• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 2: Evitação social produzida pela exposição ao estresse crônico

1.1 Envolvimento dos receptores D1, D2 e CRF1 nas alterações comportamentais

Na tentativa de unir os achados do capítulo 1 aos do capítulo 2 da presente tese, levantamos a seguinte hipótese: o aumento da liberação dopaminérgica no

NAc durante um contexto de investigação social, seguindo exposição crônica à derrota social, levaria ao aumento da estimulação de receptores D2 que, estando acoplados à proteína Gi, modulariam negativamente a sinalização gabaérgica pelos neurônios espinhosos médios no PV, levando à desinibição dessa região. A desinibição do PV, por sua vez, poderia estar envolvida na expressão de comportamentos do tipo depressivo, como o afastamento social. De fato, o trabalho de Knowland e colaboradores (2017) mostrou que a ativação de neurônios parvalbumina positivos, partindo do PV em direção à ATV, gerou aversão social. Da mesma forma, a inibição da atividade neuronal do PV, anteriormente à exposição ao protocolo crônico de derrota social, promoveu resiliência ao estresse no teste de investigação social (Knowland et al., 2017).

Na ATV, os neurônios parvalbumina positivos, que se projetam a partir do PV, estabelecem sinapses gabaérgicas com neurônios gabaérgicos mesencefálicos, e sinapses majoritariamente glutamatérgicas com neurônios dopaminérgicos. Assim, o aumento da atividade dos neurônios parvalbumina positivos da via PV-ATV geraria tanto uma desinibição (através das sinapses gabaérgicas) quanto uma ativação mais direta (através das sinapses glutamatérgicas) dos neurônios dopaminérgicos da via mesolímbica, culminando na liberação aumentada de dopamina no NAc (Knowland e Lim, 2018). Vale pontuar que novos estudos precisam ser realizados no sentido de elucidar se o aumento de liberação dopaminérgica no NAc, seguindo exposição crônica ao estresse de derrota social, seria causa ou consequência do aumento da atividade da via PV- ATV.

Nossos dados apresentados no capítulo 2, mostrando que o antagonismo farmacológico de receptores D2 foi capaz de atenuar o afastamento social produzido pela derrota social, parecem estar de acordo com a hipótese levantada. Por outro lado, os resultados de Francis e colaboradores (2015) que mostraram que o histórico de derrota social gerou aumento de inputs excitatórios em neurônios espinhosos médios D2, levando ao consequente aumento da probabilidade de disparo dos mesmos e aumento da liberação gabaérgica no PV, vão no sentido contrário de nossa hipótese. Como já mencionamos na discussão do capítulo 2, a distribuição de receptores D2 no estriado é ampla e complexa, fator que poderia explicar essas divergências. Assim, seria extremamente relevante o

desenvolvimento de estudos que investiguem, sistematicamente, o papel dos receptores D2, localizados em diferentes neurônios e inputs no estriado, nos déficits sociais induzidos por estresse.

Hipotetizamos, ainda, que o estresse de derrota social não estaria impactando, significativamente, a via formada pelas projeções de neurônios espinhosos médios D1 partindo do NAc. Sendo essa via responsável pela expressão de comportamentos direcionados a objetivos (Wenzel et al., 2014), sua não-alteração significativa pela derrota social poderia estar associada à ausência de mudanças na motivação pelo reforço de sacarose, em animais com histórico de estresse, como vimos no capítulo 1. Ainda, a ausência de efeito do tratamento com antagonista de receptores D1 sobre a evitação social promovida pelo estresse de derrota social, que vimos no capítulo 2, poderia estar relacionada ao possível não- envolvimento da via D1 na expressão de comportamentos de afastamento social.

Em concordância com essa hipótese, Lucas e colaboradores (2004) não verificaram alteração na densidade de receptores D1 no NAc, após estresse social. Ainda, muitos trabalhos verificaram alterações em neurônios espinhosos médios D1 estriatais (como indução de ΔFos B, fortalecimento de espinhas dendríticas

mushroom, aumento da potenciação de longa duração) de animais resilientes, mas

não de suscetíveis, ao estresse social (ver Fox e Lobo, 2019). No entanto, contrariamente à hipótese, o trabalho de Francis e colaboradores (2015) verificou a redução de inputs sinápticos excitatórios e da frequência de corrente miniatura excitatória pós-sináptica no NAc de camundongos susceptíveis ao estresse. Assim, esse último trabalho indica que a derrota social pode gerar alterações na ativação da via D1, e que essas alterações poderiam estar relacionadas à evitação social produzida pelo estresse. Logo, mais estudos são necessários para investigação do impacto do estresse de derrota social sobre receptores D1, neurônios espinhosos médios D1 e sobre a via formada pelas projeções desses neurônios. Ainda, novos estudos devem investigar o envolvimento dessas possíveis alterações neurobiológicas no comportamento de afastamento social produzido pelo estresse.

