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3.1 NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA NASF

3.1.2 A equipe NASF

A composição da equipe NASF deve ser definida pelos gestores municipais mediante critérios de prioridades identificadas a partir das necessidades locais e da disponibilidade de profissionais de diferentes ocupações. Recomenda-se que esta definição seja precedida de consulta às equipes de SF e representantes do controle social.

Cada NASF tem sua composição definida pela gestão municipal a partir de um elenco de profissões da área da saúde, diferindo da equipe de SF que tem composição fixa.São elas: Médico Acupunturista, Assistente Social, Profissional da Educação Física, Farmacêutico, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Médico Ginecologista/Obstetra, Médico Homeopata, Nutricionista, Médico Pediatra, Psicólogo, Médico Psiquiatra, Terapeuta Ocupacional, Médico Geriatra, Intensivista, Médico do Trabalho, Veterinário, profissional com formação em Arte e Educação e Sanitarista (BRASIL, 2011).

O NASF deve se vincular a um número variável de equipes de SF, número que tem diminuído desde sua criação. Em 2008, este número era de 8 a 20 equipes de SF por NASF modalidade 1, composto por no mínimo cinco profissionais; e de 3 a 7 equipes de SF por NASF 2, composto por no mínimo três profissionais. Em 2011, o número máximo de equipes vinculadas ao NASF 1 diminuiu de 20 para 15. Em dezembro de 2012, o número máximo de equipes de SF por NASF passou a ser de 9, e foi criado o NASF 3, para municípios com uma ou duas equipes de SF, o que permite universalizar os NASF para todos os municípios brasileiros que possuam equipes de SF (BRASIL, 2008; 2011; 2012a).

Importante ressaltar que no caso do NASF Modalidade 3 o MS admite que poderá constituir uma equipe ampliada, incorporando as novas categorias na equipe de atenção básica, e que, neste caso, a distinção entre NASF 3 e equipes de SF será mais formal que real. Esta

configuração permite ações mais intensivas e próximas das equipes de SF e da população. O MS orienta sobre a necessidade de pactuação de fluxos e de atividades intraequipe, a fim de permitir o enriquecimento e ampliação das competências de todos os profissionais, evitando apenas agregar mais oferta e ações isoladas e pontuais (BRASIL, 2014).

Atualmente não há um número fixo de profissionais por equipe NASF. O credenciamento junto ao MS se dá pela soma das cargas horárias semanais de todos os profissionais tendo limitada a carga horária mínima e máxima por categoria ocupacional. A carga horária mínima por equipe varia entre 80 e 200 horas e definirá a modalidade NASF.

As normas possibilitam diversas composições e com isso a devida adequação às necessidades e possibilidades de cada município. Os NASF podem ser vinculados a equipes de SF ou a equipes de AB para populações específicas, como as equipes de Consultório na Rua e equipe ribeirinha e fluvial, e à Academia de Saúde. O Quadro 2 sintetiza os parâmetros de vinculação vigentes a partir de 2012 (BRASIL, 2012a; 2014).

Os gestores recebem do MS repasse mensal para custeio dos NASF, por meio de transferências fundo a fundo, de forma semelhante ao financiamento das equipes de SF. Para implantação das equipes NASF o município recebe, em parcela única, o valor de R$ 20.000,00 para NASF 1; R$ 12.000,00 para NASF 2; e R$ 8.000,00 para NASF 3 (BRASIL, 2012a).

Quadro 2: Modalidades (M) dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, conforme a Portaria nº 3.124 de 28/12/2012.

MODALIDADES Nº DE EQUIPES

VINCULADAS

SOMATÓRIO DAS CARGAS HORÁRIAS SEMANAIS

NASF 1(M1) 5 a 9 equipes de SF

e/ou de AB

Mínimo de 200 horas semanais. Cada ocupação deve ter no mínimo 20h e no máximo 80h de carga horária semanal.

