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3. ANÁLISE DOS DADOS

3.2 Setores diretamente relacionados com serviços de hotelaria

3.2.4 Enfermagem

Em ambiente hoteleiro, existem postos de enfermagem em hotéis e resorts de grande porte, geralmente nos locais mais afastados dos grandes centros. Estas enfermagens têm como objetivo prestar pequenos socorros, estando equipados com aparelhos capazes de atender apenas esta finalidade. Em contrapartida, o setor de enfermagem no ambiente hospitalar é peça fundamental para a assistência e cuidados com os pacientes.

Segundo Francisco, Paes da Silva e Luz (2007, p.64), a “enfermagem é uma das profissões mais jovens na área da saúde, ainda que uma das artes mais antigas, pois a vida exige mais cuidados, do que cura”. Com esta citação, os autores afirmam que os cuidados junto ao paciente são uma forma de hospitalidade, de acolhimento e que também os hospitais começam a preocupar-se em deixar de ser uma casa de doença, para tornar-se um ambiente de saúde, com outros fatores como bem-estar, conforto, segurança e principalmente humanização interferindo na cura.

Esta situação de humanização pode ser traduzida como “cordialidade, o sorriso, o toque no paciente, simpatia e principalmente, colocar-se a serviço, à disposição”, conforma afirma a coordenadora de enfermagem do Hospital Divina Providência. Partindo desta forma de humanização, o setor de enfermagem deste hospital busca uma diferenciação no seu atendimento, ainda citando a coordenação de enfermagem, “é preciso fazer com que o paciente se sinta diferenciado, que estamos preocupados com suas angústias, medos e inseguranças, mas principalmente que ele não se sinta como um número, „o paciente do apartamento x‟, ou simplesmente mais um”. Esta afirmação ratifica o conceito de Francisco, Paes da Silva e Luz (2007, p.70) que consideram que “o cliente não quer ser visto só como doente [...], mas ao contrario, quer ser reconhecido como alguém que pensa, sente, tem vontade e interesse. Que além de estar „hospedado‟ num hospital, também precisa de [...] cuidados”.

Esta situação do diferencial, do respeito ao paciente, pode ser percebido durante a aplicação dos questionários, pois vários pacientes registraram que os funcionários da enfermagem do hospital são atenciosos, carinhosos e educados. Outro ponto relevante identificado pelos pacientes e que confirma os adjetivos à equipe de enfermagem é que a cada troca de turno, o técnico que ficará responsável vai até o apartamento, se identifica e coloca-se à disposição do paciente para atendê-lo. A coordenação de enfermagem destacou como pontos fortes de sua área o “bom atendimento, cordialidade, satisfação dos funcionários no trabalho e qualidade no serviço”, assim sendo, ao analisar estes comentários dos pacientes, é possível concluir que os pacientes percebem estes pontos fortes durante sua internação.

Nesta relação entre enfermagem e paciente, assim como em outras também, o fator comunicação é importante, tanto a verbal quanto a não-verbal. Para Godói (2004, p.82), “na grande maioria dos casos é possível perceber claramente os equívocos que a comunicação pode causar”. Com esta citação, o autor está se referindo aos problemas que as percepções das pessoas na emissão e na recepção da mensagem podem gerar e também a importância de saber falar e saber portar-se. Por estar fragilizado em seus sentimentos, a percepção de um paciente é mais sensível a qualquer mal entendido. A comunicação não-verbal é tão ou mais importante que a verbal, estando o paciente mais atento à comunicação não-verbal. Este processo de observação é constante, sendo que o paciente consegue perceber

o modo de olhar, os gestos, a expressão facial e as de interesse. O prestador de serviço deve estar atento à forma como emprega as palavras e também às reações do seu corpo durante o processo de comunicação com o paciente.

A complexidade das atribuições do corpo de enfermagem no ambiente hospitalar exige de seus profissionais, além dos conhecimentos técnicos, sensibilidade para lidar com o ser humano. Francisco, Paes da Silva e Luz (2007, p.75) definem o enfermeiro como

aquele que é capaz de [...] examinar cada paciente entendendo que existem diferentes níveis de apreensão e compreensão da realidade: o que importa ao paciente (as necessidades percebidas por ele), a enfermagem (as necessidades percebidas por ela como importantes) e aos demais componentes da equipe de saúde (o que a instituição pode fazer, que condições possui para esse atendimento).

Foi possível constatar que o setor de enfermagem do Hospital Divina Providência possui esta compreensão bem definida, tanto da parte gerencial, quanto do quadro de funcionários. O setor importa-se com as necessidades e expectativas dos pacientes e de seus acompanhantes, prestando-lhes atendimento de qualidade. Esta qualidade foi mencionada por em média de 20% dos pacientes que responderam o questionário, considerando a qualidade dos serviços de hospedagem, alimentação e enfermagem como fator de influência na escolha do hospital, ficando atrás apenas da influência do médico que atingiu o índice médio de 43% na escolha.

Também foi possível entender como necessidade do setor de enfermagem o constante processo de qualificação, pois existem treinamentos mensais no setor, onde o quadro de funcionários participa ativamente sugerindo tópicos a serem treinados e avaliando estes quando desenvolvidos nos últimos treinamentos. Os demais componentes da equipe de saúde recebem plenas condições de executar seu trabalho, pois o hospital proporciona aos seus funcionários equipamentos e materiais necessários para prestar atendimento, sempre buscando o conforto e bem-estar de seus pacientes.

Diante do exposto, pode-se concluir que, a afinidade que o setor de enfermagem possui com os serviços de hotelaria está relacionada ao atendimento humano. Esta constatação ratifica o conceito de Francisco, Paes da Silva e Luz, (2007) que consideram os pacientes leigos para analisar a qualidade técnica dos

serviços de enfermagem, mas que podem perceber nitidamente a atenção e cortesia envolvida na relação.