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2.1 – Uma referência teórica para interpretação da economia latinoamericana.

6) Eixo do Sul:

Este eixo contempla uma região possui com maior apelo à exploração dos recursos minerais, destacando-se, principalmente, a exportação de cobre refinado e a proximidade dos principais campos de petróleo argentinos.

Ele delimita uma área de influencia de 502492 Km² que abrange aproximadamente 14,21% do território e 12% da população dos países que abrange (Argentina, Chile, Brasil. Sua densidade demográfica média é de 13,45 hab/km² (máximo 54,21 hab/km² em Bío-Bío e mínimo 2,94 hab/km² em Río Negro).

A região recortada pelo eixo possui um PIB estimado (em 2007, US$ constantes de 2000) de US$ 38989,3 mi, ou 8,27 dos PIBs nacionais. Durante 2000 e 2007 sua taxa de crescimento médio foi de 3,94%.

Para dados de 2008, as exportações do eixo compunham 32,5% dos totais nacionais, de modo que 95,82% delas se destinam para fora da área. Os produtos mais importantes na pauta de exportação foram Cobre Refinado (15,02%), Minério de cobre e concentrados (9,32%), Óleo de soja, Soja, Derivados de petróleo.

Sua estrutura produtiva é dada por: • Argentina:

o Neuquén – petróleo, gás, energia elétrica, pesca, maçãs, pêras, turismo, comércio.

o Rio Negro – petróleo, gás e elétrica, gesso, sal, vinhos, conservas, maçãs, pêras, pêssegos, ameixas, framboesas e outras frutas silvestres. Turismo e comércio.

o Sul de Buenos Aires – cereais, pecuária bovina e ovina, transporte e comércio.

• Chile:

o VII Região do Maule – açúcar, energia elétrica, sucos, conservas, argila, vinhos, arroz, maçãs, pêras, uvas, cerejas.

o VIII Região de Bío-Bío – calçados, peles, têxteis, açúcar, metalurgia, químicos, cimento, papel, siderurgia, turismo, maçãs, pêras, lentilhas, beterraba, sardinhas, anchovas, merluza.

o IX Região de Araucanía – turismo, moinhos, cerveja, óleos, lácteos, trigo, aveia, centeio, maçãs, framboesas e frutas silvestres, turismo,

o XIV Região dos Rios – turismo, moinhos, cerveja, óleos, lácteos, trigo, aveia e centeio, maçãs, framboesas e frutas silvestres, turismo, flores. o X Região dos Lagos – lácteos, carne, aquicultura, turismo, ostras, algas,

salmonicultura, frutas, batatas.

Destaca-se, as atividades agroindustriais (como de processamento da soja para exportação), produção de frutas, pesca, turismo, o potencial hidroelétrico e os conflitos derivados da expulsão dos Mapuche.

FONTE: IIRSA, 2010, p. 176.

O EID é composto por dois grupos de investimentos. O grupo 1 (Concepción – Bahía Blanca – Puerto San Antonio Este), possui 19 projetos e inversões estimadas em US$ 1684 milhões, tem o objetivo de aumentar a complementaridade econômica entre os países e estimular o comércio. O grupo 2 (Circuito turístico binacional da

zona dos lagos) visa, acima de tudo, incentivar o turismo na área. Ele possui 7 projetos e inversões estimadas em US$ 849 milhões.

Um resumo das inversões pode ser dado por:

Tabela 5 – Distribuição dos projetos e inversões no Eixo do Sul

Transporte Energia Número de projetos Investimento estimado Número de projetos Investimento estimado Rodoviário 12 758,5 Marítimo 3 340 Conexões de fronteira 2 8 Ferroviário 7 996,5 Interconexão energética 2 430 TOTAL 24 2103 2 2 * US$ milhões FONTE: IIRSA, 2009.

7) Eixo MERCOSUL-Chile:

Este eixo delimita uma área de influencia de 3216277 Km² que abrange aproximadamente 25,26% do território de Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile e Bolívia, assim como 55% da população desses países. Sua densidade demográfica média é de 43,94 hab/km² (máximo 125,23 hab/km² em São Paulo e mínimo 2,33 hab/km² em La Pampa).

Ele possui uma importância central para a estruturação do Cone-Sul (CECEÑA, 2007, p. 35):

Es la región más densamente urbanizada de América del Sur, con más de 10 concentraciones urbanas de más de un millón de habitantes. Entre éstas se encuentran las ciudades económicamente más importantes no sólo de los países que conforman el eje sino del subcontinente, con un PIB estimado en 469.7 miles de millones de dólares. Asimismo, en esta franja se encuentran varios de los territorios agrícolas más productivos del mundo. De acuerdo con la información oficial, esta región agrupa el 62 % de la economía argentina, el 63% de la brasileña, 52% de la chilena y la totalidad de la uruguaya.

O potencial econômico da região pode ser sintetizado em dois elementos. Por um lado, o fato da região ser relativamente mais urbanizada e concentrar a maior parte da riqueza e da diversificação produtiva no continente, faz com que ela se torne o maior mercado de consumo regional. O projeto de integração logística do eixo conecta os principais centros urbanos, dos arredores de Brasília (DF) às áreas de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, todo o Uruguai, passando pela região de Buenos Aires até Santiago no Chile, além da porção oeste do Paraguai.

O efeito decorrente dessa aproximação virtual dos principais mercados metropolitanos é um ganho expressivo de escalas que permite produtores atualizarem a produtividade de seus capitais e otimizarem suas escalas de produção através de operações em maior vulto e maior uso da capacidade instalada.

