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Para que o autor conheça a realidade da organização e para que seja possível a recolha de informação que permitirá o desenvolvimento do modelo, foram realizadas diversas entrevistas. No anexo A encontram-se as várias questões efetuadas e as respostas dos entrevistados.

3.2.1 Análise qualitativa das entrevistas

Das inúmeras entrevistas foram retiradas diferentes conclusões, relativas à problemática em estudo. De seguida apresentar-se-á uma análise qualitativa das entrevistas efetuadas.

Q1 - Considera importante para a organização, a descrição e representação dos seus processos?

R1 – Sim, pois através do levantamento de processos, é possível fazer uma otimização dos mesmos. Os processos representam a realidade organizacional, possibilitando a verificação do que é feito na organização e se está de acordo com os objetivos da organização.

Q2 - Relativamente ao levantamento dos processos que foi feito na ferramenta do BPA, esses processos são hoje utilizados?

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R2 - No geral não. Foi feito um levantamento inicial e depois não houve uma continuidade.

Q3 - Que tipo de formação possuem os indivíduos que utilizam a ferramenta BPA para representação dos processos?

R3 - Receberam uma formação inicial sobre processos de negócio e a ferramenta BPA. Ou seja, uma formação de base.

Q4 - Existe um grupo de pessoas dedicadas a manter os processos continuamente atualizados?

R4 - Na generalidade não.

Q5 - Relativamente a uma pessoa que seja nova na organização, de que forma, além dos manuais da organização, é que pode saber se preenche os atributos de uma Posição Organizacional?

R5 - Através dos manuais temos a descrição das posições organizacionais e está tudo especificado. É nesses manuais que um individuo sabe os atributos que deve preencher, nomeadamente as qualificações, as funções, o posto, entre outros. Os manuais aprovados estão todos digitalizados e podem ser consultados em papel ou em formato digital, mas não existe um sistema de informação que possa ser consultado.

Q6 - Relativamente aos manuais, onde estão especificados os atributos, tem alguma ideia da regularidade com que é feita uma revisão a esses manuais ou considera que não é necessário?

R6 – Os manuais deveriam ser revistos todos os anos. As organizações são dinâmicas, não são estáticas. Existem ferramentas que conseguem antecipar uma revisão ou uma alteração. Contudo, não há um prazo para rever os manuais. Estes são revistos à medida que a Posição Organizacional fica desajustada.

Q7 - Considera que existe um alinhamento entre as funções que são desempenhadas por uma Posição Organizacional e as tarefas que executam, relativamente aos atributos, ou acha que os atributos são demasiado generalistas para haver este alinhamento?

R7 - Houve respostas distintas. Uma afirmou que este alinhamento está bem efetuado. Nas restantes respostas, disseram que, devido ao facto de as posições organizacionais estarem mais dirigidas para as operações, que os atributos tinham que ser generalistas, pois caso não fossem não haveria ninguém com esse grau de especificidade. Isto deve-se ao facto de haver posições organizacionais que não são unicamente de caráter militar.

Q8 - De que forma foram especificados os atributos das posições organizacionais? Existe alguma metodologia para definir esses atributos nos manuais?

R8 - Existe uma metodologia para definir esses atributos. Essa metodologia baseia- se nos requisitos para ocupar esse cargo e as funções para o desempenhar. Porém não existe nada escrito relativo a esta metodologia.

Q9 - Na Força Aérea, existe um tronco comum de atributos e dentro deste existem atributos específicos para cada Posição Organizacional? Ou seja, temos um tronco comum de atributos na Força Aérea, fácil de identificar através dos manuais da organização. Mas depois, vamos imaginar, que temos uma determinada Posição Organizacional que pode ter um ou mais atributos que só sejam específicos a ela. Isso poderá existir?

R9 - Não. Os atributos estão definidos e são aqueles, ou seja, cada Posição Organizacional tem aqueles atributos.

Q10 - Relativamente ao levantamento dos processos efetuado em toda a Força Aérea, tem conhecimento da ferramenta BPA? Considera que a esquadra se orienta devidamente pelos processos que foram representados por esta ferramenta? Considera o BPA uma mais-valia?

R10 – Sim, existe um conhecimento geral, na Força Aérea, da ferramenta do BPA. Porém devido ao seu processo ser algo moroso, em termos práticos, como por exemplo na esquadra 101, esta operou sempre sem esta ferramenta. Mas reconhece o benefício que a ferramenta traz para a organização. Explicando que foi graças a representação dos processos da esquadra, que esta detetou novos processos e conseguiu melhorar alguns destes.

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Q11 - Relativamente aos atributos usados nos manuais da Força Aérea, considera que estes atributos estão mais direcionados para a Posição Organizacional, que um individuo ocupa na organização, ou estão mais direcionados para o individuo em si? R11 - Neste momento, os atributos utilizados estão direcionados para as duas frentes. Porém, a maior parte dos atributos utilizados nos manuais estão direcionados para o individuo. Os atributos deveriam focar mais a Posição Organizacional que um individuo ocupa do que o próprio individuo. Isto porque um individuo, dentro da nossa organização, ocupa diversas posições organizacionais, consoante o seu papel nos processos.

Após uma análise das entrevistas é importante realçar algumas conclusões.

Desde 2008, a FA, iniciou o procedimento de levantamento dos processos realizados pela organização. Este levantamento tem como intuito dar a conhecer aos membros da organização as funções que estão associadas, a sua Posição Organizacional e dos diversos membros, criando desta forma OSA.

Através da representação dos processos, na ferramenta do BPA, consegue-se atingir um alinhamento mais elevado entre as atividades realizadas e os objetivos traçados pela organização. Desta forma, a representação dos atributos, nos processos, surge de forma a indicar que pessoas é que podem ocupar determinadas posições organizacionais, o que possibilita que uma posição organizacional seja ocupada não apenas por uma única pessoa, mas sim por qualquer uma que possua tais atributos. Devido ao facto de os atributos, utilizados pela FA, serem demasiados generalistas, torna-se difícil a caracterização de uma Posição Organizacional através destes. Como tal, verifica-se uma orientação dos atributos mais direcionada para o individuo do que para a Posição Organizacional.

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