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A METRÓ PO LE PAULISTANA

2.1.2 – O C ENTRO NO VO , ANO S 30 A

“ O p ro c e sso d e p ro d uç ã o e a p ro p ria ç ã o d a c id a d e d e Sã o Pa ulo c o nhe c e a q ue la s e sp e c ific id a d e s e m q ue o ve lho e o m o d e rno se c o m b a te m num a p ro misc uid a d e fo rma l g e ra d o ra d e e sté tic a s a b so luta me nte inusita d a s” (SO UZA, 1996, p . 33). Essa é a característica essencial da produção do espaço metropolitano de São Paulo, onde a construção e destruição, os interesses públicos e privados e

a relação entre trabalho e capital configuram e definem espaços e formas de articulação em cada momento da história.

No fim dos anos 30, quando Prestes Maia foi nomeado para assumir a Prefeitura de São Paulo, o crescimento urbano, com o adensamento da área central e a expansão da periferia já eram desafios incontestáveis à administração da cidade. Nesses anos, surgiram as primeiras teorizações sobre os problemas urbanos29 e a primeira grande intervenção no tecido da cidade: o Plano de

Avenidas que, em 1938, foi efetivamente iniciado.

Maia acreditava na eficácia de ações concentradas que tratassem a cidade em sua extensão global, para conseguir integrar o território fragmentado e lacunar resultante de um processo de crescimento desordenado. Para tanto, propôs um sistema de vias radiais e perimetrais, nas quais ele depositava sua crença de poder resolver dois problemas importantes: o fluxo de circulações, descongestionando a área central e o crescimento ordenado e integrado da cidade através de sua expansão projetada pelas vias radiais.

“ O siste m a p e rim e tra l é c o m p o sto p o r trê s a né is viá rio s. O p rim e iro , e nvo lve nd o a á re a c e ntra l, é d e no mina d o d e p e ríme tro d e irra d ia ç ã o . O se g und o a ne l, “ b o ule va rd e xte rio r” no me insp ira d o no s “ b o ule va rd s” fra nc e se s, e ra tra ç a d o so b re o le ito d a s linha s fé rre a s d a Sã o Pa ulo Ra ilw a ys e d a So ro c a b a na . O te rc e iro a ne l, d e no mina d o c irc uito “ p a rkwa ys” fe c ha o c írc ulo e m to rno d a á re a urb a niza d a d a c id a d e na q ue la é p o c a , tra ç a d o so b re a s ma rg ina is d o rio Tie tê e rio Pinhe iro s, se g ue a té a s c a b e c e ira s d o Ip ira ng a e d e sc e o va le d o Ta ma nd ua te í a té a c o nfluê nc ia c o m o Tie tê ” (LEME, 1990, p . 21).

1) Pre ste s Ma ia :Em ve rme lho , o p ro je to p a ra a s Ave nid a s, d e sta q ue p a ra a re g iã o d o C e ntro No vo - fo nte ; TO LEDO , 1996; 2) Pre ste s Ma ia : Esq ue ma

Nilme n G uima rã e s Júnio r: C a rtã o Po sta l Ave nid a Sã o Jo ã o - fo nte :

VEJA SÃO PAULO , Esp e c ia l 450 a no s d a c id a d e d e Sã o Pa ulo .

1)Nilme n G uima rã e s Júnio r: C a rtã o Po sta l Ave nid a Ip ira ng a ; 2)Vista d a Ave nid a Sã o Luís.- fo nte : VEJA SÃO PAULO , Esp e c ia l 450 a no s

Segundo Leme, as fotos apresentadas por Maia no relatório, Melhoramentos

de São Paulo, produzido em 1945 por ocasião do encerramento de seu primeiro

mandato, ilustram as “ d isc re p â nc ia s e ntra a s la rg ura s d a s no va s Ave nid a s e o vo lume d e trá fe g o e xiste nte na é p o c a ” (LEME, 1990, p . 165) e, a intenção do prefeito em dotar a cidade de uma estrutura urbana adequada ao desenvolvimento por ele previsto para as próximas décadas.

