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Ensino da língua portuguesa na Galiza O ensino básico

No documento O ensino da língua portuguesa na Galiza (páginas 87-91)

3. SITUAÇÃO DO ENSINO DO PORTUGUÊS NA GALIZA

3.3 P RESENÇA DO PORTUGUÊS NA G ALIZA SEGUNDO O NÍVEL DE ENSINO

3.3.4 Ensino da língua portuguesa na Galiza O ensino básico

Segundo dados da Consellería de Educación e Ordenación Universitaria da Xunta de Galicia72 existem durante o curso 2011-2012 23 CEP (Colexio de Educación Primaria) e 579 CEIP (Colexio de Educación Infantil e Primaria). Segundo os dados elaborados pelo IC em colaboração com a DPG para o curso 2009-2010 havia 433 alunos de português na província de Pontevedra, em duas escolas, e 972 na província de Ourense, distribuídos por nove escolas.

No mapa evidenciam-se claramente a ausência da disciplina de língua portuguesa nas províncias da Corunha e Lugo e a concentração de alunos nas zonas de forte presença migratória portuguesa na província de Ourense e o caso isolado, de entre todos os outros concelhos arraianos, do concelho minhoto de Tominho.

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Figura 3: presençade língua portuguesa no ensino básico galego

1-C.E.I.P. Santa María de Casaio

(Carballeda de Valdeorras)

4- C.P. Manuel Respino (A Rua)

7- C.E.I.P Oimbra (As Carpazas – O Barco de Valdeorras)

10- C.E.P Pedro Caselles Beltran (Tomiño) 2- C.E.I.P. Filomena Dato

(A Valenzá, Barbadás) 5- C.E.I.P Condesa de Fenosa (O Barco de Valdeorras) 8- C.E.I.P Mariñamansa (Ourense)

11- C.R.A Mestre Manuel Garcés (Tomiño)

3- C.P. Tomás Terrón Mendaña (Sobradelo, Carballeda de Valdeorras)

6- C.E.I.P Ramón Otero Pedrayo (O Barco de Valdeorras)

9- C.E.I.P- Manuel Luis Acuña

(Ourense)

Estes dados são ainda mais interessantes quando comparados com a presença do português no ensino secundário, que ilustra o que já foi analisado na secção sobre este nível formativo, a falta de continuidade entre o básico e o secundário da disciplina de língua portuguesa.

Figura 4: presença de língua portuguesa no ensino secundário galego

1-C.P.I Xanceda (Mesía) [5 alunos]

7- I.E.S. de Melide (Melide) [51 alunos]

13- I.E.S. Nº 1 de Ordes (Ordes) [17 alunos]

19- I.E.S. San Paio (Tui) [40 alunos] 2- I.E.S. A Paralaia (Moaña) [34 alunos] 8- I.E.S. de Valga (Valga) [17 alunos] 14- I.E.S. O Couto (Ourense) [33 alunos] 20- I.E.S. Valadares (Vigo) [88 alunos] 3- I.E.S. A Sangriña

(A Guarda) [sem dados]

9- I.E.S. Lamas das Quendas (Chantada) [17 alunos]

15- I.E.S. Pazo da Mercé (As Neves) [53 alunos]

21- I.E.S. Xesús Taboada Chivite (Verín) [10 alunos] 4- I.E.S. Ánxel Fole (Lugo)

[33 alunos]

10- I.E.S. María Soliño (Cangas) [18 alunos] 16- I.E.S. Perdouro (Burela) [27 alunos] 22- I.E.S. Xograr Afonso Gómez (Sarria) [15 alunos] 5- I.E.S. Aquis Quenquernis

(Bande) [53 alunos]

11- I.E.S. Martaguisela (O Barco de Valdeorras) [13 alunos]

17- I.E.S. Politécnico de Vigo (Vigo) [25 alunos]

6- I.E.S. de Foz (Foz) [15 alunos]

12- I.E.S. N. S. Dos Ollos Grandes (Lugo) [34 alunos]

18- I.E.S. Ramón Menéndez Pidal (A Coruña) [14 alunos]

Da comparação dos dois mapas, confere-se como no ensino secundário não existe continuidade da presença da língua portuguesa no ensino básico. A concentração detetada na comarca de Valdeorras ou Ourense reduz-se à mínima expressão na passagem ao secundário, embora haja dados positivos como a presença em todas as quatro províncias da Comunidade Autónoma Galega, sobressaindo o elevado número de centros na área metropolitana de Vigo.

