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2.1 GESTÃO ESTRATÉGICA DA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

2.1.4 Entrada de cursos e programas no SNPG

O SNPG compreende todos os cursos de pós-graduação stricto sensu em funcionamento do país e é composto por dois processos: a Avaliação das Propostas de Cursos Novos (APCN) e da Avaliação dos Programas de Pós-graduação (Avaliação Quadrienal) (CAPES, 2014b, 2019k). Tais processos estão sob a égide do Conselho Técnico Científico da Educação Superior (CTC-ES), mais especificamente da Diretoria de Avaliação (DAV) (CAPES, 2019d). Os Processos estão representados na Figura 2.

Figura 2. Processos de avaliação do Sistema Nacional de Pós-graduação Fonte: Elaborado com base em CAPES (2019)

Nota: “Ideação” incluído por premissa de que o processo de entrada parte da ideação por parte de uma IES. A CAPES estabelece as regras burocráticas para a submissão da proposta de curso novo, como documentos e cadastros necessários, quais os profissionais da IES devem assinar determinados documentos, e o prazo de envio de novas propostas, que deve ser respeitado pelas IES, de acordo com o Calendário de Atividades da DAV, regularmente publicado no Diário Oficial da União (DOU) (CAPES, 2019c).

Após a submissão das propostas por parte das IES, inicia-se o processo de avaliação, que é dividido em três etapas: análise documental, análise de mérito e emissão de parecer final por parte do CTC-ES. Durante a fase de avaliação, as IES participam somente se solicitadas para diligências e o prazo é de 15 dias corridos (CAPES, 2019c).

Com a deliberação da aprovação ou não aprovação da proposta, há a possibilidade da realização de pedidos de reconsideração por partes da IES, desde que seja interposto dentro do prazo de vinte dias corridos, a contar da data da publicação do resultado pela CAPES, por meio da Plataforma Sucupira. Em caso de o parecer da reconsideração ser negativo, a IES pode ainda interpor recurso ao presidente da CAPES e retorna para a etapa de avaliação (CAPES, 2019c). Após exauridos os prazos de reconsideração e recursos, são publicados os resultados definitivos e os documentos correspondentes são encaminhados à Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional da Educação (CES/CNE) para que prossiga com a aprovação e reconhecimento do curso, com a posterior homologação (CAPES, 2019c).

A partir da homologação do parecer favorável da CES/CNE, a IES tem o prazo de 12 meses, com a possibilidade de prorrogação para 24 meses para dar início ao funcionamento do programa. A IES, ainda, se obriga a comunicar à CAPES o início do funcionamento no curso até 30 dias após seu início (CAPES, 2019c).

O primeiro recorte definido neste trabalho é focar na análise nos processos de entrada, ou seja, na APCN. A entrada de cursos no SPNG depende algumas etapas e processos: proposta, submissão, avaliação, pedido de reconsideração, recurso, resultado e início do funcionamento, sendo que o pedido de reconsideração e o recurso podem ser provocados pelas IES quando não têm seus cursos aprovados. Desta forma, são processos que podem não acontecer (CAPES, 2019c). Tais etapas e processos descritos anteriormente estão representados na Figura 3.

Figura 3. Processos de avaliação de entrada de cursos novos no SNPG Fonte: Elaborado com base em (CAPES, 2019d, 2019c)

Observando o processo de entrada ilustrado na Figura 3, percebe-se que a partir da submissão da proposta, a avaliação é realizada pela CAPES, ainda que seja necessário acionar a IES em casos de análise mais aprofundada, em diligências ou nos processos de reconsideração e recursos, se houver (CAPES, 2019d). Isso significa que o momento em que os gestores precisam dedicar seus esforços, visando obter a aprovação no APCN para um curso novo, é o momento de elaboração da Proposta de Novo Curso, conforme demonstrado na Figura 3. Por conseguinte, para atingir o objetivo deste trabalho, o estudo será delimitado no processo de elaboração da proposta de novo curso, ou seja, momento que antecede a submissão da proposta à CAPES.

As IES, então, deverão valer-se como norteadores da legislação, regulamentação acerca de submissão de novas propostas, modalidade profissional e EaD, além das diretrizes dos documentos de área (CAPES, 2019a, 2019d, 2019f, 2019g). Apesar de regulamentar o processo de avaliação de cursos novos, a corpo técnico da CAPES e os coordenadores das Áreas de Avaliação não prestam assessoramento para a proposição de novos cursos. A CAPES poderá promover ações visando a inclusão de novos cursos para o desenvolvimento da pós-graduação stricto sensu nacional, estando presente em congressos, seminários e demais eventos da sociedade científica ou de pós-graduação (CAPES, 2019c).

Em que pese haver documentos de cada Área de Avaliação com diretrizes específicas a cada área, a CAPES dispõe, no artigo 4º da portaria nº 33 de 2019, dez requisitos gerais para a proposta de cursos novos:

I - alinhamento da proposta com a agenda/planejamento estratégico da pós- graduação na instituição;

II – adequação e justificativa da proposta ao desenvolvimento regional ou nacional e sua importância econômico social;

III – clareza e consistência da proposta, que deve apresentar informações detalhadas sobre os objetivos; a coerência entre a área de concentração, linhas de pesquisa/atuação de projetos; e a estrutura curricular, disciplinas e referencial bibliográfico;

IV – clareza dos critérios adotados para a seleção de alunos, quantitativo de vagas, justificativa para o perfil da formação pretendida e perfil do egresso;

V – comprovação de que o grupo proponente possui competências e qualificação acadêmica, didática, técnica e/ou científica vinculadas ao objetivo da proposta;

VI – quadro de docentes permanentes que, em número, regime de dedicação ao curso e qualificação, permita assegurar a regularidade e a qualidade das atividades de ensino, pesquisa e orientação;

VII – indicação de até cinco produções intelectuais (bibliográfica, artística e/ou técnica) de cada docente permanente a partir do ano de 2014, conforme disposição do documento orientador da APCN; (CAPES, 2019c)

Os sete requisitos até então tratam do programa, sua adequação e características quanto ao corpo discente e ao corpo docente e sua qualificação. Os demais três requisitos são a respeito da infraestrutura física e tecnológica disponibilizada pela IES. A CAPES destaca que se deve informar a infraestrutura da IES para a oferta na modalidade a distância (CAPES, 2019c):

VIII – infraestrutura de ensino e pesquisa adequada para o desenvolvimento das atividades previstas, no que se refere a instalações físicas, laboratórios e biblioteca; IX – infraestrutura e acesso a equipamentos de informática atualizados, à rede mundial de computadores, bases de dados e a fontes de informação multimídia para os docentes e discentes;

X – infraestrutura adequada em termos de espaço físico, mobiliário e equipamento para a boa condução das atividades administrativas do curso (CAPES, 2019c). A Portaria nº 33, de 12 de fevereiro de 2019 ressalta que para as propostas para cursos profissionais ou para cursos a distância, as IES devem também se atentar aos critérios próprios, como disposto em legislações específicas (CAPES, 2019c). Dessa forma, por este trabalho envolver cursos profissionais e a distância, as características e requisitos a que se refere a Portaria 33 de 2019 serão abordados em subseções próprias neste capítulo.