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Esperança média de vida à nascença ou

3. Projeções da população escolar

3.5. Ensino secundário

Por fim, apresentam-se as projeções para os potenciais alunos do ensino secundário, sendo este o último nível de ensino definido de caráter obrigatório pelo sistema de ensino português (Lei n.º 85/2009, de 27 de agosto).

Considerando o cenário “base/normal”, entre 2011 e 2021 projeta-se uma diminuição de 178 jovens, correspondendo a -13,2%, sendo que na década seguinte o decréscimo poderá ser de 173 jovens, que representa -14,8% (Figura 37, quadro 11, figura 38 e anexo CI). Considerando o horizonte 2011-2031, o município poderá perder 351 jovens entre os 15 e 17 anos (-26%). Deste modo, projeta-se que em 2031 existam 997 jovens em idade de frequência do ensino secundário, quando em 2011 eram 1348 indivíduos.

A leitura ao nível das freguesias sublinha que as freguesias de Cinco Ribeiras, São Bento, Posto Santo, Angra (Sé) e Angra (Santa Luzia) poderão ter decréscimos superiores a 40%.

(n.º) % (n.º) % (n.º) % (n.º) % Cenário "base/normal" (ISF 1,3) 1273 1174 1024 1090 1026 -249 -19,6 66 6,5 -64 -5,9 -247 -19,4 Cenário "otimista" (ISF 1,6) 1273 1173 1023 1195 1138 -250 -19,6 171 16,7 -57 -4,7 -135 -10,6 Cenário "desejável/extraordinário" (ISF 2,1) 1273 1173 1023 1570 1496 -250 -19,6 547 53,4 -74 -4,7 223 17,5 Cenários 2011 2016 2021 2026 2031 2011-2021 2021-2026 2026-2031 2011-2031

Figura 37. Provável evolução da população com idade de frequência do ensino secundário (cenário “base/normal”).

Fonte: INE, 2012 e cálculos próprios.

Quadro 11. Provável evolução da população com idade de frequência do ensino secundário (cenários).

Fonte: INE, 2012 e cálculos próprios.

Considerando o cenário “otimista”, o decréscimo poderá ser inferior, prevendo-se a passagem dos 1348 para os 1172 jovens entre 2011 e 2031 (-176 jovens, correspondendo a -13%).

No cenário “desejável/extraordinário” projeta-se um total de 1541 jovens em 2031, o que representa um aumento de 193 jovens (14,3%) face a 2011 (1348 jovens).

O cenário “desejável/extraordinário” é um cenário expansionista e muito improvável de acontecer. Ainda assim, torna-se interessante analisar a evolução demográfica que ocorreria se o número médio de filhos por mulher (ISF) aumentasse para 2,1 filhos.

Os valores apresentados são apenas os expectáveis, uma vez que para uma análise mais próxima da realidade há que ter em consideração todo o conjunto de fatores determinantes que influenciam na manutenção ou não das crianças e jovens no sistema de ensino.

1348 1295 1170 1001 997 0 300 600 900 1 200 1 500 2011 2016 2021 2026 2031 n.º (n.º) % (n.º) % (n.º) % (n.º) % Cenário "base/normal" (ISF 1,3) 1348 1295 1170 1001 997 -178 -13,2 -169 -14,5 -4 -0,4 -351 -26,0 Cenário "otimista" (ISF 1,6) 1348 1310 1189 1045 1172 -159 -11,8 -144 -12,1 127 12,1 -176 -13,0 Cenário "desejável/extraordinário" (ISF 2,1) 1348 1310 1189 1172 1541 -159 -11,8 -17 -1,4 369 31,5 193 14,3 2011-2031 Cenários 2011 2016 2021 2026 2031 2011-2021 2021-2026 2026-2031

4.

Conclusões

1.

