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Enquadramento, objetivos e questões orientadoras do estudo

No documento tese PHDA cláudia saraiva com entrevistas (páginas 53-57)

Capítulo II – Estudo sobre as Estratégias Utilizadas em Ssala de Aula com Crianças com PHDA

1. Enquadramento, objetivos e questões orientadoras do estudo

De acordo com a literatura referida no capítulo anterior, a PHDA, tem várias implicações ao nível do contexto escolar, talvez a mais visível seja a questão comportamental. Como já foi referido no capítulo anterior as crianças com PHDA apresentam irrequietude motora e tem dificuldade em se manter atentas a apenas um assunto.

A nível social, revelam dificuldades de relacionamento com os pares.Desta forma, e por estas razões estas crianças são frequentemente associadas ao insucesso escolar, a faltas de educação, ao mau comportamento, entre outras, mas apesar destas dificuldades, são crianças com bom potencial cognitivo, mas nem sempre vistas dessa forma. E por terem estas dificuldades e muitas vezes serem vistas desta forma muitas delas são conduzidas ao fracasso e à desmotivação, levando-as muitas vezes ao abandono escolar.

Doyle (cit. por Santos, 2012), diz-nos que os professores do 1º ciclo têm uma enorme responsabilidade e encargos. Os professores têm que saber todos os conteúdos que têm de lecionar, têm que criar laços de afetividade com os seus alunos, saber manipular um amplo conjunto de materiais para alcançar o sucesso educativo dos seus alunos, serem “psicólogos” do aluno e da família e ainda tratar de toda a parte burocrática associada ao ensino.

Face ao conjunto de tarefas que o docente tem a seu cargo, este fica submetido a um grande desgaste físico e psicológico, reduzindo assim a sua capacidade de tolerância e justiça perante a sua turma.

Uma das principais obrigações da escola é preparar o aluno com saberes que lhe serão uteis no seu futuro e prepara-lo para viver em sociedade, no entanto e como já referi em cima, o professor não faz só o seu papel de professor e esses mesmos obstáculos vão prejudicar os alunos como por exemplo os currículos muito extensos, o elevado número de alunos por turma, o excesso de burocracia, a falta de tempo, entre outros.

Este estudo surgiu assim com o objetivo de ajudar não só as crianças com Perturbações de Hiperatividade e Défice de Atenção, mas também os docentes que muitas vezes desmoralizam por não saber que outras estratégias utilizar com estes alunos quando a medicação ou outras terapias não são suficientes. Neste sentido,

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pretendeu-se verificar que estratégias de trabalho e de comportamentos estão a ser utilizadas por vários professores do 1º Ciclo do Ensino Básico, que possam vir a facilitar o trabalho de outros profissionais com turmas onde estejam incluídos alunos com esta perturbação.

Face ao apresentado é importante ajudar os professores, sugerindo-lhes estratégias, de modo a ficarem percetíveis à problemática em questão e idóneos para desenvolver estratégias capazes de moderar ou eliminar alguns comportamentos desajustados destes mesmos alunos que podem prejudicar o seu desenvolvimento a nível académico e social.

O paradigma do meu estudo é qualitativo e tem como objetivo recolher estratégias de sala de aula para lidar com crianças que tenham Perturbações de Hiperatividade e Défice de Atenção em sala de aula. A escolha do tipo de investigação é determinada pelo nível de conhecimento do professor entrevistado.

Trata-se de uma investigação indutiva em que a preocupação principal reside em compreender e interpretar as diferentes formas de lidar com estas crianças em sala de aula. A metodologia aplicada procurou não quebrar os códigos morais e os direitos civis dos indivíduos participantes neste estudo, mantendo-os em anonimato, colocando-os desde o início a par dos objetivos do estudo e dos procedimentos que os envolveria.

Através deste tipo de investigação, foi possível descrever a realidade e as experiências vivenciadas pelos participantes neste estudo e alcançar os objetivos pretendidos.O objetivo geral deste estudo era:

- Identificar as estratégias utilizadas pelos professores do 1º Ciclo do Ensino Básico no desenvolvimento e comportamento em sala de aula dos alunos com PHDA.

Como objetivos específicos, o estudo incluía:

- Saber o que costumam fazer, os professores quando têm uma criança com PHDA na sua turma;

- Saber quais as dificuldades sentidas pelos docentes no processo de aprendizagem e comportamento dos alunos;

- Identificar que estratégias educacionais são utilizadas pelos docentes do 1º ciclo para o desenvolvimento em sala de aula de alunos com PHDA;

- Verificar se algumas das estratégias educacionais sugeridas por teóricos são utilizadas pelos docentes, em contexto sala de aula, para promover o desenvolvimento e o comportamento dos mesmos;

- Apurar quais as estratégias de desenvolvimento de trabalho e de comportamento mais comuns entre docentes do 1º Ciclo do Ensino Básico.

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Depois de refletir sobre os fatores enumerados anteriormente, constatei que a questão do comportamento e da falta de atenção é o fator que está na base das desadaptações destes alunos em sala de aula. Sendo o professor o agente educativo que se vê confrontado com esta situação, levou-me a analisar a seguinte pergunta:

- Como ou o que é que os professores fazem para lidar/colmatar os problemas das crianças com PHDA em sala de aula?

Deste modo acredito que assim poderei saber quais as melhores estratégias para lidar com estas crianças em sala de aula. Neste sentido, pretendo contribuir para a alteração da imagem negativa que é dada a estas crianças, apetrechando os professores com novos conhecimentos e estratégias sobre o assunto. Este aspeto enche-se da maior importância, dado que, segundo estudos recentes de Snider et al.; Vereb e DiPerna (cit. por Baptista, 2010), “o conhecimento que o professor tem sobre a problemática da PHDA, pode influenciar a sua atitude em relação à mesma e por outro lado, a sua atitude, enquanto professor, pode contribuir para a mudança na prática pedagógica junto destas crianças”.

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No documento tese PHDA cláudia saraiva com entrevistas (páginas 53-57)

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