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Emissões para a atmosfera

No documento Ana Catarina Ramos Salvado (páginas 44-48)

5 Caracterização ambiental

5.2 Emissões para a atmosfera

De acordo com o Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de Abril, as emissões atmosféricas incluem as emissões indirectas e directas, figura 5.6. Dentro das emissões indirectas o consumo de electricidade é o principal meio de emissões gasosas da organização (emissões na produção de electricidade). Associado às emissões directas da Logica está o consumo de combustível na frota e no gerador.

Figura 5.6 – Emissões directas e indirectas de GEE em 2010 e 2011

As emissões indirectas de CO2, associadas ao consumo de electricidade, foram calculadas através da média das emissões presentes no ficheiro disponibilizado para cada período (indicando que os valores presentes são os que constam nas facturas do fornecedor - EDP Serviço Universal S.A.).As emissões directas de CO2, associadas ao consumo de gasóleo do gerador (em 2011), foram calculadas através da expressão seguinte:

Emissão gasóleo-gerador (t CO2e) = Consumo (GJ) x Factor de emissão (t CO2/GJ)

Factor de emissão do gasóleo utilizado: 74,0 kg CO2/GJ. (National Inventory Report 2011 (APA, 2012)

No entanto, estas não são as únicas fontes de emissões da organização pois existem outras associadas às: deslocações dos colaboradores em trabalho (por exemplo: viagens de avião, comboio), deslocações casa-trabalho e a emissões devido as fugas de gases refrigerantes dos equipamentos de climatização/refrigeração, que não foram contabilizados por falta de dados. Relativamente às deslocações em trabalho, foi indicado que a Logica possui prioridades na escolha do transporte (videoconferência, transporte público, veículo individual, avião). É provável que no ano de 2011 se tenha verificado um aumento de viagens aéreas devido à actividade e interferência da Logica Portugal em Espanha e nos países da América Latina.

Caso no futuro a organização opte por contabilizar as emissões associadas às viagens por transporte, o calculo proposto é semelhante ao anterior:

2498 3385 353 0 1000 2000 3000 4000 2010 2011 t CO 2 e consumo gasóleo (gerador+frota) consumo electricidade

Emissão autom-autoc-mot; comb-metro (t CO2e) = Viagem (km) * Factor de emissão (kg CO2e/pkm) / 1000

Emissão Avião (t CO2e) = Viagem (km) * Factor de emissão (kg CO2e/pkm) *

* Radiative Forcing Index (1,9) / 1000

No cálculo das viagens de transportes públicos deve ser tido em conta a taxa de ocupação média do transporte - unidade passageiro.km.

A última expressão aplica ainda o Radiative Forcing Index (RFI), método de cálculo de acordo com o (IPCC, 2007), que introduz o factor RFI para traduzir o impacte global nas alterações climáticas das viagens de avião.

Fazendo referência às fontes fixas, existem duas máquinas de impressão do Printing &Finishing que se encontram ligadas a uma conduta. Embora os colaboradores afirmem que apenas é expulsa carga térmica, de acordo com o Decreto-Lei n.º 242/2001, de 31 de Agosto é possível ser emitidos compostos orgânicos voláteis e partículas associados a este tipo de produção. Existe uma outra fonte fixa que é o gerador de emergência (onde ocorre combustão), não existindo no entanto, nenhuma monitorização das emissões durante o seu funcionamento tal como indica o Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de Abril.

Nas instalações de Sacavém a Logica tem uma empresa subcontratada, em permanência, que faz a manutenção diária dos aparelhos de climatização. No Porto é esta mesma empresa embora que actue apenas quando necessário. Em Lisboa a manutenção é da responsabilidade do condomínio. Associadas aos equipamentos refrigerantes estão substâncias que empobrecem a camada do ozono e substâncias com efeito de estufa. Estes equipamentos, como qualquer outro, têm um tempo de vida limitado e ao longo do ciclo de vida os gases que possuem são libertados para a atmosfera. Facto que exige um conhecimento e controlo responsável deste tipo de gases. A Logica possui um inventário do ano de 2010, com os equipamentos que continham este tipo de gases e a respectiva quantidade (figura 5.7 e 5.8).