Trabalhos recentes também têm questionado o entendimento de que as vias D1 versus D2 estão envolvidas no engajamento em comportamentos distintos e, de certo modo, opostos. Por exemplo, Cui e colaboradores (2013) verificaram a ativação simultânea das duas vias precedendo a iniciação de comportamentos

direcionados a objetivos. O estudo de Cui e colaboradores (2013) focou nas projeções partindo do estriado dorsal, e não do NAc, mas ainda assim, esse e outros trabalhos recentes desafiam as hipóteses aqui apresentadas e apontam a complexidade do funcionamento da circuitaria de recompensa durante ações de aproximação e afastamento, seja em condições basais ou seguindo exposição ao estresse. Logo, verificamos, mais uma vez, a necessidade de novos estudos sobre o tema.

Importantemente, o estresse social também parece alterar a expressão de receptores dopaminérgicos D1 e D2 em outras regiões do SNC, como amígdala e CPF, conforme discutido no capítulo 2 (Huang et al., 2016; Prabhu et al., 2018; Shinohara et al., 2018). Assim, os impactos do estresse de derrota social sobre os comportamentos avaliados na presente tese também podem estar relacionados a neuroadaptações em outras regiões e vias neurais. Além disso, as alterações ou não-alterações dos déficits sociais, após tratamento sistêmico com os antagonistas seletivos, também poderiam estar relacionadas às ações das drogas nessas outras regiões encefálicas (ver seção de Discussão parcial do capítulo 2).

Finalmente, contrariamente à nossa hipótese inicial, o tratamento sistêmico com antagonista de receptores CRF1 pareceu intensificar os déficits sociais induzidos pelo estresse de derrota social. Acreditávamos que, principalmente através da modulação negativa da função mesolímbica dopaminérgica, o antagonismo de receptores CRF1 seria capaz de reverter os déficits de investigação social produzidos pelo estresse de derrota social. Devemos notar que o tratamento sistêmico permite a ação do antagonista em diversos sistemas encefálicos, além da via mesolímbica. Essas ações inespecíficas, por sua vez, poderiam ter impactado negativamente a resposta à investigação social, em animais com histórico de estresse. Dessa forma, experimentos envolvendo tratamentos intracerebrais, em regiões encefálicas específicas, seriam bastante úteis para avaliação dos efeitos do antagonismo de receptores CRF1 nos déficits sociais induzidos pelo estresse de derrota social.

CONCLUSÕES GERAIS

No presente trabalho, a exposição repetida ao estresse de derrota social promoveu comportamento de afastamento social em linhagens heterogênica e isogênica, em diferentes protocolos do teste de investigação social, e bloqueou a preferência social condicionada em animais de linhagem heterogênica. No entanto, o protocolo de estresse social não alterou a motivação por sacarose, a capacidade hedônica e os comportamentos de autocuidado e desamparo. Além disso, verificamos que o estresse crônico de derrota social induziu aumento dos eventos de liberação de dopamina no NAc, seletivamente durante a investigação de um coespecífico não familiar. Esse funcionamento aberrante da via mesolímbica dopaminérgica, seguindo a exposição ao estresse, parece impactar negativamente o interesse social dos indivíduos, possivelmente através da ação em receptores D2. Assim, vimos que o tratamento com antagonista de receptores D2, mas não com antagonista D1, foi capaz de atenuar os déficits sociais produzidos pelo estresse. Por fim, o tratamento com antagonista de receptores CRF1 agravou a evitação social produzida pelo estresse social.

Dessa forma, os achados da presente tese auxiliam no avanço do entendimento sobre as alterações comportamentais e neurobiológicas promovidas pelo estresse social crônico, importante fator de vulnerabilidade para o desenvolvimento de transtornos neuropsiquiátricos, como a depressão.

