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2. DESENVOLVIMENTO

2.4. Equipamentos de Raios-X

A energia cinética perdida é determinada pela distância entre o elétron incidente e o núcleo, quanto menor a distância maior a perda de energia e consequentemente produz Raios-X de freamento com alta energia. (BUSHBERG et al., 2011).

Um espectro de Raios-X é a soma dos eventos de freamento e característicos. Na Figura 9 pode-se observar a quantidade de fótons de Raios-X gerados por energia, medida em kilovolts. No pico presente no gráfico pode-se admitir que houve a produção de Raios-X característicos, num valor específico de energia, definido pelo material do ânodo.

Figura 9 - Espectro de Raios-X. Fonte: Nersissian, 2016.

2.4. Equipamentos de Raios-X

O processo de produção de uma imagem radiológica tem como componentes principais a fonte de Raios-X e o sistema de registro da interação da radiação com o corpo. Associados a essas funções principais pode-se encontrar alguns componentes auxiliares para direcionamento do feixe de radiação. Hoje estão disponíveis no mercado equipamentos fixos, móveis e portáteis, diferindo em forma, tamanho e capacidade de acordo com o fabricante.

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Os equipamentos de Raios-X fixos, categoria mais utilizada, como o ilustrado na Figura 10, necessitam de uma sala apropriada para sua instalação com características que possibilitem sua utilização. Alguns pontos importantes da sala são o suprimento de energia, blindagem das paredes, piso e teto que proporcione proteção para áreas adjacentes seguindo a regulamentação, local adequado e protegido para o operador comandar os exames e sinalização na porta de acesso. (PEREIRA, 2013)

Figura 10 - Equipamentos de Raios-X Fixo.

Disponível em: <https://www.konicaminoltahc.com.br/Raios-X-analogico/>. Acesso em 18 de dezembro de 2020.

Os principais componentes de um equipamento de Raios-X fixo estão listados abaixo e ilustrados na Figura 11:

1) Mesa de exames: utilizada para acomodar o paciente para exposição;

2) Estativa Porta-Tubo: responsável pela sustentação da fonte de Raios-X, permiti movimentos verticais, horizontais e de rotação;

3) Estativa Mural-Bucky: local para posicionamento do paciente para exposições em pé;

4) Conjunto emissor de radiação: responsável pela geração de Raios-X, tubo de Raios-X;

5) Colimador: componente que tem por finalidade direcionar o feixe de radiação emitido;

6) Comando dos movimentos (freios) e ângulo de incidência dos Raios X: controle para movimentação da Estativa Porta-Tubo;

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7) Bandeja Porta-Filme da mesa: local onde será inserido o componente registrador da exposição – filme radiográfico, placa digitalizadora ou detector digital;

8) Freio para o movimento longitudinal do bucky da Mesa de Exames: mecanismo que permite a movimentação da Bandeja Porta-Filme da mesa;

9) Freio para o movimento vertical do Bucky Mural: mecanismo que permite a movimentação da Bandeja Porta-Filme do Bucky Mural;

10) Bandeja porta-filme do Bucky Mural: local onde será inserido o componente registrador da exposição – filme radiográfico, placa digitalizadora ou detector digital;

11) Gerador: eleva a tensão da rede ao valor necessário para geração dos Raios-X;

12) Transformador de Alta Tensão: responsável por gerar a alta tensão no tubo de Raios-X;

13) Painel de Comandos: tem por função controlar os parâmetros de exposição, como corrente, tempo, tensão.

Figura 11 - Visão Geral do equipamento de Raios-X. Fonte: SAWAE, 2017

Os equipamentos de Raios-X analógico e digital têm os mesmos princípios de funcionamento, diferindo apenas no modo como os Raios que atravessam o paciente são registrados. Na radiologia analógica, convencional, os registros ocorrem por meio

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de um filme fotográfico, na radiologia computadorizada são utilizados chassis com placas de fósforo ao invés do filme radiográfico convencional que são posteriormente digitalizados. Por fim, na radiologia digital passou-se a utilizar detectores digitais sensíveis aos Raios-X, enviando as imagens obtidas diretamente para um computador.