Por outro lado, como salienta Sarah Feldman, com as amplas avenidas e a demolição de um grande número de imóveis centrais, houve uma grande valorização dos terrenos próximos à área de intervenção, impulsionando os investimentos imobiliários (FELDMAN, 1996, p. 04). Além disso, a cidade encontrada por Maia ao assumir a prefeitura em 1938 não era a mesma dos anos em que havia realizado seus primeiros estudos, o que gerou mudanças no traçado de algumas avenidas para preservar edifícios como a Biblioteca Municipal e novos critérios para o Plano em geral como salienta o arquiteto José Eduardo de Assis Lefèvre: “ C o m a c o nstruç ã o d o p ré d io d a no va Bib lio te c a Munic ip a l e ta mb é m d o Ed ifíc io Esthe r, o tra ç a d o d o Ane l d e Irra d ia ç ã o e ntre a Pra ç a d a Re p úb lic a e a rua Xa vie r d e To le d o , c o nfo rme p re visto no Pla no d e Ave nid a s fic o u p re jud ic a d o , p o is a mb o s fic a va m e xa ta me nte no e ixo d a no va a ve nid a . Q ua nd o Pre ste s Ma is suc e d e u a Fá b io Pra d o e m ma io d e 1938, o tra ç a d o fo i ime d ia ta me nte re visto , se nd o d e slo c a d o p a ra o le ito d a p ró p ria rua Sã o Luiz” (LEFÈVRE, 1999, p . 217).

De qualquer forma, o Centro Histórico, que para Prestes Maia apresentava três graves defeitos: “ e ra e xíg uo e inc a p a z d e c o mp o rta r a vid a d e uma g ra nd e c id a d e ; d e d ifíc il a c e sso e e sta va se mp re c o ng e stio na d o ”, deveria ser substituído por outro: “ so me nte um o utro c e ntro , e m no va lo c a liza ç ã o , te ria c o nd iç õ e s d e re so lve r e sse s e ntra ve s” . E, para tanto, o “ Pe ríme tro d e Irra d ia ç ã o30 a b riria via s d e

e xp a nsã o e p e ne tra ç ã o , c o nve rg ind o p a ra p o nto s d ife re nte s d o núc le o c e ntra l. O no vo c e ntro se insta la ria p a ra a lé m d o Anha ng a b a ú, e m d ire ç ã o à Rua Ba rã o d e Ita p e tining a , Sã o Jo ã o e Ave nid a Ip ira ng a . C a b e ria a o p o d e r p úb lic o e xe c uta r a ta re fa , so c ia liza nd o o s c usto s” (LIBÂNEO , 1989, p .43).

Os custos desse empreendimento certamente foram socializados, mas os benefícios nem tanto. Apesar da intenção, como aponta Meyer, de lançar “ a c id a d e no se u ve rd a d e iro e sp a ç o : o te rritó rio me tro p o lita no ”(MEYER, 1994, p . 4), integrando os bairros centrais e possibilitando o crescimento para fora dos limites convencionais; do ponto de vista ideológico, os interesses defendidos por Prestes Maia eram os da nascente burguesia industrial paulista31 (LIBÂNEO, 1989, p.56).

Com isso, a área periférica, resultado da ocupação feita pela população de baixa renda, fora esquecida, em prol da construção do Centro Novo.

A preocupação em construir uma nova área central, condizente com os interesses dos grupos investidores era clara: “ O futuro re sid irá na p la níc ie a lé m d o Anha ng a b a ú e p a ra e lla d e ve m c o nve rg ir o s c uid a d o s d a Munic ip a lid a d e . O ve lho c e ntro , a C ity d a fina nç a e d o a lto c o m m e rc io , nunc a p e rd e rá sua

imp o rtâ nc ia , ma s d a d a s a s sua s c o nd iç õ e s to p o g ra p hic a s e o p re ç o e le va d íssimo d o s te rre no s, ne nhum me lho ra me nto d e vulto p o d e rá e d e ve rá ma is re c e b e r” (MAIA, 1930, p .54).

