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Entrevista número um

No documento Relatório de Estágio Profissional (páginas 145-148)

Data: 25/05/10 Hora: 12h00 Entrevistado

Anos de experiência: 8 anos

Escolas que leccionou: 97 em Armamar; Grijó; Joaquim Magalhães em Faro; Fontes Pereira de Melo no Porto; João de Meira em Guimarães; Guifões em Matosinhos; na escola de Marinha Grande; Fontes Pereira de Melo no Porto.

1º Questão – resposta: particularizando a nível de Educação Física é

complicado nestes meios, por exemplo, onde se encontra a escola Fontes Pereira de Melo, onde temos alunos com uma heterogeneidade muito grande, alunos de meios sócio – económicos e culturais muito diversos, desde dos apelidados “alunos do Bairro”, que têm menos acesso à prática desportiva organizada e outros alunos que são filhos de classes médio - alta, que têm acesso à prática de educação física fora da escola. A nível de aulas temos umas certas dificuldades, porque as turmas tornam-se muito heterogéneas no ensino regular. Neste estabelecimento existem diferentes níveis de ensino, onde temos o profissional e aqui essa diferença é menos notória porque os alunos não têm acesso à prática regular, normalmente as aprendizagens motoras deles baseiam-se apenas no futebol, porque podem jogar na rua ou num clube, fora isso, os planos nacionais de educação física são extensos e diversos noutras matéria, torna-se difícil a implementação da educação física, até motivar os alunos para uma prática que eles desconhecem. Em relação ao estabelecimento de ensino e falando em opções pedagógicas aqui a escola Fontes costuma diversificar bastante as actividades leccionada na Educação Física, de momento e atendendo às situações arquitectónicas, não está fácil porque a escola está em renovação por completo e nós só temos disponível a sala de ginástica e mesmo assim não é muito grande, está mais ou menos bem

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apetrechada e o pavilhão interior onde podemos desenvolver os colectivos, os desportos raquetes, etc. Tirando isso, o parque polidesportivo exterior onde poderíamos leccionar mais à-vontade (não quer dizer que não possa ser dado no pavilhão), por exemplo, a matéria do atletismo não é possível neste momento porque está o “verdadeiro estaleiro de obras”.

2º Questão – Resposta: sim é lógico. Nós temos de adaptar o programa

nacional que nos é fornecido para os diferentes anos de acordo com as condições materiais e instalações disponíveis. Em todas as escolas que passei segui o que estava decidido pelo grupo de Educação Física, fazendo as adaptações necessárias à turma e planificando no caso à turma e também de acordo ao nível do material e das instalações desportivas porque não podemos fazer nuances.

3º Questão – resposta: Preparada está, como já falei disso anteriormente mas

limitações existem, porque nas opções das matérias a nível da planificação anual, podemos optar pela ginástica ou atletismo e este ano é impossível abordar atletismo porque só conseguíamos leccionar duas ou três vertentes, por exemplo, o salto em altura, uma iniciação aos saltos em comprimento e triplo mas mesmo assim com algumas limitações e as provas de velocidade podem ser abordadas na vertente das barreiras a transposição da barreira mas a corrida formal não temos local onde fazer em segurança, por isso, tivemos de optar pela ginástica.

4º Questão – resposta: nós como professores e pedagogos, o nosso objectivo

principal é mesmo formar e transmitir atitudes e valores que possam inserir os alunos na sociedade e na vida adulta. Em relação ao micromeio e neste caso a nossa escola nota-se uma elevada percentagem de alunos que não sabem estar numa sala de aula, comunicar e estar em grupo e a Educação Física é muito importante, por causa da partilha e da tolerância, o trabalho de grupo é fundamental nas aulas de Educação Física, mesmo em algumas modalidades individuais, por exemplo, a ginástica. Depois temos os jogos desportivos que

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são muito importantes, onde eles têm de acatar as regras do desporto, a conduta dos colegas, têm de saber viver em grupo, por isso, acho que estas condições locais influenciam e contribuem, porque nós estamos sempre a aprender e mesmo com as partes negativas as más coisas que nos aparecem pela frente quando a gente as enfrenta os desafios torna-nos mais fortes.

5º Questão – resposta: Fujo um bocadinho, adapto-me. Tenho de me adaptar,

porque não posso ter com estas características e este micromeio, onde me situo uma atitude normal de professor. A gente tem de descer ao nível da linguagem deste alunos porque se falarmos a linguagem dita normal não os conseguimos atingir. O nosso objectivo principal é motiva-los para a prática, fazer com que eles participem nas aulas, que contribuam porque através da sua participação continua e seu empenho é que conseguimos algum desenvolvimento e aprendizagens. Não podemos ter objectivos irreais, não podemos querer que eles atingem todos patamares de atletas mas fomentar e incentivar a prática desportiva regular já é muito bom.

6º Questão – resposta: como eu disse anteriormente, se a gente tem de saber

adaptar sempre que nos depara dificuldades e a gente conseguindo tentando ultrapassar e conseguir ultrapassar as dificuldades é o chamado processo ensino – aprendizagem. A gente estar a conseguir “desenrascar-se e passar por cima” dessas dificuldades é sempre útil no futuro. O objectivo é, conseguirmos adaptarmos às condições que temos, por exemplo, neste micromeio e com estas características (alunos de classe média - baixa, com muitas dificuldades motoras, com défices de atitudes, grupo heterogéneo, com as condições da escola que temos) é um desafio muito grande e se a gente conseguir ultrapassa-lo é claro que retiro desta experiência aproveito para o futuro, o que vier a seguir só deve melhorar.

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No documento Relatório de Estágio Profissional (páginas 145-148)