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ANEXO V – ENTREVISTAS AOS AGENTES

Responsáveis das Câmaras/ Operadores, Técnicos de Manutenção e Motoristas

Vice-Presidente da C.M.P. - Vereador do Pelouro do Trânsito Sr. Fernando Rocha

Que utilidade reconhece no Programa de Demonstração dos mini-autocarros eléctricos?

A maior. Este programa permite-nos avaliar vários aspectos da vida dos portimonenses no que diz respeito aos transportes. Em primeiro lugar, quais são as necessidades dos munícipes; em segundo lugar, qual a receptividade para uma mudança de atitude em relação ao transporte privado, em termos alternativos. Por outras palavras, com esta experiência vamos conhecer melhor a vontade das pessoas quanto à utilização deste novo meio em vez do carro próprio, quando tiverem de circular no centro da cidade.

Como descreve o impacte deste tipo de veículos, numa rede de exploração de transportes públicos como a de Portimão?

Descrevo-o como sendo muito positivo. Repare, este tipo de transportes tem muito a ver com a leitura que faço do que devem ser os transportes públicos de uma cidade como a de Portimão. E deve haver dois níveis de transportes: um destinado ao coração da cidade, onde as ruas são mais estreitas e onde há maior densidade de estabelecimentos comerciais e de pessoas; devem ser pequenos autocarros de pequena lotação, com um circuito único mas com elevada frequência. Só desta forma as pessoas se sentirão atraídas, porque será sempre mais rápido utilizá-los do que o automóvel particular.

Um outro nível, com viaturas de maior lotação que cubra toda a malha urbana e também, numa vertente turística todo o concelho. Os autocarros eléctricos cumprem precisamente aquele primeiro nível de forma nevrálgica. Por serem ecológicos, creio que se tornarão ainda mais apelativos para uma mudança de atitude.

Que dificuldades sentiram e necessitaram de ultrapassar, para a sua inserção nas actuais frotas de transporte público urbano, uma vez que pela sua dimensão e características vêem sugerir uma nova

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Não foram muitas, porque esta experiência “caiu” no meio de um processo de reforma do sistema de transportes do concelho. Foi por isso fácil de integrar. Diria mesmo que veio na altura certa.

O que se prepara a nível da autarquia, para que no futuro a proximidade dos munícipes aos transportes colectivos seja uma realidade crescente, garantindo bons preços, fluidez e conforto?

Fundamentalmente duas coisas. Por um lado garantir uma rede de parques e locais de estacionamento para automóveis privados. Por outro, dotar a cidade de uma rede completa, funcional e rápida de transportes públicos. Ambas se inserem numa filosofia incontornável: a das contrapartidas da centralidade. Ou seja, uma cidade deve valorizar as suas centralidades devolvendo-as aos peões, libertando-a de automóveis enquanto obstáculos à circulação pedonal. Mas para isso é preciso dar aos munícipes outras vantagens; por exemplo, diversidade na oferta comercial ou de restauração, áreas expectantes de qualidade e, claro está, um eficiente sistema de transportes.

Vivendo a cidade com diferentes taxas de ocupação sazonal, provocadas sobretudo pela sua situação geográfica e potencialidade cultural e turística, que medidas já adoptaram, ou ainda poderão adoptar, para corrigir as actuais dificuldades de mobilidade de todos quanto vos visitam, visando não diminuir a qualidade de vida de quantos fazem de Portimão a sua residência habitual?

Penso que de alguma forma, já lhe respondi a essa pergunta. Note que esta ideia da valorização global das centralidades que no caso de Portimão são a Baixa/ Rio, a Praia da Rocha e o Alvor – embora este de características diferentes –, serve também para uma protecção da excessiva pressão que os centros sofrem na época alta. Este modelo, nesse período, prevê apenas o reforço de certas linhas com mais autocarros, mantendo assim o equilíbrio nos fluxos de automóveis.

Qual a opinião da população em geral e dos utentes das carreiras urbanas em particular, a este novo veículo?

Durante o período experimental está a decorrer um inquérito para uma avaliação rigorosa desta iniciativa, em que o interesse e a opinião dos munícipes estão em primeiro lugar. No entanto, a reacção obtida no contacto diário é muito positiva, demonstrando os portimonenses grande receptividade ao

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“Limpinho”. Nota-se também uma grande motivação por parte dos mais novos que, fruto da sensibilização feita nas escolas, impelem os pais a usufruir dos autocarros ecológicos.

