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EPISTEMOLOGIA DOS EXPERIMENTOS MENTAIS, ARGUMENTAÇÃO E EXPLICAÇÕES CIENTÍFICAS NO ENSINO DE FÍSICA E DE CIÊNCIAS

No documento CADERNO DE RESUMOS 2021 (páginas 66-69)

ESPÍRITA DE ALAN KARDEC

25. EPISTEMOLOGIA DOS EXPERIMENTOS MENTAIS, ARGUMENTAÇÃO E EXPLICAÇÕES CIENTÍFICAS NO ENSINO DE FÍSICA E DE CIÊNCIAS

Ricardo Rangel Guimarães

rirangel@gmail.com

PPG EnFis - IF/UFRGS

Este trabalho tem como objetivo principal discutir a assim denominada Epistemologia dos Experimentos Mentais (EM), como a natureza lógica e filosófica dos mesmos, e a sua importância na História da Ciência e a relevância metodológica de tal expediente para a aprendizagem de conceitos no Ensino de Ciências. Pretende-se defender, uma vez delineado este estado da arte e cenário de discussão, que EM podem ser utilizados como argumentos na educação científica, no sentido de serem explicativos e informativos, possibilitando ao aluno uma melhor compreensão de conceitos científicos. Para tanto, se utilizará o referencial teórico de Stephen Toulmin, autor seminal na discussão sobre os usos do argumento e da argumentação no ensino, assim como outros autores importantes e relevantes para a discussão, que desenvolveram trabalhos analisando a natureza e relevância dos experimentos mentais na ciência, se estes podem ou não serem propriamente interpretados como argumentos no cerne destes debates, como John Norton e John Brown, por exemplo, o que constitui uma controvérsia interessante e profícua para o debate presente, bem como outros referenciais da Epistemologia e da Filosofia da Ciência que trataram da noção clássica de explicação científica e da natureza do conhecimento científico, temas não menos importantes e de fundamental importância no presente contexto na conexão com a questão dos experimentos mentais como argumentos racionais. Também será discutido e trabalhado, dentro deste cenário investigativo, a utilização não apenas dos argumentos dedutivos na História da Ciência via experimentos de pensamento, como na análise crítica da clássica demonstração da queda dos corpos de Galileu, por exemplo, dentre outros casos na História da Ciência, mas também outros exemplos históricos onde argumentos indutivos-abdutivos como inferências a melhor explicação (IME) podem ser um interessante e poderoso recurso heurístico de explicações científicas em prol do ensino. O que se pretende minimamente mostrar, ao final, é que a utilização dos experimentos mentais como argumentos na educação científica, através do recurso didático da argumentação, sejam eles indutivos como a IME, ou dedutivos, estruturados na forma de premissas e conclusões em um argumento, pode e mesmo deve trazer contribuições significativas para a aprendizagem em ciências, através de uma análise crítica dos mesmos por parte dos alunos, procurando com isso fomentar nos estudantes capacidades cognitivas de entendimento e compreensão, em que estes possam oferecer explicações racionais para os fenômenos científicos, desenvolvendo-se com isso, também, autonomia intelectual com vistas a uma educação responsável e cidadã.

Órgão que apóia/financia o estudo/pesquisa: CAPES (Bolsa PNPD - Programa

Nacional de Pós-Doutorado)

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26. O USO DA ARGUMENTAÇÃO DE STEPHEN TOULMIN EM SALA DE

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