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Esta secção apresenta o enquadramento do estudo realizado. Para o efeito encontra-se subdividido em cinco subsecções que referem: a contextualização e pertinência do estudo (1.1); a problemática inerente ao estudo (1.2); a questão de investigação formulada (1.3); os objetivos definidos de modo a dar resposta à questão de investigação formulada (1.4) e, por fim, a organização geral do estudo (1.5).

1.1 Contextualização e pertinência do estudo

A contextualização deste estudo desenvolve-se em torno de dois temas, a promoção da saúde oral, em contexto de educação pré-escolar, e o desenvolvimento de práticas de saúde oral em crianças dos 5 e 6 anos.

Em contexto de jardim-de-infância as crianças sentem-se rodeadas de elementos diferentes, sentem-se num novo mundo, sendo importante criar um clima de bem-estar, dirigido para aprendizagens ativas, abundante em novos conhecimentos, valores e práticas (Hohmann & Weikart, 2003). Este espaço educativo é claramente um local privilegiado para proporcionar novas experiências às crianças, sendo fundamental promover novos hábitos de forma a incutir nelas boas práticas.

Segundo Gil e Diniz (2008, citado por Esteves, 2010) para se alcançar este equilíbrio entre novos hábitos e novas práticas nesta etapa educativa, é importante valorizar e incentivar atividades que promovam a saúde. Por norma estas práticas são desenvolvidas num ambiente lúdico e criativo dando asas a novas aprendizagens que, por sua vez, promovem comportamentos e atitudes saudáveis.

Para autores como Hohmann e Weikart (2003) é fundamental inserir nesta etapa, a higiene, visto esta ser essencial para a saúde individual e coletiva das crianças.

O dia-a-dia do jardim-de-infância envolve inevitavelmente uma rotina, alternando momentos de atividade com momentos de transição, que auxilia a criança a sentir-se segura e integrada (Hohmann & Weikart, 2003). Segundo os mesmos autores Hohmann e Weikart (2004) “os elementos de uma rotina diária são como marcas de pegadas num caminho” (p. 227). A rotina favorece as atividades de carácter flexível mas também

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momentos que se relacionam com a saúde e higiene das crianças. Desta forma, a criança tem oportunidade de cuidar da sua higiene e saúde criando hábitos diários que, adquiridos desde cedo, serão mais facilmente preservadas durante a vida (DGS, 2005).

A preservação de uma boa higiene oral apresenta-se como um elemento fundamental no combate às doenças orais que aparecem como um dos principais problemas de saúde, afetando, numerosamente, a faixa infantil (DGS, 2005). Neste sentido, e como destaca a Organização Geral de Saúde (DGS, 2005, citado por Esteves, 2010) é importante “integrar a educação para a saúde e a higiene no projeto educativo e efetuar uma escovagem de dentes no jardim-de-infância” (p. 1151). É essencial inserir desde cedo a higiene, visto esta ser essencial para a saúde individual e coletiva das crianças em qualquer contexto de vida. Deste modo, as crianças adquirem um conjunto de aprendizagens, iniciam padrões de comportamento, estabelecem hábitos para fundamentar escolhas mais saudáveis e crescem com uma vida com qualidade (Gil & Diniz, 2008, citado por Esteves, 2010). Segundo Esteves e Anastácio (2010) “os Educadores de Infância deverão, nesta temática, adotar a aplicação de programas para sensibilização e aquisição/melhoria de conhecimentos, valores e atitudes/práticas das crianças.” (p. 1151). O mesmo autor refere que será necessário interagir com os encarregados de educação, percebendo quais as suas necessidades relativamente à melhor forma de promover estas novas práticas. Posto isto, e reconhecida a importância na promoção da higiene oral desde muito cedo, compete aos educadores de infância sensibilizar todos os atores para a promoção de saúde oral.

A este respeito Cunha (2011) refere que “a higiene oral e outros problemas que afetam a saúde oral são assuntos que devem ser trabalhados desde os primeiros anos de vida e de forma constante” (p. 2).

