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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.2. Ensaios no campo

3.2.1. Material empregado

3.2.1.1.Equipamentos de aplicação

Durante os ensaios de campo foram utilizados dois pulverizadores, um costal manual marca Jacto, com depósito de 20 L, provido de válvula de pressão constante com mola de 2 bar e um costal à pressão constante.

Os bicos hidráulicos utilizados no experimento de campo foram os bicos API 11003 (leque) e JD 12P (cônico).

As taxas de pulverização foram escolhidas com base na taxa de aplicação que o produtor utilizava para o controle de mosca branca (1500 L/ha). Assim, foram estabelecidas três taxas de pulverização menores, tendo em vista o controle da mosca branca, de forma mais econômica e com menor impacto ambiental. As taxas de pulverização estabelecidas foram 1000 L/ha, 700 L/ha e 500 L/ha.

Durante os ensaios para garantir a segurança do operador foram utilizados os seguintes EPI´s: máscara, luvas, avental, botas e chapéu

3.2.1.2. Inseticida

Durante os ensaios de campo foi utilizado o inseticida Confidor 700 GRDA (Imidacloprid) da empresa Bayer S. A., na dosagem de 210 g de ingrediente ativo/ha. A escolha deste inseticida foi baseada no fato deste produto estar registrado no Ministério da Agricultura para controle de Bemisia tabaci e estar sendo usado em larga escala pelos produtores para controle deste inseto-praga.

3.2.2. Métodos

Os dados referentes ao experimento de campo foram coletados em uma lavoura comercial de berinjela na cidade de Guidoval-MG durante o mês de Abril de 2000. As plantas de berinjela tinham 6 meses de idade,

apresentando-se bastante arbustivas, com espaçamento de 1 m entre plantas e 1 m entre fileiras.

3.2.2.1. Calibração do equipamento de aplicação

A calibração do equipamento de aplicação constou de duas etapas. A primeira constava na determinação do tempo de aplicação e a segunda da determinação da velocidade de avance do operador. Para a determinação do tempo de aplicação foi colocada no depósito do pulverizador a quantidade de líquido suficiente para aplicar em um determinado tratamento, levando-se em conta suas repetições. Era determinado o tempo necessário para esvaziar o depósito, sendo esse o tempo que o operador deveria gastar para aplicar o líquido em todas as parcelas. Na determinação da velocidade de avance do operador foi delimitada uma área correspondente à área das parcelas, onde o operador equipado com o pulverizador caminhava ajustando-se ao tempo estabelecido anteriormente.

Com a finalidade de manter as velocidades selecionadas e ajudar o operador durante as aplicações, utilizou-se um equipamento eletrônico (temporizador) que emitia um ruído de forma a ajustar o passo do operador com as condições determinadas (Figura 4).

Na figura acima R1, R2, R3 e R4 são resistores de 10 KΩ, 100 KΩ, 1 KΩ e 22 KΩ, respectivamente, C1 e C2 capacitores de 10 nF e 1µF/20V respectivamente, T1 transistor BC 547, AF alto falante de 8Ω e LM 555 um temporizador.

3.2.2.2. Desenho Experimental

O desenho experimental da área de ensaio foi do tipo blocos ao acaso. O experimento tinha 5 blocos, sendo os 6 tratamentos (parcelas) distribuídos aleatoriamente dentro de cada bloco. Cada parcela tinha 5 plantas de berinjela, totalizando 5 m de comprimento por 1 m de largura. Como bordadura foi estabelecido que entre parcelas e entre blocos haveria 3 plantas de berinjela. Assim a área total do experimento era de 0,08 ha. Os tratamentos utilizados em campo, listados no Quadro 5, foram combinações de bico hidráulico, equipamento de aplicação e taxa de pulverização.

