• Nenhum resultado encontrado

1. Como replicar a experiencia física do ambiente de loja no retalho eletrónico? Que características deve ter o website a nível de usabilidade, design, e personalização?

A tendência será a uniformização da experiência de consumo, independentemente do suporte em que ela esteja a ser vivida. Neste capítulo parece-me que há ainda um grande caminho a percorrer. A experiência de produto que é proporcionada online é ainda muito parca e redutora, e foi precisamente isto que tentei trabalhar e mudar com o J. LISBON.

2. Como devem gerir as marcas de luxo o desafio da exclusividade vs. acessibilidade, isto é, combater o paradoxo de aumentar o seu volume de vendas sem abdicar de características como a perceção de exclusividade e raridade?

Suponho que criação de submarcas (estou a pensar no exemplo da Prada e da Miu Miu) e linhas autónomas (como a Gant Rugger, ainda que num segmento menos exigente) seja uma forma possível de tentar acompanhar o aumento da demanda de produtos de luxo e, por outro lado, mitigar as consequências que a banalização de artigos de um determinado posicionamento representará potencialmente, no médio prazo, na perceção das pessoas sobre as grandes grifes

3. Num mercado em crescimento como o do luxo, é inevitável alagar os canais de distribuição para meios mais acessíveis, rápidos e globais como o retalho eletrónico? É possível o alinhamento desses canais com os valores e identidade da marca?

Não apostar no online não é sequer uma opção no retalho de vestuário, independentemente do segmento ao qual nos estejamos a reportar. E a identidade não é – por definição – um atributo terreno e palpável. O aspeto visual dum suporte online

94

(ou se preferir o chamado look and feel de um site) pode perfeitamente comunicar um desígnio, uma mensagem ou um posicionamento.

4. No caso dos consumidores de luxo mais jovens é possível falarmos já de uma preferência pelo retalho eletrónico ao invés do retalho tradicional?

Os consumidores mais jovens atingem a maioridade e a independência económica num contexto em que o online não é mais um canal alternativo a uma realidade maioritária. O que quer que hoje seja pensado por uma marca é pensado também numa lógica

online. Para não dizer que é pensado antes e acima de tudo numa abordagem online

5. A conveniência e a eficiência de tempo tornam a Internet no canal ideal para consumidores que têm mais dinheiro do que tempo (Chadel, 2009). É no fator tempo e na conveniência que residem as principais valências do retalho eletrónico?

Claramente. Entrar numa loja faustosa numa das avenidas mais bonitas do mundo pode ser uma experiência inesquecível mas nada iguala, em matéria de comodidade, fazer uma compra desde o nosso posto de trabalho, sofá ou cama. Tudo o resto – experiência de produto ou processo logístico – é que necessita (e está já a) ser aperfeiçoado.

6. O crescimento do retalho eletrónico pode diminuir o hiato existente entre as marcas de mass fashion e as marcas de luxo a nível da perceção da imagem de marca, com prejuízo para as marcas de luxo?

Se há pouco disse que a identidade duma marca pode ser perfeitamente reconhecível numa página online não estaria a ser sincero se não admitisse que o online pode, por assim dizer, condensar um pouco diferenças entre mass market e retalho de luxo (de memória arriscaria que o site da Zara não sugere que aqueles produtos poderão ser mais baratos, acessíveis ou de uma qualidade menos conseguida). Até porque, neste caso concreto, estamos a falar duma marca que é conhecida por ter democratizado o estilo. Enfim... acho que tendo a concordar com o sentido em que a pergunta está feita

7. São as marcas mais pequenas e com menos recursos que mais podem beneficiar da presença online? De que modo?

95

A implantação de uma marca ou de uma loja online é, por definição, mais fácil e económica que qualquer ponto de retalho físico. Mas importa lembrar que para singrar

online é preciso conseguir chegar às pessoas e que a concorrência pelo espaço editorial

e publicitário é avassalador porque, precisamente, o espaço de retalho online é hoje um suporte prioritário.

8. Sendo uma ameaça, a Web 2.0 poderá também ser uma oportunidade para as marcas de luxo. Como devem as marcas aproveitar mais eficazmente a Web 2.0 para estabelecerem uma comunicação bidirecional com os consumidores, recorrendo a ferramentas como marketing viral, marketing tribal, redes sociais, comunidades de marca e blogues?

