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Encarregados de educação das crianças do contexto de Educação Pré-Escolar

PARTE I: ENQUADRAMENTO TEÓRICO

4. A opinião das famílias sobre o brincar e a aquisição de novas aprendizagens em espaços

4.2 Encarregados de educação das crianças do contexto de Educação Pré-Escolar

respostas) dos respondentes confirmou essa importância. Três referiram que têm por hábito brincar com as crianças nos espaços exteriores em todos os dias da semana; oito referiram que a ida com as crianças ao exterior acontece aos sábados e aos domingos ou em dias de folga; e três responderam levar o/a seu filho/a a espaços exteriores apenas um dia por semana.

A maioria dos pais (11 respostas) leva os filhos ao parque infantil ou a ruas e imediação da residência (sete respostas). Afirmam também levar os filhos à horta (três respostas), à quinta (duas respostas), às barragens (duas respostas), ao campo de futebol (duas respostas) e a parques florestais (duas respostas).

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Relativamente aos momentos em que costumam levar os filhos a espaços exteriores, os respondentes salientaram frequentar os mesmos espaços exteriores seja durante a manhã, ou seja durante a tarde, desde que as boas condições atmosféricas ou condições razoáveis se verifiquem. Quando se deslocam com as crianças ao espaço exterior uma grande parte dos pais (12 respostas) deixam que as crianças brinquem com outras crianças; sete dos pais referem que se envolvem diretamente nas brincadeiras e um reduzido número (quatro) refere que deixam a criança brincar sozinha. Também obtivemos duas respostas que referem a brincadeiras das crianças nesses espaços com o seu animal de estimação.

Gráfico 4 Interação do adulto na participação das brincadeiras das crianças

Dez dos respondentes dizem que o espaço exterior potencia a exploração conjunta (família-criança) e sete afirmam que o espaço exterior permite o desenvolvimento de exercícios físicos e que a criança possa brincar sem a interferência dos adultos. Também sete dos pais assinalaram a realização de atividades de exercício físico

Nas suas respostas consta que no espaço exterior se podem realizar com as crianças jogos tradicionais (duas respostas), o “jogo do pião” e o “jogo da macaca”, bem como outras atividades. Um dos respondentes referiu que a criança pode usar a trotinete com outras crianças. Referem também que as brincadeiras podem ser da iniciativa da criança e do adulto (uma resposta), apenas da iniciativa das crianças (seis respostas), da iniciativa da criança e do adulto (10 respostas), e por fim, pela iniciativa de outras crianças (duas respostas).

Na escala de cinco valores, por unanimidade, os pais atribuíram importância máxima aos espaços exteriores e à brincadeira e aprendizagens que neles as crianças podem desenvolver.

Todos afirmaram conhecer o espaço exterior do Jardim de Infância bem como as oportunidades de aprendizagem que o mesmo propicia. Nove dos respondentes atribuíram ao espaço exterior uma classificação de uma boa qualidade desse mesmo espaço; dois referiram que o espaço tem uma qualidade razoavelmente boa e outros dois referiram que o espaço de recreio é de muito boa qualidade.

Todos afirmam saber que os filhos utilizam o espaço exterior e a maioria (12) dizem saber que realizam nesse espaço brincadeiras livres, tarefas de agricultura e atividades orientadas pela Educadora cooperante e pelas Educadoras estagiárias.

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Sozinho/a Com outras Crianças Com o adulto que o acompanha Com os outros adultos Com o animal de estimação

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Dessas respostas podemos ainda referir que três dos respondentes assinalaram saber que o/a seu filho/a realiza atividades de pintura e desenho e outros sete respondentes assinalaram ter conhecimento de jogos livres que são realizados pelas crianças nesse espaço.

Quatro respondentes dizem saber que aí se realizam atividade de Educação Física e alguns jogos livres nesse domínio, como jogar futebol e ainda o processo lúdico de separação e reutilização do lixo, e outros três respondentes referiram outras atividades relacionadas com as brincadeiras na casinha de madeira e na caixa de areia.

Nas respostas dos pais sobre sugestões de atividades a realizar no exterior, identificámos as seguintes sugestões: “Peddy papper - jogos de orientação, jogo de corrida de sacas, salto à corda, jogo da cabra cega, jogos de “sobe e desce”, atividades de dança e ainda a potencialização de mais atividades no domínio da educação física.”

Por unanimidade identificaram também que não tinham receios face à partilha do recreio dos seus filhos com crianças mais velhas do 1.º Ciclo do Ensino Básico, mostrando a totalidade desses respondentes confiança na supervisão dos adultos da instituição.

Nove dos pais referem que entendem ser importante essa partilha com crianças mais velhas, quer pelo tipo de brincadeira quer pelas interações sociais e novas aprendizagens e os cinco não assinalaram nenhuma resposta.

Doze dos respondentes consideram o espaço exterior da instituição como seguro e apenas um respondente o classifica como sendo muito seguro.

Seis dos respondentes deram sugestões para o enriquecimento do espaço exterior da instituição, conforme sugerem as respostas seguintes:

“Sombras para que possam brincar mesmo quando há muito sol” Q (1)

“Nova pavimentação. Alguns aparelhos para a prática da Educação física no espaço de recreio” Q (2) e Q (3)

“ Um espaço verde maior; Melhor pavimentação para as crianças brincarem; Melhoria e Utilização do Campo de Jogos” Q (4)

Aumento do parque infantil, pois existe muito espaço para isso. Construção de um campo de futebol, com melhor pavimentação. Reutilizar materiais para o aumento da horta e do jardim do espaço de recreio” Q (5)

“Colocar novas grades de proteção porque as existentes estão danificadas e oferecem pouca segurança” Q (6)

Em síntese, e relacionando com preocupações dos adultos que também mencionamos no Enquadramento Teórico, com a análise dos questionários verificou-se que os pais se preocupam muito com questões de segurança na realização de atividades ao ar livre. Este facto é mais marcante quando se trata das crianças da Creche, dada a sua tenra idade.

Da análise dos questionários destaca-se também um dos aspetos referidos no Enquadramento Teórico e que vem sendo preocupação de alguns investigadores (nomeadamente Neto, 1985, 1992, 1997, 2017); trata-se do reduzido tempo para brincar nos espaços exteriores

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com o/a seu/sua filho/a, sendo ainda o parque infantil um dos espaços preferidos para as brincadeiras.

Relativamente à frequência dos espaços exteriores com diferentes condições atmosféricas, nota-se que os encarregados de educação não têm por hábito frequentar os espaços quando se faz sentir algum frio, calor e chuva, o que demonstra que na cultura portuguesa existe uma grande tendência para não expor as crianças a condições meteorológicas adversas ou a outros tipos de risco.

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5. A opinião das Educadoras cooperantes sobre o brincar e a aquisição de novas