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3 Resultados

3.2 Ensaios em microcosmos

3.2.1 Ensaio com colmos de Phragmites australis

Os ensaios realizados com colmos secos de Phragmites australis (CPa) decorreram ao longo de oito semanas, entre 25 de setembro e 13 de novembro de 2013. Na 7ª semana (4 a 10 de Novembro de 2013), os trabalhos foram interrompidos na sequência do acidente que ocorreu a 26 de outubro de 2013, na Escola de Ciências da Universidade do Minho.

No início do ensaio (semana 1), a massa média dos três microcosmos era de aproximadamente 2163g e no final (semana 8), de aproximadamente 2469g (Figura 55). O maior aumento médio de massa dos três microcosmos foi registado na semana 2 (quer inicial quer final).

Figura 55 – Massa média inicial (mi) e final (mf) dos três microcosmos ao longo do período experimental (entre 25 de setembro e 13 de novembro de 2013)

A grande diferença entre a massa média inicial e final na primeira semana (205g), só foi ultrapassada pela diferença entre mi e mf na semana 8 (235g) que se refere a duas semanas (Tabela 8).

Tabela 8– Variação da massa média dos três microcosmos (g) e da quantidade média de água recolhida (mL) ao longo do período experimental - 25 de setembro a 13 de novembro de 2013

mi (massa média inicial), mf (massa média final); --- não foi feita recolha de água

Período experimental (semanas)

1 2 3 4 5 6 7 8

mi (g) 2163 2543 2642 2659 2677 2688 --- 2704 mf (g) 1959 2470 2513 2504 2594 2533 --- 2469

mi - mf (g) 205 73 129 155 83 154 --- 235

água recolhida (mL) 1400 1813 1835 1792 1840 1783 --- 1723

De acordo com as diferenças entre mi e mf, os microcosmos terão perdido em média, 148g de água por semana. Contudo nas segunda e quinta semanas, as perdas de água foram bastante inferiores à média.

A quantidade média de água recolhida semanalmente ao longo do período experimental (Tabela 8) só não foi superior a 1700mL na primeira semana (1400mL). Em média, dos 2000mL introduzidos nos microcosmos semanalmente, cerca de 300mL não foram recuperados, apesar da diferença entre mi e mf nunca ter chegado a 300g. Assim a quantidade de água não recuperada dos microcosmos, variou em função da maior ou menor capacidade do substrato para a absorver e da taxa de evaporação. Na primeira semana, o substrato então desidratado, terá absorvido perto de 400mL de água, o que contribuiu para a menor quantidade de água recuperada. A partir da segunda semana, a diferença média entre mi e mf foi quase de 140g o que correspondeu a cerca de 5% de perda de massa. Dado que a água retida nos microcosmos foi da ordem dos 10%, o substrato manteve a capacidade de reter cerca de 5% da água introduzida de novo, uma vez que a perda de massa só se poderá dever à evaporação da água.

O pH médio da água recolhida variou entre 5,87 e 6,19 com um valor médio de 6,0 (Figura 56), sendo que as maiores variações de pH entre microcosmos se registaram na semana 4.

Figura 56 – Perfil do pH médio da água recolhida dos três microcosmos ao longo do período experimental (entre 25 de setembro e 13 de novembro de 2013)

A temperatura média das amostras de água recolhida (Figura 57) foi de 22,6°C. A temperatura máxima foi registada nas semanas 1 e 3 (24,3°C) e a mínima na semana 6 (19,6°C).

Figura 57 – Temperatura média (°C) das amostras de água recolhida semanalmente dos três microcosmos e temperatura ambiente, ao longo do período experimental (entre 25 de setembro e 13 de novembro de 2013)

A variação da temperatura das amostras ao longo do período experimental acompanhou de perto a temperatura ambiente, determinada com o mesmo aparelho.

3.2.1.1 Carência Bioquímica de Oxigénio

A carga orgânica das amostras de água foi estimada pela determinação da CBO5

(Figura 58). A carga orgânica mais elevada foi determinada na primeira semana (CBO5,

Figura 58 – Carga orgânica média estimada nas amostras de água recolhida dos três microcosmos pela determinação da CBO5 (mgL-1), ao longo do período experimental (entre 25 de setembro e 13 de novembro de

2013)

Ao longo das restantes sete semanas a CBO5 diminuiu sempre, até ser atingido o valor

mínimo de 23mgL-1 na semana 8.

3.2.1.2 Tensão superficial

Os valores médios de tensão superficial das amostras de água recolhida dos

microcosmos variaram geralmente entre 0,04Nm-1 e 0,06Nm-1. Na semana 2, após a

determinação da tensão superficial da água da torneira, o tensiómetro apresentou anomalias no seu funcionamento, pelo que os valores então obtidos não devem ser considerados (Figura 59). A tensão superficial da água da torneira também foi determinada semanalmente tendo

variado entre 0,06 e 0,07Nm-1.

Figura 59 – Tensão superficial média (Nm-1) das amostras de água recolhida dos três microcosmos e de água da torneira (controlo), ao longo do período experimental (entre 25 de setembro e 13 de novembro de 2013)

3.2.1.3 Espetros de absorção das amostras de água

As análises espetrofotométricas das amostras de água semanais foram feitas no

espetrofotómetro Aquaplus na zona do espetro visível - comprimentos de onda () entre

400nm e 700nm (Figura 60). As absorvâncias mais elevadas foram registadas a 400nm diminuído sempre até ao limite máximo do espetro visível (700nm). Os valores de absorvância registados na primeira semana destacam-se de modo muito evidente dos registados nas semanas seguintes.

Figura 60 – Espetros de absorvância na zona visível (400 – 700nm) das amostras de água dos três microcosmos, obtidos no espectrofotómetro AquaMate Plus (UV-VIS)

3.2.1.4 Biocenoses dos Microcosmos CPa

As análises microscópicas semanais de três preparações temporárias das amostras

de água de cada microcosmo com colmos de P. australis revelaram, desde a primeira

semana, a constante presença de esporos de fungos (por vezes abundantes), e a partir da semana 3, a constante presença de bactérias. Para além destes organismos foram

identificados os seguintes taxa: Aspidisca, Colpoda, Colpidium, Oxytricha e Uronema, bem

como amebas nuas, microflagelados, microciliados, rotíferos e nemátodes (Tabela 9).

O número de organismos identificados como protozoários foi bastante reduzido e a diversidade destas formas não foi muito relevante. O género Colpoda foi o observado com maior frequência.

Tabela 9 – Organismos observados nas amostras provenientes dos três microcosmos com colmos de P. australis ao longo do período experimental (entre 25 de setembro e 13 de novembro de 2013)

Período Experimental (semanas)

1 2 3 4 5 6 7 n.º de preparações observadas 9 9 9 9 9 9 9 Taxa Procariota bactérias FUNGI esporos de fungos PROTISTA

Sarcomastigophora amebas nuas

microflagelados CILIOPHORA microciliados Aspidisca Colpoda Colpidium Oxytricha Uronema Metazoários NEMATODA ROTIFERA Legenda

Classes de abundância n.º indivíduos Código de cor

muito abundante >20

abundante 10 a 20

presente 2 a 10

raro até 2

não observado / ausente 0

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