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Com o controle cada vez mais rigoroso em relação ao uso de animais de laboratório, há a necessidade de desenvolver e padronizar testes in vitro que possam detectar a toxicidade de dispositivos para uso em seres humanos, principalmente aqueles de aplicação clínica.

Nardone (1977), definiu a citotoxicidade como sendo o conjunto de alterações da homeostase celular, que leva a uma série de modificações, as quais interferem na capacidade adaptativa celular, e na sua sobrevivência, capacidade reprodutiva e realização de suas funções metabólicas.

A citotoxicidade consiste na desorganização do tapete celular, bem como pelo aspecto granuloso e arredondado das células, e conseqüente aparecimento de alterações de morfologia quando as células são expostas a agentes externos (STREISSLE et al., 1981).

Os testes de toxicidade celular fornecem as informações preliminares sobre a segurança dos compostos a serem testados e utilizados terapeuticamente. Inúmeras moléculas promissoras são eliminadas logo de início, devido à sua citotoxicidade. Apesar dos resultados dos testes de citotoxicidade in vitro não poderem ser correlacionados diretamente com os in vivo, pode-se afirmar que, se um material induz, comprovadamente, uma reação citotóxica em testes envolvendo cultura de células, é muito provável que desenvolva toxicidade quando aplicado em tecido vivo (OSÓRIO et al., 1998).

Os testes de citotoxicidade in vitro são de extrema importância para verificar a toxicidade de novos compostos nos estágios iniciais de desenvolvimento de fármacos, tendo em vista que o balanceamento entre os efeitos farmacológicos e toxicológicos de um composto é fato imprescindível a ser considerado, quando se está verificando sua aplicabilidade como agente terapêutico (MELO et al., 2000).

O fundamento dos testes de citoxicidade consiste em colocar o material a ser testado direta ou indiretamente em contato com uma cultura de células, e em tempo apropriado, observar as alterações celulares que este material ocasionou. As alterações celulares podem ser observadas de diferentes modos, como por exemplo, a incorporação de corantes vitais ou a inibição da formação de colônias celulares provocadas pela ação de certas substâncias. O parâmetro mais utilizado para se testar a toxicidade de um material é a avaliação da viabilidade celular que uma cultura de células apresenta após permanecer em contato com este material. Esta viabilidade só poderá ser

detectada caso seja incorporado/ ao meio de cultura um corante vital. Estes corantes são captados rapidamente pelas células vivas, atravessam a membrana celular fixando-se na matriz lisossomal corando as células. Quando os materiais testados apresentam-se nocivos às células, estas entram em processo de necrose ocorrendo o rompimento da sua membrana, e consequentemente, liberam o corante. Este processo determina ao redor e sob o material uma região com células mortas descoradas denominadas de “halo de inibição”. Deste modo, é possível diferenciar células vivas das células mortas pela intensidade ou ausência de coloração que a célula apresenta ao final do ensaio (CIAPETTI et al., 2005).

O estudo in vitro utilizando culturas de células tem se mostrado preferencial devido à homogeneidade das amostras e à facilidade de uma padronização, pois é possível o controle de fatores tais como: pH, temperatura, pressão osmótica, tensão de CO2 e de O2. Porém, algumas desvantagens

devem ser consideradas para este método de estudo, entre elas podemos citar a necessidade de se trabalhar em ambiente estéril e asséptico, o que exige certa prática por parte do pesquisador, e ainda, o custo de um experimento feito em cultura de células é muito maior do que o mesmo feito em animais (FRESHNEY et al., 1990; ROGERO et al., 2003).

O potencial tóxico das substâncias frente às células Caco-2, é realizado através da verificação das alterações celulares após o contato da cultura de células com a substância, sendo mensuradas através da incorporação de corantes vitais ou da inibição da formação de colônias celulares (ROGERO et al., 2000). Sendo a viabilidade celular o parâmetro mais comumente utilizado para avaliar a toxicidade, podendo realizar-se através de inúmeros tipos de ensaios.

O ensaio MTT (brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2il)2,5-difenil tetrazólio) é um teste usado para avaliar rápida e objetivamente a viabilidade celular, baseando-se em uma reação colorimétrica. A enzima succinato desidrogenase converte o sal de MTT em formazan na mitocôdria de células viáveis, o qual gera produto de coloração azul escuro que é quantificado por medição

colorimétrica subsequente à lise celular. Tendo em vista que as células danificadas ou mortas mostram baixos níveis de atividade da desidrogenase, este ensaio colorimétrico da atividade mitocontrial pode ser usado para determinar a viabilidade celular espectrofotometricamente (MOSMANN, 1983).