REFERÊNCIAS

Abercrombie, E. D., Keefe, K. A., DiFrischia, D. S., & Zigmond, M. J. (1989). Differential effect of stress on in vivo dopamine release in striatum, nucleus accumbens, and medial frontal cortex. Journal of neurochemistry, 52(5), 1655- 1658.

Alcantara, A. A., Chen, V., Herring, B. E., Mendenhall, J. M., & Berlanga, M. L. (2003). Localization of dopamine D2 receptors on cholinergic interneurons of the dorsal striatum and nucleus accumbens of the rat. Brain research, 986(1-2), 22-29. Amini-Khoei, H., Haghani-Samani, E., Beigi, M., Soltani, A., Mobini, G. R., Balali- Dehkordi, S., ... & Validi, M. (2019). On the role of corticosterone in behavioral disorders, microbiota composition alteration and neuroimmune response in adult male mice subjected to maternal separation stress. International

immunopharmacology, 66, 242-250.

Amini-Khoei, H., Mohammadi-Asl, A., Amiri, S., Hosseini, M. J., Momeny, M., Hassanipour, M., ... & Mehr, S. E. (2017). Oxytocin mitigated the depressive-like behaviors of maternal separation stress through modulating mitochondrial function and neuroinflammation. Progress in Neuro-Psychopharmacology and Biological

Psychiatry, 76, 169-178.

Anstrom, K. K., Miczek, K. A., & Budygin, E. A. (2009). Increased phasic dopamine signaling in the mesolimbic pathway during social defeat in rats. Neuroscience,

161(1), 3-12.

Avgustinovich, D. F., Gorbach, O. V., & Kudryavtseva, N. N. (1997). Comparative analysis of anxiety-like behavior in partition and plus-maze tests after agonistic interactions in mice. Physiology & behavior, 61(1), 37-43.

Avgustinovich, D. F., Kovalenko, I. L., & Kudryavtseva, N. N. (2005). A model of anxious depression: persistence of behavioral pathology. Neuroscience and behavioral physiology, 35(9), 917-924.

Bahi, A. (2017). Environmental enrichment reduces chronic psychosocial stress- induced anxiety and ethanol-related behaviors in mice. Progress in Neuro-

Psychopharmacology and Biological Psychiatry, 77, 65-74.

Bale, T. L., & Vale, W. W. (2004). CRF and CRF receptors: role in stress

responsivity and other behaviors. Annu. Rev. Pharmacol. Toxicol., 44, 525-557. Bateup, H. S., Santini, E., Shen, W., Birnbaum, S., Valjent, E., Surmeier, D. J., ... & Greengard, P. (2010). Distinct subclasses of medium spiny neurons differentially regulate striatal motor behaviors. Proceedings of the National Academy of

Sciences, 107(33), 14845-14850.

Bath, K. G., Russo, S. J., Pleil, K. E., Wohleb, E. S., Duman, R. S., & Radley, J. J. (2017). Circuit and synaptic mechanisms of repeated stress: Perspectives from differing contexts, duration, and development. Neurobiology of stress, 7, 137-151. Beeler, J. A., Daw, N. D., Frazier, C. R., & Zhuang, X. (2010). Tonic dopamine modulates exploitation of reward learning. Frontiers in behavioral neuroscience, 4, 170.

Behan, D. P., De Souza, E. B., Lowry, P. J., Potter, E., Sawchenko, P., & Vale, W. W. (1995). Corticotropin releasing factor (CRF) binding protein: a novel regulator of CRF and related peptides. Frontiers in neuroendocrinology, 16(4), 362-382.

Bello, E. P., Casas-Cordero, R., Galiñanes, G. L., Casey, E., Belluscio, M. A., Rodríguez, V., ... & Rubinstein, M. (2017). Inducible ablation of dopamine D2 receptors in adult mice impairs locomotion, motor skill learning and leads to severe parkinsonism. Molecular psychiatry, 22(4), 595.

Bergamini, G., Cathomas, F., Auer, S., Sigrist, H., Seifritz, E., Patterson, M., ... & Pryce, C. R. (2016). Mouse psychosocial stress reduces motivation and cognitive function in operant reward tests: a model for reward pathology with effects of agomelatine. European Neuropsychopharmacology, 26(9), 1448-1464.

Bernard, C. (1865). Introduction à l'étude de la médecine expérimentale par m.

