto de Eficiência Energética em Sistemas de Abastecimento de Água

Projeto de Eficiência Energética em Sistemas de Abastecimento de Água (ProEESA) tem como objetivo aproveitar o potencial de economia existente nos sistemas de abastecimento. As empresas de saneamento possuem um gasto energético extremamente alto, dados do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS) de 2017 mostram que neste ano, as despesas com energia elétrica das empresas prestadoras de serviço de saneamento atingiram R$ 5,26 bilhões (Figura 14), consumindo 12,6 TWh, esta quantidade de energia é equivalente ao consumo doméstico anual de cerca 18,2 milhões de habitantes no Brasil.

Figura 11 – Consumo Anual de Energia Elétrica no Saneamento

Fonte: SNIS

O foco em relação a todo esse potencial econômico existente no setor de saneamento é, que em médio prazo, gerar economias consideráveis nas despesas com eletricidade, diminuindo o consumo de energia elétrica e diminuindo as perdas de água. O ProEESA foi instituído em uma parceria entre a Secretaria Nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional e o Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha, esta parceria teve respaldo da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável – Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ).

Em 2016 um modelo foi concebido pelo ProEESA para demonstrar a sua viabilidade na prática, nele foi considerado uma cidade de 75.000 habitantes, com instalações de saneamento projetadas e construídas há 40 anos que não receberam nenhuma atualização, portanto não acompanharam o crescimento da cidade, funcionando acima da sua capacidade. O funcionamento acima da sua capacidade nominal faz com que o sistema opere 24h por dia, inclusive em hora de ponta, o que gera mais um acréscimo nos gastos. Para solucionar o desperdiço energético várias interversões são propostas, com estas intervenções no modelo é possível chegar a vários dados, economias de potência (kW), economia de consumo de energia (kWh) valor do investimento e o payback.

A seguir são expostas as intervenções propostas e seus resultados de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, mostrados nas tabelas 2, 3 e 4.

Tabela 2 - Intervenções no modelo do ProEESA Local da

Intervenção Objetivo Intervenções

Rede de Distribuição

Redução de perdas reais e aparentes

Implantação de válvulas redutoras de pressão;

Substituição da rede de distribuição; Implantação de micromedidores em todas unidades consumidoras; Substituição de hidrômetros antigos. Reservatório

Apoiado

Eliminação bombeamento

horário de ponta Ampliação do volume de reservação.

Adutora de água tratada e água bruta

Redução da energia

necessária para recalque de água

Substituição com aumento do diâmetro das adutoras. Elevatória de água tratada e água bruta Redução do consumo energético

Substituição das motobombas instaladas por conjuntos de maior eficiência com adequação da potência ao novo sistema instalado.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Regional

Tabela 3 - Resultado Energético das Intervenções no modelo do ProEESA

Energia Global Economizada (MWh/ano) Demanda Global Economizada (kW)

Total Ponta Fora de ponta Total Ponta Fora de ponta

3.805 645 1.991 626 442 626

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Regional

Tabela 4 - Resultado Econômico das Intervenções no modelo do ProEESA Investimento

Custo Evitado Payback

R$ 25,6 milhões R$ 3,5 milhões/ano 7,3 anos Fonte: Ministério do Desenvolvimento Regional

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