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engenheiro agrônomo e educador do campo Ricarth de Souza Vieira em 15 de Dezembro de 2011.

Ricarth de Souza Vieira: Depois de dois anos de programa estamos encerrando. Valeu a pena de dois anos de dedicação que você fez ao programa¿ Valeu a pena¿

Vera Lúcia dos Santos de Sousa: Olha professor, acho que não, tenho certeza que valeu né (não é) (risos). Aos poucos que eu aprendi eu pus em prática. Então eu to achando assim que valeu a pena sim.

Ricarth de Souza Vieira: Qual o resultado que o programa deixou para ti? O que melhorou na tua vida pessoal e familiar e na tua produção agrícola? Que resultado tu pode contar, falar pra gente?

Vera Lúcia dos Santos de Sousa: Olha, na questão da roça melhorou. A gente trabalhava como a gente fala na escola “a roça sofrida né (não é)”. Hoje não, nós temos uma roça que não é mais a roça sofrida. Melhorou também no meu caso a criação de peixe que eu nem imaginava, nem passava pela minha cabeça que eu um dia ia poder criar peixe né (não é)? Através do programa e com o incentivo dos professores eu consegui a criação de peixe, o plantio de mudas de açaí e também outras plantas né (não é). Foi isso que ele deixou pra mim. E eu vou multiplicar essas plantas, essas mudas muito mais ainda.

Ricarth de Souza Vieira: Tá, muito bom. Assim, a tua relação com a família, também o programa deu uma contribuição em relação pessoal com os filhos, com o esposo, com os amigos, com os vizinhos?

Vera Lúcia dos Santos de Sousa: Ah! deu sim, deu sim professor, porque tudo que eu aprendi dentro do programa eu repassava para o meu marido, a gente conversava, bóra (vamos) fazer assim né (não é) e então ele aceitava. A nossa convivência foi muito boa porque ele aceitou esse período aí. Foi difícil, mas aos poucos ele foi entendendo que ia melhorar mais para frente. E para os meus filhos também foi bom porque eu já coloco eles pra fazerem uma muda, olha planta isso aqui assim. Então melhorou.

Ricarth de Souza Vieira: Que recado tu deixa para o jovem agricultor que vai entrar e passar pelo programa?

Vera Lúcia dos Santos de Sousa: Olha, o recado que eu deixo é que eles mesmos se empenhem no programa né (não é), busquem a melhoria dentro do programa e o entendimento dele, e ponham em prática né (não é) ? Porque como nós fizemos com certeza eles vão fazer também. Com certeza vai melhorar tanto na residência deles, no trabalho deles,

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como na convivência deles com as crianças, com a família né (não é). E é isso, que eles não desistam porque aqueles que vão desistir vão perder muitas coisas né (não é) (risos). O que eu digo, deixo pra eles, é que eles busquem realmente com a força e vontade ficar no programa porque vão ter muitos resultados. É isso.

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APÊNDICE J - Parte da entrevista feita com o referido estudante ao falar de um dos seus

experimentos para o educador e agrônomo Ricarth de Souza Vieira em visita de campo à sua propriedade no dia 15 de Dezembro de 2011.

Ricarth de Souza Vieira: Fala sobre esse plantio aqui, esse cultivo de tomate.

José Monteiro Lima: Isso aí também é experiência, porque aqui a gente não produzia tomate. Então, eu fiz a horta suspensa e vi que dá certo, produz, apesar de ter plantado muito junto até produziu o tomate.

Ricarth de Souza Vieira: Essa combinação foi boa?

José Monteiro Lima: Com certeza. Foi boa, dificilmente vou comprar tomate, só se eu parar de plantar.

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APÊNDICE k - Declaração dada pelo educando Ricardo do Carmo Pereira da comunidade

Maçarico em parte de sua entrevista realizada no dia 09 de Dezembro de 2011 na EAM.

Ricardo do Carmo Pereira: ...antes eu não tinha esse conhecimento de praticar o que hoje eu estou praticando e relevando isso para a minha comunidade. Hoje eu me sinto alegre e feliz por estar praticando agroecologia. Antigamente eu jogava lixo nos igarapés, cansei de derramar óleos limpando tratores, hoje não, hoje eu não faço mais isso porque no futuro isso vai causar problema, e tudo isso eu arranquei do grupo saberes da terra. Sustentabilidade, o que significa isso hoje para minha família¿ Sustentabilidade hoje na minha família é a gente trabalhar em união com a família, com os irmãos, com a esposa, com os primos, tudo vem num só prato. E hoje eu me sinto alegre por essa porta se abrir e eu aproveitar, agarrar de unhas e dentes... o programa me forneceu o que eu acharia que estava enterrado, o meu diploma, o meu certificado que eu irei pegar do fundamental para eu chegar numa universidade [....] tudo isso veio do programa e hoje eu me sinto tão alegre e feliz porque eu acharia que essa oportunidade estava longe demais para mim ...sou contribuidor da natureza, não pratico mais aquilo que antes eu praticava porque o programa nos adiantou .... E meus amigos, meus colegas que virão aí atrás, continuem, façam um esforço máximo, eu como pai de família saio da minha localidade, do meu lar, deixando minhas atividades, mas nesse decorrer de dois anos eu nunca pensei negativo, deixei minha esposa, meus filhos lá, mas hoje eu estou aqui para falar disso que aconteceu na minha vida ....

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APÊNDICE L - Em 09 de Dezembro de 2011, entrevista feita pelo educador e coordenador

do saberes da terra Ronaldo Ferreira Silva com o jovem agricultor Lucivaldo do Rosário Santos.

Ronaldo Ferreira Silva: Lucivaldo, qual é o teu entendimento, o que é a agroecologia? Lucivaldo do Rosário Santos: Agroecologia pra mim é uma ação que nós devemos ter com a natureza, com o meio ambiente, não usando agrotóxicos, não desmatando a beira dos rios, então isso é uma agroecologia que nós devemos ter para poder ter uma vida melhor.

Ronaldo Ferreira Silva: E a sustentabilidade, o que significa no seu entendimento hoje?

Lucivaldo do Rosário Santos: A sustentabilidade é uma produção que você tira sua renda dali e ainda sobra para o seu consumo financeiro, porque se você tiver uma renda que não de pra você não pagar nem o seu investimento, isso não é sustentabilidade na Amazônia.

Ronaldo Ferreira Silva: E agricultura familiar, qual é o teu entendimento, o que é ser um agricultor familiar?

Lucivaldo do Rosário Santos: Um agricultor familiar é ele ter a sua cultura com a família, tendo sua produção com o envolvimento na família, ele tem a sua renda familiar, ele produz junto com a família e tira seus produtos pra venda só da família.

Ronaldo Ferreira Silva: Qual foi a contribuição que o programa deixou na sua vida durante esses dois anos?

Lucivaldo do Rosário Santos: O programa pra mim foi muito bom, experiente, que eu não sabia. Eu era um devastador, hoje devasto pouco por não conhecer bastante, mas o programa pra mim trouxe uma qualidade grande no meu ambiente. No meu antepassado eu destruía demais, hoje não, hoje eu já preservo o meio ambiente com qualidade, não toco fogo mais em algumas partes, não poluo mais o rio, faço uma contribuição pro meio ambiente que nós todos temos que fazer para ter uma vida melhor.