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Elaboração de banco de dados de indicadores físico-territoriais, socioeconômicos, educacionais, demográficos e de infraestrutura

No documento 2009MarceleMartins (páginas 64-71)

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Fase Inicial

3.1.2 Elaboração de banco de dados de indicadores físico-territoriais, socioeconômicos, educacionais, demográficos e de infraestrutura

A formação de um banco de dados fez-se necessária para possibilitar a caracterização da área de estudo, bem como para subsidiar o diagnóstico da rede urbana dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento e possibilitar a escolha de seis municípios para a realização dos estudos de caso.

Os dados que formam o banco de dados foram obtidos de fontes secundárias a partir de consultas em 2007 e 2008 no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser (FEE), no Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, na Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Rio Grande do Sul (SEPLAG), no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, na Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler – RS (FEPAM), no Departamento

Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER) e no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Os dados foram coletados de bases referenciais de períodos compreendidos entre 1985 e 2007, sendo sistematizados em uma planilha eletrônica e organizados por blocos de indicadores e ano. As planilhas do banco de dados de indicadores encontram-se no Apêndice B. A seguir estão expressos os indicadores obtidos, bem como os anos correspondentes:

Indicadores físico-territoriais

Este item engloba dados da área territorial dos municípios, sua data de criação e a bacia hidrográfica que faz parte. A área territorial possibilita verificar a dimensão territorial do município, relacionando-a com a densidade demográfica e com o percentual territorial pertencente a cada município perante o COREDE do qual faz parte. Os dados são relativos ao ano de 2006.

No item referente à data de criação dos municípios os dados foram distribuídos em quatro faixas (de 1857 a 1900; de 1901 a 1950; de 1951 a 1987 e de 1988 a 1996) para permitir a verificação do quantitativo de municípios que foram emancipados após a Constituição de 1988.

Indicadores demográficos

Os indicadores demográficos englobam a apresentação do quantitativo da população total, urbana e rural dos municípios componentes da RF9, a densidade demográfica, a taxa de urbanização e a expectativa de vida ao nascer da população.

Nesta pesquisa, o bloco população foi distribuído em cinco faixas (até 5.000 hab; de 5.001 a 20.000 hab; de 20.001 a 50.000 hab; de 50.001 a 100.000 hab; de 100.000 a 500.000 hab), objetivando verificar o comportamento populacional na região de estudo, além de auxiliar na escolha dos seis municípios que serão apresentados nos estudos de caso.

As informações populacionais foram baseadas nos anos 1985, 1990, 1996, 2000, 2006 e na contagem populacional do ano de 2007. Quanto à densidade demográfica foi obtida no ano de 2006, referente à divisão da área territorial pela população total no ano mencionado. Já no quesito da taxa de urbanização foi distribuída em quatro faixas: 0 a 25,0; de 25,01 a 50,0; de 50,01 a 75,0 e de 75,01 a 100,0. Os dados foram baseados nos anos 1985, 1990, 2000 e 2006 e permitem inferir sobre a ocupação da zona urbana dos municípios.

A expectativa de vida ao nascer refere-se aos anos de 1991 e 2000, configurando um dos fatores auxiliares na avaliação da qualidade de vida da sua população.

Indicadores de saúde

Os indicadores de saúde compreendem a taxa de mortalidade infantil, o quantitativo de estabelecimentos de saúde e os leitos disponíveis.

A taxa de mortalidade infantil foi distribuída basicamente em quatro faixas: 0,0 a 0,5; de 0,6 a 0,15; de 0,16 a 2,0; de 2,1 a 3,0, podendo apresentar um número maior de faixas, no caso, de algum município ultrapassar o índice 3,0, tendo-se os dados observados nos anos 1996, 2000 e 2006. Este indicador que mensura quantas crianças menores de um ano, dentre as que nasceram vivas, morreram em determinado tempo, período e local, permite a comparação da qualidade de vida de uma região com outra.

Os dados referentes ao número de estabelecimentos de saúde e leitos disponíveis foram baseados no ano de 2007, sendo utilizados para a verificação da oferta de serviços e de atendimento à saúde.

Indicadores educacionais

Neste bloco de indicadores foram considerados o quantitativo de estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio, bem como o número de alunos atendidos nestes níveis de ensino no ano de 2005. Os estabelecimentos de ensino, considerados nesta pesquisa, totalizam as escolas municipais, estaduais e particulares dos municípios da RF9 e o quantitativo de alunos refere-se à matrícula inicial no respectivo nível de ensino.

Engloba este bloco a oferta de Instituições de Ensino Superior (IES) nos municípios, no ano de 2008, assim como verifica a média de acesso e a de frequência de pessoas ao Ensino Superior, na faixa etária dos 18 aos 24 anos, considerados os dados do ano 2000.