Figura 5.7 – Tipo e quantidade de gases de refrigeração existente em 2010

Os gases R134a, R410a e R407c são hidrofluorocarbonetos (HFC), gases fluorados com efeito de estufa. O gás R22 é um hidroclorofluorcarboneto (HCFC) que devido à presença de Cloro degrada a camada do ozono. (Regulamento CE n.º 842/2006 do Parlamento Europeu de 17 de Maio de 2006, Regulamento CE n.º 1005/2009 de 16 de Setembro)

Pela análise da figura 5.7, o gás que em 2010 se apresentou em maiores quantidades foi o R407c seguindo-se o R410a, o R22 e em menor quantidade o R134a. As quantidades R134a, não estando presentes no ficheiro (inventário), foram calculados considerando que em 2010 existia o mesmo número de equipamentos que em 2011 (bebedouros e máquinas de lanches4). A figura 5.7 mostra a análise global dos gases existentes em 2010.

(Pacheco, 2012b)

Figura 5.8 – Percentagem de gases refrigerantes em 2010

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A quantidade de R134a foi obtida considerando que em 2010 existiam os mesmos equipamentos que em 2011.

Equipamento Unidades kg R134a/unidade

Bebedouro 14 0,034

Máquina lanches Azkoyen 9 0,295

170,5 112,6 684,6 3,1 0 100 200 300 400 500 600 700 800 R410a - HFC R22 - HCFC R407c - HFC R134a - HFC Q ua nti da de s refrig eran te (k g) 2010 12% 88% HCFC (R22) HFC (R134a; R410a; R407c)

Da totalidade dos gases existentes nos equipamentos em 2010, verifica-se pela figura 5.8 que existem equipamentos mais antigos na organização que ainda possuem fluido refrigerante R22 (12%). A utilização deste gás, de acordo com a legislação, será proibida (R22 reciclado) a partir de 1 de Janeiro de 2015 (a recarga com R22 novo está proibida desde 1 de Janeiro de 2010). A indicação da prática aplicada na Logica é que sempre que existam intervenções a este nível, o fluido é substituído por outro equivalente. Ainda com base no registo fornecido, em 2010 a Logica possuía dez equipamentos com uma quantidade de gás superior a 3 kg e dois com mais de 30 kg, o que faz que tenha que cumprir a legislação aplicável (por exemplo: registos de verificação de fugas; certificados dos técnicos; fichas de intervenção). Ao longo do trabalho os registos anteriores não foram evidenciados e como tal não foram confirmados.

Resumindo, a actividade da Logica não está associada a emissões directas de fumos para a atmosfera tal como acontece nas indústrias. As emissões da Logica estão associadas essencialmente ao consumo de energia eléctrica e de combustíveis de frota.

Os aspectos e práticas considerados positivos neste domínio estão na tabela 5.5. Tabela 5.5 – Emissões para a atmosfera – práticas ambientais

Aspectos positivos

 Instalações em zonas centrais das cidades junto a transportes públicos.

 Aplicação hierárquica de meios para o deslocamento para reuniões ou outras intervenções decorrentes da actividade:

o Videoconferência / audioconferência;

o Transporte público (comboio, deslocações ao Porto em trabalho);  Disponibilidade de aceder em casa à intranet – smart work.

 Política de estacionamento com número de lugares disponíveis limitados.  Fornecedor com política de viagens (BCD travel).

Disfunções Código de medida

 Disponibilizar veículos e cartões de combustível aos colaboradores não é de todo a política mais sustentável uma vez que incentiva o uso do veículo individual.

EA.6

No documento Ana Catarina Ramos Salvado (páginas 44-48)

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