Por outro lado, a região também tem um potencial exportador muito expressivo e que pressiona os canais de escoamento (rede de transportes multimodais e os portos) e que, portanto, exigem atualização e aumento da capacidade.

• Brasil:

o Agropecuária – Pecuária bovina (corte e leiteira), suína, arroz, laranja, café, tabaco, soja, cana de açúcar, milho, avicultura, fruticultura, horticultura.

o Indústria – Automotiva, aeronáutica, sucroalcooleira, química, alimentícia, metalúrgica, siderúrgica, metal-mecânica, plásticos, papel e celulose, cimentos, couros, têxteis, refino do petróleo.

o Mineração

o Serviços financeiros, turismo.

• Paraguai – Grãos, óleo e farinha de soja; indústria do couro, gado bovino, madeiras, algodão, trigo, milho, cana de açúcar, industria têxtil do algodão. • Argentina:

o Agricultura – Chá e erva mate, frutas cítricas, recursos florestais, horticultura, tabaco, arroz, oleaginosas (soja, girassol, linho, trigo, aveia, milho, sorgo, pecuária bovina e ovina, avicultura

o Indústria – Processamento de chá, erva mate, cítricos; papel e celulose, couros, automotiva, agroindustrial, metalúrgica, metal-mecânica, eletro- eletrônicos, máquinas agrícolas, láctea, alimentícia, cimento, química, siderurgia, petroquímica, vitivinícola.

o Mineração – não-metálicos (sal, tungstênio, asalto, granito, mármore, ônix).

o Turismo, logística portuária;

• Uruguai – soja, milho, trigo, arroz, cana de açúcar, sorgo, girassol, cítricos, peras, gado bovino e ovino, couros, lácteos, recursos florestais, celulose, madeira, químicos, minerais não-metálicos, máquinas e equipamentos.

• Chile:

o Agropec – pesca, flores, frutas, aves, suínos,

o Mineração – Metálica (molibdênio, manganês, ferro, cobre e outro). o Industria – Refino do petróleo, bebidas, alimentos,

A região recortada pelo eixo possui um PIB estimado (em 2007, US$ constantes de 2000) de US$ 892494,6 mi, ou 67,77% dos PIBs nacionais. Durante 2000 e 2007 sua taxa de crescimento médio foi de 3,55%.

Para dados de 2008, as exportações do eixo compunham 64,44% dos totais nacionais, de modo que 83,57% delas se destinam para fora da área. Os produtos mais importantes na pauta de exportação foram Cobre refinado (6,14%), Soja (4,81%), Derivados crus de petróleo, Minério de ferro não-aglomerados e concentrados, Óleos e processados de sementes oleaginosas.

FONTE: IIRSA, 2010, p. 210.

O eixo é composto por seis grupos de investimento (IIRSA, 2010, p.212). Os grupos 1 (Belo Horizonte – Fronteira Argentina/Brasil – Buenos Aires; 21 projetos e inversões estimadas em US$ 8319,5 milhões) e 2 (Porto Alegre – Limite Argentina/Uruguai – Buenos Aires; 27 projetos e inversões estimadas em US$ 1992,6 milhões) têm como objetivos estratégicos aperfeiçoar a eficiência logística das exportações da região e da indústria local, aumentar os fluxos econômicos entre os principais centros de Brasil e Argentina, e aproveitas as condições especiais de escala e demanda para criar experiências de parcerias público-privadas que possam servir de padrão para aplicação em outros eixos.

O grupo 3 (Valparaíso – Buenos Aires), 18 projetos e inversões estimadas em US$ 58899 milhões, além dos objetivos de eficiência citados anteriormente, se propõe ainda a interligar os principais centros urbanos da Argentina e Chile, fazendo ainda, deste último, uma plataforma logística de exportações regionais para os mercados asiáticos.

O grupo 4 (Coquimbo – Região Central da Argentina – Paysandu), com 18 projetos e inversões estimadas em US$ 1755,8 milhões tem por objetivos promover o ecoturismo na região, articular fluxos econômicos com o Eixo Hidrovia Paraguai – Paraná, aumentar os fluxos econômicos entre os principais centros dos cinco países contemplados e aperfeiçoar as cadeias produtivas na região.

O grupo 5 (Energético, 12 projetos e inversões estimadas em US$ 11279,1 milhões) tem como função diversificar a matriz energética no MERCOSUL, dar maior estabilidade de eletricidade e gás na região e, também, aumentar a capacidade de geração, transmissão e distribuição de eletricidade frente aos aumentos na demanda industrial e urbana.

O grupo 6 (Pehuenche, 9 projetos e inversões estimadas em US$ 153 milhões) tem por objetivos promover o turismo integrado na região e criar conexões para os fluxos econômicos entre o Chile e o MERCOSUL.

Tabela 6 – Distribuição dos projetos e inversões no Eixo MERCOSUL – Chile. Transporte Energia Número de projetos Investimento estimado Número de projetos Investimento estimado Rodoviário 48 9305,7 Marítimo 40 1092,5 Ferroviário 13 5377,8 Fluvial 3 56 Multimodal 4 70 Aéreo 7 1982,5 Conexões de fronteira 7 65,3 Geração de energia 9 9640 Interconexão energética 4 1809,1 TOTAL 92 17949,8 13 11449,1 * US$ milhões FONTE: IIRSA, 2009.