Para se verificar a qualidade de educação oferecida pelos municípios utiliza-se o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O Ideb é um indicador que foi criado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no ano de 2007 e reúne dois conceitos importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no censo escolar, as médias de desempenho nas avaliações do Inep, a Prova Brasil nos municípios.

O Ideb é a ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) para a educação básica. Também se mostra importante por ser condutor de política pública em prol da qualidade da educação. O PDE estabelece, como meta, que em 2022 o Ideb do Brasil seja 6,0 – média que corresponde a um sistema educacional de qualidade comparável a dos países desenvolvidos (INEP, 2008).

A taxa de analfabetismo é outro indicador utilizado neste item. A taxa foi distribuída em quatro faixas percentuais: 0,0 a 10,0; 10,1 a 15,0; de 15,1 a 20,0; de 20,1 a 100,0, os dados foram baseados no ano de 2000. Relaciona-se ao percentual de pessoas analfabetas – incapazes de escrever um bilhete simples – de 15 anos ou mais de idade (faixa etária na qual, por lei, a escolaridade seria obrigatória) (FEE, 2008).

Indicadores econômicos

Esse bloco de indicadores se baseia nos valores do Produto Interno Bruto – PIB, PIB Per capita, Valor Adicionado Bruto - VAB nas atividades agropecuária, indústria e serviços.

Os valores do PIB e dos setores do VAB foram baseados nos anos 1996, 2000, 2004, 2005 e 2006, expressos em Reais (R$ mil). O PIB per capita aborda dados dos anos 1996, 2000 e 2005, em Reais (R$ mil). Para o cálculo do PIB per capita total da RF9 e dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento foi considerada a divisão do PIB do ano de 2006 pela população total do mesmo ano.

Indicadores sociais

No bloco, dos indicadores sociais se apresentam o Índice Desenvolvimento Socioeconômico (IDESE) e os seus blocos temáticos: Domicílio e Saneamento, Educação, Renda e Saúde; o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) e o Índice de Gini.

O Índice de Desenvolvimento Socioeconômico – IDESE foi criado pela Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser para acompanhar e mensurar o nível de desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul. É um índice sintético, inspirado no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que tem por objetivo medir o grau de desenvolvimento dos municípios do Rio Grande do Sul. O IDESE é o resultado da agregação de 4 blocos de indicadores: Domicílio e Saneamento, Educação, Renda e Saúde.

Para cada uma das variáveis componentes dos blocos é calculado um índice entre 0 (nenhum desenvolvimento) e 1 (desenvolvimento total), que indica a posição relativa para os municípios.

No que se refere ao Bloco Domicílio e Saneamento, foram selecionados os seguintes indicadores: média de moradores por município, proporção de domicílios abastecidos com água tratada e proporção de domicílios atendidos pela rede geral de esgoto ou pluvial.

O bloco educação é composto pela taxa de reprovação no Ensino Fundamental, taxa de evasão em tal ensino, taxa de atendimento no Ensino Médio e taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais de idade.

O bloco renda é calculado pelo produto interno bruto per capita e o valor adicionado bruto per capita do comércio, alojamento e alimentação.

Para o bloco saúde foram utilizados o percentual de crianças nascidas com pouco peso, taxa de mortalidade de menores de cinco anos e expectativa de vida ao nascer.

Os municípios podem ser classificados pelo IDESE em três níveis: baixo desenvolvimento (índices até 0,499), médio desenvolvimento (entre 0,500 e 0,799) e alto desenvolvimento (maiores que 0,800) (FEE, 2008).

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) originou-se do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU), configurando-se em um índice de caráter universal utilizado para se medir o desenvolvimento humano de países ou regiões. A metodologia de cálculo envolve três dimensões (Educação, Longevidade e Renda) em índices que variam entre 0 (pior) e 1 (melhor), e a combinação destes índices em um indicador síntese.

A escala de desenvolvimento é indicada por três níveis: até 0,499 é considerado baixo; os municípios com índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano e municípios com IDH-M maior que 0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto.

O Índice de Gini mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. O valor varia de 0, quando não há desigualdade, a 1, quando a desigualdade é máxima.

Indicadores de infraestrutura

Os indicadores de infraestrutura incluem a verificação das rodovias que possibilitam o acesso às sedes municipais, a forma de abastecimento de água e o esgotamento sanitário, o destino do lixo e a fonte de geração e distribuição de energia.

Para a verificação das rodovias que possibilitam o acesso às sedes municipais dos municípios componentes da RF9 foi utilizado o mapa rodoviário do Estado do Rio Grande do Sul, disponibilizado pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem – DAER, com as seguintes convenções: acesso pavimentado, trecho implantado, trecho em pavimentação e acesso sem pavimentação. Os dados foram baseados no ano de 2007.