2.4.1. Equipamentos de Raios-X Analógicos

Na radiologia analógica uma folha de filme com uma emulsão sensível à luz em ambos os lados é imprensada entre duas telas intensificadoras, encapsuladas por um cassete à prova de luz, Figura 12. As telas intensificadoras são compostas por um intensificador que converte os fótons de Raios X incidentes para a luz visível, que então expõe a emulsão de haleto de prata no filme, que são sensíveis à luz e auxiliam na formação da imagem. O filme é composto por uma fina camada de plástico.

Figura 12- Diagrama Tela-Filme. Fonte: Adaptado de BUSHBERG, 2011

Depois da exposição é necessário que o filme seja revelado para que o médico especialista possa visualizar e laudar o exame. Nesse ponto é importante trazer à tona algumas desvantagens de um sistema analógico:

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• Com o decorrer de exames, a quantidade de filmes revelados é muito grande, gerando um acúmulo na instituição, além de significar um método não sustentável;

• Outro fator importante é que, o médico só consegue visualizar o resultado do exame após a revelação do filme, assim qualquer falha ocasionada, por exemplo pela movimentação do paciente, gera uma nova exposição, aumentando o nível de radiação a qual um paciente é submetido;

• Variação da qualidade da imagem e modo de processamento devido ao manuseio do filme.

2.4.2. Equipamentos de Raios-X Computadorizados

A radiografia computadorizada (CR) utiliza um cassete similar aos equipamentos analógicos, mas os filmes são substituídos por uma placa de fósforo foto estimulável. Quando há exposição de Raios-X, a radiação é absorvida pelos componentes foto estimulável. Uma fração da energia absorvida fica aprisionada em estados de energia excitados e pode ser “lida” por um scanner a laser. O laser do scanner tem a função de adicionar energia aos elétrons excitados, assim voltam para um estado de energia mais baixo emitindo luz. Essa luz é quantificada por um detector gerando a imagem digitalizada. Após a leitura as imagens são apagadas e a placa pode ser reutilizada.

Com a radiografia computadorizada as imagens puderam ser armazenadas em meio digital e, em caso de falhas, podem ser tratadas em programas computacionais. Além da diminuição do tempo de exposição para aquisição de uma imagem e aumento da qualidade da mesma. (ALBUQUERQUE et al., 2017).

2.4.3. Equipamentos de Raios-X Digitais

No final da década de 90 passaram a ser usados detectores digitais substituindo as placas digitalizadoras e filmes convencionais. Na radiologia digital a formação de imagens se dá através de uma placa de circuitos sensíveis à radiação, a

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matriz de detectores, Figura 13. A radiação é convertida em impulsos elétricos para a geração de imagens em pixels. Não há necessidade de um scanner como na radiologia computadorizada, as imagens são enviadas ao computador pelo qual podem ser tratadas. Entre as inúmeras vantagens levantadas na literatura sobre a radiologia digital, citam: (ALBUQUERQUE, 2017)

• Redução de custos: o investimento inicial de um equipamento de Raios-X digital pode ser considerado elevado se comparado as outras técnicas, mas representa uma dispensa de custos relacionados aos reagentes químicos, mão de obra e sala de revelação de filmes radiográficos;

• Armazenamento de dados: com o armazenamento digital os exames podem ser salvos sem ocupação de espaço físico ou preocupação com extravio e perda de filmes;

• Agilidade: com a radiografia digital as imagens são geradas em segundo, e o processo desde a entrada do paciente na sala de exame até a liberação do mesmo gira em torno de 1/3 do tempo quando comparado a radiografia analógica e computadorizada;

• Diminuição da dose de radiação aplicada ao paciente, por precisar de menos tempo de exposição e pela eficiência dos circuitos da matriz de detectores altamente sensíveis.

Figura 13 - Processo Formação Imagem Digital.

Disponível em: <http://www.sprawls.org/resources/DIGRAD/module.htm>. Acesso em 10 de janeiro de 2021.

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