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3.2 Métodos

3.2.4 Ensaios tecnológicos( físicos e mecânicos)

3.2.4.1 Ensaio de compactação

O estudo da compactação do solo é imprescindível porque está relacionado ao aumento da sua resistência mecânica, redução da sua porosidade e da absorção de água. A partir da

realização desse ensaio torna-se possível correlacionar as variáveis como: peso específico seco máximo e a umidade ótima de compactação, que serão aplicadas na moldagem dos corpos-de- prova cilíndricos e dos tijolos maciços.

Após a análise granulométrica do solo e do RC, algumas amostras caracterizadas, de acordo com a NBR 6457/86, foram utilizadas para realização do ensaio Normal de compactação do solo, conforme NBR 7182/88, visando a determinação da umidade ótima e do peso específico aparente seco máximo. Procedimento semelhante ao anterior foi realizado nas composições solo-aglomerante(s) e solo-aglomerante(s) e RC, conforme prescreve a norma NBR 12023 /2012.

3.2.4.2 Moldagem e cura dos corpos de prova cilíndricos e dos tijolos maciços

Nessa etapa foram moldados 20 (vinte) corpos de prova cilíndricos para cada composição solo-aglomerante e solo-aglomerante(s) com incorporação do RC, a partir dos valores obtidos nos ensaios de compactação para determinação da umidade ótima, NBR 12023/2012, sendo 12 (doze) corpos para o ensaio de resistência à compressão simples, 03 (três) para o ensaio de absorção de água e 05 (cinco) para o ensaio de durabilidade modificada. A mistura dos componentes foi realizada manualmente.

Após a moldagem e pesagem, os corpos de prova foram levados à cura durante 07, 28 e 56 dias, em câmara úmida adaptada à temperatura de 23°C ± 2°C e umidade relativa do ar de aproximadamente 90%.

De posse dos resultados mais significativos alcançados nos ensaios de RCS, absorção de água e durabilidade, foram escolhidas misturas binárias de solo-cimento, ternárias e quaternárias de solo-aglomerante(s) e RC para moldagem dos tijolos maciços. Para cada composição solo-aglomerante(s) selecionada foram prensados 20(vinte) tijolos maciços, sendo 12 (doze) para o ensaio de RCS, 03 (três) para o ensaio de absorção de água e 05 (cinco) para o ensaio de durabilidade modificada. Essas misturas foram realizadas mecanicamente utilizando-se da betoneira Motomil-MB-150L, e os tijolos maciços foram produzidos em uma prensa manual, da marca Sahara Hobby, obtendo-se tijolos com espessura de 5,0 cm, largura de 10,0 cm e comprimento de 21,0 cm. U ma vez moldados os mesmos foram submetidos ao processo de cura citado anteriormente.

3.2.4.3 Ensaio de resistência à compressão simples

Os ensaios de resistência à compressão simples dos corpos de prova cilíndricos e dos tijolos maciços foram realizados no laboratório de materiais de construção da UFRN, através da máquina universal AMSLER com célula de carga de 10.000Kg, aos 07, 28 e 56 dias, obedecendo-se os preceitos das normas NBR 12025/2012 e NBR 8492/84 respectivamente. No caso específico dos tijolos maciços foi realizado o rompimento de algumas composições aos 180 dias.

Os valores individuais resultantes do ensaio de RCS para os corpos de prova cilíndricos e tijolos maciços, foram obtidos conforme as equações (13) e (14):

Rc = Q/Ac (13)

Rt = Q/At (14)

Onde:

Rc = Resistência à compressão simples dos corpos de prova cilíndricos; Rt = Resistência à compressão simples dos tijolos maciços;

Q = carga aplicada (Kgf); Ac = πd2

/4, área dos corpos de prova cilíndricos (cm2) ; At = C x L, área dos tijolos maciços (cm2);

d = 9,96 cm ; C= 21,0 cm e L= 10,0 cm

3.2.4.4 Ensaio de absorção de água

Na determinação da absorção de água dos corpos de prova cilíndricos e dos tijolos maciços obedeceram-se as recomendações da NBR 13555/96 e NBR 8492/84 respectivamente. Para a realização do ensaio, os corpos de prova foram pesados e colocados em estufa retilínea FANEM, até atingirem constância de massa. Em seguida os corpos foram novamente pesados e colocados em imersão pelo período de 24 horas consecutivas, sendo então retirados da imersão e pesados. Com os dados obtidos nos ciclos de pesagem, secagem e imersão em água, calculou-se o percentual de absorção para os corpos de prova cilíndricos e

dos tijolos maciços prensados.

