• Nenhum resultado encontrado

6. DISCUSSÃO

6.2 Equilíbrio

Neste estudo houve uma diminuição significativa para o Índice de Equilíbrio de 16%, indicando um melhor desempenho no equilíbrio. Vários autores que avaliaram o equilíbrio realizaram seus treinamentos com duração, intensidade e freqüência diferentes. Foi encontrada melhora do equilíbrio não só em estudos mais longos, mas também em alguns com aproximadamente o mesmo tempo de treinamento deste.

Hauer et al (2001) treinaram mulheres idosas com história de quedas recentes, e obtiveram melhora significativa no desempenho em posturas de equilíbrio no grupo que realizou treinamento de resistência de alta intensidade e treino de equilíbrio em posições estáticas e dinâmicas por três meses. Depois de três meses do fim do treinamento, as diferenças entre os grupos mantiveram-se significativas, apesar dos efeitos do treinamento terem sido em parte perdidos.

Chandler et al (1998) após dez semanas de treinamento de resistência dos extensores e abdutores de quadril, extensores e flexores de joelho, dorsiflexores e flexores plantares não encontraram associação significativa entre as mudanças na força muscular e no equilíbrio. O programa de treinamento proposto pode ter tido duração ou intensidade insuficientes para ter um impacto nas medidas de desempenho de equilíbrio. No entanto houve uma relação significativa entre o ganho de força e a escala de eficácia em quedas, sugerindo que o aumento da força tem uma influência positiva na percepção do indivíduo de sua habilidade para evitar quedas.

Estes resultados concordam com os resultados encontrados por Grahn Kronhed et al (1998) que observou uma melhora significativa no equilíbrio de pessoas, entre 40 e 70 anos, com baixa densidade mineral óssea, no teste de ficar sobre uma perna com os olhos fechados, após um ano de treinamento físico, constituído de fortalecimento muscular dos membros inferiores, exercícios de equilíbrio, alongamentos e relaxamento, realizado duas vezes por semana.

Binder et al (2002) treinaram idosos por nove meses, enquanto o grupo controle realizou exercícios de flexibilidade em casa. O grupo de intervenção realizou um treinamento que foi dividido em três fases, cada uma de três meses. A primeira fase constou de exercícios de flexibilidade, equilíbrio, coordenação e treinamento de resistência de média intensidade; a segunda fase constou de treinamento de resistência de alta intensidade, focalizando nos extensores e flexores de joelho; e a terceira fase foi, principalmente, de treinamento aeróbio em bicicletas estacionárias e esteiras. Participantes do grupo exercício tiveram melhora significativa da força voluntária máxima do torque extensor e flexor do joelho e no tempo de equilíbrio sobre uma perna. O desempenho no teste de equilíbrio de Berg também obteve melhoras maiores no grupo exercício que no grupo controle. Todas essas melhoras observadas foram acompanhadas de melhoras funcionais.

Judge et al (1993b) concluíram em seu estudo que o controle muscular foi melhor que o desenvolvimento de força como a variável crítica determinando o equilíbrio sobre uma perna. A força muscular dos membros inferiores foi provavelmente necessária, mas não suficiente condição, para melhora significativa da medida de equilíbrio estático em uma plataforma de força em idosos intactos neurologicamente, após treino de controle postural, treinamento moderado de resistência e caminhada.

Navega et al (2003b) avaliaram mulheres com osteoporose através do mesmo protocolo deste estudo, e, encontraram uma melhora significativa do índice de equilíbrio após

14 semanas de atividade física, aplicando um programa de atividade física com alongamentos, caminhada e fortalecimento dos músculos quadríceps e isquiotibiais, diferindo- se do treinamento deste estudo. Caromano (1998) também utilizando o mesmo protocolo deste estudo para avaliar o equilíbrio em idosos, obteve uma melhora significativa para o equilíbrio após o programa de atividade física a dois grupos de idosos, sendo que um grupo realizava caminhada e exercícios de alongamento, e o outro, treino de equilíbrio e alongamentos.

No estudo de Steadman et al (2003) foi proposto dois protocolos de exercícios de treino de equilíbrio para pacientes idosos, independentemente da estratégia utilizada, houve melhora significativa do equilíbrio, após seis semanas, utilizando-se como instrumento de avaliação a escala de equilíbrio de Berg. O que diferenciava esses dois protocolos era a presença de atividades adicionais, em um deles, que consistiam da repetição de uma série de tarefas graduadas, específicas para equilíbrio funcional, com distâncias e tempos para serem alcançados.

Em razão dos vários estudos descritos, podemos concluir que cada exercício proposto no programa de atividade física deste estudo pode ter contribuído para uma melhora significativa no desempenho das voluntárias em um teste de equilíbrio. Não só o treinamento de resistência dos dorsiflexores e flexores plantares, acrescidos do treinamento de equilíbrio e caminhada contribuem para uma melhora significativa do equilíbrio, mas também o fortalecimento de outros grupos musculares como os extensores e flexores do joelho e extensores e abdutores de quadril.

Considerando que os resultados dos estudos de Daubney e Culham (1999) confirmam estudos prévios, que sugerem que a capacidade de gerar força da musculatura distal dos membros inferiores é importante na manutenção do equilíbrio em idosos, o maior torque destes grupos musculares apresentados neste estudo, podem ter tido sua contribuição para melhora do

equilíbrio. O fortalecimento muscular alcançado, por meio de adaptações neurais, pode ter favorecido uma “possível” melhor ativação da musculatura quando ocorre instabilidade corporal.

O treino de equilíbrio pode estar resultando em uma melhora do controle postural, e, conseqüentemente, para a independência e menor número de quedas. A caminhada, também, teve sua contribuição para os resultados alcançados. A prática de caminhada foi mais efetiva em desenvolver estratégias de equilíbrio do que a proposta de exercícios de equilíbrio, comparadas por Caromano (1998) em seu estudo, assim, concluiu, que o programa de exercícios deve ser intensificado e complementado com exercícios dinâmicos.

Documentos relacionados