Quadro 5 - Tratamentos utilizados no experimento de campo

Tratamento Bico Equipamento Q (L/ha) V (km/h) q (L/min) 1 API 11003 Costal c/ válvula 500 2,40 1,0 2 API 11003 Costal c/ válvula 700 1,71 1,0 3 API 11003 Costal c/ válvula 1000 1,20 1,0 4 JD 12P Costal c/ válvula 700 0,90 0,525 5 API 11003 Costal de precisão 700 1,71 1,0

6 - Testemunha - - -

3.2.2.3. Pré-avaliação do número de ninfas e adultos de B. tabaci

Com o objetivo de detectar o número de ninfas e adultos de mosca branca (B. tabaci) foi feita uma contagem preliminar antes da aplicação dos tratamentos nas partes apical e mediana do dossel das plantas de berinjela. As amostras foram obtidas de três plantas por parcela, nos cinco blocos, totalizando assim cinco repetições. Para insetos adultos foi adotada a técnica

de batida de folha em bandeja plástica (35 cm de comprimento x 30 cm de largura x 5 cm de profundidade) e para ninfas foi adotada a técnica de contagem direta.

3.2.2.4. Amostragem de mosca branca (Bemisia tabaci)

A avaliação de mosca branca consistiu na contagem do número de ninfas e adultos de mosca branca 4, 7, 14 e 21 dias após a aplicação dos tratamentos. As amostras de mosca branca (B. tabaci), adultos e ninfas, foram coletadas nas partes apical e mediana do dossel de plantas de berinjela, em 3 plantas por parcela, nos cinco blocos, totalizando assim cinco repetições. Para amostragem de adultos e ninfas foi utilizada a mesma metodologia utilizada na pré-avaliação.

3.2.2.5. Caracterização do espectro de gotas obtido

Neste ensaio foram caracterizadas as populações de gotas dos 5 tratamentos utilizados no campo, ou seja, foram utilizados os bicos JD 12 P e API 11003, os equipamentos de aplicação e as taxas de pulverização utilizadas durante o experimento de campo.

Para coleta das amostras foram colocadas vinte etiquetas em cada planta: dez na parte apical do dossel e dez na parte mediana, sendo cinco presas na face superior das folhas e cinco na face inferior. As cinco folhas em cada parte do dossel eram escolhidas conforme a sua posição relativa ao deslocamento do pulverizador. A Figura 5 mostra o esquema e a convenção de nomes utilizados para cada posição das cinco folhas.

Devido às aplicações terem sido feitas com água, para obter uma melhor visualização das gotas e maior contraste entre a gota e o papel utilizado para captura das gotas foi utilizado um corante negro, marca Guarany, dissolvido em água na proporção de 1 grama de corante para 1 litro de água fervente.

Neste ensaio a aplicação foi realizada somente de um lado da planta, diferentemente do que ocorreu durante as aplicações do inseticida, nas quais a aplicação foi feita nos dois lados da planta, visando uma melhor distribuição, em razão das plantas estarem bastante arbustivas.

Entre linhas de plantio (Leste)

Entre plantas (Norte) Entre plantas (Sul)

Entre linhas de plantio (Oeste) Sentido de deslocamento Figura 5 - Posição das etiquetas nas folhas de berinjela

As amostras foram obtidas através de imagens feitas com a câmara digital e programa computacional descritos anteriormente. Foram determinados os valores correspondentes aos impactos por unidade de superfície (gotas/cm2), área de cobertura, o diâmetro da mediana volumétrica (DMV), o diâmetro da mediana numérica (DMN) e o coeficiente de homogeneidade (SPAN).

3.2.2.6. Determinação da penetração do jorro

Este ensaio foi realizado com o objetivo de se determinar a capacidade de penetração do jorro produzido por cada bico. Foram utilizadas as mesmas etiquetas amostradas para caracterização do espectro de gotas no campo. Em razão de cada posição possuir somente uma etiqueta para amostragem, as etiquetas foram divididas aleatoriamente em 5 áreas de 1 cm2, onde foram feitas as análises referentes ao efeito de penetração do jorro através dos impactos obtidos. Para determinação do número de impactos foi utilizado o programa computacional descrito anteriormente.

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