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2     FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA NORTEADORA DO PROJETO 19

3.3 ENTREVISTAS E QUESTIONÁRIOS 40

3.3.1 Análise do resultado da pesquisa com médicos

A pesquisa se deu primeiramente com a realização de entrevistas no hospital em questão, e posteriormente contou com a aplicação do mesmo questionário por meio online (Apêndice A).

As entrevistas no hospital foram realizadas por meio do formulário impresso onde eram marcadas as respostas dos entrevistados e também carimbado com seus respectivos nomes e CRMs. No total obteu-se a participação de 21 médicos.

Foram colhidas informações interessantes relacionadas tanto ao procedimento de retirada, quanto à máquina de gesso. De acordo com as respostas, o tempo médio de duração da retirada de gesso depende do tamanho do aparelho gessado, bem como da experiência do profissional que está realizando a atividade. Nos membros superiores e inferiores, por exemplo, a retirada dura em torno de cinco minutos. Nos hospitais pesquisados, o número de retiradas feitas por dia varia muito, pois ocorrem por demanda e, na maioria dos casos, sem necessidade de agendamento.

Normalmente o gesso é retirado em ambulatórios, em casos mais específicos de emergência, quando por exemplo ocorre síndrome compartimental (aumento de pressão dentro de um espaço limitado), o gesso pode ser retirado em pronto- socorros.

Os principais itens na lista de pontos negativos foram: o ruído alto emitido pelo motor; o atrito do disco contra o gesso que faz a serra esquentar consideravelmente, podendo até queimar a pele do paciente; a assimetria do formato da ferramenta, assim como a posição da serra (perpendicular ao eixo do motor) que não permite uma boa mobilidade tornando desconfortável a pega e a

posição da mão do médico; o peso; e a vibração forte e constante que a serra transmite para a mão e braço do manipulador. A questão da vibração se torna um impasse, pois apesar de diminuir o risco de machucar o paciente, 67% dos entrevistados afirmaram que interfere na firmeza da mão no momento da retirada, podendo causar acidentes diversos.

Alguns pontos positivos foram identificados: o fato de existir um local específico para segurar o aparelho, e por fim, sua eficiência.

Com relação à aparência da máquina, 48% dos médicos acreditam que ela interfere no procedimento. Segundo os relatos, é muito comum os pacientes se queixarem, em alguns casos os adultos acabam até desmaiando por causa do aspecto visual e auditivo que a máquina apresenta. As crianças muitas vezes se debatem, tornando necessário o auxílio dos pais para segura-las e acalmá-las até que o gesso seja totalmente retirado.

As principais modificações sugeridas se deram sobre a aparência, o barulho e o peso da ferramenta.

A partir desta pesquisa foi possível perceber que o procedimento possui alguns pontos negativos, causados principalmente pelo produto em estudo. A pesquisa a seguir enfatiza os sentimentos que a ferramenta causa nos pacientes e como a experiência de retirada de gesso se deu para cada um.

Nas entrevistas os médicos demonstraram bastante interesse e apoio ao projeto, esta constatação, além de estimular a continuidade do trabalho, confirma a necessidade e a importância de seu desenvolvimento.

3.3.2 Análise do resultado da pesquisa com pacientes

A pesquisa com pacientes ocorreu da mesma maneira que a pesquisa com os médicos, primeiramente com a realização das entrevistas no hospital em questão, e posteriormente com a aplicação de um questionário por meio online (Apêndice B). A aplicação das entrevistas bem como do questionário, foi de grande relevância para a confirmação do problema e o entendimento das necessidades que a atividade em estudo envolve.

Para otimizar a compreensão das perguntas realizadas e seus respectivos resultados, foi elaborado o infográfico a seguir:

Figura 8 - Infográfico de pesquisa com pacientes Fonte: Autoria própria

O questionário online (Apêndice B) contemplou a participação de 93 pacientes, majoritariamente com idades entre 16 e 30 anos que sofreram algum tipo de fratura ao longo da vida.

Ao serem questionados sobre qual método foi utilizado para a retirada do aparelho gessado, a maioria vivenciou o procedimento com o auxílio da serra de gesso.

Foi confirmado com o relato dos médicos e dos pacientes que são comuns as queixas durante o procedimento, 62 entrevistados apontaram o receio como o sentimento mais aparente no momento, e houveram respostas significativas (quando perguntado sobre os sentimentos que o objeto em questão desperta) de que o produto causa medo, desconforto e apreensão, devido ao ruído que emite quando ligado e por apresentar uma serra circular exposta. Todos os gráficos da pesquisa online podem ser conferidos no Anexo A. Este receio que os pacientes sentem ao ver a serra de gesso, ou ao ouvir seu ruído, pode ser justificado pelo trecho a seguir que aborda a característica do cérebro de ser programado para detectar perigos de todas as naturezas:

Estudos mostram que homens e animais adquirem medo de objetos que são potencialmente perigosos ao longo do tempo. A capacidade de reconhecer e responder rapidamente a um estímulo potencialmente perigoso é vantajosa para a sobrevivência. Por conseguinte, seríamos preparados biologicamente para responder a estímulos perigosos de modo a garantir a preservação de nossa espécie. (PORTO, 2007, p. 30)

Devido aos dados coletados, concluiu-se que a ferramenta apresenta um problema de design, e então surgiu a necessidade de questionar, validar e desenvolver soluções, visando minimizar os aspectos deficitários da tecnologia estudada, a fim de proporcionar uma experiência agradável para todos os indivíduos envolvidos.

3.3.3 Associação Brasileira dos Técnicos em Imobilizações Ortopédicas

Foi feito contato por telefone com o presidente da ASTEGO (Associação Brasileira dos Técnicos em Imobilizações Ortopédicas), da regional de Porto Alegre- RS, que além de demonstrar extrema prestatividade com o projeto respondendo ao questionário, ainda enviou um parecer em nome da associação sobre a ferramenta estudada, visto que é de interesse dos membros constituintes projetos que sejam a respeito da área de Ortopedia e Traumatologia (Anexo B).

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