A forma de abastecimento de água foi indicada por rede geral (quando o domicílio estava ligado à rede geral de abastecimento) ou por poço ou nascente na propriedade (quando o domicílio era servido por água de poço ou nascente localizado no terreno ou na propriedade em que estava construído; ou quando o domicílio era servido de água de reservatório (ou caixa), abastecido com água das chuvas, por carro-pipa ou, ainda, por poço ou nascente localizados fora do terreno ou da propriedade na qual estava construído), nos domicílios particulares permanentes, sendo os dados referidos aos anos de 1991 e 2000 (FEE, 2008).

Os dados do saneamento se referem ao número de domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento sanitário do banheiro, nos anos 1991 e 2000, segundo classificação da FEE (2008):

ƒ Rede geral de esgoto ou pluvial: quando a canalização das águas servidas e dos dejetos provenientes do banheiro ou sanitário estava ligada a um sistema de coleta que os conduzia a um desaguadouro geral do município, mesmo que o sistema não dispusesse de estação de tratamento.

ƒ Fossa rudimentar: quando o banheiro ou sanitário estava ligado a uma fossa rústica (fossa negra, poço, buraco, etc.).

ƒ Fossa séptica: quando a canalização do banheiro ou sanitário estava ligada a uma fossa séptica.

ƒ Vala: quando o banheiro ou sanitário estava ligado diretamente a uma vala a céu aberto.

ƒ Rio, lago ou mar: quando o banheio ou sanitário estava ligado diretamente a um rio, lago ou mar.

Com relação ao destino do lixo, nos anos 1991 e 2000, os dados se referem ao número de domicílios particulares permanentes por forma de disposição, conforme FEE (2008):

ƒ Coletado: quando o lixo do domicílio era coletado diretamente por serviço de empresa pública ou privado ou caçamba de serviço de limpeza.

ƒ Enterrado na propriedade: quando o lixo do domicílio era enterrado no terreno ou na propriedade em que se localizava o domicílio.

ƒ Jogado: quando o lixo do domicílio era jogado em terreno baldio, logradouro público, nas águas de rio, lago ou mar.

ƒ Queimado na propriedade quando o lixo do domicílio era queimado no terreno ou na propriedade em que se localizava o domicílio.

Entende-se por domicílio particular permanente a definição utilizada pela FEE (2008) “quando construído para servir exclusivamente à habitação e, na data de referência, tinha a finalidade de servir de moradia a uma ou mais pessoas”.

Com relação a fonte de geração de energia, os dados correspondem ao ano de 2008 e quanto aos dados que se referem à fonte distribuidora de energia foram baseados no ano de 2005.

Nível de Hierarquia

O estudo das Regiões de Influência das Cidades - REGIC classificou os municípios brasileiros a partir da definição de um conjunto de funções que possibilitassem classificar os centros urbanos pelo seu nível de centralidade, vinculados à oferta de bens e serviços disponíveis nestes centros. Os níveis de centralidade propostos para o enquadramento das cidades brasileiras, em 1993, foram: máximo, muito forte, forte, forte para médio, médio, médio para fraco, fraco e muito fraco (IPEA, 2000).

A pesquisa utilizou como base a publicação do REGIC, cuja classificação foi transcrita para o diagrama constante no Anexo I, que apresenta as interações espaciais e os níveis de centralidade dos municípios que compõem a RF9.

A partir do diagrama foi estabelecido um valor de 8 até 1, para cada nível, a fim de possibilitar a confecção da representação espacial deste indicador na área objeto de estudo: 8 – máximo; 7 – muito forte; 6 – forte; 5 – forte para médio; 4 – médio; 3 – médio para fraco; 2 – fraco e 1 – muito fraco.

Os municípios de Almirante Tamandaré do Sul, Benjamin Constant do Sul, Capão Bonito do Sul, Cristal do Sul, Cruzaltense, Entre Rios do Sul, Faxinalzinho, Floriano Peixoto, Gramado dos Loureiros, Gramado Xavier, Jacuizinho, Muliterno, Nonoai, Novo Xingu, Paulo Bento, Ponte Preta, Quatro Irmãos, Rio dos Índios, Santa Cecília do Sul, São Pedro das Missões, Tio Hugo, Trindade do Sul e Vila Lângaro não foram relacionados no estudo do REGIC, sendo considerados na presente pesquisa municípios que apresentam baixa centralidade e hierarquia, classificados dessa forma como muito fraco (1).

No documento 2009MarceleMartins (páginas 64-71)