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Com base nas considerações observadas na entrevista anterior apresentada no item 3.2, vê-se a necessidade de explorar melhor como o produto PEV da Gama funciona. Com objetivo de identificar as atividades de gestão operacional e financeira dos PEV para compreender melhor por que este serviço está perdendo valor e gerando falta de interesse perante aos clientes da Gama, esta entrevista com a equipe de analistas ambientais da Gama dedicados as atividades

Indicador Descrição 2014 2015 2016

CO119 Quantidade Total de Resíduos Domiciliares e Públicos

Coletados (ton) 57.945.639 53.620.817 51.297.801

- Massa de recicláveis secos potencialmente existente na

massa total, admitindo-se 30% (ton) 17.383.692 16.086.245 15.389.340

1.455.139 1.954.868 1.562.696 (2,51%) (3,65%) (3,05%) 937.283 1.023.470 842.496 (1,62%) (1,91%) (1,64%)

POP_TOT População Total 168.006.579 162.263.931 165.762.351 POP_URB População Urbana 147.496.108 142.996.557 146.346.818

- Número de cidades 3765 3520 3670

- Coleta total por polulação total (Kg) 344,90 330,45 309,47

- Coleta total por população urbana (kg) 392,86 374,98 350,52

- Coleta Seletiva total por população total (kg) 8,66 12,05 9,43

- Coleta Seletiva total por população urbana (kg) 9,87 13,67 10,68

- Quantidade Recuperada por população total (kg) 5,58 6,31 5,08

- Quantidade Recuperada por população urbana (kg) 6,35 7,16 5,76

Ano

Quantidade Recuperada (ton)

(% do Total CO119)

CS009

CS026 CS026 - Total de Recolhida através de Coleta Seletiva (ton)

operacionais da atual iniciativa PEV em funcionamento para um grande grupo varejista do Brasil.

Seguindo os modelos anteriores de entrevista, e listados agora no Apêndice C, essa reunião se concentrou nos assuntos relacionados às questões da iniciativa PEV em um projeto específico de um cliente da área varejista e algumas questões ligadas como essa experiência está inserida no contexto geral da organização Gama. Do ponto de vista comercial e de negócios, o produto PEV conta com a cadeia de agentes apresentado na Figura 18 juntamente com uma análise sobre o principal motivador e o retorno que cada agente tem atualmente com o PEV.

Figura 18 – Cadeia de agentes na operação do PEV Gama

Fonte: Elaborado pelo autor

Tomando a Gama como centro desta operação, pode-se notar que os clientes seguem contratando os serviços de PEV para cumprir a PNRS o que é visto como um custo e apenas enxergam como retorno a questão da imagem corporativa, motivos pelo qual este produto está perdendo seu valor agregado. Já a Gama, que não operacionaliza este serviço sozinha como visto no diagrama da Figura 18, vêm obtendo receitas operacionais com a prestação de serviço de gestão do PEV (mas ainda não é claro se existe lucratividade) e adquirindo conhecimento e experiência em como trabalhar nesta cadeia do mercado de gestão de resíduos. Para as Cooperativas ficam mais claro os motivadores e o retorno nesta operação visto que os resíduos é parte central das suas operações e comercializações.

Agora com relação aos consumidores que possuem seu papel nesta cadeia, iniciando o processo quando trazem seus resíduos para o PEV, têm seus motivadores e compensação ainda questionáveis o que explica de certa forma a participação baixa deste agente no processo de logística reversa de resíduos pós-consumo indicando aqui um dos problemas a serem endereçados pela solução PEV. Algumas iniciativas de tentar reformular o produto PEV têm sido tomadas pela Gama, como por exemplo, a constituição de um PEV tecnológico com um atendente virtual, balança eletrônica, sensores de capacidade e outros conceitos relacionadas à Internet das Coisas (conectividade e coleta automática de dados) que poderia tornar mais eficientes as operações do PEV, mas ainda não foram testadas o suficiente pela Gama.

Do ponto de vista operacional o PEV da Gama com as empresas varejistas, apresenta as seguintes situações-problema:

• Ocorrências de vandalismo e roubos de materiais.

• Faltam informações e instruções de como manejar os Resíduos o que contribui para a disposição inadequada pelos consumidores.

• Apesar dos consumidores trazerem os Resíduos para descarte não querem lidar com o processo. O atendente que retira o material dos carros em muitas ocasiões e faz a separação para o descarte.

• Monitoração da quantidade e volume gerado é um desafio pois nem todas as localidades possuem balança.

• Manter a organização e o aspecto do PEV. Varejista reclama da sujeira e/ou excesso de volume fora do PEV (imagem do local). Também é comum, o fato de nem todas as localidades possuírem espaço suficiente, conforme Figura 19.

• Coleta dos resíduos pelas cooperativas requer acompanhamento operacional frequente tanto de recursos das cooperativas e como os analistas de suporte da Gama.

• Pouco ou quase ausência de relacionamento com o consumidor.

Tais aspectos listados anteriormente, geraram a necessidade de um atendente local em cada PEV, com pessoas (cooperados e catadores) das Cooperativas parceiras. Desta forma quando se olha na perspectiva deste atendimento aos consumidores, constatou-se:

• Pouca qualificação e comprometimento geral dos atendentes.

• Dificuldades na gestão de pessoas por parte da Gama e divergências nos relacionamentos trabalhistas (Gama e Cooperativas) perante os atendentes.

• Qualidade do atendimento do agente no PEV depende da iniciativa e conhecimento da pessoa. Não existe padrão de atendimento.

• Dificuldade de utilização de recursos tecnológicos na gestão, eficiência e controle de qualidade das atividades no PEV, visto o perfil de qualificação destes profissionais cooperados.

Em visita a um dos PEVs operado pela Gama, constatou-se alguns dos desafios operacionais mencionados aqui anteriormente. Na Figura 19 observa-se que o volume excessivo dos resíduos ocupa espaço físico adicional à estrutura própria do PEV.

Figura 19 – Acondicionamento dos resíduos no entorno do PEV

Fonte: Dados da pesquisa.

Na Figura 20 exemplifica-se a questão de espaço que uma pequena quantidade de resíduos ocupa devido aos seus volumes característicos, o que gera problemas de acondicionamento adequado no local ocupando espaços não destinados a operação do PEV e a necessidade de frequentes coletas por parte das cooperativas que compromete muitas vezes os custos de transporte e logística.

Figura 20 – Volume dos sacos plásticos com resíduos separados por tipos

Fonte: Dados da pesquisa.