Os valores individuais de absorção de água (AA), expressa em porcentagem (%), foram obtidos pela equação (15), enquanto que a absorção média foi determinada pela média aritmética de três repetições.

AA= (M2-M1)x100/M1 (15)

Onde:

M1 = Massa do corpo de prova seco em estufa (g); M2 = Massa do corpo de prova saturado (g); AA = Absorção de água (%);

3.2.4.5 Ensaio de durabilidade modificada

A durabilidade pode ser conceituada como a capacidade de um material manter sua integridade quando submetido à ação do intemperismo. Conforme FARIAS FILHO, 2007, a confiabilidade nas propriedades tecnológicas de um novo material a ser disponibilizado no mercado depende do conhecimento das condições de uso e do ciclo de vida útil do mesmo.

O processo através do qual um material sofre transformações irreversíveis, capazes de comprometer suas propriedades, é denominado degradação. Em relação aos solos estabilizados, ROJAS et al., 2008, destaca que os principais fatores que afetam a integridade estrutural desses materiais são condições ambientais, como variações de temperatura e umidade, além das solicitações impostas.A maneira como estes agentes agridem o material ou produto é chamado mecanismo de degradação.

Considerando a complexidade dos mecanismos de degradação, a prolongada vida útil dos produtos da construção civil e os elevados custos das obras civis, a avaliação da durabilidade é certamente um dos aspectos mais importante do desenvolvimento de um novo produto ( OLIVEIRA et al., 2006 apud LIMA, 2010).

Diversas pesquisas têm sido realizadas visando mensurar a durabilidade dos materiais alternativos com diferentes formas de avaliação e utilização. Como não existe um modelo ou metodologia padrão para realização de estudo da durabilidade, os resultados dos estudos científicos mais recentes indicam diretrizes a serem seguidas e metas a serem alcançadas, por

isso justificam-se as várias técnicas adotadas para determinação da durabilidade, bem como a variabilidade dos resultados obtidos pelos pesquisadores (FARIAS FILHO, 2007).

Segundo PEREIRA, 2008, os métodos mais aplicados para avaliar a durabilidade dos materiais são: ensaios de durabilidade acelerada, durabilidade modificada, durabilidade natural, durabilidade em uso, etc.

O ensaio de durabilidade modificado foi aplicado nos corpos de prova cilíndricos de algumas formulações e nos tijolos maciços adaptando-se os preceitos previstos no método de ensaio DNER-ME 203/94, os quais prescrevem 12 (doze) ciclos de secagem em estufa, e posterior imersão em água, sem necessidade de escovação dos tijolos. Autores como GRANDE 2003; LIMA et al., 2006, justificam que as solicitações de abrasão superficial a que são submetidos os tijolos nas obras de construção civil são menos rigorosas que as constatadas nas utilizadas para fins rodoviários, não sendo necessária portanto a etapa de escovação.

Na determinação da perda de massa, aplicando os preceitos do ensaio de durabilidade modificada, depois de completados 28 dias de cura os corpos de prova cilíndricos e os tijolos maciços foram pesados e secos em estufa a 105ºC por 24 horas. Após a pesagem foram imersos em água por 24 horas. Em seguida foram retirados e pesados obtendo-se assim a massa inicial natural, a massa inicial seca e a massa úmida. Este procedimento concluiu o primeiro ciclo de 48 horas. Ao término do primeiro ciclo os corpos de prova cilíndricos e os tijolos maciços foram secos por 42 horas em estufa, pesados e depois mergulhados em água pelo período de 6 horas. Em seguida foram retirados e pesados completando, assim, o segundo ciclo de 48 horas. Esse procedimento experimental repetiu-se 10(dez) vezes. Ao final do ensaio foram realizados 12 ciclos de 48 horas, entre secagens e molhagens. Após o último ciclo, os corpos de prova cilíndricos e os tijolos maciços foram secos em estufa a 105ºC por 24horas e pesados, determinando-se a massa final seca.

Na determinação da perda de massa dos corpos de prova cilíndricos e dos tijolos maciços aplicou-se a seguinte equação:

Pm = ( Mi - Mf) x 100/ Mf (16)

Onde:

Mi = Massa seca inicial dos corpos de prova cilíndricos ou tijolos maciços; Mf = Massa seca final dos corpos de prova cilíndricos ou tijolos maciços

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