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a) Resistências

Os entrevistados falaram sobre as resistências dos colaboradores desde o início do processo da Qualidade, abordaram questões relativas à percepção que os mesmos têm do NDRO, assim como as oportunidades de aperfeiçoamento que o Laboratório oferece aos colaboradores.

Então, no começo as pessoas tinham muita resistência. Primeiro é que muitas vezes os gerentes são muito técnicos, mais técnicos, mais operacional. Então, tu imagina se eu sou uma pessoa extremamente operacional, eu tenho que me sentar contigo. Meu Deus! Isso é uma dificuldade muito grande para mim (entrevista 01).

Conversa, chama a atenção. A gente tenta falar da melhor maneira, explicar novamente o porquê tal. Elas sabem que estão fezendo errado, mas dizem: Ah, porque eu não tenho recursos necessários. Mas elas, muitas vezes têm recurso ali do lado e não quer aplicar. Ou então diz: Ah, não! Mas é só um instantinho, eu vou lá dentro sem o jaleco e já volto. Mas vai, depois a pessoa tá lá dentro ainda conversando e sem jaleco. Então, conversa, é a primeira coisa. Se não der, tenta advertir, né. Através de não-conformidades ou através de uma advertência por escrito (entrevista 02)

Então, teve muita resistência assim, quanto às novidades. As mudanças foram aumentando. Muitas pessoas não acompanhavam as mudanças, então (...) aquela coisa assim: ah, mais isso novo, mais aquilo novo. Isso é natural. Então, cria-se uma resistência, mas foi aos poucos né. Deu para vencer essa barreira (entrevista 03).

Olha, no início, eu falo no início quando o Dr E. veio aqui. O pessoal olhava com bastante resistência, muita mesmo. Hoje eu faço essas auditorias internas, eles gostam muito, gostam mesmo (entrevista 04).

No começo teve. Tudo que é novo, garanto que teve sim. Muitas coisas não chegam aos novos ouvidos, mas a gente vê. Mas é aquela coisa assim, tu vai ter que tá trabalhando com o pessoal, vai conscientizando da importância, da necessidade (entrevista 03).

b) Núcleo de Desenvolvimento das Relações Organizacionais (NDRO)

Hoje as resistências são menores e o Núcleo e aceito pelos colaboradores. No entanto, seus integrantes sabem que nem todos os colaboradores aceitam da mesma forma as atividades que lhes são propostas.

Algumas pessoas diriam que é um local importante porque faz tudo isso que estamos falando. Trabalha com a gestão de documentos, porque é responsável pela Coordenação Administrativa, da Coordenação Técnica. Ajuda nos trabalhos, coordena toda a parte da acreditação, porque eles estão lá para fazer. O pessoal da parte técnica praticamente toca exame, que a preocupação maior é o cliente. Então, que bom que têm essas pessoas do Núcleo para promover treinamento, cuidar da parte de segurança, organizar documentos. Isso sem dúvida nenhuma. Mas, existe aquele outro lado de quê o Núcleo esquece um pouco que tão importante como, por exemplo, um outro treinamento ou participar de uma atividade extra, é assim, tem muito trabalho lá encima. Então, às vezes, é difícil conciliar algumas atividades colocadas pelo Núcleo à frente dos pacientes (...) A importância do Núcleo saber, às vezes, que não dá para cobrar alguma coisa porque é um paciente, é uma vida. (entrevista 04).

Se todo mundo falasse bem do NDRO, eu não ia tá bem. Porque alguma coisa não tá certo, alguma coisa tá errada em algum lugar, né. Porque ninguém assim, nem todo mundo admira assim, que vai gostar.

Então, sempre tem assim, alguém que mete o pau, alguém (...) Eu digo, para nós é aquela coisa assim, que a gente tem que melhorar (...) Não dá para agradar todo mundo, né. Acho que daí vai dar assim, é uma coisa que a gente vai estar sempre fazendo um ponto de interrogação, aonde que a gente tem que melhorar, que nós temos que agradar o outro. Se não a gente vai parar, eu disse (entrevista 05).

c) Oportunidades de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento

Em decorrência da Gestão da Qualidade, o número de treinamentos e cursos de aperfeiçoamento aumentou consideravelmente. Para os entrevistados, o Laboratório tem uma preocupação com o desenvolvimento dos colaboradores, sendo que estes, se algum dia deixarem a empresa, serão profissionais bem qualificados no mercado de trabalho.