A população do município de Angra do Heroísmo diminuirá até 2031 considerando os cenários “base/normal” e “otimista”. Considerando o cenário “base/normal” como o mais provável de acontecer, estima-se que o município perca 1266 indivíduos, passando a 34136 residentes em 2031, quando em 2011 eram 35402 residentes. No cenário “otimista” seriam menos 569 residentes em 2031, para um total de 34833 indivíduos. Pelo contrário, no cenário “desejável/extraordinário” seriam mais 1711 indivíduos, para um total de 37113 residentes. Fica assim claro que só com valores de fecundidade que permitam a substituição de gerações ocorrerá um aumento populacional.

2.

Nascerão cada vez menos crianças no município de Angra do Heroísmo. Nos últimos vinte anos o número de nascimentos registou uma quebra de mais de 30%, o que equivale a uma redução de 135 nascimentos (de 426 em 2001 para 291 em 2019). A tendência para o futuro será idêntica. De acordo com o cenário “base/normal”, estima-se que entre 2011 e 2031 ocorram menos 84 nascimentos (-22,9%), com a passagem de 365 para 281 nados-vivos.

eram 16,4%. Mesmo com o aumento do número médio de filhos por mulher (ISF) para 1,6 filhos por mulher em idade fértil (cenário “otimista”), o volume de jovens corresponderá a apenas 15,1% dos indivíduos totais. O cenário “desejável/extraordinário” é o único que permite ter um acréscimo dos jovens (18,9%).

4.

Considerando o cenário “base/normal”, os jovens adultos (15-24 anos) e os adultos (25-64 anos) terão menos 1359 e menos 1128 indivíduos, passando a representar 9,8% e 54,4% da população em 2031, valores que correspondem a 3334 e 18577 residentes, respetivamente. A população idosa (65 anos ou mais) passará a representar cerca de 22,6% da população total, passando de 5211 em 2011 para 7710 em 2031 (+48%).

5.

De acordo com o cenário “base/normal”, em 2031 o município de Angra do Heroísmo terá uma população mais envelhecida, sendo que para cada 100 jovens haverá 170 idosos. Em 2011 existiam 90 idosos para cada 100 jovens.

6.

Em 2031 a pressão dos não ativos sobre a população ativa será maior. Se em 2011 existiam 45 jovens e idosos para cada 100 ativos, no cenário “base/normal” espera-se, em 2031, um aumento para 55 não ativos para cada 100 ativos. Esta pressão será mais evidente considerando apenas os idosos, que no ano de 2031 serão 35 para cada 100 ativos (em 2011 eram 21).

7.

A quebra sistemática no número de nascimentos e o decréscimo da população jovem (0-14 anos) terá reflexos na população potencial para frequentar os diferentes níveis de ensino, com consequências inevitáveis a curto e médio prazo, principalmente no que diz respeito à adequação dos recursos educativos. Considerando o cenário “base/normal”, em 2031 serão menos 1397 (- 22,7%) os indivíduos com idade de frequentar o sistema de ensino (entre 3 e 17 anos). No cenário “otimista” seriam menos 689 indivíduos (-11,2%). Apenas com o cenário “desejável/extraordinário” poderia ocorrer um incremento de potenciais alunos (1041, correspondendo a 16,9%).

8.

Sendo o cenário “base/normal” o mais plausível de vir a acontecer, espera-se que em 2031 sejam 850 as crianças em idade de frequentar a educação pré-escolar, entre os 3 e 5 anos (-206 face a 2011). Entre os 6 e 9 anos, ou seja, com idade de frequentar o 1.º CEB, espera-se uma população em torno dos 1229 indivíduos (-360 face a 2011). Em relação aos potenciais frequentadores do 2.º e 3.º CEB (10-11 e 12-14 anos), projeta-se um total de 662 e 1026 indivíduos (-233 e -247 face a 2011). Por fim, os jovens entre os 15 e 17 anos, em idade de frequentar o ensino secundário, poderão ser 997 (-351 face a 2011).

9.

Os cenários apresentados dão indicações de um futuro preocupante em termos de diminuição da população escolar, colocando imensos desafios em matéria de adequação da oferta à procura educativa, particularmente no que respeita à tomada de decisão relativamente a equipamentos, infraestruturas, necessidades formativas e recursos humanos (docentes e não docentes).

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