NASF 2 (M2) 3 a 4 equipes de SF

e/ou de AB

Mínimo de 120 horas semanais. Cada ocupação deve ter no mínimo 20h e no máximo 40h de carga horária semanal.

NASF 3 (M3) 1 a 2 equipes de SF

e/ou de AB

Mínimo de 80 horas semanais. Cada ocupação deve ter no mínimo 20h e no máximo 40h de carga horária semanal.

O estado SC fez a opção, em 2009, de possibilitar a inclusão dos municípios que não atendiam aos critérios federais da Portaria no 154 (BRASIL, 2008). Para tanto criou e financiou duas modalidades NASF SC. O NASF SC 1 apoiava de 4 a 7 equipes de SF com repasse mensal de R$ 8.000,00. O NASF SC 2 apoiava de 1 a 3 equipes de SF com repasse de R$ 4.000,00 mensais. Esta política de financiamento estadual possibilitou uma experiência singular e antecipada em relação ao cenário nacional.

A divulgação da Portaria no 3.124 de 28/12/2012 redefiniu os parâmetros da modalidade federal NASF 2 e criou o NASF 3, mas os valores de financiamento para estas novas modalidades foram definidos posteriormente na Portaria no 548 de 04/04/2013. Após esta publicação, iniciou-se um processo de adaptação e migração dos NASF SC para as modalidades federais (BRASIL, 2012a; 2013b).

No período de 2009 até o primeiro quadrimestre de 2013, no estado de SC foram implantados 123 NASF SC, localizados em 123 municípios. Durante o processo de migração e adaptação dos NASF SC para credenciamento junto ao MS como NASF federais, o governo estadual manteve o financiamento das equipes até a finalização do processo e o recebimento de custeio federal. No ano de 2013, o governo de SC redefiniu sua política de apoio financeiro ao NASF, assumindo o papel de cofinanciador de todas as modalidades credenciadas. O Quadro 3 apresenta a origem e os valores de financiamento das equipes SC.

Quadro 3: Valores de financiamento para custeio mensal dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família. Santa Catarina, 2014.

MODALIDADES RECURSO FEDERAL (em R$) RECURSO ESTADUAL SC COFINANCIAMENTO (em R$) NASF 1 (M1) 20.000,00 3.000,00 NASF 2 (M2) 12.000,00 2.500,00 NASF 3 (M3) 8.000,00 2.000,00

Fonte:Brasil (2013a); Santa Catarina (2013).

A distribuição das equipes NASF no estado de SC, segundo modalidade, está apresentada no Quadro 4. Até o início de 2014 foram implantadas 215 equipes NASF, sendo 175 (81%) NASF Federais e 40 (19%) NASF SC.

Quadro 4: Núcleos de Apoio à Saúde da Família de acordo com Modalidade. Santa Catarina, abril de 2014.

Tipos de NASF Número de NASF

Implantados

NASF Federal Modalidade 1 (M1) 79 (37%)

NASF Federal Modalidade 2 (M2) 42 (20%)

NASF Federal Modalidade 3 (M3) 54 (25%)

NASF SC 1(de 4 a 7 equipes SF) 03 (01%)

NASF SC 2(de 1 a 3 equipes SF) 37 (17%)

Total 215 (100%)

Fonte: Brasil (2015a); Santa Catarina (2014).

Na Figura 1 se observa a distribuição espacial das equipes NASF em SC em 2014. As equipes estão presentes em 189 (64%) dos 295 municípios. A distribuição não se dá de forma homogênea, concentrando-se na região oeste e litorânea catarinense. Os municípios que não possuem NASF (106) estão, na sua maioria, concentrados na faixa central do estado, que corresponde às macrorregiões do Meio Oeste e Serra Catarinense, e também em aproximadamente metade dos municípios das macrorregiões Norte e Nordeste. Importante ressaltar que os NASF SC estão em processo de migração para Modalidade de NASF Federal.

Figura 1: Distribuição de NASF em Santa Catarina, 2014.