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O curso de auxiliar de enfermagem possibilitou a aquisição de novos conhecimentos e fundamentou teoricamente práticas já desenvolvidas pelas

atendentes cuja aprendizagem se dava por observação sem acreditar no

resultado daquela ação. Sendo assim capacitou-as para melhorar a

qualidade das informações e a criatividade nas práticas que até então

desenvolviam rotineiramente de forma mecânica. Aprenderam novas

técnicas, responsabilizando-se pelo seu desenvolvimento correto. Esse é o

caso de Celina que passou a sentir-se mais valorizada pela equiparação de

atribuição entre os profissionais da mesma categoria e pela sua capacidade

de assumir responsavelmente novos papéis.

Agora quanto à forma de orientar eu sinto que eu tô mais preparada pra estar orientando melhor o usuário em si né, porque se eu tô dando uma orientação, eu tô dando uma orientação com fundamentos, que eu sei que aquilo é o correto; que eu aprendi que aquilo é correto e antes eu fazia porque eu via os outros fazer; fazia assim, então orientava assim né, chegava lá e não criava nada assim, não criava nada em cima daquilo que eu tinha que fazer né. Agora não, se eu sei, se eu tenho conhecimento de uma coisa melhor pra ele, eu vou orientar daquela forma. Você vê um caso assim, eu tô na farmácia, a mãe vem pedir um rinossoro, eu não tenho o rinossoro, mas eu tenho como orientar ela para preparar o soro caseiro (...) No caso do soro de reidratação, também a mesma coisa. apesar de sempre a gente ter tido treinamento na unidade, que orientava sobre isso, mas assim eu achava, eu via quando tinha treinamento que a enfermeira tava explicando o soro caseiro, falava ai que besteira! água, sal e açúcar não vai resolver; só que agora eu sei que realmente resolve e que aquele mesmo que a gente oferece pra eles aí industrializado é o mesmo que eles vão preparar lá (...) O conhecimento ajuda bastante; muda porque eu falava assim, imagina, agora eu vou pôr água, sal e dá pra criança beber, não vai resolver; eu achava que aquele lá tinha alguma coisa a mais. agora eu sei que não, mesmo agora que tá sem o soro aí, vem as mães, não tem, já tem as colherinhas lá, já pego uma colherinha e falo, ó mãe, faz assim, faz assim, assim (...) (Celina).

Então quando eu terminei o curso do Larga Escala, a parte teórica... que o estágio também foi muito pouco, a gente não viu muita coisa, eu até não dava muita importância, assim achava que o curso não tivesse sido tão bom, que fosse me trazer assim grandes conhecimentos, grande importância na minha vida; assim de melhorar de vida, tanto na parte financeira como em conhecimento. Mas a partir do momento que eu comecei a trabalhar como auxiliar de enfermagem na unidade e que eu tive oportunidade de trabalhar em hospital como auxiliar de enfermagem, eu fui percebendo que o curso foi muito bom, porque tudo aquilo que eu aprendi, quando eu fui trabalhar lá no hospital e também

aqui no posto, antes eu vi, fazia porque eu via os outros fazendo, era uma cópia do que eu via os outros fazendo. Então a partir daí eu fui fazendo com consciência, vi que eu tava fazendo alguma coisa certa porque era aquilo que eu tinha aprendido no Larga Escala né. Então na medida que eu fui trabalhando fora, que eu fui trabalhar como auxiliar no hospital São Mateus, depois no Vila Maria, então aí eu vi a importância do curso, deu pra tomar consciência que realmente o Larga Escala é um projeto assim, é um curso muito bom, porque a gente aprende muita coisa, não só a parte prática, profissional, mas a gente toma muita consciência da necessidade do trabalho da gente e a gente assim toma muita responsabilidade naquilo que a gente faz. Então a gente faz porque sabe que aquilo que está fazendo, que aquilo é necessário, que tem que ser feito, não porque a gente viu a colega que é auxiliar fazer né, porque viu a outra fazer, porque até aí eu fazia porque eu via os outros fazerem, mas depois do curso eu fui ver que não, que realmente muita coisa que eu via ela fazer eu ia copiar, às vezes eu copiava errado, porque não era o certo. Depois do Larga Escala eu aprendi a fazer certo aquilo né, o procedimento que eu via as menina fazer, um curativo por exemplo, eu via elas lá fazer um curativo, umas usava luva, umas usava o material correto como pinça, tesoura, essas coisa todas né, mas não sabia o porque que tinha que usar tudo aquilo né, só depois do curso... Hoje que eu vou fazer um curativo eu sei o porque que eu vou usar cada material daquele, a importância que tem eu está usando aquele material; porque até aí, se eu por uma luva, passar a mão e fazer é a mesma coisa, só que na verdade não é isso. Agora eu sei que eu tenho que usar a pinça e de forma correta, a anti-sepsia tem que ser feita na parte externa para a parte interna. Antes eu achava que eu chegava lá, lavava com soro, não importava se eu passava gaze uma vez, duas ou três. Hoje eu sei que eu não posso fazer isso, eu tenho que começar das bordas, não usar a mesma gaze que eu passo em volta, eu não posso passar no ferimento infectado. Então hoje eu sei o certo, porque e como fazer isso daí, isso e todos os procedimentos da enfermagem que a gente vai fazer né. Então se chegar uma criança para pesar, vamos pesar, se faltou 100 grama, aumentou 100 grama, não importa muito... agora eu sei que importa, se eu pesar a criança com roupa, sem roupa, qual a diferença, tá frio, vamos pesar com roupa hoje que tá frio né. Não, hoje eu sei que é importante pesar a criança direitinho porque ali é o acompanhamento de vida da criança, se a criança tá desenvolvendo, se tá crescendo, o quê que tá faltando né, que a criança precisa, então isso eu aprendi no Larga Escala e é uma coisa assim, por ser a parte teórica, um conteúdo muito grande, eu achava que eu não ia guardar tudo aquilo na minha cabeça, mas a partir do momento que eu comecei a trabalhar, comecei desenvolver o meu trabalho como auxiliar eu fui perceber que isso aí é muito importante; eu não conheço outros cursos particulares por aí e também não posso ficar falando em relação ao Larga Escala com outros... então o que eu tenho que falar, eu tenho que falar muito bem do Larga Escala, porque é o curso que eu conheço e assim conversando com as colegas, eu vejo que

muita coisa que eu aprendi no Larga Escala elas não aprenderam no outro curso né (Celina).

Júlia passou a desenvolver novos procedimentos, além de realizar os

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