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Antónia Maria Barreto

2. ENQUADRAMENTO DO ENSINO/APRENDIZA GEM

sos e no modo como estas poderão melhorar o desempe- nho, deste tipo de ambientes de aprendizagem, na con- cepção de um curso focalizado no aluno e num contexto construtivista.

Por último é apresentado um modelo em desenvolvimento para uma aprendizagem à distância e suportado por um ambiente multimedia.

2. ENQUADRAMENTO DO ENSINO/APRENDIZA GEM

2.1 Conceitos de Ensino Aprendizagem

Neste segundo parágrafo pretende-se apresentar algumas considerações sobre ensino, modelos, tecnologias de su- porte e ambientes de aprendizagem, que deverão enqua- drar o conceito de ensino e aprendizagem à distância, embora alguns autores da área afirmem, que as teorias relacionadas com estes modelos de ensino e aprendiza- gem se apresentam bastante incaracterísticas, assim como o modo de concepção de cursos [Mclsaac96], [Brown99], [Schrum98].

Aprender é uma das principais tarefas que realizamos ao longo da vida e esta processa-se de diversos modos, em distintos locais, com outras pessoas e recorrendo a vários meios.

A aprendizagem ao longo da vida, cito: deve ser encara-

da, como uma construção contínua da pessoa humana dos seus saberes, aptidões e da sua capacidade de dis- cernir e agir [Verde97].

Neste contexto os meios tecnológicos, como o computa- dor e as telecomunicações, que quando enquadrados por uma metodologia de ensino (aprendizagem e pedagogia), conduzem a diferentes objectivos, nomeadamente a uma maior disponibilidade da informação, que é um factor essencial na actual sociedade, que prime pelo saber e a divulgação do conhecimento.

Deste modo novas metodologias alternativas para apren- der e mais importante ainda, saber aprender são de uma grande actualidade, cito A. D. Figueiredo (FCTUC),“...

das milhares de obras que hoje existem sobre os proces- sos da aprendizagem, não há, nem haverá receitas uni- versais milagrosas para se aprender a aprender. O ca- minho que cada um de nós procura para aprender a aprender não está escrito em lado nenhum. Somos nós que, ao fazê-lo, o iremos desco- brir!”(..//www.dei.uc.pt/majordomo/edu_inov/ - ano 2000).

2.2 Definições e Modelos

Um modelo de suporte a esta nova aquisição do conheci- mento é o designado de Ensino à Distância (EAD) [La- garto94], [Morais98], também designado de E-Learning, que é um método de aprendizagem, inserido no amplo domínio da sociedade de informação e do conhecimento, que quando enquadrado pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), consta da produção de programas em formato de aula e sua utilização. As instituições de ensino e formação utilizam-no em vários tipos de suporte: CD multimédia, Internet/WWW ou noutra rede telemáti- ca.

Ainda se poderá definir EAD como sendo uma acção num contexto educativo ou de formação, onde o acto de aprender, por parte do aluno é realizado numa zona geo- graficamente distante ou temporalmente desfasada nas interacções entre alunos e professor. Refira-se que outras definições de EAD poderão ser apresentadas, (ver:

http://www.cciencia.ufrj.br/educnet/eduead.htm e http://www.uvex.edu/disted/definition.html), [Birchall98],

mas são semelhantes a uma forma de ensino onde o pro- fessor/formador e o aluno/formando estão remotamente separados em termos de espaço e tempo [Kristiansen96]. A utilização do EAD está a realizar-se em várias áreas de actuação [Litto00] e é caracterizada por vários parâme- tros [Keegan96], como exemplo: ensino formal e nos seus vários graus; formação profissional; formação de docen- tes; formação de pessoas ou grupos isolados, provocando a geração de vários contextos pedagógicos e tendo em consideração o ritmo de cada um dos alunos, a necessida- de de acompanhamento por um sistema de tutoria, para uma redução das barreiras entre as acções de ensinar e aprender [Silva00].

As origens do EAD começaram em meados do século XIX em USA e Europa, aparecendo neste início de milé- nio com características totalmente distintas das épocas anteriores, tornando-se mais interactivas, de maior gene- ralização e acessibilidade, provocando uma ruptura dos conceitos clássicos de interacção formador/aluno e ainda no aparecimento de contextos de aprendizagem designa- dos de espaços virtuais. Estes dispositivos são suportados por redes telemáticas ou pela Web, onde novas metodolo- gias de concepção e gestão de materiais e conteúdos estão a emergir.