A maioria dos centros do básico que lecionam português estão inseridos no Programa de Língua e Cultura Portuguesa, dantes denominado Programa LALO (Língua de Adaptação / Língua de origem).

Segundo a informação oferecida pelo Ministerio de Educación espanhol73 e a Consellería de Educación galega74 este é um programa dirigido aos estudantes lusodescendentes e a estudantes espanhóis dos centros onde o Programa é desenvolvido.

O Programa é aplicado desde o ano 1987/1998 no Estado espanhol, em cumprimento da Diretiva 77/486/CEE, de 25 de julho de 197775, que tem por objetivo a escolarização de filhos migrantes, dentro do quadro de cooperação luso-espanhola em matéria educativa e cultural assinado por ambos os estados num protocolo cultural em 1970.

O Programa é aplicado nas comunidades autónomas de Aragão, Astúrias, Cantábria, Castela e Leão, Extremadura, Galiza, Madrid, Navarra e País Basco, em coordenação com a Embaixada de Portugal no Reino de Espanha.

O Programa é sobretudo desenvolvido nos níveis de ensino infantil e básico, e com menor presença nos centros de ensino secundário. Os centros aderidos ao Programa adscrevem pessoal docente português enviado pela Embaixada Portuguesa, através do Instituto Camões, com o objetivo de manter a língua e a cultura portuguesa entre as comunidades lusodescententes, mas também entre o alunado autóctone.

No caso galego o Programa foi enquadrado na educação na interculturalidade e na aprendizagem duma segunda língua estrangeira. Assim, desde o ano escolar 1987-1988 o programa destinou-se a escolas com um elevado número de estudantes de origem português. Depois, no curso 1993-1994, foi criada a Rede de centros do Programa, onde se alarga a oferta linguística e cultural aos alunos galegos, como matéria optativa, aconselhando um modelo de ensino plurilingue em aulas integradas, dentro do conjunto de medidas e ações que a Consellería de Educación da Xunta de Galicia denomina atenção à diversidade dos alunos com necessidades específica de apoio educativo procedente do estrangeiro.

Durante o curso 2011-2012 participaram no programa 9 centros educativos da província de Ourense e foram enviados 4 docentes pelo Ministério da Educação português. Segundo

73 http://www.educacion.gob.es/educacion/sistema-educativo/educacion-inclusiva/programas- educativos/lengua-cultura-portuguesa.html

74 http://www.edu.xunta.es/web/node/4495

informações telefónicas que pude apurar desde a Xunta de Galicia, para o atual ano 2012-2013, em 11 escolas participarão no programa, 10 do básico e uma do secundário, e o Ministério da Educação português enviará 4 professores.

O Programa parece interessante e muito positivo, sobretudo se se puderem alcançar dois objetivos: que os lusodescendentes possam conhecer a língua portuguesa e que os alunos galegos também a adquiram. Mas os dados revelam que a implantação do Programa é insuficiente. A comunidade portuguesa é a de maior importância numérica na sociedade galega, e devem-se acrescentar as comunidades importantes de brasileiros e cabo-verdianos. Quer dizer, 4 docentes e 11 escolas, não refletem a verdadeira dimensão da presença lusófona na Galiza, pelo que o objetivo deveria ser muito mais ambicioso: A implantação da língua portuguesa como segunda língua estrangeira em todos os centros de ensino da Galiza. Assim, quer os galegos quer todos os oriundos de comunidades lusófonas poderiam ter uma competência em português, como língua materna, como língua estrangeira, como língua segunda ou como língua de herança.

No documento O ensino da língua portuguesa na Galiza (páginas 87-91)

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