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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.5. Energia Líquida e níveis de PB na dieta

1995 citado por de Lange e Birkett 2005).

De acordo com Boisen e Verstegen (1998) citado por Moehn (2005) a determinação da energia líquida é feita em condições padronizadas, dessa forma, os valores de EL são aplicáveis apenas sobre as condições em que foram determinados.

Os experimentos desenvolvidos para determinar as equações de EL não levaram em conta o impacto do animal sobre os conteúdos de EL da dieta. Esse impacto inclui o peso corporal, genótipo e níveis de desempenho.

O sistema de EL pode ser usado tanto para animais em mantença quanto para animais em crescimento. O desempenho pode ser tanto deposição de proteína quanto de gordura. A eficiência com que a energia é utilizada no metabolismo intermediário depende da fase de desenvolvimento. Essa eficiência gira em torno de 74 a 77% para mantença (Noblet 2000),58 a 60% para deposição de proteína e 77 e 82 % para deposição de gordura (van Milgen e Noblet 1999).Dessa forma, a mesma dieta terá diferentes conteúdos de EL quando fornecida a animais em crescimento ou em terminação, pois a deposição de gordura é mais eficiente energeticamente que a deposição de proteína.

É importante dizer, que essas limitações se aplicam também aos sistemas de ED e EM. Uma maior digestibilidade dos nutrientes irá também aumentar os conteúdos de EM e ED da dieta. Pode-se dizer ainda que diferenças na utilização da energia irá influenciar o ganho obtido com uma dieta com mesmo conteúdo de EM e ED. A principal diferença entre ED, EM e EL é que os pesquisadores que trabalham com EL admitem o impacto dos fatores relacionados ao animal no conteúdo de energia da dieta e procuram determinar fatores relacionados à energia que contribuem para esse impacto.

2.5 - Energia líquida e níveis de PB na dieta

A relação energia/proteína refere-se ao total de energia na ração que é requerida para metabolizar a proteína fornecida aos tecidos corporais. Tem sido demonstrado que a utilização da proteína é melhorada quando se utiliza dietas de baixos níveis protéicos. O valor biológico, que representa a proporção da proteína dietética que pode

ser aproveitada pelo animal para síntese dos tecidos corporais, tem diminuído quando se aumenta a proteína da dieta (McDonald et al. 1995).

De acordo com os resultados obtidos por Noblet e Perez (1993), o total de energia perdida na urina representou de 2 a 6 % do conteúdo de energia digestível. A relação entre EM:ED (x 100), por sua vez, foi em média 96,3%. A excreção nitrogenada está diretamente relacionada ao total de nitrogênio ingerido; dessa forma, a relação EM:ED varia de acordo com o conteúdo de PB na dieta. De acordo com as equações obtidas, pode ser calculado, que para cada grama de PB ou PB digestível adicionada à dieta, o conteúdo de EM reduz 0,7 e 0,8 kcal respectivamente. Em outras palavras, o catabolismo do excesso da proteína bruta digestível requerida para crescimento foi associada com a perda de 0,8 kcal de energia na urina para cada grama de PB digestível.

A energia perdida na urina representa uma percentagem variável da energia digestível, uma vez que a energia urinária depende grandemente da excreção de nitrogênio. Em determinados estágios de produção, a excreção urinária de nitrogênio depende principalmente do conteúdo de proteína da dieta. Consequentemente a razão EM:ED é diretamente relacionada ao conteúdo protéico da dieta. Na maioria das situações a relação EM:ED de dietas completas é de aproximadamente 0,96 (Noblet et al., 1993).

Em dietas de baixo conteúdo protéico, Le Bellego et al. (2001) verificaram que a medida que a percentagem de PB da dieta era reduzido, a perda energética pela urina era reduzida significativamente, devido a uma menor excreção de N. Para uma mesma ingestão de EM, a redução dos níveis de proteína, levou a uma redução na produção de calor pelos animais. Os autores concluíram que ao se diminuir os níveis de PB, não alterou o conteúdo de energia metabolizável, mas aumentou o valor de energia líquida. Assim, por esses resultados, pode-se ver

que a redução da excreção de N está diretamente relacionada com uma menor perda energética pela urina e um conseqüente aumento do conteúdo de energia líquida. Segundo os autores, existe uma perda de 6,69 Kcal e 0,72 Kcal para cada grama de N urinário ou para cada grama de proteína digestível ingerida respectivamente. Além disso, a relação entre a perda energética pela urina e a ingestão de proteína indica que a quantidade de energia perdida na urina aumentou em 0,72 Kcal para cada grama de proteína ingerida.

Da mesma forma, avaliando dietas de baixa proteína, Noblet et al. (2001) avaliaram a produção de calor de animais alimentados com dietas com diferentes níveis de PB e gordura. Verificou-se redução na produção de calor nas dietas de menor conteúdo protéico ou quando gordura era adicionada. Isso indica que a eficiência de utilização da EM para energia retida depende da composição da dieta. Os autores concluíram que a utilização da energia é melhorada quando os níveis de PB são reduzidos; ainda mais quando é adicionado gordura à dieta; isso indica também a superioridade do sistema de EL em relação à EM e ED.

De forma bastante contraditória, alguns estudos têm demonstrado ainda que dietas de baixa proteína aumentam a produção de calor. Nieto et al (1997) alimentaram frangos de corte com dietas contendo 6,6 e 20% de PB do 10º ao 24º dia de idade e relataram aumento no requerimento de energia para mantença (231 vs 197 Kcal/kg0,75/dia). De maneira semelhante Buyse et al. (1992) verificaram que dietas de baixa proteína (15 e 20%) aumentaram a produção de calor (300 e 253 Kcal/kg0,75/dia, respectivamente) por frangos de 28 dias de idade. Esses resultados foram associados ao aumento do nível plasmático do hormônio tireoidiano triiodotironina (T3) dos frangos alimentados

com dietas de baixa proteína. De acordo com Carew et al. (1997), deficiências de aminoácidos essenciais aumentam as

concentrações plasmáticas de T3 e

consequentemente aumentam a produção de calor das aves alimentadas com dietas de baixa proteína. Segundo os autores, embora a deficiência de aminoácidos tenha efeitos individuais nos hormônios da tireóide, os mecanismos metabólicos pelos quais essas deficiências alteram os níveis de hormônios tireoidianos não são conhecidos.

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