Berton, O., McClung, C. A., DiLeone, R. J., Krishnan, V., Renthal, W., Russo, S. J., ... & Monteggia, L. M. (2006). Essential role of BDNF in the mesolimbic dopamine pathway in social defeat stress. Science, 311(5762), 864-868.

Bonci, A., & Malenka, R. C. (1999). Properties and plasticity of excitatory synapses on dopaminergic and GABAergic cells in the ventral tegmental area. Journal of

neuroscience, 19(10), 3723-3730.

Boorse, G. C., & Denver, R. J. (2006). Widespread tissue distribution and diverse functions of corticotropin-releasing factor and related peptides. General and

comparative endocrinology, 146(1), 9-18.

Bourke, C. H., Glasper, E. R., & Neigh, G. N. (2014). SSRI or CRF antagonism partially ameliorate depressive-like behavior after adolescent social defeat.

Behavioural brain research, 270, 295-299.

Boyson, C. O., Holly, E. N., Shimamoto, A., Albrechet-Souza, L., Weiner, L. A., DeBold, J. F., & Miczek, K. A. (2014). Social stress and CRF–dopamine

interactions in the VTA: role in long-term escalation of cocaine self-administration.

Journal of Neuroscience, 34(19), 6659-6667.

Boyson, C. O., Miguel, T. T., Quadros, I. M., DeBold, J. F., & Miczek, K. A. (2011). Prevention of social stress-escalated cocaine self-administration by CRF-R1 antagonist in the rat VTA. Psychopharmacology, 218(1), 257-269.

Breese, G. R., Overstreet, D. H., Knapp, D. J., & Navarro, M. (2005). Prior multiple ethanol withdrawals enhance stress-induced anxiety-like behavior: inhibition by CRF 1-and benzodiazepine-receptor antagonists and a 5-HT 1a-receptor agonist.

Neuropsychopharmacology, 30(9), 1662.

Burke, A. R., Watt, M. J., & Forster, G. L. (2011). Adolescent social defeat increases adult amphetamine conditioned place preference and alters D2 dopamine receptor expression. Neuroscience, 197, 269-279.

Cannon, W. B. (1929). Organization for physiological homeostasis. Physiological

Cao, J. L., Covington, H. E., Friedman, A. K., Wilkinson, M. B., Walsh, J. J., Cooper, D. C., ... & Han, M. H. (2010). Mesolimbic dopamine neurons in the brain reward circuit mediate susceptibility to social defeat and antidepressant action.

Journal of Neuroscience, 30(49), 16453-16458.

Chalmers, D. T., Lovenberg, T. W., & De Souza, E. B. (1995). Localization of novel corticotropin-releasing factor receptor (CRF2) mRNA expression to specific

subcortical nuclei in rat brain: comparison with CRF1 receptor mRNA expression.

Journal of Neuroscience, 15(10), 6340-6350.

Chan, R. K. W., Vale, W. W., & Sawchenko, P. E. (2000). Paradoxical activational effects of a corticotropin-releasing factor-binding protein “ligand inhibitor” in rat brain. Neuroscience, 101(1), 115-129.

Chaouloff, F. (2013). Social stress models in depression research: what do they tell us?. Cell and tissue research, 354(1), 179-190.

Chaudhury, D., Walsh, J. J., Friedman, A. K., Juarez, B., Ku, S. M., Koo, J. W., ... & Nectow, A. R. (2013). Rapid regulation of depression-related behaviours by control of midbrain dopamine neurons. Nature, 493(7433), 532.

Choleris, E., Clipperton-Allen, A. E., Gray, D. G., Diaz-Gonzalez, S., & Welsman, R. G. (2011). Differential effects of dopamine receptor D1-type and D2-type

antagonists and phase of the estrous cycle on social learning of food preferences, feeding, and social interactions in mice. Neuropsychopharmacology, 36(8), 1689- 1702.

Clark, J. J., Sandberg, S. G., Wanat, M. J., Gan, J. O., Horne, E. A., Hart, A. S., ... & Evans, S. B. (2010). Chronic microsensors for longitudinal, subsecond dopamine detection in behaving animals. Nature methods, 7(2), 126.

Cohen, J. Y., Haesler, S., Vong, L., Lowell, B. B., & Uchida, N. (2012). Neuron- type-specific signals for reward and punishment in the ventral tegmental area.

