• Nenhum resultado encontrado

2.4.2 NOVA ESPECIFICAÇÃO BRASILEIRA DE EMULSÕES

RR-1C RR-2C RM-1C RM-2C RL-1C Ensaios sobre a emulsão

2.4.3 EMULSÕES PARA IMPRIMAÇÃO

Cross & Shrestha (2004) pesquisaram sobre os tipos de ligantes utilizados pelas agências rodoviárias por alguns departamentos de transporte norte-americanos vinculados ao CFLHD (Central Federal Lands Highway Division), com objetivo de verificar o tipo de produto empregado nos serviços de imprimação, mostrados na tabela 2.8. A maioria dos órgãos rodoviários pesquisados não mencionou o material que preferem para imprimação.

33

Apenas quatro, dos 15 consultados, permitem alternativamente o uso de asfaltos diluídos, emulsões asfálticas e cimento asfáltico. Sete órgãos permitem o uso de qualquer tipo de material. Apenas o departamento de transporte de Nebraska utilizava o asfalto diluído como alternativa única para imprimação, e três agências especificaram emulsões AE-P (Asphalt Emulsion Prime) ou PEP (Penetration Emulsion Prime).

De forma geral o que se percebe é que, por força da legislação ou pela própria conscientização ambiental, o uso dos asfaltos diluídos nos Estados Unidos é limitado, o que tem contribuído com o desenvolvimento de pesquisas na busca de materiais alternativos para imprimação.

Neste contexto, atualmente há uma tendência de substituir asfaltos diluídos por emulsões de imprimação, para evitar o impacto ambiental dos compostos orgânicos voláteis (VOCs) presentes nas diluições. O custo também tem sido um dos motivos citados para esta mudança.

A US Environmental Protection Agency (Agência de Proteção Ambiental, norte- americana) – EPA está eliminando ou restringindo severamente o uso de asfaltos diluídos em aplicações rodoviárias. Os asfaltos diluídos não são usados em países como o México e foram recentemente banidos da Argentina. Muitos países estão tomando providências similares para evitar poluição ambiental provocada pelas emissões destes produtos.

Tabela 2.8: Tipo de ligantes utilizados por agências rodoviárias americanas para imprimação (CROSS e SHRESTHA, 2004).

AGÊNCIA MATERIAL

Arizona Asfalto diluído e emulsão

Califórnia Não usam asfalto diluído

Colorado Emulsões AE-P e PEP

Kansas Asfalto diluído e emulsão

Nebraska Asfalto diluído

Nevada Asfalto diluído e emulsão

New Mexico Emulsões AE-P e PEP

North Dakota Todos os materiais

Oklahoma Asfalto diluído e emulsão

South Dakota Asfalto diluído e emulsão

Texas Emulsões AE-P e PEP

Utah Todos os materiais

Wyoming Todos os materiais

U.S.F.S. (U.S. Forest Service) Asfalto diluído e emulsão UFC - Unificação de critérios de

instalações

Asfalto diluído e emulsão cura lenta

34

Dr. Jorge O. Agnusdei (2011), da Comisión Permanente Del Asfalto da Argentina apresentou as emulsões catiônicas convencionais de utilização em pavimentos rodoviários de seu país, em especial a emulsão “CI” para imprimação em bases rodoviárias, como mostra na figura 2.1, em palestra na Comissão de Asfalto do IBP, no Rio de Janeiro, no dia 9 de agosto de 2011.

Figura: 2.1 - Emulsões catiônicas convencionais da Argentina

Na figura 2.2, está apresentada uma tabela, da mesma palestra do Dr. Jorge O. Agnusdei (2011), em detalhes da especificação da emulsão para imprimação, com os ensaios de caracterização física, os valores especificados para cada ensaio e as normas respectivas. As taxas de distribuições usuais para a imprimação variam de 1,0 a 1,2 l/m2, e são muito fluidas (baixa viscosidade).

35

As emulsões convencionais incluindo a emulsão para imprimação CI foram normatizadas em 2001 com a denominação de Norma IRAM 6691/2001.

Figura: 2.2 - Especificação Técnica da emulsão para imprimação da Argentina Na revista ASFALTO (IBP, 2009) o artigo de Sundaram Logaraj: “Camada de base (Prime-Coat) sem solvente”, mostra um estudo feito no laboratório da AKZONOBEL nos EUA, sobre o produto denominado Redicote E - 7000 que pode ser usado para produzir uma emulsão de camada de base (Prime) econômica e ecológica, livre de solvente e com poder de penetração superior ao CM-30. Durante 2006 e 2007, a emulsão sem solvente, formulada com Redicote E- 7000 foi avaliada pela Holly Corporation, em cooperação com as autoridades locais e o laboratório da AKZONOBEL, com bom desempenho. A emulsão livre de solvente atende às exigências do tipo PEP – Penetration Emulsion Prime americano, já aceita nas especificações do estado norte-americano do Novo México.