O EAD é um elemento do amplo leque de ambientes de aprendizagem suportados por meios computacionais e programas educativos, que quando interligados por redes são um dos modelos de uma vasta classificação, que se- gundo as propostas inicialmente apresentada por A. Fi- gueiredo [Figueiredo89] e posteriormente por A. Paiva [Paiva97] poderão enquadrar-se pelos seguintes tipos:

- Sistemas Ensino Assistidos por Computador (SEAC); - Sistemas Tutores Inteligentes (STI);

- Jogos Educacionais (JE);

- Ambiente Interactivo de Aprendizagem (AIA); - Ambiente Inteligente de Aprendizagem (AIIA); - Micro-mundos/Ambientes de Exploração (MM)/(AE); - Sistemas de Treino (ST);

- Ambiente Virtual Aprendizagem (AVA); - Ambiente Aprendizagem Colaborativa (AAC). Destaque-se que muitos dos produtos educativos desen- volvidos têm características mistas, dos vários tipos base anteriormente apresentados.

Nesta perspectiva topológica vários modelos emergentes de EAD resultam de cada instituição, de acordo com o enquadramento pedagógico e formativo que detém, toda-

via estes modelos têm orientações pedagógicas comuns, definidas para tentar alcançar os objectivos de cada acção de formação ou disciplina e complementadas com a utili- zação de vários componentes, que lhe estão associados. Estes são designados de componentes estratégicos [Car- mo99] e são basicamente cinco: materiais e conteúdos; professores/formadores; sistemas de interacção; tecnolo- gias e por fim as avaliações.

Um elo vital na cadeia de componentes é o profes- sor/formador/tutor que tradicionalmente assumia uma posição de transmissor de conhecimento, mas vai-se transformando num organizador e orientador de informa- ção (científica, pedagógica, bibliográfica...) a que os alu- nos têm acesso, para a estudarem ao seu próprio ritmo e em local remoto [Lagarto94], desempenhando as seguin- tes funções: Concepção (modelo, método, conteúdo, am- biente...); Tutoria (respostas a questões, acompanhamen- to...); Avaliação (criação, realização de testes...).

Com a popularização das tecnologias de informação e de comunicação, em virtude de múltiplas aplicações e cres- cente flexibilidade, existe uma propensão para que os ambientes de EAD e em especial os baseados na Internet sejam influenciados por estes mecanismos [Collis96]. Daqui resultam vários tipos de serviços suportados pela

Web e entre eles os cursos para uma formação num senti-

do restrito designadas por “Online”.

Como resultado da aplicação destas facetas tecnológicas e das facilidades de acesso à WWW e navegabilidade, no- vos termos e classificações aparecem como: turmas virtu- ais [Porter97], ambientes virtuais de ensino/aprendizagem [Britain00], tornando o contexto onde o aluno aprende bastante enriquecido, pela variedade de funcionalidades que pode aceder para uma eficaz aprendizagem.

Todavia a concepção de um ambiente de EAD no seio da

Web, embora possa parecer tarefa simples, torna-se bas-

tante complexa, tendo em atenção que as acções de ensi- nar e aprender, contêm sempre e intrinsecamente uma forte componente de criatividade e interacção.

2.3 Componentes de Cursos na Web

Tendo em conta os conceitos do parágrafo anterior, al- guns aspectos base na concepção de um curso na Web poderão ser enunciados, como estas cinco facetas funda- mentais [Verdejo99]: Descrição do curso (interfaces...); Tipo de conectividade (segurança...); Comunicações (sín- crona...); Base pedagógica (caracterização...); Organiza- ção (conteúdos...).

Mas ao analisar-se o curso numa plataforma mais lata no contexto de um ambiente de aprendizagem, emergem um conjunto de elementos característicos, que deverão ser considerados [Pavlik00], por terem uma influência marcante no modo de aprender, na gestão de conteúdos e na estrutura do próprio curso, como os seguintes:

- Quadro de notícias (anúncios de eventos, logins para acesso....)

- Calendário do curso (estrutura do curso, links para ou- tras páginas...)

- Conferência (discussões em grupo e comunicação...) - Lista da classe & Páginas pessoais (apresentações, liga- ções...)

- Metadata (informações de objectos/elementos do cur- so...)

- Transferências (tutores de apoio aos alunos...) - Avaliação (questionários...)

- Colaboração (tipo de comunicação síncrona...) - Recursos multimedia (meios multimedia de apoio...) - Área comum (área onde os alunos troca materiais...) - Calendário (calendarização de acções...)

- Pesquisador (possibilidades de pesquisas...) - Marcador (facilitador de navegabilidade...) - Navegabilidade (modo de utilização do sistema....) O tipo de arquitectura base de um ambiente de aprendiza- gem é constituído por um cliente-servidor, onde o cliente é um visualizador (browser) Web que é utilizado para acederàs páginas HTML (Hyper Text Markup Language) alojadas no servidor.

3. COURSEWARE E SUA CLASSIFICAÇÃO