Contarino, A., Dellu, F., Koob, G. F., Smith, G. W., Lee, K., Vale, W. W., & Gold, L. H. (2000). Dissociation of locomotor activation and suppression of food intake induced by CRF in CRFR1-deficient mice. Endocrinology, 141(7), 2698-2702. Cooper, M. A., & Huhman, K. L. (2005). Corticotropin-releasing factor type II (CRF₂ ) receptors in the bed nucleus of the stria terminalis modulate conditioned defeat in Syrian hamsters (Mesocricetus auratus). Behavioral neuroscience,

119(4), 1042.

Cooper, M. A., & Huhman, K. L. (2010). Blocking corticotropin-releasing factor-2 receptors, but not corticotropin-releasing factor-1 receptors or glucocorticoid feedback, disrupts the development of conditioned defeat. Physiology & behavior,

101(4), 527-532.

Corbett, R., Hartman, H., Kerman, L. L., Woods, A. T., Strupczewski, J. T., Helsley, G. C., ... & Dunn, R. W. (1993). Effects of atypical antipsychotic agents on social behavior in rodents. Pharmacology Biochemistry and Behavior, 45(1), 9-17. Covey, D. P., & Cheer, J. F. (2019). Accumbal Dopamine Release Tracks the Expectation of Dopamine Neuron-Mediated Reinforcement. Cell reports, 27(2), 481-490.

Covey, D. P., Dantrassy, H. M., Yohn, S. E., Castro, A., Conn, P. J., Mateo, Y., & Cheer, J. F. (2018). Inhibition of endocannabinoid degradation rectifies

motivational and dopaminergic deficits in the Q175 mouse model of Huntington’s disease. Neuropsychopharmacology, 1.

Covey, D. P., Dantrassy, H. M., Zlebnik, N. E., Gildish, I., & Cheer, J. F. (2016). Compromised dopaminergic encoding of reward accompanying suppressed

willingness to overcome high effort costs is a prominent prodromal characteristic of the Q175 mouse model of Huntington's disease. Journal of Neuroscience, 36(18), 4993-5002.

Covington, H. E., Lobo, M. K., Maze, I., Vialou, V., Hyman, J. M., Zaman, S., ... & Neve, R. L. (2010). Antidepressant effect of optogenetic stimulation of the medial prefrontal cortex. Journal of Neuroscience, 30(48), 16082-16090.

Croft, A. P., Brooks, S. P., Cole, J., & Little, H. J. (2005). Social defeat increases alcohol preference of C57BL/10 strain mice; effect prevented by a CCKB

antagonist. Psychopharmacology, 183(2), 163.

Cui, G., Jun, S. B., Jin, X., Pham, M. D., Vogel, S. S., Lovinger, D. M., & Costa, R. M. (2013). Concurrent activation of striatal direct and indirect pathways during action initiation. Nature, 494(7436), 238-242.

Czéh, B., Fuchs, E., Wiborg, O., & Simon, M. (2016). Animal models of major depression and their clinical implications. Progress in Neuro-Psychopharmacology

and Biological Psychiatry, 64, 293-310.

Davies, K. J. (2016). Adaptive homeostasis. Molecular aspects of medicine, 49, 1- 7.

De Kloet, E. R., Joëls, M., & Holsboer, F. (2005). Stress and the brain: from adaptation to disease. Nature reviews neuroscience, 6(6), 463.

Der-Avakian, A., & Markou, A. (2012). The neurobiology of anhedonia and other reward-related deficits. Trends in neurosciences, 35(1), 68-77.

Deumens, R., Blokland, A., & Prickaerts, J. (2002). Modeling Parkinson's disease in rats: an evaluation of 6-OHDA lesions of the nigrostriatal pathway. Experimental

neurology, 175(2), 303-317.

Douglas, L. A., Varlinskaya, E. I., & Spear, L. P. (2004). Rewarding properties of social interactions in adolescent and adult male and female rats: impact of social versus isolate housing of subjects and partners. Developmental Psychobiology:

The Journal of the International Society for Developmental Psychobiology, 45(3),

153-162.

Dunlop, B. W., & Nemeroff, C. B. (2007). The role of dopamine in the

pathophysiology of depression. Archives of general psychiatry, 64(3), 327-337. Dunn, A. J., & Berridge, C. W. (1990). Physiological and behavioral responses to corticotropin-releasing factor administration: is CRF a mediator of anxiety or stress responses?. Brain research reviews, 15(2), 71-100.