Quais as principais conclusões, desta inserção dos mini-autocarros Gulliver na cidade? Que medidas, na sua opinião, ainda poderemos adoptar para melhorar ou corrigir o actual Programa de Demonstração da APVE?

Que num futuro já muito próximo as cidades, sobretudo as mais planas, vão poder responder afirmativamente à obrigação de cidadania que é a preservação ambiental, nomeadamente nos centros urbanos que sofrem maiores agressões atmosféricas. Creio que a APVE apenas deve insistir neste trabalho de divulgação, estendendo as demonstrações a um maior número de cidades.

O que espera da administração central e das recentes directrizes europeias, em respeito à necessária reestruturação a protagonizar no actual serviço de transportes nacional e na sustentação energética das cidades portuguesas?

Espero que sejam consequentes. Espero que o governo não fique à espera de melhores oportunidades. A melhor oportunidade era ontem. Em matéria de ambiente a filosofia tem de ser a de recuperar o tempo perdido sob pena de não podermos recuperar os recursos desprezados. Repare que ultrapassámos já os níveis de emissões previstos em Quioto com praticamente uma década de antecipação. É gravíssimo e a responsabilidade é naturalmente do poder central. Contudo, Portimão e a sua Câmara Municipal vão seguramente assumir o seu papel nesta matéria fazendo pedagogia com todos os meios que estão ao nosso alcance. Quem sabe se o “Limpinho” não está para ficar e não começa já a arejar Portimão? Veremos.

Entrevista ao Departamento de Ambiente C.M.P.

Eng.º Filipe Bally

Que utilidade reconhece no Programa de Demonstração dos mini-autocarros eléctricos?

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Experimentar uma tecnologia com 0% de emissões gasosas em meio urbano. Introdução de novo conceito de mobilidade em centros urbanos. Apresentar aos operadores, autarquias e público em geral a necessidade de encontrar soluções integradas para a mobilidade em meio urbano.

Como descreve o impacte deste tipo de veículos, numa rede de exploração de transportes públicos como a de Portimão?

Positiva, desde que integrada com os diferentes operadores (caminho de ferro e carreiras suburbanas), modular, com horários regulares e bem divulgado.

Que tipo de actividades escolares, e nomeadamente de sensibilização para a população em geral, são protagonizadas pelo departamento, na preparação da sociedade civil para a melhor apreensão e acompanhamento dos propósitos camarários em curso?

Ao longo do ano lectivo desenvolvem-se projectos de acção educativa versando várias temáticas, nomeadamente, a dos resíduos sólidos urbanos, da água, e da conservação da natureza; procura-se responder e acompanhar as solicitações que surgem ao longo do ano lectivo; finalmente há um envolvimento do Departamento de Ambiente na preparação e execução da Semana da Mobilidade e do Dia Europeu sem Carros.

Qual a opinião da população em geral e dos utentes das carreiras urbanas em particular, a este novo veículo?

A reacção tem sido positiva, no entanto, é necessária uma maior divulgação e integração desta carreira com as várias formas de transporte existente na cidade (ver resposta à segunda questão).

Quais as principais conclusões, desta inserção dos mini-autocarros Gulliver na cidade? Que medidas, na sua opinião, ainda poderemos adoptar para melhorar ou corrigir o actual Programa de Demonstração da APVE?

Parece-me que as pessoas que circulam pedonalmente vêem com bons olhos a existência deste tipo de transporte; por outro lado, há a necessidade de sancionar o estacionamento desregrado, uma vez que dificulta a circulação deste tipo de viaturas no centro da cidade. Eventualmente, haveria que alargar

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o período de experimentação de forma a que as pessoas se habituem à sua presença e sintam curiosidade de o experimentar e integrar como um recurso nas suas deslocações no centro da cidade.

Que medidas autárquicas se preparam, e o que se espera da administração central, nomeadamente em respeito das acções de sensibilização, que se urgem realizar um pouco por todos os escalões etários da população portuguesa, em relação a esta temática de sustentação energética e melhor aproveitamento das Energias Alternativas?

Promover uma cultura integrada nesta matéria, através dum eficaz e eficiente planeamento e o ordenamento do território, promovendo uma arquitectura que tire o melhor partido das condições climáticas existentes, bem como promovendo a modularidade nas ligações casa-trabalho, casa-escola, casa-compras; trabalho-compras. Por outro lado, deverá ser sempre bem estudada a localização de eventuais infraestruturas para aproveitamento de energias “amigas do ambiente” (energia solar, eólica,...).