No que diz respeito ao consumo de conteúdos, o online suplantou já o formato impresso pelo que uma pequena loja online – quando quer comunicar o lançamento à imprensa tradicional e aos social media – tem que competir com uma torrente infindável de conteúdos das grandes marcas que detêm um enorme poder financeiro (que, diga-se o que disser, é de importância maior para chegar aos blogues, plataforma com impacto reconhecido em vendas mas cuja natureza editorial tem vindo a dar lugar a um suporte de índole comercial dissimulada).

97

Referências Bibliográficas

Atwal, Glyn; Williams, Allstalr (2009). Luxury brand marketing – The experience is everything! Journal of Brand Management, 16, 338-346.

Arnold, R. (2009). Fashion: A Very Short Introduction. Oxford: Oxford University Press.

Bauer, Martina; Wallpach, Silvia; Hemetsberger, Andrea (2011). My little luxury - A consumer-centred, experiential view. Marketing Journal of Research and

Management, Janeiro.

Becker, Kip; Lee, Jung-Wan; Nobre, Helena (2010). The new e-commerce freeloaders: effects on consumer behavior and decision making. International Journal Technology Marketing, Vol. 5, Nº. 4.

Beheshti, Hooshang; Salehi-Sangari, Esmail (2006). The benefits of e-business adoption: an empirical study of Swedish SMEs. Service Business (2007), 1, 233-245.

Belk, Russell (1988). Posessions and the Extended Self. Journal of Consumer Research, Vol. 15, Setembro.

Bellaiche, Jean-Marc; Mei-Pochtler, Antonella; Hanisch, Dorit (2010). The New World of Luxury. The Boston Consulting Group, Dezembro.

Brogi, Stefano; Calabrese, Armando; Campisi, Domenico; Capece, Guendalina; Costa, Roberta; Di Pillo, Francesca (2013). The effects of online brand communities on brand equity in the luxury fashion industry. International Journal of Engineering Business Management, Vol. 5.

Cailleux, Hugues; Mignot, Charles; Kapferer, Jean-Noël (2009). Is CRM for luxury brands? Journal of Brand Management, 16, 406-412.

98

Chadel, Remy (2009). Does Internet really matter for the luxury goods industry? Ehlite Magazine, Janeiro.

Constantinides, Efthymios (2004). Influencing the online consumer’s behavior: the Web experience. Internet Research, Vol. 14 Iss: 2, pp.111 – 126.

Dall’Olmo Riley, Francesca; Lacroix, Caroline (2003). Luxury branding on the Internet: lost opportunity or impossibility? Marketing Intelligence & Planning, 21/2, 96-104.

Ellis-Chadwick, Fiona (2008). Online retailing: open all hours? International Journal of Business Environment, 2, 188-200.

Fionda, Antolnette; Moore, Christopher (2009). The anatomy of the luxury fashion brand. Journal of Brand Management, 16, 347-363.

Heine, Klaus (2012). The Identity of Luxury Brands. Wirtschaft und Management der Technischen Universität Berlin.

Hemzo, Miguel; Manoel, Fernando (2010). Tendências do E-Luxury: Como o luxo está entrando na Internet. XIII SemeAd, Setembro.

Hennings, Nadine; Wiedmann, Klaus-Peter; Klarmann, Christiane (2012). Luxury Brands in the Digital Age – Exclusivity versus Ubiquity. Marketing Review St. Gallen, vol. 29, 1, 30-35.

Jevons, Colin; Gabbott, Mark (2000). Trust, Brand Equity and Brand Reality in Internet Business Relationships: An Interdisciplinary Approach. Journal of Marketing

Management, 16.

Kapferer, Jean-Noël (2012). Abundant rarity: The key to luxury growth. Business Horizons, 55, 453-462.

99

Kapferer, Jean-Noël; Bastien, Vincent (2009). The specificity of luxury management: Turning marketing upside down. Journal of Brand Management, 16, 311 – 322.

Karavdic, Munib; Gregory, Gary (2005). Integrating e-commerce into existing export marketing theories: A contingency model. Marketing Theory, 5, 75.

Keller, Kevin (2009). Managing the growth tradeoff: Challenges and opportunities in luxury branding. Brand Management, 16, 5/6, 290-301.

Kim, Angella; Ko, Eunju (2010). Impacts of luxury fashion brand’s social media

marketing on customer relationship and purchase intention. Journal of Global Fashion Marketing, 1-3, 164-171.

Laudon, Kenneth; Traver, Carol (2009). E-Commerce. Prentice Hall.

Lipovetsky, Gilles (1989). O Império do efémero: a moda e o seu destino nas sociedades modernas. Publicações Dom Quixote, Lisboa.

