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4.3 ANÁLISE DA CATEGORIA

4.3.1 Efluentes sólidos

a) Indústria Têxtil Blumenau S.A

A ISO 14001 solicita que toda a destinação de resíduo seja feita de maneira muito segura. O resíduo sólido que é levado a um aterro, deve ser feito com uma empresa que tenha licença ambiental atualizada para receber tais dejetos. O material vendido também deve ser feito para uma empresa também licenciada quanto ao meio ambiente.

A partir deste momento, criou-se na indústria uma central de resíduos que recebia todos os dejetos descartáveis da empresa, at ravés da formação de uma equipe só para receber e destinar estes resíduos. A equipe foi formada com 5 funcionários, um técnico administrativo e 4 ajudantes que separam e organizam o lixo para que a venda seja realizada. A receita obtida com a venda dos resíduos paga as despesas salariais, ainda permitindo um saldo lucrativo. Esta estrutura montada para atender esta necessidade, na visão do gestor é satisfatória desde sua implantação, sob muitos aspectos, como resultado prático e econômico.

Hoje, todo setor da fábrica tem a separação de resíduo s, como metal, plástico ou papel. Se algum setor enviar os resíduos misturados, ou dispostos de maneira incorreta,

ele é devolvido ao setor para que a correção seja feita e então, re-enviada à sua central. Na visão do gestor, isto de certo modo, “faz lembrar” o funcionário para as questões ambientais. Todo o dejeto gerado pelos banheiros é enviado para uma fossa sanitária, construída para esta destinação. De acordo com o gestor ambiental da empresa, esta foi a grande modificação que a certificação trouxe quanto à destinação de resíduos da fábrica. A estrutura foi montada com o objetivo de trazer lucro para a empresa e não para atender exigências da norma. Quando a empresa faz palestras de conscientização ambiental, o gestor convida o palestrante a passar um dia na fabrica, acompanhando o processo na central de resíduos.

De acordo com Valle (2004, p.121) o tratamento de resíduo, junto ao usuário, que o recebe para recuperar e utilizar como matéria prima em sua produção, deve ser adotado como critério pelo fato de poder comprometer o próprio gerador primário nos casos de mau uso do resíduo ou de eventuais acidentes. Por definição legal, adotada internacionalmente, o gerador de resíduo é responsável, indefinidamente por ele e pelas conseqüências que acarrete. Assim, a transferência deste resíduo, por venda, troca ou cessão, a um terceiro não exime seu gerador de responsabilidade sobre ele.

Se questionada sobre os efluentes sólidos, comparados antes e depois da certificação, a indústria respondeu, em nome de seu gestor:

TABELA 02: Variação do Impacto do Efluente Sólido da Indústria Têxtil Blumenau

ANTES ISO 14000 DEPOIS ISO 14000

Sólidos em suspensão NA (nenhuma alteração) NA

PH NA NA

Resíduos enviados para o aterro Sem controle Com controle Resíduos vendidos para reciclagem Sem controle Com controle Índice de resíduos gerados Sem Controle Com controle

Lodo NA NA

Aterro Aterro Sanitário Aterro Industrial

Fonte: Dados primários

De acordo com informações colhidas através do gestor, os elementos sólidos que foram alterados na sua percepção salientaram-se:

Implantação de uma área exclusiva para controle de resíduo.

• Implantação/conscientização da reciclagem de resíduos em toda a fabrica.

• Controle dos clientes de resíduos, todos devem ter licença ambiental de operação.

De acordo com Braga e outros (2005, p.147) considerando aspectos práticos e de natureza técnica ligados principalmente às possibilidades de tratamento e disposição dos resíd uos em condições satisfatórias dos pontos de vistas ecológico, sanitário e econômico, a norma brasileira NBR 10.004 (2004) distingue -os em três classes:

Resíduos Classe I ou perigosos: construídos por aqueles que , isoladamente ou pós mistura, em função de sua características de toxidade, inflamabilidade, corrosividade, reatividade, radioatividade e patogenicidade em geral podem apresentar riscos à saúde pública ou efeitos adversos ao meio ambiente, se manuseados ou dispostos sem os devidos cuidados.

Resíduos Classe III ou Inertes: são aqueles que não se solubilizam ou que não tem nenhum de seus componentes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, quando submetidos a um teste padrão de solubilização (conforme NBR 10.006 – solubilização de resíduos).

Resíduos Classe II ou Não Inertes: são aqueles que não se enquadram em nenhuma das classes anteriores.