Eckart, K., Jahn, O., Radulovic, J., Radulovic, M., Blank, T., Stiedl, O., ... & Spiess, J. (2002). Pharmacology and biology of corticotropin-releasing factor (CRF)

receptors. Receptors and Channels, 8(3-4), 163-177.

Epstein, J., Pan, H., Kocsis, J. H., Yang, Y., Butler, T., Chusid, J., ... & Silbersweig, D. A. (2006). Lack of ventral striatal response to positive stimuli in depressed versus normal subjects. American Journal of Psychiatry, 163(10), 1784-1790. Favoretto, C. A., Macedo, G. C., & Quadros, I. M. (2017). Effects of ethanol on social avoidance induced by chronic social defeat stress in mice. Stress, 20(1), 85- 91.

Favoretto, C. A., Nunes, Y. C., Macedo, G. C., Lopes, J. S. R., & Quadros, I. M. H. (2020). Chronic social defeat stress: Impacts on ethanol-induced stimulation, corticosterone response, and brain monoamine levels. Journal of

Psychopharmacology, 34(4), 412-419.

Ferrari, P. F., Van Erp, A. M. M., Tornatzky, W., & Miczek, K. A. (2003). Accumbal dopamine and serotonin in anticipation of the next aggressive episode in rats.

European Journal of Neuroscience, 17(2), 371-378.

Ferrer-Pérez, C., Martinez, T. E., Montagud-Romero, S., Ballestín, R., Reguilón, M. D., Miñarro, J., & Rodríguez-Arias, M. (2018). Indomethacin blocks the increased conditioned rewarding effects of cocaine induced by repeated social defeat. PloS one, 13(12), e0209291.

Fish, E. W., DeBold, J. F., & Miczek, K. A. (2005). Escalated aggression as a reward: corticosterone and GABA A receptor positive modulators in mice.

Psychopharmacology, 182(1), 116-127.

Fish, E. W., Joseph, F., & Miczek, K. A. (2002). Aggressive behavior as a

reinforcer in mice: activation by allopregnanolone. Psychopharmacology, 163(3-4), 459-466.

Fox, M. E., & Lobo, M. K. (2019). The molecular and cellular mechanisms of depression: a focus on reward circuitry. Molecular psychiatry, 1.

Franceschelli, A., Sens, J., Herchick, S., Thelen, C., & Pitychoutis, P. M. (2015). Sex differences in the rapid and the sustained antidepressant-like effects of ketamine in stress-naive and “depressed” mice exposed to chronic mild stress.

Neuroscience, 290, 49-60.

Francis, T. C., Chandra, R., Friend, D. M., Finkel, E., Dayrit, G., Miranda, J., ... & Lobo, M. K. (2015). Nucleus accumbens medium spiny neuron subtypes mediate depression-related outcomes to social defeat stress. Biological psychiatry, 77(3), 212-222.

Franklin, T. B., Saab, B. J., & Mansuy, I. M. (2012). Neural mechanisms of stress resilience and vulnerability. Neuron, 75(5), 747-761.

Gallagher, J. P., Orozco-Cabal, L. F., Liu, J., & Shinnick-Gallagher, P. (2008). Synaptic physiology of central CRH system. European journal of pharmacology,

583(2-3), 215-225.

Gehlert, D. R., Shekhar, A., Morin, S. M., Hipskind, P. A., Zink, C., Gackenheimer, S. L., ... & Sajdyk, T. J. (2005). Stress and central Urocortin increase anxiety-like behavior in the social interaction test via the CRF1 receptor. European journal of

pharmacology, 509(2-3), 145-153.

Golden, S. A., Covington III, H. E., Berton, O., & Russo, S. J. (2011). A

standardized protocol for repeated social defeat stress in mice. Nature protocols,

6(8), 1183.

Gosselin, T., Guisquet, L., Brizard, B., Hommet, C., Minier, F., & Belzung, C. (2017). Fluoxetine induces paradoxical effects in C57BL6/J mice: comparison with BALB/c mice. Behavioural pharmacology, 28(6), 466-476.

Grammatopoulos, D. K., Randeva, H. S., Levine, M. A., Kanellopoulou, K. A., & Hillhouse, E. W. (2001). Rat cerebral cortex corticotropin‐ releasing hormone receptors: evidence for receptor coupling to multiple G‐ proteins. Journal of

neurochemistry, 76(2), 509-519.