O difundido uso popular de espécies vegetais na forma de chás é motivo de preocupação quanto a sua citotoxicidade, de forma que estudos relacionados são de tamanha importância como medida de segurança para seu uso, estabelecendo medidas de controle do uso indiscriminado através das informações fornecidas à população.

Vicentini et al. (2001) relataram, a partir de pesquisas, que os chás e infusões de plantas medicinais podem conter substâncias tóxicas com efeitos mutagênicos. Devido o fato de a espécie vegetal Sideroxylom obtsifolium ser utilizada popularmente com fins medicinais na região do semiárido da Paraíba, verifica-se a necessidade de estudá-la quando a sua toxicidade.

adaptado de Ozawa

CAPITULO II:

AVALIAÇÃO TÉRMICA DA QUALIDADE

FÍSICA DE DROGA VEGETAL UTILIZANDO

adaptado de Ozawa

CAPÍULO II- AVALIAÇÃO TÉRMICA DA QUALIDADE FÍSICA DE DROGA VEGETAL UTILIZANDO O MÉTODO ADAPTADO DE OZAWA

4.1 INTRODUÇÃO

Tabebuia (Bignoniaceae) é nativa da América do Sul e Central e é amplamente utilizada na medicina popular. Seus extratos são utilizados para o tratamento de úlceras e outros distúrbios gastrointestinais, sífilis, candidíase, prostatite, alergias e outros. Os principais componentes incluem quinonas, furanonaftoquinonas, ácido benzóico e flavonóides (LEMOS et al., 2012).

A Tabebuia caraiba (Mart.) Bur., conhecida como craibeira, caraiba, paratudo-do-campo, carobeira, craiba é tida como árvore de porte regular que pode atingir até 20 m quando em boas condições de solo e umidade, sendo de ocorrência natural na caatinga, cerrado e pantanal (LORENZI; MATOS, 2002). É uma planta nativa do semi-árido utilizada na medicina popular, muitas vezes referida na literatura, principalmente pela sua ação antipirética e expectorante. No entanto, estudos que investigam a natureza destas atividades são escassos (COELHO et al., 2009).

O valor comercial dos derivados vegetais está cada vez maior, fazendo a segurança, eficácia e qualidade dos produtos se tornarem preocupações constantes das autoridades reguladoras (CARVALHO; SANTOS; SILVEIRA, 2008). As principais características desejáveis das plantas medicinais são: eficácia, baixo risco de uso, assim como reprodutibilidade e constância de sua qualidade (NAKAZAWA, 1999). As informações técnicas acerca da maioria das plantas medicinais ainda são insuficientes no que tange as características acima citadas (CALIXTO, 2000).

O processo de moagem da planta seca é um passo crítico na produção de produtos fitoterápicos intermediários, devido ao seu papel no controle do tamanho de partícula (SILVA JÚNIOR, 2006). A distribuição do tamanho das partículas dos pós deve ser considerada para caracterização física, química e biológica, visando a sua padronização e para aumentar a qualidade do uso popular de medicamentos à base de plantas e seus derivados, sugerindo a

adaptado de Ozawa

necessidade do desenvolvimento de metodologias para discriminar tamanho de partícula de pós.

Os métodos analíticos vêm sendo utilizados para caracterização de compostos de drogas vegetais, seus produtos e extratos. A análise térmica, a exemplo da termogravimetria (TG) é uma técnica de alta sensibilidade, reprodutibilidade e de resposta rápida as variações de massa, obtendo-se resultados relativos à composição e a estabilidade térmica das amostras, importantes para a caracterização de matérias-primas vegetais (SKOOG; HOLLER; NIEMAN, 1998; SILVA; PAOLA; MATOS, 2007).

A cinética de Ozawa obtida a partir dos dados das curvas de TG dinâmica foi utilizada para avaliar os parâmetros cinéticos: energia de ativação (Ea), fator de frequência (A) e ordem de reação (N), utilizando a fração decomposta (alfa) entre o início e o fim da etapa de decomposição (BÖER et al., 2013).

O modelo cinético de Ozawa já foi utilizado para diferenciar a qualidade física de matérias-primas farmacêuticas. Pesquisa recente mostrou que o método Ozawa através de parâmetros cinéticos (ordem de reação) diferenciou três lotes da matéria-prima sinvastatina (SANTOS et al., 2013).

O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade física de pós de diferentes granulometrias da droga vegetal (Tabebuia caraiba), utilizando o Método adaptado de Ozawa através de diferentes modelos de tratamento de dados.

4.2 MATERIAL E MÉTODOS

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