MacGregor, Robert; Vrazalic, Lejla (2005). A basic model of electronic commerce adoption barriers: A study of regional small businesses in Sweden and Australia. Journal of Small Business and Enterprise Development, Vol. 12 No. 4: 510-527.

McCracken, Grant (2007). Cultura e consumo: uma explicação teórica da estrutura e do movimento do significado cultural dos bens de consumo. Revista de Administração de Empresas, vol.47, no.1, São Paulo, Jan./Mar.

Meng, Xiaoming (2010). Study on combining e-commerce and e-marketing. Journal of Software, n.5, vol.5: 546-553.

Meurling, Anne (2011). Is the luxury industry finally catching up online? Stockholm School of Economics.

100

Morley, Jane; McMahon, Kay (2011). Innovation, Interaction, and Inclusion: Heritage luxury brands in collusion with the consumer. Fashion & Luxury: Between Heritage & Innovation : the 13th Annual Conference for the International Foundation of Fashion Technology Institutes, Institut Français de la Mode, Paris.

Neale, Palena; Thapa, Shyam; Boyce Carolyn (2006). Preparing a case study: A guide for designing and conducting a case study for evaluation input. Pathfinder International.

Nobre, Helena (2011). Should consumers be in love with brands? And investigation into the influence that specific consumer-brand relationships have on the quality of the bonds that consumers develop with brands. Journal of Transnational Management, 16:4, 270-281.

Nobre, Helena; Becker, Kip (2013). Toward a luxury brand definition. 6th Annual EuroMed Conference of the EuroMed Academy of Business.

Nobre, H., Silva, C. (2014). Social Network marketing strategy and SME strategy benefits. Journal of Transnational Management, 19(2), 138-151.

Okonkwo, Uche (2005). Can the luxury fashion brand store atmosphere be transferred to the Internet? BrandChannel.com.

Okonkwo, Uche (2007). Luxury Fashion Branding. Palgrave Macmillan, Nova Iorque.

Okonkwo, Uche (2009). The luxury brand strategy challenge. Journal of Brand Management, 16, 287-289.

Okonkwo, Uche (2009b). Sustaining the luxury brand on the Internet. Brand Management, Vol. 16, 5/6, 302-310.

Okonkwo, Uche (2010). Luxury Online: Styles, Systems, Strategies. Palgrave Macmillan, Nova Iorque.

101

Radón, Anita (2012). Luxury brand exclusivity strategies – An illustration of a cultural collaboration. Journal of Business Administration Research, Vol: 1, Nº1, 106-110.

Quivy, Raymond; Campenhoudt, Luc (1995). Manual de Investigação em Ciências Sociais. Gradiva.

Rosa, Cristina de Azevedo (2012). Luxury Today – Key factors for Success. E-Leader Conference, Berlim.

Simmel, Georg (1904). Fashion. International Quarterley, 10, 130-155.

Solomon, M. (1999). Consumer Behaviour. Essex: Pearson Education Limited

Stake, R. (1995). The art of case study research. Thousand Oaks, CA: Sage.

Tungate, Mark (2005). Fashion Brands. Branding Style from Armani to Zara. Kogan Page, Londres.

Valente, Suelen (2009). A cauda longa do luxo: A Internet como Mercado (de nicho). XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Centro-Oeste.

Vigneron, Franck; Johnson, Lester (2004). Measuring perceptions of brand luxury. Brand Management, Vol. 11, Nº. 6, Julho.

Yin, Robert (1994). Case Study Research - Design and Methods. Sage Publications, Londres.

Webibliografia

Davidi, Adam (2014). “The collision of tech and fashion: Q&A with Sarah Watson, Net- a-porter”, http://www.theguardian.com/media-network/media-network-

102

Indvik, Lauren (2014). “How Stephanie Phair became president of The Outnet 10 years out of university”, http://fashionista.com/2014/10/stephanie-phair-the-outnet

Karmali, Sarah (2012). “The Outnet launches clothing line”,

http://www.vogue.co.uk/news/2012/09/18/the-outnet-iris-and-ink-clothing- collection-launches

King, Jean (2013). “Tamara Mellon entrusts Net-A-Porter to manage brand’s

ecommerce”, http://www.luxurydaily.com/tamara-mellon-entrusts-net-a-porter-to- manage-brands-ecommerce/

Sowray, Bibby (2013). “Net-A-Porter sees sales increase by 55 per cent”,

http://fashion.telegraph.co.uk/news-features/TMG9800446/Net-A-Porter-sees-sales- increase-by-55-per-cent.html

Spencer, Alex (2014). “From First to First: Net-A-Porter”,

Documentos relacionados