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CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.3 ENSAIOS DE LABORATÓRIO

2.3.1 Ensaio de Caracterização

O ensaio de caracterização compreende análise granulométrica por peneiramento e sedimentação, determinação de umidade natural (hnat), limites de

liquidez (LL) e plasticidade (LP), densidade dos grãos (Gs) e teor de matéria orgânica.

O ensaio de análise granulométrica por peneiramento e sedimentação é regulado pela norma ABNT NBR 7181/1984 – “Solo – Análise Granulométrica –

Método de Ensaio”.

Para a determinação do limite de liquidez (LL), o ensaio é regido pela norma ABNT NBR 6459/1984 – “Solo – Determinação do Limite de Liquidez – Método de

ensaio”. Já quanto ao ensaio de limite de plasticidade (LP), as diretrizes foram

seguidas de acordo com a ABNT NBR 7180/1984 – “Solo – Determinação do Limite

de Plasticidade – Método de ensaio”.

O exame de densidade dos grãos (Gs) foi executado seguindo o que

estabelece a norma ABNT NBR 6508/1984 – “Grãos de solos que passam na

peneira de 4,8mm – Determinação da massa específica – Método de ensaio”. Já o

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13600/1996 – “Solo – Determinação do teor de matéria orgânica por queima a 440°C

– Método de ensaio”.

2.3.2 Ensaio de adensamento

O ensaio de adensamento unidimensional tem por objetivo determinar parâmetros de compressibilidade de solos saturados, tais como cv (coeficiente de

adensamento vertical), Cc (índice de compressão), Cr (índice de recompressão) e

’vm (tensão de sobreadensamento).

O ensaio consiste na aplicação de uma sequência de carregamentos e/ou descarregamentos com a aferição dos deslocamentos verticais da amostra até que os excessos de poro pressão tenham sido dissipados. Em geral, as cargas são aplicadas em estágios, dobrando-se o valor da carga a cada estágio.

A seguir serão descritas as especificações técnicas seguidas neste trabalho. 2.3.2.1 Moldagem dos Corpos de prova

O manuseio das mostras de solos moles requer cuidados para não ocorrer perturbação e consequentemente distorções nos parâmetros a serem determinados. A especificação técnica seguida nesse trabalho recomenda que para a moldagem dos corpos de provas, sejam seguidos os trabalhos de Ladd e Degroot (2003) (LADD, C.C., & DEGROOT, D.J., 2003, “Recommended Practice for Soft Ground Site Characterization”, Arthur Casagrande Lecture, 12th Panamerican Conference on Soil Mechanics and Geotechnical Engineering), com o intuito de eliminar os efeitos de amolgamento decorrentes da extrusão da amostra do tubo amostrador.

Para a moldagem dos corpos de prova, o tubo amostrador deve ser posicionado horizontalmente sobre rodízios fixados a uma prancha de madeira que, por sua vez, deverá ficar sobre uma bancada rígida, conforme apresentado na figura 9

Figura 9. Cortando um trecho do bico do amostrador/amostra.

Fonte: COPPE/UFRJ; Relatório Técnico resultados dos ensaio do Cluster Naval – PE.

Em seguida, deverá ser retirado o segmento de tubo PVC fixado à extremidade biselada inferior do tubo amostrador e o lacre desta extremidade- com extremo cuidado-também deverá ser retirado para que tanto o segmento de tubo de PVC quanto o lacre possam ser reaproveitados para lacragem da extremidade do amostrador no final da moldagem dos corpos de prova. Posteriormente, deverá ser medida e registrada a distância (folga) entre esta extremidade do amostrador e a base da amostra no interior do tubo.

Após esse procedimento, deve-se cortar o amostrador com o comprimento desejado para o ensaio de adensamento, desprezando os 10 centímetros iniciais da amostra para ensaio que requerem amostras indeformadas, pois este material é considerado impróprio para moldagem de corpos de prova de adensamento, porém poderá ser ensacado para ser utilizado nos ensaios de caracterização caso haja necessidade. A parede fina do tubo amostrador deverá ser cortada com uma serra (com extremo cuidado) de modo a não atingir a amostra. Após a eliminação dos primeiros 10 centímetros da amostra, deverão ser cortados da mesma forma os demais seguimentos, conforme se ilustra na figura 10.

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Figura 10. Esquema de corte do amostrador.

Fonte: MECASOLO; Relatório Técnico – Documento 11, Especificações técnica para execução dos ensaios de laboratório,

p.50, 2010.

É importante que após o corte a amostra seja imediatamente protegida com filme de PVC e lacrada com o mesmo lacre retirado inicialmente, sendo mantida na câmera úmida até a realização do ensaio.

Para a moldagem do corpo de prova recomenda-se, inicialmente, passar quatro vezes o fio de aço ao longo de sua geratriz, a fim de promover o desprendimento da superfície lateral da amostra à superfície lateral interna do tubo amostrador, conforme apresentado na figura 11.

Figura 11. Introdução do fio de aço junto a interface solo-tubo amostrador.

Fonte: MECASOLO; Relatório Técnico – Documento 11, Especificações técnica para execução dos ensaios de laboratório,

O corpo de prova deverá ser moldado em um anel metálico rígido de aproximadamente 2cm de altura e 7cm de diâmetro com uma de suas extremidades biselada atendendo as especificações da norma ABNT NBR 12007/1990 – “Solo – Ensaio de adensamento unidimensional”.

A seguir serão listados alguns cuidados que deverão ser tomados durante esse processo, figura 12:

 O anel metálico deverá ter sua superfície interna untada com graxa de silicone a fim de diminuir o atrito entre a amostra e o anel durante a cravação deste na amostra e durante o ensaio de adensamento;

 O anel deverá ser cravado estaticamente de cima para baixo a partir do topo do segmento da amostra por meio de um anel metálico de apoio e uma chapa de acrílico;

 O anel metálico deverá ser cravado com a sua extremidade biselada voltada para baixo a fim de facilitar a sua penetração na amostra minimizando os efeitos de perturbação da amostra provocados pela cravação;

 O corpo de prova deverá ser posicionado de modo que a extremidade biselada do anel metálico fique voltada para cima, a fim de manter o sentido das tensões cisalhantes impostas à superfície lateral da amostra durante o ensaio de adensamento.

Figura 12. Anel metálico posicionado sobre a amostra para ser cravado.

Fonte: MECASOLO; Relatório Técnico – Documento 11, Especificações técnica para execução dos ensaios de laboratório,

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