Maia atribui a essa proposta a intenção de ampliar o triângulo histórico, equacionando sua congestão e, de fornecer uma integração entre os dois lados do Vale, recuperando as áreas deterioradas e os bairros segregados do “ mo vime nto urb a no na tura l” . Assim, “ e sse s se c to re s o Pe ríme tro d e Irra d ia ç ã o va e ra sg a r, sa ne a r, to rna r a c c e ssíve is e tra nsfo rma r e m p o nto s d e p a ssa g e m e d e c o mme rc io . Sã o e nfim á re a s g a nha s p a ra o c e ntro ” (MAIA, 1930, p . 57). Nas entrelinhas, o primeiro anel perimetral previa, para além de desafogar a área congestionada, criar uma primeira delimitação da área central, eliminando as irregularidades da ocupação, construindo ligações entre porções descontínuas e definindo um contorno compacto para o centro32.

Em termos urbanos, houve um processo gradual de especialização das duas “áreas centrais” - até a década de 30, “ a rua 15 d e No ve mb ro e ra o lo c a l d o s e sc ritó rio s, c o nsultó rio s, c o mé rc io s, a nte s d e se d e finir e sp e c ific a me nte c o mo zo na b a nc á ria ” (TO LEDO , 1983, P.14). Rapidamente, os edifícios comerciais e residenciais transpuseram os limites do centro antigo de negócios, seguindo pela Rua Barão de Itapetininga e adjacentes, em direção à Praça da República. Dessa forma, o

Triângulo passou a abrigar os setores financeiro, comercial e religioso, voltado às

atividades populares e o Centro Novo, “ a s lo ja s, p ro fissio na is lib e ra is, e sta b e le c ime nto s d e d ive rsã o , e tc .”, freqüentado pela classe de mais alta renda (VILLAÇA, 1978, p. 266).

A Praça da República33, a maior área livre dessa nova porção da cidade foi

adquirindo importância e assumindo a função de núcleo desse novo centro. Depois da construção do Viaduto do Chá e de várias intervenções da administração pública e da iniciativa privada, entre elas a reformulação de seus jardins e a construção, em 1892-94, da Escola Normal34 e seu Jardim da Infância, a praça tornou-se um

abrigou algumas das mais concorridas salas de cinema, mantendo a sua vocação como espaço de lazer. Com as salas de projeção, vieram as confeitarias, floriculturas, cafés, charutarias, ateliês de moda, escritórios, enfim, todo um conjunto de atividades intensificadas nos anos 50. O Centro Novo tornou-se então um importante espaço cultural e intelectual da cidade.

Cabe ressaltar que Francisco Prestes Maia tinha grandes planos para a área ao redor da Praça da República, tanto que em 1938, ao assumir a administração inaugurou um concurso nacional para a Reformulação da Praça da República. No edital do concurso, dentre os argumentos técnicos, encontramos “ o a sp é to so mb rio d o ja rd im (...), a me sq uinhê s e ing e nuid a d e d o tra ç a d o , (...) a o b struç ã o q ue a p re se nta a o trá fe g o (...) [e ] se u a rvo re d o [q ue ] o b sc ure c e a vista d e to d a s a s rua s d e a c e sso ” , o q ue se ria a g ra va d o c o m o té rmino d a s o b ra s d e “ urb a nismo e m e xe c uç ã o na vizinha nç a ” (PMSP, c ita d o p o r ATIQ UE, 2002, p .139).

Ainda sobre o Plano, Nádia Somekh ressalta que as intervenções de Maia induziram à ocupação acelerada da área central, “ o C e ntro va i se d e se nvo lve nd o v e rtic a lm e nte c o m e xtre m a ra p id e z, re sulta d o d a c o nc e ntra ç ã o d e e sta b e le c ime nto s c o me rc ia is e fina nc e iro s e d a b uro c ra c ia p úb lic a e p riva d a ; a s a ve nid a s a sse g ura ra m à c la sse mé d ia e b urg ue sia o a c e sso b a irro -c e ntro ” (SO MEKH, 1987, p . 68). A expansão do Triângulo histórico para o Centro Novo consolidou-se nos anos 40, com a substituição das edificações baixas, com serviços no térreo e residências no piso superior e de alguns casarões pelos arranha-céus: “ A mud a nç a