Greeno, C. G., & Wing, R. R. (1994). Stress-induced eating. Psychological bulletin,

Gunaydin, L. A., Grosenick, L., Finkelstein, J. C., Kauvar, I. V., Fenno, L. E., Adhikari, A., ... & Tye, K. M. (2014). Natural neural projection dynamics underlying social behavior. Cell, 157(7), 1535-1551.

Hammels, C., Pishva, E., De Vry, J., van den Hove, D. L., Prickaerts, J., van Winkel, R., ... & van Os, J. (2015). Defeat stress in rodents: from behavior to molecules. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 59, 111-140.

Härfstrand, A., Fuxe, K., Cintra, A., Agnati, L. F., Zini, I., Wikström, A. C., ... & Steinbusch, H. (1986). Glucocorticoid receptor immunoreactivity in monoaminergic neurons of rat brain. Proceedings of the National Academy of Sciences, 83(24), 9779-9783.

Harris, R. B., Zhou, J., Youngblood, B. D., Rybkin, I. I., Smagin, G. N., & Ryan, D. H. (1998). Effect of repeated stress on body weight and body composition of rats fed low-and high-fat diets. American Journal of Physiology-Regulatory, Integrative

and Comparative Physiology, 275(6), R1928-R1938.

Hauger, R. L., Risbrough, V., Brauns, O., & Dautzenberg, F. M. (2006). Corticotropin releasing factor (CRF) receptor signaling in the central nervous system: new molecular targets. CNS & Neurological Disorders-Drug Targets (Formerly Current Drug Targets-CNS & Neurological Disorders), 5(4), 453-479. Heien, M. L., Khan, A. S., Ariansen, J. L., Cheer, J. F., Phillips, P. E., Wassum, K. M., & Wightman, R. M. (2005). Real-time measurement of dopamine fluctuations after cocaine in the brain of behaving rats. Proceedings of the National Academy of

Sciences, 102(29), 10023-10028.

Herman, J. P., McKlveen, J. M., Solomon, M. B., Carvalho-Netto, E., & Myers, B. (2012). Neural regulation of the stress response: glucocorticoid feedback

mechanisms. Brazilian journal of medical and biological research, 45(4), 292-298. Hikida, T., Kimura, K., Wada, N., Funabiki, K., & Nakanishi, S. (2010). Distinct roles of synaptic transmission in direct and indirect striatal pathways to reward and aversive behavior. Neuron, 66(6), 896-907.

Hoffman, D. C., & Beninger, R. J. (1985). The D1 dopamine receptor antagonist, SCH 23390 reduces locomotor activity and rearing in rats. Pharmacology

Biochemistry and Behavior, 22(2), 341-342.

Hollis, F., & Kabbaj, M. (2014). Social defeat as an animal model for depression. ILAR journal, 55(2), 221-232.

Hollis, F., Wang, H., Dietz, D., Gunjan, A., & Kabbaj, M. (2010). The effects of repeated social defeat on long-term depressive-like behavior and short-term histone modifications in the hippocampus in male Sprague–Dawley rats.

Psychopharmacology, 211(1), 69-77.

Holly, E. N., DeBold, J. F., & Miczek, K. A. (2015). Increased mesocorticolimbic dopamine during acute and repeated social defeat stress: modulation by

corticotropin releasing factor receptors in the ventral tegmental area.

Psychopharmacology, 232(24), 4469-4479.

Holly, E. N., & Miczek, K. A. (2016). Ventral tegmental area dopamine revisited: effects of acute and repeated stress. Psychopharmacology, 233(2), 163-186. Holtzheimer, P. E., & Mayberg, H. S. (2011). Stuck in a rut: rethinking depression and its treatment. Trends in neurosciences, 34(1), 1-9.

Hsu, S. Y., & Hsueh, A. J. (2001). Human stresscopin and stresscopin-related peptide are selective ligands for the type 2 corticotropin-releasing hormone receptor. Nature medicine, 7(5), 605.

Huang, G. B., Zhao, T., Gao, X. L., Zhang, H. X., Xu, Y. M., Li, H., & Lv, L. X. (2016). Effect of chronic social defeat stress on behaviors and dopamine receptor

Documentos relacionados