O que espera da administração central e das recentes directrizes europeias, em respeito das reestruturações necessárias a protagonizar no actual serviço de transportes nacional e na sustentação energética das cidades portuguesas?

Maior empenho no apoio às autarquias e aos operadores, nomeadamente através de instrumentos e dos recursos necessários à sua implementação;

Chefe de Gabinete da Divisão de Educação da C.M.P.

Dr.ª Ana Luísa Vicente

Que utilidade reconhece ao actual Programa de Demonstração dos mini-autocarros eléctricos?

Uma experiência que face aos resultados alcançados será determinante para a tomada de decisão relativamente à sua implementação definitiva. É uma hipótese de dar conhecimento ao público de mais uma iniciativa no âmbito de anteriores projectos como o Dia Europeu sem Carros e a Semana da Mobilidade, em que a Autarquia está verdadeiramente empenhada tendo em vista a melhoria do

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Como descreve o impacte dos conteúdos do actual Programa Nacional da APVE, nomeadamente nas acções de sensibilização em curso nas escolas? Que conselhos nos daria para beneficiarmos adequadamente, os actuais programas curriculares escolares em curso?

Muito positivo. Os objectivos do programa enquadram-se adequadamente nos conteúdos programáticos de algumas áreas curriculares, pelo que as acções deveriam abranger mais alunos.

Que dificuldades de inserção são sentidas actualmente, na aplicação deste género de programas de sensibilização?

A nível da planificação da acção antes da implementação em campo.

Que tipo de actividades escolares, e nomeadamente de sensibilização para a população em geral, são protagonizadas pelo departamento por si coordenado, na preparação da sociedade civil para a melhor apreensão e acompanhamento dos propósitos camarários em curso?

Uma vez que as competências das Câmaras Municipais não são de âmbito pedagógico, geralmente as actividades escolares são programadas pelos estabelecimentos de ensino e quando necessário apoiadas pela autarquia. No entanto a autarquia, em colaboração com as escolas, desenvolve projectos de animação social e promoção da cidadania.

Quais as principais conclusões desta iniciativa?

Iniciativa de interesse colectivo com insuficiência do número de acções realizadas junto da população escolar tendo em conta que a educação e formação, em termos de sensibilização para causas como esta, deverá começar em níveis etários mais baixos, uma vez que leva a que as crianças façam despertar nos pais e outros familiares essa sensibilização.

Que medidas autárquicas se preparam, e o que se espera da administração central, nomeadamente em respeito das acções de sensibilização, que se urgem realizar um pouco por todos os escalões etários da população portuguesa, em relação a esta temática de sustentação energética e melhor aproveitamento das energias alternativas?

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Espero que da parte da administração central surjam mais projectos nesta área, uma vez que considero que a autarquia está aberta a este tipo de iniciativas, que promovam o desenvolvimento para a sustentabilidade.

Responsável de Área da frota “Azul Algarve”

Eng.o Miguel Fragoso

Que utilidade reconhece no Programa de Demonstração dos mini-autocarros eléctricos?

Considera-se que medidas deste tipo são úteis no sentido de sensibilizar a população e as autarquias para a necessidade de ser cada vez mais premente a substituição do transporte individual pelo transporte público, uma forma pedagógica de dar a conhecer a aplicação de energias alternativas ao petróleo, no sector dos transportes.

Como descreve o impacte deste tipo de veículos, numa rede de exploração de transportes públicos?

Quais as dificuldades que necessitam de ultrapassar para a sua inserção efectiva em frotas de transporte público no nosso país?

Neste contexto pensamos que serve para as partes envolvidas equacionarem a necessidade de restrição à entrada de viaturas particulares no centro das cidades em face de alternativas reais à mobilidade. O desenvolvimento técnico crescente irá por si resolver aspectos que têm a ver com a operacionalidade deste tipo de viaturas e que essencialmente se baseiam na capacidade e peso do grupo de baterias, que de momento restringe a sua lotação e autonomia da mesma forma que não permitem a utilização de determinados meios tecnológicos de conforto para o passageiro, como por exemplo o ar condicionado.

Qual a opinião da população em geral e dos utentes das carreiras urbanas em particular, a este novo veículo?

