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4. Instrumentos

4.4. Entrevista Semiestruturada

De acordo com Sousa (2005), “a entrevista é um instrumento de investigação cujo sistema de coleta de dados consiste em obter informações questionando diretamente cada sujeito. Não se trata, porém, de submeter o sujeito a uma série de perguntas curtas e diretas (…), mas de estabelecer com ele uma conversa amena e agradável no decurso do qual o entrevistado vai proporcionando as informações que o entrevistador espera” (p. 247).

A entrevista permite que, para além das perguntas que sucedem de modo natural e no decorrer da conversa, se efetuem os porquês e os esclarecimentos circunstanciais que possibilitam uma melhor compreensão das respostas, das motivações e da linha de raciocínio que lhes estão inerentes (Sousa, 2005).

O tipo de entrevista utilizada no presente estudo é semiestruturada, que tem como características seguir um conjunto de questões previamente definidas, não sendo inteiramente aberta nem com um grande número de perguntas, tendo a vantagem de se poder controlar a duração podendo abordar mais profundamente os assuntos que se pretendem estudar (Coutinho, 2013).

4.4.1. Guião de Entrevista

Foi elaborado um guião de entrevista semiestruturado (anexo E), organizado em quatro áreas temáticas, a saber: i) dados sociodemográficos; ii) funcionamento familiar; iii) rede de apoio formal e informal da família; iv) funcionamento parental/situações geradoras de stress parental face a comportamentos desajustados da criança. O guião inclui um conjunto de doze questões, globalmente relacionadas com dimensões do funcionamento parental e familiar.

A fase inicial da entrevista contempla um ponto importante relativo à legitimação, motivação e apresentação do propósito da entrevista e, a parte final, de encerramento, onde se reforçam os aspetos abordados ao longo da entrevista, agradecendo a colaboração do entrevistado.

4.4.2. Análise de Conteúdo

A análise de conteúdo trata-se essencialmente de uma análise estrutural, em que se procura, com documentos de natureza variada, através de operações de disjunção e conjunção, entender a sua organização estrutural para, a partir daí efetuar inferências que levem ao real conteúdo manifesto e não apenas ao aparente. Assim,

29 analisar o conteúdo é procurar ultrapassar a superfície penetrando no interior para descobrir o conteúdo profundo, o significado verdadeiro (Sousa, 2005).

As técnicas mais recentes de análise de conteúdo utilizam procedimentos mais cuidadosos e sofisticados, procurando essencialmente identificar categorias e unidades de análise, refletindo ambas a natureza do documento analisado em relação ao propósito da investigação. As categorias são normalmente determinadas após uma análise pormenorizada do documento, cobrindo as suas principais áreas de conteúdo (Sousa, 2005).

No que diz respeito à quantificação, ela será por frequência. A quantificação por frequência pressupõe verificar a frequência com que determinadas unidades aparecem e a avaliação destas frequências assenta no pressuposto implícito de que um item possuirá tanto maior sentido quanto maior for a frequência da sua repetição. Isso pressupõe também que todos os itens possuem o mesmo valor, o que nem sempre acontece (Sousa, 2005).

4.5. Análise Documental

Segundo Sousa (2005), “a análise documental tem como objetivo dar forma conveniente e apresentar de outro modo a informação, facilitando a compreensão e a aquisição do máximo de informação com a maior pertinência. Permite passar de um documento primário (em bruto) para um documento secundário (sintetização do primeiro), produzindo resumos, sínteses, indexações, índices, entre outros” (p. 262).

Nesta análise foram utilizados os seguintes documentos: registos de avaliação do jardim-de-infância e primeiro ciclo; Escala de Conners para professores preenchido pela professora do primeiro ciclo; relatório de avaliação psicomotora e de seguimento feito por um técnico de educação especial e reabilitação num centro psicopedagógico. Os documentos foram fornecidos pelos pais da criança (anexo F).

5. Procedimentos

Num primeiro momento realizou-se o pedido de autorização aos pais (anexo G), tendo sido explicados os objetivos pormenorizados da investigação, bem como os procedimentos de pesquisa e os instrumentos que iriam ser utilizados. Também foram solicitados os registos de avaliação e outros relatórios sobre o desenvolvimento e aprendizagem da criança (anexo F). Assim sendo, antes da aplicação dos instrumentos, houve uma reunião com os progenitores da criança, onde foi explicado o propósito do estudo, assim como a garantia de confidencialidade dos dados e anonimato dos participantes. Foi ainda, apresentado o pedido de consentimento, de modo a confirmar

30 os procedimentos éticos seguidos na investigação. No consentimento informado assinado pelos pais (anexo G) estavam explícitos os objetivos do projeto, a garantia de anonimato e a confidencialidade dos dados obtidos. Seguindo a mesma linha, solicitou- se e procedeu-se à análise documental.

Na fase seguinte, iniciou-se a observação da criança nos diferentes contextos de vida da criança, seguindo o objetivo fundamental de observar e conhecer a criança nas suas interações, comportamentos e atitudes. A observação prolongou-se por vários períodos e momentos de observação, tendo-se elaborado os correspondentes protocolos descritivos de observação (anexo H). Nesta fase, aplicaram-se os instrumentos direcionados aos pais, a saber: o APGAR familiar, o Índice de Stress Parental (ISP) e, posteriormente, a entrevista.

6. Resultados

Para o tratamento e análise de dados obtidos procedeu-se à análise dos resultados, utilizando para o efeito técnicas analíticas. O objetivo principal foi representar de forma concisa, clara, sintética e compreensível a informação contida num conjunto de dados. Após a aplicação do APGAR familiar e o Índice de Stress Parental (ISP) aos progenitores foi realizada a sua análise. No que diz respeito à observação da criança (anexo H), às entrevistas aos progenitores (anexo E) e à análise documental (anexo F), procedemos à análise de conteúdo e à síntese de dados, os quais foram posteriormente organizados em tabelas-síntese (anexos I e J).

As entrevistas foram realizadas a ambos os progenitores, simultaneamente, e tal como se pode constatar na grelha de análise de conteúdo (anexo I), a mãe dominou grande parte dos discursos parentais. O mesmo ocorreu relativamente à observação (anexo H), onde foram realizados treze períodos de observação, sendo que o pai esteve presente em quatro e a mãe em sete períodos, tal como se verifica na tabela de observação (anexo J).

6.1. Apresentação Sumária do Caso: Problemática, Dados

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