5 CAPÍTULO 3: A ENCHENTE DE 2008
5.1 ENCONTRO COM OS ENTREVISTADOS
Faremos esta caracterização entrevistado por entrevistado na ordem em que foram realizadas as entrevistas, pois, dessa forma, facilitaremos a compreensão de como aconteceu o processo da entrevista. Vamos a eles:
enchente e ela sempre nos falou que onde morava sofria constantes alagamentos. Durante a enchente a visitamos duas vezes na casa da filha onde ela estava abrigada e tentamos, de alguma forma, ajudá-la. Ela mora no loteamento Jardim Esperança, popularmente conhecido como Brejo, que fica localizado no bairro Cordeiros;
b) A segunda entrevistada foi Joana, que conhecemos por meio de Maria, que após a entrevista nos falou de uma colega de trabalho que havia perdido tudo durante a enchente, inclusive a casa. Posteriormente nos apresentou. Durante a enchente ela morava no bairro Espinheiros e por ter perdido a sua casa, durante a entrevista estava morando no bairro Cidade Nova, popular Promorar. Por escolha, a entrevista foi realizada em seu local de trabalho. Joana perdeu sua casa durante a enchente, mas quando fizemos a entrevista já morava de aluguel em outro bairro, pago com o auxílio moradia concedido pela prefeitura. Apesar desta mudança ter modificado bastante o seu dia a dia (por exemplo, ela ter que percorrer aproximadamente 10 Km de bicicleta para ir ao trabalho) no seu relato sobre a enchente Joana cita de forma vaga e superficial este acontecimento;
c) Conheci Juliana após a enchente, em um trabalho realizado na escola Professor Cacildo Romagnani, localizada no bairro Cidade Nova, popularmente conhecido como Promorar. Durante uma intervenção que foi feita após a enchente com objetivo de melhorar a escola, conheci esta simpática líder comunitária que estava sempre sorridente, apesar de durante a enchente ter perdido tudo, inclusive sua casa;
d) Júnior, durante a enchente, foi levado duas vezes até sua casa com mais ou menos 1,80 metros de água para que se certificasse de que estava tudo bem e que ninguém havia entrado na residência, que fica localizada no bairro Dom Bosco, muito próximo ao rio Itajaí-mirim (canal natural); e) Seu Zé foi uma pessoa que nos ajudou durante o trabalho de resgate.
Após sua família estar em segurança, resolveu sair e ajudar as pessoas que estavam precisando. Mora no Centro, próximo ao Supermercado Angeloni, local que foi bastante afetado pela água;
forma que o seu Zé, os dois moram no mesmo bairro;
g) Rosana, vamos dizer que “conhecemos por acaso”. Um dia estávamos conversando e falamos sobre o trabalho de pesquisa que estávamos desenvolvendo, ofereceu-se para ser entrevistada, uma vez que tinha vivenciado tudo. Ela mora no bairro São Judas, bem próximo ao rio Itajaí-mirim (canal natural);
h) Conheci Mário após a enchente por meio de conversas que tivemos para organizar um evento. Ele fazia parte de uma associação que estava ajudando e após muita conversa descobri que havia perdido todo seu material de trabalho. Ele mora e tem sua microempresa em um local que, em Itajaí, costuma-se dizer que não vai água, que é no bairro São João, próximo ao rio Itajaí-mirim (canal retificado);
i) Daniela, após a enchente, em conversas, contou-nos que havia passado por várias enchentes. Por isto, após algumas conversas marcamos a entrevista, que a pedido dela não foi gravada. Durante a conversa foi necessário parar por ela não estar se sentindo bem. Depois não quis continuar, mas autorizou que utilizássemos o que já havia sido realizado. É importante colocar que esta foi uma das menores entrevistas, tendo em vista um provável desconforto e emoção ao iniciar a conversa. Daniela confidenciou-nos, no entanto, fora da situação da entrevista, que perdera sua filha pequena na enchente de 83/84;
j) A entrevistada Elisa foi indicada por um conhecido que temos em comum. Ela é moradora do Bairro Cordeiros, no loteamento da Murta, região bastante atingida pela água em 2008. Sua entrevista foi realizada em seu local de trabalho, como solicitado, e não foi gravada para evitar o constrangimento da entrevistada, que alegou ter vergonha;
k) Conhecemos Deise por meio da entrevistada Joana, após o trabalho realizado na escola Professor Cacildo Romagnani. A entrevista foi realizada em sua residência que foi totalmente afetada pela água;
l) Conhecemos a entrevistada Susana por meio do entrevistado Junior, que nos apresentou-a. Depois de algumas conversas informais marcamos uma entrevista em sua residência.
direto durante a enchente. Um dia, em uma conversa, ela nos falou sobre o assunto e expusemos nossa proposta de pesquisa. Prontamente se dispôs a realizar a entrevista;
n) O entrevistado Rodrigo conhecemos no dia em que fomos entrevistar a Fernanda, no bairro Cordeiros, no Loteamento Jardim Esperança, chamado popularmente de Brejo. Ele, em tom de brincadeira, falou que também queria falar, então, perguntamos se não queria realizar a entrevista e ele concordou;
o) Neto conhecíamos antes da enchente e a entrevista começou de uma conversa sobre este tema. Quando começou a falar do assunto perguntamos se não poderia fazer uma entrevista, ele prontamente aceitou e naquele momento já a realizamos.
Procurei entrevistar, conforme colocado anteriormente, pessoas (moradoras) de diferentes bairros e/ou localidades do município, sendo eles: Cordeiros, São João, São Judas, Dom Bosco, Cidade Nova (Promorar), Espinheiros e Centro (ANEXO B).
No bairro Cordeiros, que é o mais populoso do município, fiz entrevista em dois loteamentos: Murta e Jardim Esperança. Este último conhecido popularmente como Brejo, por antigamente naquele local existir um banhado, o qual era o habitat de muitos sapos, que segundo se comenta na região, faziam uma espécie de “sinfonia” durante as noites, como comenta uma das entrevistadas.