Pra ç a d a Re p úb lic a , e m d e sta q ue a Esc o la No rma l- fo nte : ATIQ UE, 2002, p .192

d a C a sa Ma p p in o u Ang lo Bra sile ira d a Pra ç a d o Pa tria rc a p a ra a Pra ç a Ra mo s d e Aze ve d o (1939), a a b e rtura d a Rua Ma rc o ni (1938) e a c o nstruç ã o d o no vo Via d uto d o C há (1936), fo ra m fa to re s q ue c o nc o rre ra m p a ra e ssa inte g ra ç ã o ” (MULLER, In. SO MEKH, 1987, p .56).

Nos anos 50 em diante, a urbanização assumiu as características de metropolização, numa mudança qualitativa em direção às alturas. Sobre essa característica Prestes Maia conclui, após ter deixado a administração e em resposta as idéias de Anhaia Mello que “ Sã o Pa ulo é uma c id a d e mo d e rna se m tra d iç ã o e sté tic a , se m ho mo g e ne id a d e , se m lo g ra d o uro s a rq uite to nic a me nte c o mp o sto s e o nd e o a rra nha -c é u há muito já fura ra m o te to p ro p o sto ” (MAIA, a p ud MEYER, 1991, p .180).

Jacob Lerner, um dos empreendedores responsáveis pela construção de vários edifícios no Centro Novo, ligados às atividades comerciais e de serviços, como os edifícios e galerias comerciais, lembra que na década de 50, “ o C e ntro No vo , e ra a ind a o g ra nd e e p ra tic a me nte e xc lusivo c e ntro c o me rc ia l d a c id a d e . Assim, se nd o , e xistia uma g ra nd e d e ma nd a p o r p o nto s c o me rc ia is no lo c a l e p o uc o s te rre no s, o q ue d e te rmino u q ue se us p re ç o s se e le va sse m, e sp e c ia lme nte e m funç ã o d a e xte nsã o d e sua s fre nte s p a ra a rua . As g a le ria s surg e m ne sse c o nte xto d e sa tura ç ã o d a s fre nte s e xiste nte s e , c o m sua so luç ã o fo rma l, c ria m

1) Rua Aug usta , 1950; 2) Rua Do m Jo sé d e Ba rro s; 3)Pro p a g a nd a d e ve íc ulo s fo nte : VEJA SÃO PAULO , Esp e c ia l 450 a no s d a c id a d e d e

Sã o Pa ulo .

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rua s inte rna s, multip lic a nd o a s fre nte s e xiste nte s (o e d ifíc io G ra nd e s G a le ria , p o r e xe mp lo , p a rte d e a p ro xima d a me nte 40 m d e fre nte e c ria 260 m d e fre nte c o m sua rua inte rna no té rre o )” (Fra g me nto d a e ntre vista d e Ja c o b Le rne r a o p e sq uisa d o r FO NSEC A, 1992, p .39). Lerner explica a construção desses edifícios pelo viés do mercado imobiliário, já que ele participou como investidor na produção de vários edifícios e galerias comerciais. Entretanto, em meados da década de 30, antes mesmo da “corrida às alturas” encontramos os primeiros traços em direção à construção em quantidade desses edifícios.