O caso de Portimão é específico, dado que o circuito efectuado pelas viaturas em demonstração

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Na criação deste circuito foi tida em consideração a necessária mobilidade na zona envolvente, o tempo de espera e de circulação, e acima de tudo a ausência de qualquer tipo de poluição. Dado tratar-se de uma “novidade” tanto em termos de circuito como de viatura, pensamos ser prematuro emitir uma opinião credível e sustentada para além do que atrás foi referido.

Quais as principais conclusões desta inclusão dos Gulliver nas frotas da transportadora de uma forma contínua? Que dificuldades sentiu, e que medidas, na sua opinião, ainda podemos adoptar ou corrigir?

As dificuldades assentam essencialmente com o explanado na resposta à penúltima questão, isto é, o planeamento em termos de oferta de serviço que se auto-limita por razões de autonomia do próprio veículo. Pensamos no entanto que, a médio prazo teremos oportunidade de verificar que este impedimento será ultrapassado através do desenvolvimento técnico versatilizando, ainda mais, onde se possa e deva incluir este tipo de viaturas.

Que recomendações faria à administração local e central, visando alcançar de forma sempre crescente, uma melhoria no serviço de transportes?

Junto da administração local, a criação de condições logísticas; nomeadamente a criação de parques de estacionamento tipo park-and-ride, onde fosse possível deixar os veículos na periferia e a deslocação fazer-se em transporte público deste ou de outro tipo; por outro lado, proceder ao aumento da tarifação de estacionamento no interior das cidades; e ainda, definição efectiva do horário de funcionamento das cargas e descargas.

Este tipo de medidas viriam melhorar a qualidade de vida dentro das cidades, com incrementos a nível comercial, evitando a sua crescente desertificação e uma inerente melhoria na mobilidade.

No que respeita à administração central colocaria a hipótese de neste tipo de projectos, poderem usufruir do sistema de financiamento não só os organismos públicos mas também os operadores privados de transportes públicos usufruindo ainda de igualdade de condições e promovendo e facilitando cada vez mais o número de utilização deste tipo de veículos.

C A D E R N O “ O G U L L I V E R N A C I D A D E D E P O R T I M Ã O ” ANEXO V - ENTREVISTAS AOS AGENTES

Agentes únicos

Gostámos muito das características do mini-bus. A sua operacionalidade é muito confortável em quase todos os aspectos, ficando apenas aquém dos demais autocarros sobretudo nas questões relativas à refrigeração, no seu espaço interior, bem como se nota a falta de alguma companhia, nomeadamente um pequeno sintonizador de rádio, capaz de harmonizar de outra forma o tempo de actividade do motorista.

Os portimonenses de uma forma geral simpatizaram com o serviço disponibilizado. É curto, e concerteza que no programa nacional variará tanto quanto às características do meio em que se inserir.

A nível da mobilidade urbana, vem sublinhar uma vez mais aos responsáveis pelo concelho, que antes de tudo impera alterar hábitos de comportamento cívico, sugerir novas formas de circulação, restringir estacionamento e dar aos transportes colectivos maior liberdade.

Operador Técnico

Na verdade surpreendeu-nos a robustez deste pequeno carro. O nível de equipamento e toda a estruturação de mecanismos e componentes fazem dele um autocarro muito sério e que merece total atenção para as escolhas que no futuro se vierem a realizar, no que diz respeito, sobretudo, às novas linhas que a cidade carece. Todo o processo de manutenção é de simples realização, desde que respeitados tanto quanto possível os requisitos mínimos, para a instalação do material necessário às sucessivas trocas e recarregamento de baterias.

C A D E R N O “ O G U L L I V E R N A C I D A D E D E P O R T I M Ã O ” ANEXO VI – ESTUDO DO INQUÉRITO AOS PASSAGEIROS

Nível de Ruído

Muito Mau Mau Razoável Bom Muito Bom Não responde

Nível de Conforto / Espaço

Muito Mau Mau Razoável Bom Muito Bom Não responde

Ventilação

Muito Mau Mau Razoável Bom Muito Bom Não responde

Grau de segurança

Muito Mau Mau Razoável Bom Muito Bom Não responde

Design

Muito Mau Mau Razoável Bom Muito Bom Não responde

Tem ideia do preço do Gulliver em relação a um autocarro semelhante a gasóleo?

Igual + 50% O dobro Não responde

Concepção

Muito Mau Mau Razoável Bom Muito Bom Não responde Utilidade da utilização de energias alternativas nos transportes

49%

Muito Mau Mau Razoável Bom Muito Bom Não responde

ANEXO VI – ESTUDO DO INQUÉRITO AOS PASSAGEIROS

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