No mesmo sentido Corte (2005, citado por Cunha, 2011) refere que o contexto familiar/escolar são os principais alicerces em que a criança se apoia para aprender e por sua vez desenvolver atitudes e comportamentos que contribuam para os cuidados a ter com a boca. Estes dois contextos levam as crianças a compreenderem a importância de manter comportamentos saudáveis com os dentes, a língua e as gengivas, e compreenderem de que deste cuidado dependerá o seu bem-estar. A família e a escola

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têm assim um papel fundamental neste compromisso e no seu cumprimento, pois disso dependerá o sucesso na educação de indivíduos aptos para prevenir e tratar, a tempo, as doenças orais.

Para Duarte (2002, citado por Cunha, 2011) “educar para a saúde é fazer da escola um meio facilitador do desenvolvimento de uma atitude reflexiva e crítica, e fomentar nas nossas crianças a adoção de hábitos saudáveis” (p. 5). O mesmo autor refere que, no que respeita a este assunto, são cruciais os hábitos que as crianças incrementam na sua própria casa. Desta forma, os profissionais educativos devem estar atentos e procurar dar bons exemplos que possam assegurar bons hábitos e transpor maus os hábitos. Portanto, é necessário criar hábitos em que as crianças se tornem responsáveis e autónomas para tomar as suas próprias decisões e adquirir normas de comportamento saudável no seu quotidiano.

Com base neste entendimento, emergiu o estudo que se apresenta com o objetivo de alargar e melhorar hábitos de saúde e higiene oral de um grupo específico de crianças. Após uma observação e reflexão sobre estas práticas no espaço educativo onde se pretende desenvolver este estudo, constatou-se que estes hábitos não eram estimulados, não se tendo observado práticas de higiene oral nas crianças deste contexto.

1.2 Problemática do estudo

Como anteriormente foi referido, pretende-se com o presente estudo desenvolver práticas de saúde e higiene oral em crianças de 5 e 6 anos de idade, partindo dos seus hábitos e práticas familiares, para o desenvolvimento destas práticas em contexto de jardim-de-infância dado que não foram observadas estas vivências neste contexto. Devido à necessidade de promover desde cedo aprendizagens, hábitos e autonomia de saúde oral, este estudo terá como ponto fundamental a criação de um cantinho da saúde oral, de forma a promover uma nova rotina diária depois do almoço.

Como se afirma no programa de 2005 da Direção Geral da Saúde (DGS) é necessário combater as doenças orais desde cedo pois este problema afeta em grande número a faixa infantil, sendo necessário para isso preservar/promover uma boa higiene

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oral. Para atingir este resultado a DGS (2005) incentiva a escovagem dos dentes em contexto de jardim-de-infância.

1.3 Questão de investigação

Tendo em conta a problemática acima descrita foi formulada a seguinte questão de investigação:

Como promover em crianças de 5/6 anos hábitos de saúde e higiene oral?

1.4 Objetivos de investigação

De modo a dar resposta à questão de investigação formulada foram delineados os seguintes objetivos:

1. Diagnosticar hábitos de saúde e higiene oral num grupo de crianças de 5/6 anos. 2. Sensibilizar as crianças para hábitos de saúde e higiene oral.

3. Promover hábitos de saúde e higiene oral em crianças de 5/6 anos. 4. Analisar a influência da alimentação saudável na saúde oral.

5. Avaliar a alteração de práticas de higiene oral num grupo de crianças de 5 e 6 anos.

1.5 Organização do estudo

A parte II do presente relatório encontra-se dividida em 5 secções que se complementam entre si e onde estão desenvolvidos os seguintes tópicos: o enquadramento do estudo (secção 1); a fundamentação teórica do estudo (secção 2); a metodologia adotada (secção 3); a análise e interpretação de dados (secção 4); e por fim, as conclusões do estudo (secção 5).

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