• Nenhum resultado encontrado

Ensaios em Painéis

No documento 2009Laercio Stolfo Maculan (páginas 78-86)

3.4 ENSAIOS NO ESTADO ENDURECIDO

3.4.2 Ensaios em Painéis

Os ensaios em painéis seguiram o delineamento experimental detalhado no item 3.1.6 e na Tabela 26. Esta etapa foi subdividida em quatro fases sucessivas.

Figura 28: Determinação da resistência à compressão.

3.4.2.1 Projeto e Execução dos Painéis

Foram projetados e construídos três módulos de painéis em formato “H”, conforme ilustra a Figura 29, de forma a otimizar tanto a área de aplicação das argamassas nos painéis como e a área de trabalho no LABOMACC/UPF.

Assim, o conjunto (A, B e C na Figura 29) é composto por três painéis de alvenaria para aplicação das argamassas, totalizando 36 panos de revestimento. As dimensões dos painéis foram projetadas para permitir a movimentação do material, do profissional pedreiro e boa amplitude de movimentos. Para tanto, cada painel conforme a Figura 29 tem as seguintes medidas de 1,50 x 1,50m em planta, por 1,30m de altura.

Para o levantamento da alvenaria foram utilizados blocos cerâmicos de seis furos, os quais foram adquiridos junto ao comércio varejista do município de Passo Fundo. O assentamento dos blocos, foi executado por um único profissional pedreiro, utilizando argamassa de cimento CPII E 32, cal CH-III e areia média, no traço 1:2:9, em volume, com areia úmida, a quantidade de água foi controlada, para se obter a argamassa trabalhável, conforme ilustra a Figura 30. A alvenaria curou por um período de 30 dias, antes da execução de um chapisco de cimento CPII E 32 e areia média, com traço 1:3 (cimento e areia natural), seguindo as

especificações da NBR 13528 (ABNT, 1995). Aproximadamente 15 dias depois, foram executadas as mestras, conforme mostra a Figura 31, com argamassa no traço 1:2:9 (cimento, cal e areia natural), ficando os painéis aptos a receberem o revestimento.

Figura 29: Projeto dos painéis.

Figura 30: Execução dos módulos dos painéis.

3.4.2.2 Composição dos Agregados, Preparo das Argamassas e Execução dos Revestimentos A composição do agregado foi realizada seguindo os mesmos procedimentos já descritos no item 3.5.1.1, adequando as quantidades ao volume estimado de argamassa para o revestimento do painel.

A preparação das argamassas, ilustrada na Figura 32, foi feita a partir da mistura inicial dos materiais secos (agregados e aglomerantes) em uma betoneira de eixo inclinado com capacidade de 120 litros, e a posterior adição de água de forma a se obter os valores de

consistência preestabelecidos no planejamento experimental. O controle da consistência foi realizado conforme preconiza a NBR 13276 (ABNT, 2005), com uma precisão de ±2mm.

Figura 31: Execução do chapisco e mestras nos painéis.

Figura 32: Materiais empregados nas misturas.

Na etapa de execução do revestimento, mostrada na Figura 33, o chapisco foi previamente molhado, para que a argamassa não perdesse água para o substrato, seguido da aplicação da argamassa e do sarrafeamento, executado no chamado “tempo ótimo”. Em nenhum dos traços foi executado o desempenamento. Cada painel foi revestido em uma área útil de 0,47m2, com um consumo aproximado de 33 litros de argamassa.

O tempo de cura foi de 28-30 dias contado a partir da execução do revestimento, período em que os painéis ficaram expostos às condições ambientais do LABOMACC/UPF. A execução dos revestimentos ocorreu no período de 10 a 26/02/2009.

3.4.2.3 Determinação do Comprimento da Fissura

A avaliação da fissuração dos revestimentos foi realizada, para todas as argamassas produzidas, em termos do comprimento linear das fissuras visíveis por metro quadrado de painel revestido. O ensaio foi executado baseado nos procedimentos descritos em Thomaz (1989), Miranda (2000) e Passos et al. (2008).