36

A emulsão asfáltica de nome comercial “Imprima” foi especialmente desenvolvida pela Betunel em 2010 para ser utilizada em serviços de imprimação de bases granulares formando uma camada impermeabilizante e servindo de ligação para nova camada asfáltica. O objetivo é conferir coesão superficial, impermeabilizar e permitir condições de aderência entre a superfície e o revestimento a ser executado. Segundo Betunel (2010), no informativo virtual da Betunel (Site: www.betunel.com.br/pdf/imprima.pdfref - acessado em 03/11/2010), este produto oferece vantagens como:

 Grande facilitador da aplicação de uma nova camada asfáltica.

 Boa penetração em bases granulares, além de formar um filme superficial impermeabilizante.

 Aplicação fácil e cura rápida em até 24horas.  Taxa de aplicação de 0,8 a 1,2 litros / m2

, dependendo do tipo de base.  Não requer recorte ou diluição.

 Aplicada em temperatura ambiente e com equipamentos convencionais.  Baixo odor.

 Substitui o uso do CM-30, evitando a liberação de solvente para o meio-ambiente, reduzindo o aquecimento global.

A PETROBRAS publicou no dia 29 de março de 2011, em seu site: (http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2011/03/29/lancada-emulsao-asfaltica-com- ganhos-ambientais/), e neste, segundo o gerente executivo Carlos Eduardo Duff, explica que o lançamento da emulsão “Emulpen” é uma nova emulsão asfáltica para imprimação que a Petrobras Distribuidora está lançando no mercado brasileiro, com exclusividade, reforçando seu portfólio no segmento. A fórmula do produto não utiliza solventes derivados de petróleo, atendendo a requisitos ecológico e ambiental, e deverá substituir o CM-30, que possui em sua composição cerca de 50% de solvente. O Emulpen não emana vapores e possui ainda a vantagem de ser aplicada a frio.

37

As Características e propriedades desta emulsão da Petrobras, são:

 Produto ecológico, uma vez que utiliza água como veículo de aplicação e pode ser empregada em solo compactado que apresentem umidade de até 4%.

 O rendimento varia de acordo com as características da base ou solos (mais porosos ou menos porosos). A taxa normalmente utilizada é de 1,2 a 1,8 L/m².

 As embalagens e cuidados no armazenamento: comercializada em tambores metálicos de 180kg ou a granel, sendo transportada em caminhões tanques.

 Para períodos de armazenamento maior que 30 dias em tanque estacionários na obra, se recomenda recirculação do produto, pelo menos uma vez por semana.  Para operações de carregamento e descarregamento, é necessário verificar se os

tanques receptores estão limpos, a fim de eliminar qualquer grau de contaminação, que possa comprometer o desempenho ou mesmo provocar a ruptura da emulsão.  Não misturar o EMULPEN com outros produtos, tais como Asfaltos Diluídos CM-

30, CM-70, CR-250 etc. e tampouco com outros tipos de emulsões, como de ruptura rápida, média e lenta.

As principais especificações técnicas da emulsão EMULPEN são:  NBR 14491 - Viscosidade Saybolt-Furol a 25°C; seg., 90 máx.  NBR 6570 - Sedimentação, 5 dias; % peso, 10 máx.

 NBR 14393 - Peneiração (0,84mm); % peso, 0,1 máx.  NBR 6299 – pH; 8,0 máx.

 NBR 6568 - Solvente destilado; % volume, 0 – 15.  NBR 14376 - Resíduo por evaporação; % peso - 45 mín.

38

Como já comentado, Rabelo (2006) investigou fatores que influenciam na penetração da imprimação para bases com emulsão RM-1C, asfalto diluído CM-30 e uma mistura produzida a partir da adição do liquido da castanha de caju (LCC) ao cimento asfáltico de petróleo (CAP) – 60% de CAP e 40% de LCC como diluente. Os resultados obtidos mostram que a imprimação é uma operação bastante complexa, que tem interferência de diversos fatores, tais como: o tipo e a taxa de ligante aplicado, as condições de preparo da superfície da base, a umidade de compactação, etc. Verificou que o LCC pode ser utilizado satisfatoriamente, à luz da penetração, como diluente asfáltico, tendo em vista suas qualidades antioxidantes, baixo teor residual no aquecimento, alto ponto de ebulição e alto ponto de fulgor (140ºC). Os ensaios realizados mostram que esse produto formou uma mistura homogênea com o CAP e sem a ocorrência de sedimentação podendo vir a ser uma alternativa para imprimação no futuro se passar a ser produzida industrialmente.