(...) a empresa tem investido nesse lado assim, bem de reflexão e mudança (entrevista 03).

Então, nós acabamos valorizando os nossos colaboradores com nossos treinamentos. Não valoriza só a empresa, não é só a empresa que sai ganhando, mas também os profissionais saem ganhando com essas nossas consultorias. Você imagina uma empresa que vai contratar uma pessoa que já está treinada dentro do “5S”, dentro da Segurança do Trabalho, dentro dos processos da ISO 9000 e uma empresa que não tem nada disso. V ocê vai levar uma gama de conhecimentos enorme. Se você conhece o Programa “5S”, mesmo que você não seja um auditor, que tua seja outra, você vai saber como aplicar, que é um programa simples. Já o Sistema da Qualidade não, é bem complexo. Você já vai poder orientar, por exemplo, que tal a gente fazer POP aqui nessa empresa, ter POP para os procedimentos? Ou ter uma política para a empresa? É um profissional que sai mais bem qualificado para o mercado de trabalho (entrevista 02).

Treinamento não é para a empresa, é para o desenvolvimento pessoal deles. Que quando eles saírem daqui, estão melhores capacitados. Algumas pessoas dizem. Ah, a gente para arranjar emprego aí, é muito fácil. Porque não é igual ao Santa Luzia, que o Santa Luzia tem ISO, é funcionário ISO. Para você ver como é importante. Agregar valor, tá agregando valor pra você, para o seu currículo (entrevista 05).

E uma política que a gente utiliza. Aproveitem todos os treinamentos dados aqui dentro, porque vocês vão estar crescendo, vão estar se desenvolvendo como profissional. E mesmo que vocês vão embora, a maior maravilha de adquirir conhecimento é que a gente compartilha e não perde esse conhecimento. E outra coisa, ele tá entrando aqui como bioquímico. Ele tem um potencial de desenvolvimento grande. Então, ele pode dentro de Uma equipe de trabalho, através do tipo de uma administração de desempenho, que pode estar sendo avaliado. Ele pode ser identificado como um profissional que poderia tá ocupando uma função que não comporta ao que ele tá ocupando hoje. Ele poderia tá gerenciando o setor, ele

poderia tá gerenciando os postos de coleta, ele poderia ser gerente de uma área, ele pode chegar até a um diretor (entrevista 01).

Porque o Laboratório, ele investe muito nisso, ou seja, tem uma palestra sobre isso que é interessante para o Laboratório, eles investem. Vai lá faz. Eu já fui em vários treinamentos, em vários cursos que o Laboratório pagou. Palestras, sempre fez isso e agora muito mais, para aperfeiçoar, para chegar naquilo que ele espera mesmo. Então, uma coisa que eu acho muito positivo assim, porque hoje nós estamos numa realidade que as empresas, elas não investem nisso, sabe. Hoje eles ainda vêem como custo tirar a pessoa, ficar oito horas, dezesseis horas fora. Ainda vê custo da carga horária. Não! Aqui no Laboratório você não vê isso né (...) Não é só aquela coisa, traz equipamento, traz pessoas para montar um sistema. Não! Eles vão lá e preparam a gente (entrevista 03).

A gente dá muito treinamento interno. E até as pessoas que estão mais tempo aqui, a gente manda para fora, vai para os E U A A gente investe bastante em treinamento (entrevista 05).

E as pessoas têm orgulho sabia. Ah, sabe que nós temos ISO, nós temos CAP. E eu acho que é bom isso, né. É você que é certificado, você fez parte do processo. Então, isso é importante (entrevista 05).

Procurou-se, neste capítulo, descrever integralmente os relatos dos profissionais do NDRO, no que se refere ao Sistema da Qualidade do Laboratório, bem como a sua participação no Programa de Gestão da Qualidade ISO 9000. Também, a opinião deles sobre a participação dos colaboradores na Gestão da Qualidade.

O próximo capítulo é destinado à análise dos relatos, mediante comparação com o referencial teórico.

6- ANÁLISE DOS RELATOS

Este capítulo tem o objetivo de relacionar os resultados alcançados, por meio dos relatos dos profissionais pertencentes ao Núcleo de Desenvolvimento das Relações Organizacionais (NDRO), cóm o referencial teórico levantado sobre o assunto.

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