Para o gestor, seguir estas regras faz parte da conformidade do SGA, que vem trabalhando neste escopo, antes da implantação da ISO 14001.

b) Indústria Têxtil Jaraguá S.A

Do mesmo modo, seguindo a exigência da norma ISO 14001, que a destinação do resíduo deve ser feita a quem tenha licença ambiental, a Indústria Têxtil Jaraguá S.A, devolve seus resíduos plásticos, como as bombonas são vendidas aos próprios fabricantes. Outros resíduos são armazenados em seu depósito especifico, onde prepara a destinação, que se trata sempre de receptor autorizado.

A empresa dá cuidado especial a estes resíduos, mantendo-os armazenados em lugar apropriado e sempre com destinação segura, ou seja, para receptor autorizado quanto às licenças ambientais. Verifica-se também uma grande melhoria no descarte do lodo, com o co-processamento , que hoje é enviado para uma indústria de cimento, onde

a empresa vê a maior vantagem na garantia de livrar-se do passivo ambiental, visto como um grande tormento para as indústrias têxteis, pois as surpresas quando ocorrem, não são nada agradáveis.

Segundo Valle (2004, P.125) “a disposição de um resíduo é a solução mais antiga e tradicional adotada pelo homem para dar destinação aos resíduos que gera ”. Sem qualquer tratamento, ou apenas com uma pré-seleção de materiais facilmente recuperáveis, a disposição no solo ou em corpos d’água foi utilizada ate recentemente como uma solução natural para os resíduos gerados pela sociedade.

Houve a implantação da coleta seletiva de resíduos, mudança que passou a fazer parte do SGA. Foi criado um projeto para o solo, sobre a questão de armazenamento de produtos químicos. De acordo com a resolução do CONAMA nº 006, de 19 de setembro de 1991, que já se fazia cumprir pela empresa, onde fica proibido derramar produto químico no solo.

Quando questionada sobre os efluentes sólidos, comparados antes e depois da certificação, a indústria respondeu em nome do seu gestor:

TABELA 03: Variação do Impacto dos Efluentes Sólidos da Indústria Têxtil Jaraguá

ANTES ISO 14000 DEPOIS ISO 14000

Sólidos em suspensão NA (nenhuma alteração) NA

PH NA NA

Resíduos enviados para o aterro Sem controle Com controle Resíduos vendidos para reciclagem Sem controle Com controle Índice de resíduos gerados Sem Controle Com controle

Lodo NA NA

Aterro Aterro Sanitário Aterro Industrial

Fonte: Dados primários

No que diz respeito a resíduos químicos, Braga e outros (2005, p. 155) comenta que:

Situa-se nessa categoria uma grande quantidade de substâncias produzidas pela atividade industrial e utilizadas, de modo direto ou indireto por grande parcela da sociedade atual. A preocupação com relação a estes resíduos é relativamente recente, de maneira que a diminuição dos impactos, resultante do emprego dessas substâncias ainda não é feita, em geral, de modo satisfatório.

Havia antes da ISO 14001, uma geração de lodo na quantidade de 900 toneladas, que hoje, através da implantação de um secador de lodo, está em torno de 120 toneladas. Parte significativa deste resíduo está sendo enviada para uma indústria de cimento para co-processamento. Na visão do gestor, esta melhoria foi obtida com os objetivos e metas do SGA, onde se pedia criar alternativas para utilização do lodo. Foi também criada uma horta para análise da contaminação deste lodo no solo e verificou- se que não contaminou. A intenção da empresa era utilizar este lodo no reflorestamento, mas a gestão entende que o processamento do lodo é uma alternativa mais adequada, mesmo sendo mais dispendiosa, livra a empresa de passivos ambientais, já citados anteriormente.

Segundo Valle (2004, p. 127) “os resíduos dispostos em aterro devem ser, tanto quanto possível, secos, estáveis, pouco solúveis e não voláteis. Quando os resíduos recebidos não preenchem estas condições, devem passar por operações de estabilização, que consistem de processos físico-químicos destinados a reduzir a presença de lixáveis, corrigir o pH, aumentar a resistência física do resíduo, secá- lo, etc.”.

O trabalho de conscientização dos colaboradores tomou um reforço após a implantação da ISO 14001, pois todos agora têm compromisso com o cumprimento das metas da empresa. A empresa consegue hoje, uma recic lagem de 80% dos seus resíduos sólidos gerados. A certificação trouxe para os colaboradores uma visão mais efetiva da participação do individual e do coletivo quanto às questões ambientais.

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