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Empresa internacional inserida na rede de negócios (International among others) . 86

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.3 Modelos de internacionalização

4.3.3 Modelo de Rede (Network)

4.3.3.4 Empresa internacional inserida na rede de negócios (International among others) . 86

Nesta modalidade, seus ambientes (ou a rede de relacionamento de negócios) são altamente internacionalizados. Assim, a penetração e expansão internacional significam somente um pequeno movimento na posição da empresa no que se refere à internacionalização (TÖRNROOS, 2003). Ela tem uma posição altamente internacionalizada, que lhe fornece um maior nível de conhecimento experiencial em comparação à empresa internacional solitária (HADLEY; WILSON, 2003). Este nível superior de conhecimento sobre mercados internacionais, característico das empresas multinacionais, provém não somente das habilidades obtidas nos mercados (PORTER, 1990), mas também da grande interdependência da rede de negócios internacional. A empresa pode usar a rede internacional com o objetivo de fazer conexões com outras redes, que podem trazer novos negócios desejáveis. Neste modo de operação, a coordenação das operações internacionais da empresa torna-se mais crítica por ter que levar em consideração mudanças nos custos de produção nos mercados onde ela opera, bem como os movimentos dos competidores.

4.3.4 Modelo de Inovação (I-Model)

Tal qual o modelo Uppsala, este modelo explica a internacionalização sob a perspectiva de uma seqüência de estágios de aprendizagem. A diferença deste modelo é que os estágios são relacionados à adaptação e inovação (ANDERSEN, 1993), ou seja, a decisão da internacionalização é considerada uma inovação para a empresa. Dois trabalhos deram origem ao I-Model: Bilkey e Tesar (1977) e Reid (1981).

Bilkey e Tesar (1977) efetuaram uma pesquisa com 816 empresas industriais de Wisconsin (Estados Unidos), onde propõem um modelo de seis estágios, relacionados a seguir:

a) Estágio 1 – Os gestores não estão interessados na exportação e nem sequer atenderiam a um pedido de exportação involuntário;

b) Estágio 2 – Os gestores atenderiam a um pedido de exportação involuntário, mas não fariam esforço adicional para explorar a possibilidade de exportação;

c) Estágio 3 – Os gestores ativamente consideram a possibilidade da exportação. Este estágio pode ser opcional se a empresa já receber pedidos de exportação involuntários;

d) Estágio 4 – A empresa exporta em uma base experimental para alguns países

“psicologicamente” próximos;

e) Estágio 5 – A empresa é um exportador experiente para países próximos e ajusta as exportações de forma a otimizar as taxas de câmbio, tarifas, etc.

f) Estágio 6 – Os gestores expandem as exportações para países adicionais cuja

“distância psicológica” é maior.

Na pesquisa, os autores concluíram que as empresas no estágio 3 têm uma imagem sobre exportações e mercados estrangeiros muito mais semelhante à visão dos seus gestores do que por aspectos econômicos, ou seja, as convicções dos gestores sobre o processo de internacionalização é mais levada em consideração do que a análise econômico financeira de uma operação.

Nas empresas no estágio 4, o maior determinante foi o dinamismo e a qualidade dos seus gestores. A análise do lucro e crescimento foi considerada quase sem importância, porque o objetivo principal da exportação era descobrir com precisão como ela poderia contribuir para a empresa. Outro aspecto relevante às empresas do estágio 4 foi que as empresas que obtiveram seu primeiro pedido de exportação de forma voluntária, ou seja, em decorrência do esforço dos seus gestores em obter um pedido no exterior, eram muito maiores do que as que obtiveram seu primeiro pedido de forma involuntária (em torno de duas vezes e

meia o número de funcionários). Também possuíam expectativas mais favoráveis sobre as vantagens da exportação, bem como possuíam métricas de gerenciamento muito melhores, dinâmicas e percebiam menos barreiras para exportação.

As empresas no estágio 5 perceberam maiores barreiras para a exportação do que as dos demais estágios, isto em função de que os volumes de exportação do estágio 5 eram maiores. As principais barreiras percebidas foram:

a) Dificuldade no entendimento das práticas de negócios no estrangeiro;

b) Padrões dos produtos e serviços e de comportamento de consumidores diferentes, tornando-os não adequados para a exportação;

c) Dificuldade de cobrança financeira no exterior;

d) Dificuldade de obter representação adequada nos mercados internacionais.

Reid (1981) propõe um modelo de 5 estágios relativos à exportação, alguns dos quais podendo ocorrer simultaneamente. Segundo o autor, o processo básico de adoção da exportação pode ser considerado o começo de um problema ou uma oportunidade para a empresa, podendo envolver conhecimento específico sobre mercados estrangeiros e até levando à solução de problemas no mercado doméstico.

Como pode ser visto no quadro 5, o comportamento gerencial possui dimensões relevantes e críticas na tomada de decisão do processo de internacionalização devido às suas expectativas, crenças e atitudes em relação aos países estrangeiros, clientes estrangeiros e, principalmente, quanto ao comprometimento de recursos para suportá-lo. O conhecimento das características resultantes das atitudes e do nível de informação que a empresa possui sobre o processo de exportação é crítico para o seu sucesso.

Estágio 1 estrangeira ao qual é exposto,

Expansão da atividade de exportação através de: 1) Incremento das

exportações através do crescimento de vendas;

2) entrada contínua em novos mercados; 3)

QUADRO 5 - Comportamento das exportações de acordo com o processo de inovação (I-Model).

Fonte: Reid (1981)

No estágio 1, a empresa começa a considerar a internacionalização como uma possibilidade de resolução de um problema ou oportunidade de expansão e crescimento. Neste estágio, a empresa busca informações sobre o mercado externo e sobre como proceder caso venha a exportar.

O estágio 2 é caracterizado por fatores motivacionais e atitudes que afetam as expectativas sobre os resultados do envolvimento com o exterior e, mais efetivamente, qual o modo de entrada poderia ser considerado. Neste estágio, o comportamento dos gestores é crítico no que diz respeito às expectativas, crenças e atitudes em relação às exportações e aos mercados no exterior.

No estágio 3 (tentativa), a empresa começa a responder a pedidos de exportação e começa a analisar os resultados. É possível que o conhecimento sobre a possibilidade da exportação ou a intenção de exportar seja gerado por um pedido involuntário, ou seja, um cliente no exterior procurou a empresa para fornecimento.

No estágio 4, os resultados são avaliados e o estágio 5 é caracterizado pela adoção ou rejeição do processo de internacionalização (nem sempre a decisão é continuar o processo).

Caso a avaliação seja positiva, o processo começa a ser incrementado.