O primeiro passo foi marcar nos painéis as fissuras visíveis, para, em seguida, fotografá- las em alta resolução. A medição do comprimento total das fissuras foi feita com o auxílio de software para manipulação de imagens. A medição das fissuras ocorreu após 28 dias da execução dos revestimentos. A Figura 34 ilustra a marcação das fissuras visíveis em um painel típico.

(a) (b) (c)

Figura 33 Execução do revestimento: (a) umedecimento do chapisco; (b) aplicação da argamassa; (c) sarrafeamento.

Figura 34: Painel marcado para medição das fissuras.

3.4.2.3 Determinação da Resistência de Aderência à Tração

A determinação da resistência de aderência à tração dos revestimentos foi executada segundo preconiza a NBR 13528 (ABNT, 1995), aos 28 dias de cura, conforme ilustra a Figura 35. Foram realizados seis perfurações em cada painel, com espaçamento mínimo de 100mm entre elas. Para a execução das perfurações, cuja profundidade deveria atravessar o revestimento até atingir a alvenaria, foi utilizada uma perfuratriz de alta rotação dotada de serra copo, com diâmetro nominal de 100mm (não sendo diâmetro adotado pela norma). Neste estágio, tomou-se o cuidado de não localizar as perfurações sobre fissuras. Na seqüência, sobre as perfurações executadas, pastilhas metálicas, com diâmetro de 100 mm, foram fixadas com SIKADUR® 32, um adesivo estrutural à base de resina epóxi, de média viscosidade, bicomponente, e tempo de pega recomendado pelo fabricante de 24 horas.

Para o arrancamento, realizado 24 horas após a fixação das pastilhas, foi utilizado um aparelho de operação manual, mostrado na Figura 35b, no qual a carga é aplicada por meio do acionamento de uma bomba hidráulica. As características principais do equipamento são: capacidade máxima de 1500Kgf; resolução do display de 1,0 Kgf e função de armazenamento da última leitura.

(a) (b)

Figura 35: Ensaio para determinação da resistência de aderência: (a) execução das perfurções; (b) etapa de arrancamento.

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste Capítulo são apresentados e discutidos os resultados obtidos através dos ensaios laboratoriais referente à caracterização dos materiais utilizados e ao desempenho das argamassas produzidas.

São apresentados resultados no estado fresco e no estado endurecido em corpos-de-prova prismáticos e em painéis.

Para cada uma das variáveis de resposta é apresentada a análise de variância (ANOVA) para a avaliação da significância estatística dos efeitos principais dos quatro fatores controlados: A (Areia de RCD/Areia Total), B (Cimento/Aglomerante Total), C (Areia de Cerâmica/Areia de RCD) e D (Consistência), bem como das interações entre estes fatores.

A análise estatística partiu da aplicação de um modelo quadrático, o qual foi sendo reduzido através da retirada dos termos não significativos, a fim de se obter o refinamento do modelo. Os termos não significativos, segundo a análise, são combinados no termo residual, o qual, portanto, está presente em todas as tabelas ANOVA apresentadas. Outra questão relevante é a manutenção da hierarquia do modelo, ou seja, termos que não são significativos, mas que apresentam interação significativa foram mantidos no modelo. O nível de significância utilizado no presente trabalho foi de 5%.

Complementando a análise estatística, são apresentados e discutidos os gráficos de efeitos principais para cada fator controlado e os gráficos de interação entre dois fatores. Posteriormente são apresentados gráficos de linhas de contorno (projeção das superfícies de resposta) para as interações significativas entre dois fatores.

Nos gráficos de linhas de contorno os valores das respostas variam conforme uma escala de coloração, partindo do vermelho como sendo o extremo de valor máximo e chegando ao azul para valores mínimos.

No documento 2009Laercio Stolfo Maculan (páginas 78-86)

Documentos relacionados