De fato, o adensamento do Centro Novo nos anos 50 incitou novas alternativas à escassez de áreas edificáveis, como a ocupação do meio de quadra e terrenos estreitos e descontínuos através das galerias. Concomitante a esse processo urbano, tem-se a política econômica do nacional desenvolvimentismo, com a abertura do país ao capital estrangeiro e os investimentos na indústria de bens de consumo, com ênfase na automobilística. A instalação da indústria automobilística nacional exigiu novos arranjos na cidade para contemplar o sistema viário particular, fragmentando ainda mais o tecido urbano e intensificando o adensamento na área central. Segundo Lefèvre, “ a c o nc e ntra ç ã o d e a tivid a d e s na á re a c e ntra l ma nte ve - se e nq ua nto a a c e ssib ilid a d e à p o p ula ç ã o d o ta d a d e ma io r mo b ilid a d e p o d e se d a r e m níve is ra zo á ve is” (LEFÈVRE, 1999, p .68). O aumento repentino do número de veículos em circulação, principalmente na segunda metade dos anos 50, congestionou definitivamente a área central, provocando o início da transferência de diversas atividade para áreas mais acessíveis à população de alta renda, ampliando mais uma vez o “centro” ou ainda construindo outras centralidades.

As discussões sobre os rumos da metrópole não estavam restritas às proposições de Prestes Maia. Em seu percurso, o urbanista as dividiu com figuras contrárias as suas idéias, entre elas Anhaia Mello. Em 1956, Mello desenvolveu, em âmbito acadêmico, o Plano Regional de São Paulo, no qual defendia um conjunto de melhorias para a cidade com medidas de controle do crescimento vertical e do adensamento do solo. Anhaia Mello mostrava-se preocupado com o crescimento gigantesco da área central, propondo a descentralização e descongestão do organismo metropolitano, através de duras restrições ao crescimento do centro e a instalação de novas indústrias na capital.

Segundo Regina Meyer, “ Anha ia Me llo a c re d ita na p o ssib ilid a d e d e e sta nc a r o c ic lo , d e fixa r p a ta m a re s p a ssíve is d e c o ntro le . No c o njunto a s sua s

re c o me nd a ç õ e s a p o nta m p a ra uma Sã o Pa ulo Me tro p o lita na q ue ne g a sua p ró p ria e ssê nc ia . Nã o se tra ta d e uma simp le s uto p ia , tra ta -se , ta lve z, d e uma uto p ia re g re ssiva o nd e a d e sc riç ã o d o o b je to a se r c o nq uista d o imp lic a , na me lho r d a s hip ó te se s, na vo lta a uma situa ç ã o já ultra p a ssa d a p e lo p ro c e sso ” (MEYER, 1991, p . 111). A autora faz referência aos anos de desenvolvimento nacional coordenados por Juscelino, nos quais, São Paulo participava ativamente como pólo industrial do país. Deste modo, ao propor interferir na geração e circulação de capital, dadas pela condição metropolitana, Anhaia Mello se recusava a enfrentar o real patamar de desenvolvimento alcançado pela capital, num processo impossível de ser revertido.

Mesmo enfrentando resistências as suas idéias, Mello propôs em 1954 uma lei, aprovada apenas em 1957, limitando o coeficiente máximo na área central, interferindo no mercado imobiliário e em sua dinâmica financeira e gerando severas críticas. Se a partir de 1940, como aponta Feldman, “ o q ue stio na me nto d a visã o d e urb a nismo p rivile g ia nd o o b ra s viá ria s, e a re ivind ic a ç ã o d e no vo s instrume nto s d e c o ntro le d o uso e o c up a ç ã o d o so lo p e ne tra m o inte rio r d a a d ministra ç ã o munic ip a l” (FELDMAN, 1996, p .05); as idéias de Anhaia Mello, como o controle do adensamento da área central, da expansão urbana em direção a áreas rurais e a proposta de descentralização da cidade, encontraram seu espaço, sendo defendidas por profissionais de carreira junto aos órgãos competentes (FELDMAN, 1996, p.43). Paralelamente as discussões teóricas e posturas políticas dos vários personagens envolvidos nesses debates, defensores ou colaboradores das idéias de urbanistas como Prestes Maia, Anhaia Mello ou Padre Lebret, as imposições legais e as investidas do setor privado construíram uma imagem para a cidade, pautada pela diversidade de formas, cores e atividades, bem como pela compactação da área central e dispersão das áreas ao redor e, pelo controle vertical de determinadas áreas e a liberação da altura para outras. Enfim, São Paulo, nos anos 50, era uma cidade marcada pela pluralidade, em busca de sua “modernidade”.