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North (1990) considera fatores externos à organização para conceituar o que seria eficiência a partir de uma análise macroeconômica, conceituando-a como a capacidade de gerar um arranjo institucional que maximize a produção, dado um certo estoque de recursos e tecnologia. Morales Junior (2000) advoga a mesma ideia, ou seja, um arranjo físico eficiente dependente da dinâmica política e cultural da sociedade.

Tem-se na literatura três conceitos de eficiência: produtiva, distributiva e alocativa. O primeiro consiste na utilização, com máximo rendimento e menor custo, da planta produtiva instalada e respectiva tecnologia. O segundo refere-se à capacidade de eliminação, por meio de concorrência ou de outro dispositivo, de rendas monopolísticas ou outros ganhos temporários por parte de agentes individuais. O terceiro relaciona-se à melhor forma de alocar os recursos (POSSAS, PONDÉ e FAGUNDES, 1996). Geralmente a interpretação dada para eficiência é técnica ou produtiva (FARID, 1998 apud ABEL, 2000).

Wilhelm (2000) define a eficiência técnica com uma comparação entre os níveis de input e output observados com os níveis de input e output ótimos, ou seja, a razão entre a produção observada e o potencial máximo atingível. Têm-se, então, duas perspectivas de eficiência técnica, na qual uma busca aumentar a produção (outputs) e a outra reduzir os insumos (inputs). A partir daí pode-se estabelecer um paralelo entre os conceitos de eficiência técnica e eficiência produtiva.

Para Varian (1992), a eficiência técnica trata da relação entre input e output do mesmo sistema de macro atividades e o objetivo principal pode ser produzir mais output com

a mesma quantidade de input ou produzir a mesma quantidade de output utilizando uma quantidade de input menor.

O critério de eficiência na produção está associado aos conceitos de racionalidade econômica e de produtividade material e revela a capacidade da organização de produzir um máximo de resultados com um mínimo de recursos (BELLONI, 2000).

Deve ser considerado, também, que uma unidade produtiva que opera com mais eficiência possui chances de incrementar sua produtividade. A produtividade de uma organização é um conceito associado às quantidades dos recursos empregados para realizar suas atividades e às quantidades de resultados gerados por essas atividades. A produtividade varia de organização para organização em função de diferenças na tecnologia de produção utilizada, de diferenças ambientais e de diferenças na eficiência do processo de produção (LOVELL e SCHMIDT, 1993).

Existem dois métodos para mensurar a eficiência na utilização dos recursos: o método paramétrico, em que se utilizam métodos econométricos, e o não paramétrico, baseado em programação matemática. O método paramétrico utiliza técnicas para estimar funções de produções médias, requer suposições acerca da distribuição do erro e especificações explícitas de forma funcional. O método tem dificuldade em acomodar múltiplos produtos, geralmente expressando a produção por um índice, no qual importantes informações no espaço dos produtos podem ser perdidas.

Reinaldo (2002) afirma que o método não paramétrico baseia-se na programação matemática e possui dois objetivos principais: construir fronteiras de produção a partir de dados empíricos e calcular uma medida de produtividade relacionando dados de observações com as fronteiras de produção. Os pontos observados que pertencem à fronteira de produção são ditos eficientes e seus níveis de input e output são ótimos, enquanto os outros são ineficientes. A principal vantagem do método não paramétrico é a flexibilidade, já que adapta modelos com múltiplos inputs e outputs e impõem menos restrições quanto à tecnologia de produção, evitando colocar restrições desnecessárias sobre a função de produção que podem afetar a análise e distorcer as estimativas de eficiência (IRAIOZ et al., 1997 apud ÁLVAREZ, CALVETE e GARRIDO, 2002).

Debreu (1951 apud FARE et al., 1994), ao determinar o coeficiente de utilização de recursos, estabeleceu o primeiro indicador de eficiência produtiva conhecido. Orientado para a minimização do consumo de recursos, esse coeficiente consiste na redução

equiproporcional máxima possível em todos os recursos, mantida a produção da mesma quantidade de (um único) resultado. Essa definição induz um conceito de eficiência diferente daquele de Koopmans.

Para Koopmans (1990 apud LOVELL, 1993), uma unidade de produção é tecnicamente eficiente se um acréscimo em qualquer produto requer uma redução em pelo menos um outro produto ou um acréscimo em pelo menos um insumo; ou ainda, uma redução em qualquer insumo requer um acréscimo em pelo menos um outro insumo ou uma redução em pelo menos um produto. Este conceito é equivalente à noção de Ótimo de Pareto. Assim, uma unidade é tecnicamente ineficiente no sentido Koopmans-Pareto se puder produzir os mesmos produtos reduzindo pelo menos um dos insumos ou se puder usar os mesmos insumos para produzir mais pelo menos um dos produtos.

Farrell (1957) continuou o trabalho iniciado por Debreu (1951 apud FARE et al., 1994) e desenvolveu um procedimento para calcular o indicador de eficiência produtiva de Debreu. Farrel (1957) restringiu suas análises e cálculos à eficiência produtiva com um único resultado, embora tivesse formulado o problema para o caso com múltiplos resultados.

Farrel (1957) menciona o conceito de eficiência produtiva como sinônimo de eficiência técnica e propõe uma técnica para sua medição que se deve a uma tecnologia uni produto. Assumindo vários fatores de produção para um único output a rendimentos constante de escala, Farrel (1957) utiliza como referência uma combinação eficiente de fatores para um dado nível de produto, classificando os desvios em relação à essa combinação como ineficiência. O autor já trabalhava com a visão de que a melhor combinação de inputs (com tendência para reduzir os recursos a um nível considerado eficiente) deveria gerar o máximo de outputs.

Os trabalhos de Koopmans, Debreu e Farrel foram redescobertos na década de 70, não só pelos economistas, mas, também, como tema de interesse da Pesquisa Operacional (FARE et al, 1994).

Diante dessas explanações, cabe ressaltar a forma mais utilizada para quantificar a eficiência, mediante a razão entre output e a quantidade utilizada de input, conforme ilustra a Equação 2 e considerando os ambientes complexos em que as organizações estão inseridas.

Em que ur e vi são pesos, ou seja, o grau de importância que a empresa atribui a

quantidades yr de output r e xi de input i. Definir o conjunto de pesos ur e vi é uma de grande

complexidade. Para Niederauer (2002), se houvesse acordo entre as unidades sob avaliação, a questão estaria solucionada, mas os produtores têm interpretações diferentes sobre determinados assuntos, criando dificuldades em se definir pesos para as variáveis.

É necessário que as variáveis de input e output representem fenômenos do contexto real. Para calcular a eficiência dos sistemas produtivos, é necessário que as organizações identifiquem as principais variáveis referentes aos inputs e outputs do sistema.

Charnes, Cooper e Rhodes (1978) analisaram os estudos de Farrel (1957) tanto no sentido de trabalhar com múltiplos recursos e múltiplos resultados, quanto na obtenção de um indicador que atendesse ao conceito de eficiência de Koopmans. Essa generalização deu origem a uma técnica de construção de fronteiras de produção e indicadores da eficiência produtiva conhecida como Análise Envoltória de Dados.

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